Title: Viol
1Violência Doméstica e Familiar
As amarras culturais e os avanços jurídicos
- Conhecendo, entendendo e aplicando a Lei Maria da
Penha
Rede Mulher de Marília
Articuladores Antônio Carlos Gelsi Cássia Marina
Giodon da Silva Marina Monteiro de Queiroz
Ravazzi Rossana Rodrigues Rossini Camacho
2- Qualquer mulher pode ser vítima da violência
doméstica. Não importa se ela é rica, pobre,
branca ou negra se vive no campo ou na cidade,
se é moderna ou antiquada católica, evangélica,
atéia ou umbandista. - A única diferença é que as mulheres mais ricas
conseguem esconder melhor sua situação e têm mais
recursos para tentar escapar da violência.
3A Invisibilidade da Violência Doméstica
- Cultura Religiosa
- Cultura Científica Conhecimento Científico
- Filosofia Aristóteles A mulher é um homem
imperfeito - Historicidade da mulher enquanto propriedade
privada - O ciúmes e a mulher como propriedade privada
- Os homens não são naturalmente violentos,
aprendem a ser! - Cultura Popular
- Em problema de marido e mulher, ninguém mete a
colher - Roupa suja se lava em casa
4A Luta das Mulheres
- O estereótipos
- A luta pela igualdade de direito
- As conquistas
- O Direito ao voto (Constituição Federal de 1934)
- Criação das Delegacias de Polícia de Defesa da
Mulher (Lei 5.467/86) - Brasil 407 DDM
- São Paulo 126 DDM Marília 14ª - inaugurada em
24/04/1987 - Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06)
- Visibilidade do problema da violência doméstica
- Ampliar o debate na sociedade brasileira sobre a
questão, possibilitando rupturas na cultura
patriarcal brasileira
5Conceito de Violência
- Violência é um termo que deriva do latim
violentia - significando vis, força e vigor,e em sentido
amplo, é - qualquer comportamento ou conjunto de
- comportamentos que visem causar dano a outra
- pessoa, ser vivo ou objeto. Nega-se autonomia,
- integridade física ou psicológica e mesmo a vida
do - outro. É o uso excessivo da força, além do
necessário - ou esperado.
6Definições de Violência
- Violência contra a Mulher é qualquer conduta
ação ou omissão de discriminação, agressão ou
coerção, ocasionada pelo simples fato de vítima
ser mulher e que cause dano, morte,
constrangimento, limitação, sofrimento físico,
sexual, moral, psicológico, social, político ou
econômico ou perda patrimonial. Essa violência
pode acontecer tanto em espaços públicos como
privados. - Violência de Gênero violência sofrida pelo fato
de ser mulher, sem distinção de raça, classe
social, religião, idade ou qualquer outra
condição, produto de um sistema social que
subordina o sexo feminino. - Violência Doméstica Art. 5º quando ocorre em
casa, no ambiente doméstico, ou em uma relação de
familiaridade, afetividade ou coabitação. - Violência Familiar Art. 5º violência que
ocorre dentro da família, ou seja, nas relações
entre os membros da comunidade familiar, formada
por vínculos de parentesco natural ou civil, por
afinidade ou afetividade.
7Lei Maria da Penha
- TIPOS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
- VIOLÊNCIA FÍSICA quando o agressor bate na
mulher, deixando marcas, hematomas, cortes,
arranhões, manchas, fraturas ou ainda a impede de
sair de casa. - VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA quando insinua a
existência de amantes, ofende a mulher ou seus
familiares com freqüência, desrespeita o seu
trabalho, critica sua atuação como mãe, fala mal
do seu corpo, como também não deixa se maquiar,
cortar o cabelo e usar a roupa que gosta.
8Lei Maria da Penha
- TIPOS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
- VIOLÊNCIA SEXUAL quando força relações sexuais
com a parceira, obrigando-a a praticar atos
sexuais que não lhe agradam, critica seu
desempenho sexual e pratica sexo com sadismo. - VIOLÊNCIA PATRIMONIAL quando o agressor quebra
utensílios pessoais, rasga suas roupas, destrói
ou esconde seus documentos pessoais,
profissionais ou mesmo fotos e objeto de valor
sentimental. - VIOLÊNCIA MORAL entendida como qualquer conduta
que configure calúnia, injúria ou difamação
9Ciclos da Violência
- I. Tensão
- Essa fase se caracteriza por agressões verbais,
crise de ciúmes, destruição de objetos e ameaças.
A mulher procura acalmar o agressor, evitando
discussões, assim a mulher vai tornando-se mais
submissa e amedrontada. Em diversos momentos a
mulher sente culpa e se acha responsável pela
situação de violência em que vive, quando não
procura relacionar a atitude violenta do parceiro
com o cansaço, uso de drogas e álcool. -
- II. Explosão
- Essa fase é marcada por agressões verbais e
físicas graves e constantes, provocando ansiedade
e medo crescente. Essa etapa é mais aguda e
costuma ser mais rápida que a primeira etapa. - III. Lua de Mel
- Depois da violência física, o agressor costuma
se mostrar arrependido, sentindo culpa e remorso.
O agressor jura nunca mais agir de forma violenta
e se mostra muito apaixonado, fazendo a mulher
acreditar que aquilo não vai mais acontecer.
10Ciclos da Violência
- É muito comum que esse ciclo se repita, cada vez
com maior violência e menor intervalo entre as
fases. A experiência mostra que esse ciclo se
repete indefinitivamente ou termina em uma lesão
física grave ou homicídio.
11(No Transcript)
12Dificuldades da Mulher em Romper o Laço Afetivo
- Tem ligação afetiva com o agressor
- Tem medo de sofrer uma violência ainda maior
- Tem vergonha dos vizinhos, dos amigos e da
família - Tem medo de prejudicar o agressor e os filhos
- Não quer que o pai de seus filhos vá preso
- Se sentem culpadas e/ou responsáveis pela
violência que sofrem - Sensação de fracasso e culpa na escolha do
parceiro - Não possuem condições financeiras para mudar o
rumo de sua vida. - Perda da identidade (auto-estima e auto-imagem)
13Mitos sobre a violência doméstica
- A violência doméstica ocorre muito
esporadicamente - No Brasil
- 7 minutos uma quebradeira dentro de casa
- 5 minutos uma ameaça de espancamento
- 4 minutos uma mulher fica trancada em casa,
impedida de sair - 3 minutos uma mulher sofre uma ameaça a sua
integridade física com arma de fogo - 9 minutos uma mulher sofre tapas e empurrões
- 4 minutos ou 15 segundos uma mulher é espancada
14Mitos sobre a violência doméstica
- A violência só acontece entre famílias de baixa
renda e pouca instrução - As mulheres provocam ou gostam da violência
- Os agressores não conseguem controlar suas
emoções - A violência doméstica vem de problemas com o
álcool, drogas ou doenças mentais - Para acabar com a violência basta proteger as
vítimas e punir os agressores
15Atendimento à Mulher Vítima
- Quebrando o silêncio
- A primeira atitude a ser tomada em uma situação
de violência é pedir ajuda para alguma pessoa que
transmita confiança. - Essa pessoa geralmente é um Policial
16Atendimento à Mulher Vítima
- Não pressuponha! Procure ouvir e compreender!
Cada história é única e singular, mesmo que,
para você, pareça igual a anterior. - Procure estabelecer uma relação de confiança com
a vítima. - Procure não julgar a pessoa que você está
atendendo. Todos nós temos limites enormes aos
olhos dos outros. O julgamento é o maior
obstáculo a comunicação. - Seja sensível! A mulher que sofreu violência foi
e está se sentindo muito humilhada. Provavelmente
ela não queira se expor ainda mais, inclusive
porque está amedrontada e confusa. Portanto, ao
abordá-la não seja evasivo, respeite os limites
do que ela possa contar naquele momento, seja
ético e discreto.
17Atendimento à Mulher Vítima
- Não infantilize a vítima! Ela já foi
infantilizada demais pelo agressor. - Não tente adivinhar, escute!
- Converse com a vítima distante do agressor e dos
filhos para que a mulher possa esclarecer sem
medo ou constrangimento a situação. - Não faça mediação no local, segundo a Lei Maria
da Penha é função da Polícia Militar levar a
mulher vítima no momento da chamada via COPOM a
DDM ou ao Plantão Policial para realizar um
Boletim de Ocorrência. A mulher precisa romper o
ciclo da violência e a Polícia Militar possui um
importante papel nesse caminho de ruptura.
18Atendimento à Mulher Vítima
- O registro do Boletim de Ocorrência é de
responsabilidade da Polícia Civil, como também
desenvolver todos os procedimentos de polícia
judiciária previsto no capítulo terceiro da Lei
Maria da Penha Art. 10º, 11º, 12º combinado com
Art. 20º, 27º e 28º. - A Polícia Civil em grande parte dos casos é a
primeira forma de atendimento à mulher vítima,
por isso a importância desse organismo no
acolhimento.
19Rede Mulher de Marília
- Serviços de Atendimento Direto
- Polícia Militar
- Polícia Civil
- Delegacia de Defesa da Mulher
- Procuradoria Regional de Marília
- Hospital das Clínicas Serviço de Urgência e
Emergência - Hospital Materno Infantil
- Pronto Atendimento Coimbra
- Pronto Atendimento Santa Antonieta
- Pronto Atendimento São Francisco
- Santa Casa de Misericórdia de Marília
- Hospital Universitário de Marília
20Rede Mulher de Marília
- Serviços de Atendimento Direto
- Prontomed
- Centro de Referência em Assistência Social
(CREAS) - Projeto Núcleo de Atendimento a Vítima de Abuso
Sexual (NAVAS) - Serviços de Atendimento Indireto
- Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS-AD)
- Rua Marechal Deodoro n. 167
- Fone 34226322 ou 34226484
- OAB Mulher
- Rua Gonçalves Dias n. 440
- Fone 34338140
- Conselho Municipal da Mulher
21Orientações para a mulher que vive emSituação de
Violência
- Leve sempre com você os telefones de emergência
- Durante as agressões, evite locais com acesso
fácil a facas ou outros objetos cortantes. Vá
para fora da casa - Evite revidar com violência. Não use armas.
- Sempre que possível leve as crianças. Elas
poderão ser usadas contra você como objeto de
chantagem. - Mantenha algum dinheiro escondido. Este poderá
ser muito útil. - Guarde roupas, cópias de documentos e um pacote
de objetos de primeira necessidade em local
seguro (casa de amigos, vizinho, parentes,
igreja, associação de moradores ou profissionais
de sua confiança. Tudo para você e para as
crianças, se for o caso. - Se você tiver carro, mantenha cópias das chaves
em local seguro. - Converse com pessoas em quem você confie e
combine com elas um plano de emergência.
22- A emoção não se rompe por lei, ela se rompe pelo
empoderamento
23(No Transcript)