Title: Os Usos da Psicofarmacologia e o Paciente em An
1Os Usos da Psicofarmacologia e o Paciente em
Análise
2ANTIGÜIDADE
- Egito antigo Livro dos corações (papiro Eber
1552 a.c.) - Religiosidade o mundo dos mortos
- Tratamento mágico-religioso ou cirúrgico (técnica
de trepanação) - Sono do templo ou incubação Imhotep (2600 a.c.)
3(No Transcript)
4- Peru características semelhantes na Antigüidade
- Sociedades rígidas, hierárquicas, dominadas pela
religião - Achados pré-históricos de trepanação
5GRÉCIA
- Grécia a loucura em cultos religiosos e escolas
de filosofia - Platão loucura divina e loucura física
- Hipócrates teoria dos humores. Drenagem dos
humores em excesso. Ex sangria, purgativos,
dieta
6- ...do cérebro, e apenas do cérebro, surgem
nossos prazeres, alegrias...bem como nossas
tristezas, dor, pesar e lágrimas. É este mesmo
órgão que nos torna loucos ou delirantes,
influencia-nos com terror e medo, traz a
insônia...e a ansiedade despropositada. - Hipócrates,
406-377 a.C.
7- Aristóteles (384-322a.C.), ao contrário,
sustentava que o coração era o centro da alma e
das emoções. - Não fazia a distinção entre nervos e tendões.
- O cérebro resfriava o sangue oriundo do coração.
8Império Romano
- Romanos Império legalista
- Proteção dos pertences dos insanos, declarados
incompetentes - Galeno ( 130-200d.C.) Médico grego e a figura
mais importante na medicina romana. - Defensor da Teoria dos Humores de Hipócrates.
9Outras Culturas
- Hipócrates e Galeno Grécia a Roma. Ataraxia
- Israel profetas e loucura
- Corão majnoon
- Cristianismo São João Batista
10IDADE MÉDIA
- Controle da Igreja
- Imaginação realidade
- O demônio e a Inquisição possessão
- Doença moral, orações
- Os loucos vagantes e a nau dos insensatos
exclusão - Bedlam
11Bedlam William Hogarth 1735
12ILUMINISMO
- Descartes dualismo corpo x espírito Res extensa
x res cogitans - Humanismo declínio do controle da Igreja
monarquia e burguesia - Doença mental surgimento da Psiquiatria
Pinel
13(No Transcript)
14(No Transcript)
15REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
- Frenologia Gall
- Estudo sistemático do cérebro ainda polêmico
- A neurosífilis e a causalidade
- 1822, Antoine-Laurent Bayle. Esquirol
- O iodeto de potássio e a malária
- As taras genética
16MODELOS DE SAÚDE E DOENÇA MENTAL
17Biológico
- Fortemente apoiado por médicos e enfermeiras.
- Algum apoio de cuidadores
- Continuum físico saúde-doença
- Sintomas são guia inicial quanto à severidade
- Causada por mudanças no cérebro
18PSICODINÂMICO
- Fora de moda em alguns países ainda poderoso em
outros e no pensamento leigo - Contínuo de dificuldade/stress emocional
- Necessidade de compreender o comportamento
freqüentemente em termos de experiências
traumáticas precoces
19COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
- Modelo poderoso na psicologia
- Contínuo de comportamento normal-anormal
- Comportamento considerado pela sua apresentação
- Aprendizado inapropriado, habilidades de
enfrentamento pobres
20STRESS SOCIAL
- Influente entre profissionais de atenção primária
e assistentes sociais - Contínuo saúde baixo stress / doença alto
stress - Os sintomas podem indicar o grau de stress
- Pessoa vista como vítima de forças sociais, e não
doente - Causas stress social e cultural, conflito
cultural, status de marginalidade
21MODELO DE FAMÍLIA
- Algum apoio de assistentes sociais e de atenção
primária - Toda a família está doente, não apenas o paciente
- Olhar o comportamento de todos os membros da
família - O que se manifesta como doença é inerente à
própria família - O paciente age em resposta a pressões da família
22MODELO CONSPIRATÓRIO
- Apoio de profissionais radicais e antipsiquiatras
- Doença mental como um mito
- Resultado da forma como os demais esperam que a
pessoa se comporte
23Psicofarmacologia
- Fato da
- Mídia
- Economia
- Ideologia
- Política
24MIDIA
- Diariamente somos informados do lançamento de
substâncias capazes de tratar os mais variados
males e da descoberta de suas causas impotência,
depressão, euforia, bulimia, anorexia, delírio,
alucinação, angústia, medo, obsessão,
desamparo...,a lista é extensa e continuamente
renovada.As novidades são lançadas com grande
alarde pelos laboratórios e centros de pesquisa,
amplificadas pela imprensa, defendidas pelos
especialistas e tem extensa repercussão
"descoberta a cura da depressão!", "método
revolucionário para o tratamento da
esquizofrenia!", "remédio resolve problemas de
timidez!", "acabe com a impotência!"
25- É parte do senso comum contemporâneo a idéia de
que várias formas de sofrimento,de mal estar,de
distúrbios psíquicos, são causados, tratados e
curados biologicamente, que já conhecemos o modo
de funcionamento de nossos cérebros e mentes e
que a ciência já teria descoberto ou estaria
prestes a descobrir as razões últimas da
normalidade e anormalidade do homem.A opinião
consensual contrasta fortemente com a opinião de
alguns clínicos, cientistas e filósofos. John
Searle,por ex, entende que é escasso o
conhecimento que temos do cérebro humano e que as
pretensões de certas teorias são proporcionais ao
tamanho desta ignorância.Cita o neurologista
David Hubel,para quem "o nosso conhecimento do
cérebro encontra-se num estado muito primitivo.
".4
26 Desde tempos imemoriais sabe-se que substâncias
químicas introduzidas no corpo podem modificar
estados psíquicos. Álcool, ópio, haxixe, cocaina,
alucinógenos... Em 1860,o químico alemão Albert
Nieman extraia da folha de coca seu alcalóide,a
cocaina
27Freud que, durante muito tempo, autoprescreveu-se
cocaina, escrevia em 1884... "a cocaina parece
convocada a preencher uma lacuna no arsenal dos
medicamentos de que a psiquiatria dispõe.(...) É
por isto que se recomendou a coca nos estados de
enfraquecimento psíquico mais diversos,para
combater a histeria,a hipocondria,os distúrbios
da melancolia,o estupor,etc" Uma substância
específica era capaz de tratar vários quadros
psiquiátricos.
28- 1952 - Delay e Deniker sucesso obtido no
tratamento de paciente psicótico com
clorpromazina - Década de 50 Kuhn imipramina
- 1960 - clordiazepóxido
- década de 70 - sais de lítio e medicações
inicialmente ultilizadas na epilepsia(carbamazepin
a,ácido valproico) como estabilizadores de humor. - anos 80 - neurolépticos atípicos e ISRS
- NOVA MÁGICA PARA NOVOS XAMÃS?
29COMO E PORQUE MEDICAR?
- Psicóticos
- Remissão ou melhora dos sintomas positivos
(alucinações, delirios, agitação) - Evitar internamentos
- Melhora da amarração no discurso
- Aumento da adesão (bilateral)
- A medicação deve servir à humanização do sujeito
psicótico, não à sedação ou controle
30COMO E PORQUE MEDICAR?
- Deprimidos
- Melhora e redução do risco de suicídio
- O discurso sai da temática depressiva única
- Cuidado com a possibilidade de indiferença
(efeito colateral) - Mesmo depressões leves, se crônicas, podem causar
grandes danos
31Quando encaminhar
- Tristeza ou angústia fora do discurso
- Lentificação e/ou perda de energia
- Despertar precoce e piora matutina
- Anedonia e perda de perspectiva de futuro sem
relação com o curso da análise - Aumento da dor física
- Risco de suicídio
32COMO E PORQUE MEDICAR?
- Transtorno bipolar
- Qualquer terapia deve trabalhar a adesão à
medicação - Alto risco de suicídio
- Risco de DST, abuso de drogas, violência, gastos
excessivos - Na mania, a associação não se detém, o que
praticamente impossibilita o insight - Atenção também para alterações de sono e ritmos
do corpo na mania
33COMO E PORQUE MEDICAR?
- Obsessivos
- Mesmo o psiquiatra não deve medicar e fazer
terapia - Esperar melhora parcial em casos graves
- Cuidado para não ritualizar a medicação
- Fóbicos
- Medicação de preferência com uso eventual
34COMO E PORQUE MEDICAR?
- Transtorno de pânico
- Ajuda a controlar as crises de pânico
- Pacientes com estrutura histérica mais marcada
vão poder deixar a medicação, com a terapia, com
mais facilidade - Parece haver um mecanismo biológico, mas cuidado
para que não seja usado como forma de escape - Stress pós-traumático
- Reduz cronicidade
- Inverto a pergunta porque análise?
35COMO E PORQUE MEDICAR?
- Transtornos de controle dos impulsos e
borderlines - Melhora a adesão
- Reduz mais rapidamente (quando funciona) as
conseqüências mais graves dos atos (ex suicídio,
violência, ato impulsivo) - Histeria
- Só em crises graves e agudas - eventual
36Como acompanhar
- Escolha de psiquiatra pelo analisando ou pelo
analista? De preferência, com conhecimento dos
processos de análise - Aconselhar o analisando a contatar o médico
quando em dúvida sobre efeito (terapêutico ou
colateral) - Contatar o médico em casos especiais,
principalmente planos de suicídio
37USO CONTINUADO
- A dificuldade em aceitar ser portador de doença
crônica - já estou bom, posso parar
- Aprendizado para identificar sinais precoces de
recorrência - Modificar o estilo de vida