Title: GVA/SES/SE - MG
1DENGUE Diagnóstico e tratamento
GVA/SES/SE - MG
2Relato de caso
- Paciente de 48 anos, caminhoneiro.
- Em 5/2/2007 procurou o C.S. com história de
cefaléia, febre não termometrada, dor
retroorbitária, mialgia e artralgia há 48 horas. - Ao Exame exantema maculopapular difuso.
- PA 140/90mmHg. FC 82bpm. FR 18 irpm.
- AR Sons resp. normais sem RA. ACV BNRNF em 2T.
Abdomen livre. Sem visceromegalias.
3Relato do caso
- Hipóteses diagnósticas??
- Anamnese e exame físico
- Prova do laço?
- Exames laboratoriais???
- Tratamento ambulatorial ou hospitalar???
- Conduta ???
- Orientações
4 DENGUE
- Arbovirose transmitida por mosquitos Aedes
aegypti. - Transmissão picada da fêmea hematófoga.
- Período de incubação4 a 7 dias (até 15d).
- DENV-1, DENV-2, DENV-3, DENV-4.
-
- Sazonalidade relacionada com período de chuvas.
5 RESPOSTA IMUNOLÓGICA
- Resposta imunológica
- Primária
- Secundária
- Imunidade
- Homóloga (permanente)
- Heteróloga (temporária)
6 EXAMES ESPECÍFICOS
- Específicos
- Isolamento viral
- até 4o.dia
- Pesquisa de Anticorpos específicos IgM
- a partir do 6o. dia
7 INTRODUÇÃO
- Assintomáticas/Oligossintomáticas
- Febre com rinite, faringite e tosse branda.
- Dengue Clássico
- Febre de início súbito, cefaléia, dor
retroorbital, mialgias,artralgias, astenia e
prostração. - Febre Hemorrágica da Dengue e Síndrome de Choque
da Dengue - Dengue com complicações.
-
8 INTRODUÇÃO
9 INTRODUÇÃO
A hidratação é a principal forma de intervenção
para prevenção e tratamento das formas graves!
10 INTRODUÇÃO
- Manejo clínico
- Diagnóstico precoce
- Reconhecimento dos sinais de alerta/alarme
- Identificação dos casos de FHD/SCD
- Condições para que isto ocorra
- - serviços de saúde organizados
- - condições mínimas de hidratação oral e venosa.
11 DIAGNÓSTICO
- Quando suspeitar de Dengue
- Doença febril aguda, com duração máxima de sete
dias, com pelo menos dois dos seguintes sintomas
- Cefaléia
- Dor retroorbitária
- Mialgia
- Artralgia
- Prostração
- Exantema.
12DIAGNÓSTICO EM CRIANÇAS
- Quando suspeitar de Dengue
- Em crianças pequenas síndrome febril
inespecífica, apatia, sonolência, recusa
alimentar, vômitos, diarréia. - Outros sinais e sintomas frequentes dor
abdominal e congestão facial.
13Manifestação cutânea em dengue exantema Fonte
Leonardo Zenha Ministério da Saúde
14Manifestação cutânea em dengue exantema
desaparece sob pressão Fonte Kléber Luz
Ministério da Saúde
15Manifestação cutânea em dengue hemorragia nos
leitos ungueais
Manifestação cutânea em dengue hemorragia
Manifestação cutânea em dengue sufusão
hemorrágica
Fonte Ministério da Saúde, CD Dengue Decifra-me
ou devoro-te
16Dengue
Exantemas
Fonte Ministério da Saúde, CD Dengue Decifra-me
ou devoro-te
17 Diagnósticos diferenciais
Dengue
Dengue clássica (febre, cefaléia, mialgia,
mal-estar)
Febres Hemorrágicas
Doenças exantemáticas
Rubéola Sarampo Escarlatina
Leptospirose Febre Amarela Sepse Meningococcemia F
ebre Maculosa Hepatites virais Malária PTT, PTI.
Leptospirose Influenza Mononucleose-like Hantaviro
se Febre amarela Sepse Febre tifóide Febre
maculosa Infecção HIV
Abdomen agudo
Apendicite Colecistite Abdomen agudo cirúrgico
18 Diagnóstico diferencial
Febre maculosa
Meningococcemia
19 Diagnóstico diferencial de febres hemorrágicas
Adaptado de Cota et al, 2007. Revista Brasileira
de Medicina, Set 2008, v65, n9.
20Exames complementares para síndromes febris
ictero-hemorrágicas
- Protocolo de febres hemorrágicas
- Dengue, Febre Amarela, Hantavírus, Riquetsioses,
Hepatites virais, Leptospirose. - Hemoculturas
- Todo paciente com doença febril grave ou choque
deverá ser submetido exames de hemocultura. - Punção lombar
- Caso não haja contra-indicação, todo paciente
apresentando febre e sinais meníngeos deverá ser
submetido à punção liquórica na tentativa de se
afastar meningite. - Outros a critério médico gota espessa, sorologia
para LV, sorologia para HIV, entre outros.
21Doenças exantemáticas
A
B
C
D
22CLASSIFICAÇÃO
- Grupo A
- Ausência de manifestações hemorrágicas
espontâneas ou induzidas (prova do laço) - Ausência de sinais de alarme
- Grupo B
- Manifestações hemorrágicas induzidas (prova do
laço) ou espontâneas sem repercussão hemodinâmica - Ausência de sinais de alarme
- Grupo C
- Presença de sinal de alarme
- Grupo D
- Presença de hipotensão ou choque
23D
C
B
A
Adriana Mafra
24Fluxo desejado
Adriana Mafra
25Manejo Clínico
26Manejo Clínico
27Dengue
- Anamnese
- Data de início dos sinais/sintomas
- Curva febril
- Pesquisa sinais alarme
- Pesquisa de manifestações hemorrágicas
- História pregressa
- Uso de medicamentos
28Dengue
- Exame Físico
- Pesquisa de edemas e sinais hemorrágicos
- PA, FC, enchimento capilar, FR, temperatura, peso
- Ausculta respiratória
- Pesquisa de hepatomegalia, dor ou ascite
- SNC meningismo, alterações sensório,
sensibilidade e força muscular.
29 PROVA DO LAÇO
- Desenhar um quadrado de 2,5cm de lado
- Insuflar o manguito até o valor médio por 5
minutos em adulto (3 minutos em crianças) ou até
o aparecimento de petéquias ou equimoses - Contar o número de petéquias no quadrado.
- A prova será positiva se houver 20 ou mais
petéquias em adultos e 10 ou mais em crianças.
30Prova do laço positiva
31SINAIS DE ALARME
- Dor abdominal intensa e contínua
- Vômitos persistentes
- Hipotensão postural e/ou lipotímia
- Hepatomegalia dolorosa
- Hemorragia importantes
- Sonolência e/ou irritabilidade
- Diminuição da diurese
- Diminuição repentina da temperatura corpórea ou
hipotermia - Aumento repentino do hematócrito
- Queda abrupta das plaquetas
- Desconforto respiratório
SINAIS DE CHOQUE Hipotensão arterial Pressão
arterial convergente Extremidades frias,
cianose Pulso rápido e fino Enchimento capilar
lento (gt2 segundos)
32 SINAIS DE ALARME
- Atenção!!!
- Os sinais de alarme e o agravamento do quadro
costumam ocorrer na fase de remissão da febre.
33Grupo A
- Ausência de manifestações hemorrágicas
- Ausência de sinais de alerta/alarme
- Conduta
- Tratamento ambulatorial
- Hidratação oral adultos(60 a 80ml/Kg/dia) 1/3
deste volume com SRO - Analgésicos e antitérmicos
- Reavaliação (principalmente após término da
febre) - Não usar salicilatos
- Não usar AINE
- Orientar sobre sinais de alarme/alerta
- Notificação
- Cartão do usuário
- Em caso de hemograma alterado ? Grupo B
- Exames específicos
- Exames inespecíficos
- hematócrito, hemoglobina e plaquetas
34Grupos de pacientes que merecem maior atenção
- Gestantes
- Crianças (menores que 13 anos)
- Idosos (maiores que 65 anos)
- Hipertensos e diabéticos
- Asmáticos
- Doenças hematológicas, doenças auto-imunes
- DRC
- Cardiopatas
- Pacientes com úlceras pépticas
35Cartão dengue
36Cartão dengue
37Sugestão de hidratação para adultos
- Paciente 70 Kg
- 1º. Dia 80ml/kg/dia ? 6 litros
- Manhã 1 L de SRO e 2 L líquidos caseiros
- Tarde 0,5 L de SRO e 1,5 L líquidos caseiros
- Noite 0,5 L de SRO e 0,5 L líquidos caseiros
- 2º. Dia 60ml/kg/dia ? 4 litros
38Hidratação para crianças
- 50 ml/Kg VO em 4 a 6 horas de SRO, sob
supervisão da equipe de saúde e seguida de
reavaliação clínica. - Se necessário, hidratação EV com SF ou RL a
20ml/Kg em 2 horas.
39Grupo B
- Conduta
- Hospitalização ou tratamento ambulatorial
- Se hematócrito aumentado 10 do valor basal ou
gt42 (crianças), gt44 (mulheres), gt50 homens
e/ou plaquetopenia lt50.000 ? hospitalização - Hidratação oral ou EV
- Analgésicos e antitérmicos
- Reavaliação clínica e com Htc após hidratação
- Manifestações hemorrágicas espontâneas ou
induzidas sem repercussão hemodinâmica - Ausência de sinais de alerta/alarme
- Exames específicos (obrigatório)
- Exames inespecíficos hematócrito, hemoglobina e
plaquetas (obrigatório)
40Hidratação EV adultos
- Adulto de 55Kg
- 80ml x 55 4400ml
- Primeira fase (4 horas)
- SF 500ml
- SGI5 1000ml
- Segunda fase (8 horas)
- SF 500ml
- SGI5 1000ml
- Terceira fase (12 horas)
- SF 500ml
- SGI5 1000ml
A reposição de potássio deve ser iniciada após
diurese efetiva
Atenção com hidratação em pacientes cardiopatas e
nefropatas !!!
41Grupo C
- Manifestações hemorrágicas ausentes e/ou
presentes - Sinais de alerta/alarme
- Conduta
- Hospitalização
- Hidratação EV adultos (25ml/Kg primeiras 4 horas)
repetir até 3X - Reavaliação clínica e com hematócrito a cada 4
horas. Plaquetas a cada 12 horas. - Hidratação de manutenção 25ml/Kg nas próximas
etapas (8 e 12 horas) - Estudo de imagem se necessário
- Exames específicos
- Exames inespecíficos
- hematócrito, hemoglobina, plaquetas, gasometria,
glicose, eletrólitos, transaminases, RX tórax e
US abdominal.
42Grupo C
- Hidratação em crianças
- Fase de expansão SF ou RL 20ml/Kg/hora, podendo
ser repetido até 3X. - Fase de manutenção necessidade hídrica basal
reposição a critério médico (20ml/Kg).
43Derrame pleural em paciente com Dengue
Fonte Ministério da Saúde, CD Dengue Decifra-me
ou devoro-te
44Grupo D
- Sinais de choque
- Hipotensão arterial
- Pressão arterial convergente
- Extremidades frias, cianose
- Pulso rápido e fino
- Enchimento capilar lento (gt2 segundos)
-
- Manifestações hemorrágicas presentes ou ausentes
- Conduta
- Tratamento Hospitalar
- Oxigenioterapia
- Hidratação EV 20ml/kg em até 20min SF/RL
- Reavaliação clínica a cada 15-30 minutos.
- Instalar PVC
- Avaliar drogas vasoativas
- Hematócrito a cada 2 horas.
- Avaliar plasma, concentrado de hemácias e
plaquetas - Hemoculturas
- Antiobioticoterapia
- Tratamento em UTI
- Exames específicos (obrigatórios)
- Exames inespecíficos
- hematócrito, hemoglobina e plaquetas, íons,
eletrólitos, transaminases, gasometria, US
abdominal, Rx tórax.
45Distúrbios de coagulação, hemorragias e uso de
hemoderivados
- A hidratação precoce e adequada é um fator
determinante na prevenção de fenômenos
hemorrágicos. - Concentrado de plaquetas ? nos casos de
plaquetopenia menor de 50.000 com suspeita de
sangramento SNC ou sangramento ativo importante.
(1un/ 7 a 10Kg/peso). - Plasma fresco ? sangramentos com RNIgt1,25 ou
APlt40. (10ml/Kg) - Concentrado de hemácias ?hemorragias importantes
com descompensação.
46 CRITÉRIOS DE ALTA HOSPITALAR
- Ausência de febre durante 24 horas, sem uso de
antitérmicos. - Melhora clínica evidente.
- Hematócrito normal e estável por 24 horas.
- Plaquetas em elevação e acima de 50.000/mm3.
- Estabilização hemodinâmica durante 24 horas.
- Derrames cavitários em reabsorção e sem
repercussão clínica.
47Manejo clínico - síntese
Notificação
Sorologia
Classificação prova do laço, pesquisa de sinais
de alarme e choque
Caso suspeito Dengue
Diagnósticos diferenciais
Avaliar necessidade hemoculturas, líquor e ATB
Grupo A, B, C, D
Hidratação
48Perguntas Comuns
- Como tratar o prurido?
- Necessito tomar vitaminas?
- O que fazer com a queda de cabelos?
- Se eu tiver dengue de novo, será hemorrágica?
- Vou transmitir dengue ao bebê?
- Devo tomar vacinas?
- Quando devo retornar com a aspirina?
- Devo suspender o anticoncepcional?
- Tempo de afastamento do trabalho?
49Caso 1
- F.H.C., masculino, 4 anos.
- Em 26/2/2005 quadro súbito de febre alta,
cefaléia, mioartralgias, diarréia aquosa e
astenia. No quarto dia de doença, evoluiu com
remissão da febre, porém persistiu o quadro
diarréico. Procurou o C.S., sendo diagnosticada
gastroenterite viral e prescritos sintomáticos.
6º. dia de doença apresentou piora significativa
do estado geral, vômitos repetidos,
irritabilidade e oligúria. - EF- Corado, desidratado/4, afebril, agitado
porém lúcido, anictérico, acianótico. PA
80x50mmHg. FC 124bpm. FR 32 irpm. - Petéquias em membros inferiores.Tórax murmúrio
vesicular diminuído em bases pulmonares.
Abdomefígado palpável a 2cm do RCD, doloroso. - Exames Hemograma Ht 53,1, Plaquetas
61.000/mm3,LG 14.100/mm3, com diferencial
normal. Albumina 3,7g/dL, AST 527 UI/l, ALT
245UI/l.
50Caso 2
- A.S.R., menina, 5 anos.
- Paciente atendida na unidade básica de saúde em
20/2/2003, referindo que há mais ou menos sete
dias iniciou febre, cefaléia,náuseas, dores
musculares e abdominal. Referiu piora da dor
abdominal há dois dias. - EF Regular estado geral. Ausculta
cardiovascular normal, Ausculta pulmonar
normal, abdome flácido, doloroso à palpação
superficial, ausência de hemorragia e exantema.
Prova de laço positiva. - Exames 14/2/2003, Ht 24, Plaqueta
286.000/mm3. - 20/2/2003 Ht 34, hb 8,1g/dL, Hm
3.000.000/mm3, - Leucócito 2.600/mm3, Plaqueta 187.000/mm3.
Prova de laço positiva. - HD??? Conduta terapêutica??? Estadiamento???
51Caso 2
-
- No dia 13/3/2003 foi realizada sorologia para
dengue e o resultado liberado no dia 3/4/2003,
foi IgM positivo para dengue.
52Caso 3
- FMG, 24 anos, mulher, branca, do lar.
- Procurou C.S. em 17/12/2005 com febre há 2 dias,
cefaléia, mialgia, vômitos. - EF PA 120/75mmHg. Eupnéica. Anictérica. Exantema
morbiliforme em face e tronco. Linfonodos
submandibulares pouco aumentados e indolores. AR
Sons resp. normais. BNRNF em 2T. Abdomen livre. - HD??? Conduta??? Orientações???
53Caso 3
- FMG, 24 anos, mulher, branca, do lar.
- Procurou C.S. em 17/12/2005 com febre há 2 dias,
cefaléia, mialgia, vômitos e prostração. - EF PA 120/75mmHg. Eupnéica. Anictérica. Exantema
morbiliforme em face e tronco. Linfonodos
submandibulares pouco aumentados e indolores. AR
Sons resp. normais. BNRNF em 2T. Abdomen livre. - Resultado dos exames sorologia positiva para
dengue e negativa para rubéola.
54Caso 4
- MAS 48 anos, mulher, médica.
- Atendida em 13/1/2006 com febre alta há 3 dias,
cefaléia, artralgia e leve mialgia. Estava com
intensa astenia, dor abdominal, palidez acentuada
e mal estar geral. Queixa de vômitos e diarréia.
Viagem recente para região próxima de Diamantina.
- EF Desidratada /4, PA 90/60. Abdomen doloroso
à palpação em QSD. - HD??? Exames laboratoriais??? Conduta???
55Caso 4
- 16/1/2006 Retornou ao P.S. com febre, dor
abdominal intensa e dificuldade de deambulação.
EF dor abdominal e fígado palpável. - HTc 45, Hb 15mg/dl, LG 2500, 6 segmentados,
67 linfócitos, 20 monócitos. Plaquetas 135.000.
- TGO 1850 TGP 2000 BT 13 com BD 9.
- Exames??? Conduta???
56Caso 4
- Marcadores para hepatites virais negativos
- Sorologia para febre amarela negativa.
- Mac-Elisa para Dengue IgM e IgG reagente.
- 21/1/2006 desaparecimento das petéquias, TGO
500, TGP 620. GGT 200. Htc 36. Plaquetas
135.000.
57zoonoses_at_saude.mg.gov.br
Contato com o Departamento de Vigilância
Epidemiológica ou Ambiental da SES Fone 0800 283
2255