Title: ARQUIVOS MЙDICOS COMO FONTE PARA PESQUISA: a importвncia dos prontuбrios e dos arquivos mйdicos para os Registros de Cвncer
1ARQUIVOS MÉDICOS COMO FONTE PARA PESQUISA a
importância dos prontuários e dos arquivos
médicos para os Registros de Câncer
2 As neoplasias malignas devido a sua
elevada incidência e mortalidade e o aumento da
esperança de vida ao nascer constituem-se,
atualmente, em um dos mais importantes problemas
de Saúde Pública, não só, no Brasil, como também,
em outros países nos cinco continentes.
3(No Transcript)
4(No Transcript)
5- O primeiro censo sobre câncer foi realizado em
1728 em Londres, sem sucesso. - Durante mais de um século, várias
tentativas para estabelecerem-se estatísticas de
mortalidade e morbidade comparáveis e confiáveis
foram falhas, e poucos conhecimentos concretos
foram incorporados até o final do século XIX.
6 Somente em 1929, na Alemanha, formou-se a
base para o primeiro Registro de Câncer como
conhecemos hoje. Três enfermeiras visitavam
os hospitais e as clínicas dos médicos de
Hamburgo em intervalos regulares de tempo.
Elas anotavam os nomes dos pacientes que eram
casos novos de câncer e transferiam os dados para
um arquivo central, localizado no departamento de
saúde de Hamburgo. O arquivo de dados era
comparado uma vez por semana com os atestados de
óbitos.
7-
- O Registro de Câncer de Hamburgo
foi o primeiro exemplo de um Registro de Câncer
moderno, onde a idéia de que o controle do câncer
não envolve somente, aspectos científicos e
médicos, mas também, aspectos de planejamento em
Saúde Pública, a curto, médio e longo prazo.
8- De maneira geral, pode-se entender um
Registro de Câncer, seja hospitalar ou de base
populacional, como um serviço permanente, que
coleta de forma padronizada e sistemática dados,
analisa, mantém e divulga informações
consolidadas sobre neoplasias malignas das
pessoas que tiveram algum tipo de câncer durante
a vida.
9OBJETIVOS E FUNÇÕES
- Em outras palavras, um Registro de Câncer,
coleta dados e produz informação para subsidiar a
ação dos profissionais e autoridades em saúde no
planejamento estratégico, seja em nível
hospitalar, ou na população geral, para a
detecção precoce, o controle e a prevenção de
cânceres dos mais variados tipos, em todas as
idades e nas mais diferentes comunidades
10- Assim, um Registro de Câncer, trabalha na coleta
sistemática e padronizada de dados dos
prontuários e dos arquivos médicos, de tal forma
que permite conhecer - 1. o número de pacientes portadores
de neoplasias malignas, - 2. sua distribuição por faixa
etária, - 3. sexo,
- 4. local de nascimento,
- 5. local de residência,
- 6. extensão da doença,
- 7. qualidade do diagnóstico,
- 8. avaliação das diferentes
modalidades de tratamento e da - sobrevida, entre outros.
11 Registros de Câncer podem ser
diferenciados em
- Registro de Câncer de Base Populacional
- Registro Hospitalar de Câncer
- Registro Especial de Câncer
12-
- Um Registro de Câncer de Base Populacional
(RCBP) coleta os casos novos de câncer, ano a
ano, de uma população específica em uma área
geográfica delimitada, por localização primária e
comportamento do tumor, arquiva, processa,
analisa as informações e divulga os dados
consolidados para os profissionais da saúde. -
13 Os Registros de Câncer de Base Populacional
avaliam o impacto que o câncer causa em uma
determinada população, através de vários
procedimentos estatísticos como o cálculo da
incidência, da mortalidade, das estimativas,
do estudo das série temporais, da análise de
sobrevida, do georeferrenciamento, entre outros.
14(No Transcript)
15CASOS NOVOS DE CÂNCER ESTIMADOS PARA 2000
CANCER Burden in the year 2000.The global
pictureD.M.Parkin,F.I.Bray,S.S.DevesaEuropean
Journal of Cancer 37 (2001)S4-S66
16 MORTES ESTIMADAS POR CÂNCER PARA 2000
CANCER Burden in the year 2000.The global
pictureD.M.Parkin,F.I.Bray,S.S.DevesaEuropean
Journal of Cancer 37 (2001)S4-S66
17ESTIMATIVA DA PREVALÊNCIA DE CÂNCER ( ANO)
PARA AMBOS OS SEXOS PARA 2000
CANCER Burden in the year 2000.The global
pictureD.M.Parkin,F.I.Bray,S.S.DevesaEuropean
Journal of Cancer 37 (2001)S4-S66
18NÚMERO DE CASOS NOVOS E PREVALÊNCIA DE CINCO ANOS
PARA OS QUINZE CÂNCERES MAIS FREQUENTES
19INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE CÓLON E RETO PADRONIZADA
POR IDADE PARA O SEXO MASCULINO
20CÂNCER DE PRÓSTATA INCIDÊNCIA E MORTALIDADE EM
BRANCOS E NEGROS NO PERÍODO DE 1973 A 1997
21INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE COLO DO ÚTERO
22INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE MAMA FEMININA
23INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE ESTÔMAGO PARA O SEXO
MASCULINO
24INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE PULMÃO PARA O SEXO
FEMININO
25INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE PRÓSTATA
26REGISTRO DE CÂNCER DE BASE POPULACIONAL
-
- Os RCBPs permitem detectar na população
- 1. quais fatores ambientais podem estar
relacionados e - influenciar na prevalência das
neoplasias malignas, - 2. quais grupos étnicos são mais afetados,
- 3. quais os setores da área de cobertura
do Registro de - Câncer tem maior incidência de
neoplasias, - 4. quais as tendências da incidência e
mudanças no - comportamento de alguns cânceres ao
longo do - tempo, entre outros.
27-
- As informações obtidas pelos RCBPs
auxiliam na determinação da necessidade de
campanhas junto a população para a detecção
precoce e prevenção de câncer, como também na
avaliação de novas técnicas diagnósticas e
pesquisas epidemiológicas (como, por exemplo,
estudos de coorte, entre outros).
28ESTUDO DE COORTE
29SUNLIGHT AND NON-HODGKIN'S LYMPHOMA A
POPULATION-BASED COHORT STUDY IN SWEDEN. ADAMI,
J. et al. Int J Cancer, 1999 80(5)641-5.
Estudo de coorte nacional (4.171.175
indivíduos 69.639.237 pessoas-ano). Exposição
trabalho sob luz solar avaliado a partir dos
títulos das ocupações referidas no censo.
Follow-up da incidência de câncer através do
Registro de Câncer da Suécia, ou seja, 10.381
casos de Linfoma não Hodgkin (LNH).
Neste estudo, a exposição ocupacional a luz
solar não esteve associada com LNH. O tipo de
ocupação não foi um índice adequado para a dose
biologicamente relevante de luz ultravioleta
(UV). Os dados de exposição
individual não foram consistentes para avaliação
do papel da luz solar com fator relacionado com
o surgimento dos Linfomas não Hodgkin.
30REGISTRO HOSPITALAR DE CÂNCER
- Um Registro Hospitalar de
Câncer coleta, arquiva e processa os dados de
todos os pacientes atendidos no hospital com
diagnóstico confirmado de câncer. - O Registro Hospitalar de Câncer reflete o
desempenho do corpo clínico em relação à
assistência prestada aos pacientes, através da
avaliação de protocolos terapêuticos e da análise
de sobrevida dos pacientes para determinados
tipos de cânceres. -
31 As informações do Registro Hospitalar de
Câncer são utilizadas na administração do
hospital para o dimensionamento da quantidade de
profissionais necessários, para a compra de
equipamentos e suprimentos, entre outros. E como
fonte de dados para pesquisas científicas (como,
por exemplo, os estudos de caso-controle, entre
outros).
32ESTUDO CASO-CONTROLE
33AN ANALYSIS OF OCCUPATIONAL RISKS FOR BRAIN
CANCER. BROWNSON, et al. Am J Public Health,
199080(20)169-72.
- Estudo de caso-controle (312 casos e 1.248
controles com câncer) identificados no Registro
de Câncer do Missouri, de 1984 a 1988. - A classificação da exposição foi baseada nos
dados dos prontuários de hospitais. - Engenheiros (OR 2.1 0.4, 10.3)
- Profissionais de Ciências Sociais (OR 6.1 1.5,
26.1) - Gráficos (OR 2.8 1.0, 8.3)
34MULTIPLE MYELOMA AND WORK IN AGRICULTURE RESULTS
OF A CASE-CONTROL STUDY IN FORLI, ITALY.
NANNI et al. Cancer Causes
Control, 19989(3)277-83.
- Estudo de caso-controle Avaliação da relação
entre exposição a pesticidas e mieloma múltiplo. - 46 casos identificados através do Registro de
Câncer de Romagna (1987-90) e 230 controles da
população geral (entrevistas). - Foi observado o aumento de risco para mieloma
múltiplo entre trabalhadores do cultivo de maçã e
pêra (OR 1,75, CI 1,05-2,91).
35AVAILABILITY AND QUALITY OF INDUSTRY AND
OCCUPATION INFORMATION IN THE MASSACHUSETTS
CANCER REGISTRY.
LEVY, J. BROOKS, D.
DAVIS, L. Am J Ind Med, 200140(1)98-106.
- A qualidade dos dados da atividade ocupacional em
geral é imprecisa e/ou incompleta. - A revisão de 1.020 prontuários de
casos do Registro de Câncer de Massachusetts,
comparando-se a informação da revisão com aquela
da rotina de notificação, observou-se, através
das informações adicionais nas seções do
prontuário que não da folha de rosto, um aumento
da percentagem de informação codificável de 63,6
para 80,4 e mais detalhes dos códigos existentes
em 15,4 dos casos.
36QUALIDADE DA INFORMAÇÃO
- A qualidade da informação sobre a ocupação
nos prontuários dos doentes em geral é imprecisa
e incompleta. - Em grande parte dos casos, esta informação se
refere à última ocupação exercida, e não reflete
a história de exposição ocupacional prévia. - Além disso, não raramente são assinaladas com
expressões como aposentado, freqüente em
função da faixa etária dos indivíduos acometidos
por câncer, servidor público, industriário,
entre outras, que não dão indicação nem ao menos
da última ocupação/exposição do trabalhador.
37REGISTRO ESPECIAL DE CÂNCER
- Um REGISTRO ESPECIAL DE CÂNCER
coleta dados de todos os pacientes atendidos no
hospital com diagnóstico confirmado de
determinado tipo de neoplasia, como por exemplo - o registro de leucemias e
linfomas, - o registro de cânceres
gastro-intestinais, - o registro de câncer infantil,
e outros. -
- Ou, outras neoplasias de interesse, por
serem menos freqüentes na população, sendo
necessário o acúmulo de uma grande quantidade de
casos, ao longo do tempo com o objetivo de
minimizar as flutuações randômicas dos números
nos estudos e pesquisas científicas. -
38-
- Os dados do REGISTRO ESPECIAL DE
CÂNCER podem ser utilizados em várias situações,
como na pesquisa etiológica, no levantamento de
fatores de risco, e assim, na prevenção primária,
na secundária e de muitas outras formas,
beneficiando, tanto o indivíduo quanto a
sociedade.
39Qualidade e Controle de Qualidade das
Informações em Câncer
- É a qualidade dos dados coletados nos
prontuários pelos registradores de câncer que
garante a qualidade das informações em câncer. - A qualidade das informações originadas pelos
Registros de Câncer depende, necessariamente, da
qualidade dos dados dos prontuários, da
representatividade e regularidade das informações
coletadas, da atualidade destas, da utilização de
critérios padronizados pelos técnicos dos
Registros, e da participação de pessoas e
instituições relevantes nos processos de
vigilância epidemiológica.
40(No Transcript)