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NEOLIBERALISMO

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Title: NEOLIBERALISMO


1
NEOLIBERALISMO
  • SURGIMENTO DO NEOLIBERALISMO

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  • O neoliberalismo é uma concepção de mundo,
    surgida como reação individual no inicio do
    século XX, contra a predominância das políticas
    estatizantes de influencia socialista a das
    políticas social-democráticas de influência
    Keynesiana. Chegou no poder no inicio dos anos
    70, com as eleições de Margaret Thatcher na
    Inglaterra e Ronald Reagan nos Estados Unidos,
    iniciando uma campanha em busca da hegemonia
    ideológica no mundo. Com a queda do muro de
    Berlim e com a extinção da União Soviética, os
    neoliberais anunciaram, a vitória definitiva da
    economia de mercado, que significava a união do
    liberalismo econômico com o liberalismo político.

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  • O neoliberalismo proclama a legitimidade da
    sociedade burguesa contra as tendência
    socialistas existentes e contra toda a forma de
    intervencionismo político na economia.
  • Como concepção de mundo, o neoliberalismo implica
    numa visão de homem, do agir humano e de
    sociedade. Para o neoliberalismo, o homem é um
    ser de necessidades e desejos, de forma que, as
    necessidades do homem se manifestam através dos
    desconfortos e os desejos através das escolhas. O
    objetivo do agir humano é romper um desconforto,
    é satisfazer um desejo. Para os neoliberais, há
    diferenças entre ação e trabalho. Ação significa
    emprego de meios para atingir fins. Um dos meios
    empregados é o trabalho do agente homem, sendo o
    fim ultimo da ação humana alcançar a felicidade.

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  • O pensamento neoliberal compreende a sociedade
    como uma conseqüência do comportamento,
    propositado e consciente, que deram origem à
    cooperação e à ajuda mutua em função de objetivos
    específicos e individuais, de forma que, a
    sociedade não é instituída por nenhum tipo de
    contrato entre os indivíduos. A sociedade,
    portanto, nada mais é do que a divisão do
    trabalho e combinação de esforços. O individuo
    vive e age em sociedade, mas a sociedade em si
    não existe, a não ser através das ações
    individuais.

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  • Para os liberais, só se pode aceitar de forma
    lógica e histórica a concepção de que a sociedade
    antecede o individuo, sendo ela o grande meio
    para atingir todos os fins. A transformação do
    homem, a existência da cooperação, a sociedade e
    a civilização só foram possível devido à divisão
    de trabalho e o fato da razão humana ter
    percebido que ela é mais produtiva do que o
    trabalho solitário. A divisão do trabalho separa
    a produção em operação mínima, intensificando a
    desigualdade inata dos homens, de forma que as
    pessoas vão se tornando especialistas.

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  • O neoliberalismo entende que o agir humano é uma
    tentativa para substituir uma situação menos
    satisfatória por outra mais satisfatória, que uma
    ação menos desejável é trocada por outra mais
    desejável, e que aquilo que abandonamos é o preço
    pago para atingir o objetivo desejado, sendo o
    valor do preço pago chamado de custo, que é igual
    ao valor atribuído à satisfação de que nos
    privamos a fim de atingir o objetivo pretendido,
    de forma que o valor entre o preço pago e a meta
    alcançada é o lucro ou renda liquida. Quando uma
    ação acarreta uma situação indesejada, o custo
    incorrido significa prejuízo.

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  • Valorizar significa preferir uma coisa a outra,
    de maneira que o valor de uma coisa é determinada
    pela expressão de desejos de varias pessoas em
    adquiri-lo. Dessa forma para os neoliberalistas,
    os bens e serviços trocados teriam o mesmo valor.
  • Para o neoliberalismo, o mercado é a única
    possibilidade de coordenação, e se apresenta como
    o mecanismo que por si só ordena todo o sistema
    social, dando-lhe sentido e significado. O
    mercado é o ponto para onde convergem e de onde
    se irradiam as atividades dos indivíduos. Dessa
    forma o mercado é entendido como um processo
    movimentado pela interação das ações individuais
    num sistema social baseado na divisão do trabalho
    e na propriedade privada dos meios de produção.
    Numa sociedade baseada na divisão do trabalho, o
    individuo por livre vontade se integra no sistema
    de cooperação.

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  • Nessa sociedade, baseada na divisão do trabalho e
    na propriedade privada, a direção e o controle da
    produção e dos assuntos econômicos pertencem aos
    empresários que são obrigados a obedecerem
    incondicionalmente às ordens dos consumidores.
  • Para os neoliberais, em qualquer forma de
    organização social está presente a competição, ou
    seja, o esforço dos indivíduos para obter uma
    posição mais favorável no sistema de cooperação
    social, sendo que nesse processo, aqueles que
    perdem são colocados em lugar inferior no sistema
    social. A competição não é um direito assegurado
    pelo Estado e nem pelas leis, sendo, portanto,
    tarefa dos consumidores que no ato de comprar ou
    não, estão determinando a posição social de cada
    agente econômico.

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  • O termo competição é empregado em oposição ao
    monopólio pelos neoliberais. A eliminação da
    competição em cada setor econômico deixa o
    consumidor a mercê da ação monopolista, sendo de
    todo inevitável, é preferível o monopólio
    privado, já que o estatal eprotegido pela lei e
    contra a competição em potencial.

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O neoliberalismo e o Estado de Direito
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  • O neoliberalismo defende o Estado de Direito como
    forma de garantir a ordem e a necessidade do
    governo como arbitro que interpreta e põe em
    vigor as regras estabelecidas constitucionalmente,
    devendo utilizar seu poder com o propósito de
    evitar que as pessoas cometam ações lesivas à
    preservação e ao funcionamento economia de
    mercado, criando e preservando, dessa forma um
    ambiente onde a economia de mercado pode
    funcionar com segurança.

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  • Os neoliberais reconhecem que o Estado de Direito
    produz desigualdade econômica. A manutenção de
    políticas sociais compensatórias como forma de
    amenizar as desigualdades geradas pela
    formalidade do Estado de direito é compatível com
    as políticas neoliberais, desde que a organização
    de tais serviços não torne ineficaz a
    concorrência em setores da vida econômica.

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  • Para a teoria neoliberal a dicotomia entre
    intervenção ou não-intervenção do Estado é
    totalmente desprovida de sentido. O Estado tem
    que agir, mas é importante saber se a ação do
    Estado, limitado pelo direito formal, exclui toda
    medida que vise diretamente a determinados
    indivíduos. Isso implica em que toda ação do
    governo deve ser regida por normas previamente
    estabelecidas e divulgadas de modo que permitam a
    cada individuo usar livremente sua liberdade para
    alcançar suas metas e desejos pessoais, sendo que
    a melhor maneira de orientar os esforços
    individuais na realização de seus desejos é pela
    competição efetiva. Por esse motivo, o
    neoliberalismo é contrario às ações
    governamentais que reduzem ou impedem,
    diretamente, a produção econômica, e as que
    procuram fixar os preços que diferem dos preços
    de mercado.

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  • Segundo a lógica neoliberal, o governo ao
    intervir na economia, está tirando a liberdade
    dos homens de negócios de conduzirem-se na
    obediência suprema dos consumidores, ou seja, o
    governo toma pêra si um poder que, na economia de
    mercado, pertence aos consumidores. Dessa forma,
    o intervencionismo é o sinal mais evidente de que
    o governo fracassou na proteção do funcionamento
    do mercado.

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  • As políticas intervencionistas, segundo os
    neoliberais, têm como pressuposto uma visão
    ingênua de que as rendas dos mais ricos são uma
    fonte inesgotável que pode ser usurpada para
    melhorar dos mais pobres. A tributação dos mais
    ricos para amenizar a situação dos mais carentes
    é o principio adotado pelos orçamentos
    intervencionistas.Qualquer intervenção do Estado
    na economia,é rejeitada pelo neoliberalismo, por
    ser supérflua, inútil e prejudicial

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  • Para os neoliberalistas a noção de pobreza diz
    respeito apenas a pessoas que não são capazes de
    cuidar de si. Segundo eles, não existem pessoas
    que queiram trabalhar e não consigam emprego por
    falta de espaço no sistema social produtivo. Na
    economia de mercado, o aumento da população é
    visto como mais braços que produzirão mais
    riquezas. O neoliberalismo não leva a serio a
    escassez de bens de capital, que deslocados da
    realidade econômica, partem de um fabuloso mundo
    de abundancia de bens de capital.

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  • Na concepção neoliberal, a característica da
    economia de mercado, cuja base de fundamento é a
    competição, não respeita interesses
    estabelecidos. A sociedade produzida pelas
    relações de mercado não assegura posições
    conquistadas no passado e nem admitem posições
    que criem obstáculos ao desenvolvimento continuo
    das relações de produção e das forças produtivas.
    Dessa forma, a mudança é considerada a essência
    da vida, e na economia de mercado a falta de
    segurança é o principio do qual decorre a
    continua melhoria do bem-estar material.

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  • O neoliberalismo é uma utopia que subordina todo
    e qualquer tipo de liberdade à liberdade
    econômica, que é condição para que haja outros
    tipos de liberdade. O mercado é um verdadeiro
    tabu onde nenhuma força pode mexer, nem mesmo
    para compensar as injustiças sociais por ele
    produzidas, porque ele se auto-regula e se
    constitui no melhor método para acabar com as
    desigualdades. Na pratica, o livre mercado é a
    forma mais perversa de produção da exclusão
    social.

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  • Partindo do pressuposto de que a liberdade em si
    é a instituição estruturadora do econômico e do
    político e de que o mínimo necessário para um
    individuo ser considerado humano é diferente em
    cada momento histórico, pode-se concluir que o
    neoliberalismo não é necessário por ser um
    instrumento de negação de existência humana pelas
    vias da exclusão social.

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  • Os neoliberais idealizaram e fazem apologia de um
    modelo de sociedade dualista, na qual o Estado é
    pensado sem economia e a economia é pensada sem a
    política, ou seja, guiada pela espontaneidade dos
    desconfortos e desejos individuais. A utopia
    neoliberal certamente não é uma alternativa à
    utopia socialista, nem uma alternativa ao Estado
    do Bem-estar severamente criticado pelos
    neoliberais. A principal inconsistência da
    proposta neoliberal de um Estado mínimo é não
    apresentar uma alternativa real para a sociedade.
    O neoliberalismo não se constitui num projeto de
    emancipação humana, e é por sua característica
    anti-humana que ele deve ser combatido.

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  • Nas primeiras décadas do século XX, se delineou,
    de forma articulada, uma nova visão do Estado, do
    mercado e, como vimos, dos direitos do homem, aos
    quais o neoliberalismo se opõe. Neste período
    surgiu a terceira geração de direitos,
    denominados de direitos econômicos e sociais.
    Tais direitos não são estabelecidos contra o
    Estado, nem direitos de participar do estado, mas
    sim direitos por meio ou através do estado.

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  • Os direitos econômicos e sociais , passam a
    exigir do Estado não mais uma postura de apenas
    vigilante do direito de propriedade, mas sim que
    o mesmo passe a intervir na sociedade e no
    mercado com o intuito de garantir e de promover a
    justiça social. Dessa forma, é o Estado, e não
    mais o mercado o chamado a organizar a sociedade
    e, em conseqüência é ele que passa a estabelecer
    os critérios para a distribuição da renda,
    fugindo, assim, da esperteza e da sorte
    individuais, critérios predominantes em uma
    sociedade baseada exclusivamente no mercado livre

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  • Nesse contesto o mercado passa a ser visto, em
    alguns casos, como uma força destrutiva e
    geradora de miséria e de marginalização do ser
    humano.
  • A intervenção do Estado no mercado, inaugura a
    segunda grande maré do mundo moderno que é a
    maré coletivista. Tal maré, abrange as sociedades
    comunistas, passa pelas sociedade nazistas e
    fascistas e alcança as sociedades democráticas. A
    maré coletivista, para os amantes do mercado,
    como são os neoliberais, representa a decadência
    do mundo moderno e é por isso que o
    neoliberalismo pode ser visto como uma reação
    profunda aos três tipos de sociedades surgidas
    com a maré coletivista.

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  • Tais sociedades, desapareceram quase que
    totalmente, de forma que a critica neoliberal,
    bem como a critica democrática, que entendem
    serem elas formações históricas totalitárias e,
    como tais, representam formas opressoras da
    liberdade individual, permanece apenas como uma
    alerta contra o seu renascimento.
  • No que diz respeito às criticas do neoliberalismo
    às sociedades democráticas contemporâneas são
    inaceitáveis devido ao fato de que em nome da
    liberdade individual quer se absolutizar o
    mercado, suas leis e sua lógica, que é perversa,
    excludente e destrutiva.

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  • O neoliberalismo se posiciona contra as
    sociedades comunistas, contra as sociedades
    nazistas e fascistas e contra as sociedades
    democráticas contemporâneas, ou seja, contra
    todos os tipos de sociedades modernas em que
    esteja presente algum tipo de intervenção do
    Estado.
  • Portanto, o modelo individualista de sociedade
    defendido, articula-se a partir de cinco grandes
    inversões, das quais quatro são políticas e uma
    jurídica, em relação ao modelo tradicional. Em
    primeiro lugar inverte a relação entre o Estado e
    os indivíduos, colocando no centro do mundo
    político o individuo e não mais o Estado. Em
    segundo lugar, inverte a relação entre a idéia de
    desigualdade entre os homens e a idéia de
    igualdade entre os mesmos, destacando está ultima
    como um dos valores básicos da nova sociedade. Em
    terceiro lugar, inverte a relação entre a origem
    natural do Estado e a origem contratual do mesmo,
    demonstrando que o Estado não surge do
    desdobramento de comunidades menores, mas sim de
    um contrato entre os indivíduos. Em quarto lugar,
    inverte a relação entre o fundamento divino ou
    tradicional do poder e o fundamento popular do
    poder, ressaltando que o poder somente é legitimo
    quando exercido a partir do consenso dos
    indivíduos. Em quinto lugar, inverte a relação
    entre os deveres e os direitos do homem.
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