Title: HIST
1HISTÓRIA, LITERATURA E ENSINO NARRATIVAS PLURAIS
- Prof. Clóvis M. Gruner
- Universidade Tuiuti do Paraná
- Prof. Fábio L. Iachtechen
- Dept. De Educação Básica SEED
- Texto adaptado da palestra por Adriano
Braun
2- 'É preciso desnudar o rei, tornar a literatura
sem reverências, sem reducionismos estéticos,
dessocralizá-los, submetê-la ao interrogatório
sistemático que é uma obrigação do nosso ofício. - Para isso historiadores a literatura é enfim
testemunho histórico. - Sidney Chalhoub
3Historia, literatura, ficção e narrativa
- Ficção Ato ou efeito de fingir simulação coisa
imaginária fantasia, invenção, criação. - (Holanda,1996.p774)?
- Texto o que buscamos?
- Buscamos significações nas palavras.
- Seu significado (palavras) está no dicionário.
- Jorge luiz Borges
4Sandra J. Pesavento
- Fronteiras da ficção diálogos com
- a história e a literatura
-
- História e literatura uma velha nova história.
- A história é um romance verdadeiro
- Paul Veyne
5História
- Conjunto dos fatos ocorridos no passado
- Narrativa organizada dos acontecimentos do
passado - Ciência ou método que transmite ou explica a
evolução da humanidade - Conhecimento ou disciplina escolar a ser
transmitida e ou compreendida
6Aristóteles (poética) Literatura e História
- São ramos do mesmo tronco, tanto poesia e
história contam algo organizado - Poesia conta algo que poderia ter acontecido
- História do que aconteceu.
- História a partir de Heródoto mitologia grega
e poesia - História Científica a partir de Tucidides
-
7- Dizer que a história e uma narrativa
verdadeira, de fatos conhecidos, com homens
reais, não é, entretanto, afirmar que, como
narrativa ela seja mimese daquilo que um dia
teria ocorrido. Assim, há sempre a presença de um
marcador que mediatiza aquilo que viu, vê ou
ouviu falar e que conta e explica a terceiros uma
situação não presenciada por estes.
8- Há uma atividade de voz narrativa que organiza
o acontecido, ordena os acontecimentos, apresenta
os personagens, dispõe as temporalidades e
apresenta o conteúdo de dados ao
leitor/ouvinte.(...) chamemos de ficção, como ato
ou efeito de colocar no lugar de, dar o efeito
de real, como aquilo que se passou longe do olhar
e da vida dos ouvintes, ou chamemos simplesmente
este ato singular e mágico de representação.
9- A sociologia da literatura desde muitos anos,
circunscrevia o texto ficcional no seu tempo
compondo o quadro histórico, no qual o autor
viverá e escreverá sua obra, A história, por seu
lado, enriquecia por vezes seu campo de análise
com uma dimensão cultural na qual a narrativa
literária era ilustrativa de sua época.
10 Para enfrentar aproximação entre estas formas
de conhecimento e datas sobre algo que se deu no
passado, sem dúvida a literatura não será a
melhor fonte a ser utilizada?
- Como a Literatura a sintonia fina de uma época
pode ser encontrada em Balzac, Machado de Assis,
sem se preocupar com os fatos dos personagens
terem existidos. - Foram reais na verdade do simbólico que
expressam não no acontecer da vida. São dotados
de realidade porque encarnam virtudes e defeitos
dos humanos, porque nos falam do absurdo da
existência, das misérias e conquistas da vida,
(...)?
11 Os historiadores também mediatizam mundos,
conectando escrita e leitura. Na reconfiguração
de um tempo histórico, os historiadores elaboram
versões estas plausíveis, possíveis daquilo que
passou um dia a verossimilhança de um passado
real.
12- O historiador está preso as fontes....
- Se dá como meta atingir o real, e isso impõe
limitações... - A carga de ficção na história é controlada pelas
estratégias de argumentação retórica- e pelos
rigores do método, que dão sentido ao texto.
13Retórica, dialética, gramática
- A literatura é pois, uma fonte para o
historiador mais privilegiada, porque lhe dará
acesso especial ao imaginário, permitindo-lhe
enxergar traços e pistas que outras fontes não
lhe dariam. - Fonte especialíssima, porque lhe dá a ver, de
forma por vezes culpada, as imagens sensíveis do
mundo.
14- Hans Magnus Enzensberger-
- La literatura em cuanto História
- Por vezes, a coerência de sentido que o texto
literário apresenta, é o suporte necessário para
que o olhar do historiador se orienta para outras
fontes e nelas consigo enxergar aquilo que ainda
não viu.
15 El único sistema de signos coherentes em donde
se puede leer la historia como uma realidad
material y concreta parece ser y no se trata de
uma ironia el mismo que rechazaba y criticada
Hécates de Mileto La literatura Hans
Magnus Enzenberger
16Lawrence StoneO Ressurgimento da narrativa
(1979)?
- Ninguém está sendo instado a jogar fora sua
calculadora e contar uma história. - Só se pode tratar da Virtú ou da fortuna
através de uma narrativa, ou mesmo de uma
anedota, na medida em que a primeira é um
atributo individual e a segunda consiste num
acidente feliz ou infeliz - Nicolau Maquiavel
17- A historia narrativa se distingue da historia
estrutural por dois aspectos essenciais - Sua posição é mais descritiva que analítica, e
seu enfoque central diz respeito ao homem e não
as circunstancias. - Nenhum historiador narrativo(...) deixa a analise
totalmente de lado, mas ela não constitui o
arcabouço de sustentação em torno da qual
constroem sua obra.
18História cientifica Século XX
- Modelo econômico-marxista ( estrutural)?
- Ela avança num processo dialético, através do
conflito de classes - Modelo ecológico demográfico francês, empregado
pelo Annales, compreende como variáveis
importantes da historia as mudanças no equilíbrio
entre a oferta alimentar e a população
determinadas por estudos quantitativos sobre
preços, população e produtividade.
19A abordagem cliametrica americana
- A história é concebida por modelos paradigmáticos
testados por meios de formulas matemáticas e
algébricas, aplicadas a dados eletronicamente
processados.
20- Como o determinismo econômico e ou demográfico
ditava em larga medida o conteúdo do novo gênero
de pesquisa histórica, a modalidade para
organizar e apresentar dados era a analítica,
mais do que a narrativa, e os próprios dados
deviam ter uma natureza quantitativa ao máximo
possível. - L. historia mobile - Le Roy Moudine
21- A primeira causa do atual ressurgimento da
narrativa é uma desilusão generalizada com o
modelo econômico atual. - As questões que estão sendo colocadas pelos
novos historiadores, são afinal as que preocupam
a todos a natureza do poder, da autoridade e da
economia. - O determinismo econômico e demográfico sofreu um
enfraquecimento das ideias da cultura e mesmo da
vontade.
22- A maioria dos grandes problemas da história
continuam tão insolúveis como sempre, senão
mais(...)? - A quantificação nos informou muito sobre as
questões sobre O QUÊ da demografia histórica,
mas, pouco sobre os PORQUÊS. -
23PAUL RICOEURTEMPO E NARRATIVA
- - Diferentes concepções de tempo
- cósmico coisas
- vivido pessoas
- - Ricoeur terceiro tempo
- construído pelo processo narrativo
- acessível pela linguagem
24- - Mas os dois ocorrem ao mesmo tempo
- Tempo humano constitui-se a partir do presente
- Tempo presente articula-se ao passado e futuro
- O presente do passado é a memória
- o presente do presente é a visão
- o presente do futuro é a expectativa.
- Santo Agostinho
25Narrativas e experiência humana
- - Narrativas reconstruções do nosso
ser-no-tempo - - Diferentes matrizes narrativas
- mito
- ficção
- historiografia
26- - Quadrilátero do discurso
- locutor
- interlocutor
- sentido
- referência
- - Aproximação História e Ficção
- Ficcionalização da história
- Historicização da Ficção
27MICHEL DE CERTEAUA OPERAÇÃO HISTORIOGRÁFICA
- O que fabrica o historiador quando faz
história? - Trabalho historiador mediação entre presente e
passado - História prática circunscrita a um lugar.
- Definições
- História e historiografia
- História é uma prática, seu resultado e sua
relação. - Operação fruto de combinação entre lugar
social, pratica científica e escrita
28Um Lugar Social
- - Escrita se articula com lugar de produção.
- - Autor e seu discurso operam no interior de
- instituições do saber .
- Nós - fabrica o historiador a partir de
- Leis
- Leis - possibilidades e critérios de validação
do discurso. - História e Sociedade
- História demandas do historiador e
determinações sociais - Situação social do historiador
29- Uma Prática
- - Procedimentos do Historiador
- Estabelecimento de fontes
- Atenção as diferenças
- Trabalho sobre o limite
- - Duplo movimento
- Retorno de fato/ acontecimento
- Diálogo com outras disciplinas
- Novas Funções
- Mudança de sentido e concepção de real
- Ênfase nas particularidades
- Distancia entre passado e presente
30Michel de FoucaultEu vou ao passado para saber o
que me diferencia dele
- Uma Escrita
- - Escrita operação que faz passar da prática
investigativa a representação literária. - - Representação Literária história articulada a
um lugar social e ligada a uma prática - Toma ao mais anterior como ponto de partida
- Pesquisa interminável X fim da escrita
- Representação plena
31- - Escrita é uma prática social controlada
-
- Cronologia
- Construção historiográfica
- Manifestação do discurso historiográfico
- Invenção do cotidiano ( Michel de Foucault )?
-
32A produção dos lugares
- - Escrita combina operação de erosão e construção
de unidades - Discurso não é passado
- passado não é pensável sem escrita
33ROGER CHARTIER
- - Duplo crítica
- Paradigmas contemporâneos
- Paradigmas tradicionais
-
- - História deve pensar
- Maneiras como o indivíduo constroem o mundo
social - Processos e redes sociais complexas e dinâmicas
34História e Narrativa
- - Narrativa atribui significado as ações /
decisões dos indivíduos - - Construção de novas narrativas
- - Recuperar propriedades específicas da narrativa
histórica. - Efeito Realidade
- Procedimentos acreditação e produção de
verdades
35As especificidades da História
- - História é um discurso
- Aciona construções, figuras e composições da
escrita narrativa. - Produz um corpo de enunciados científicos
- - Coerência nas relações entre
- Um passado construído pela operação histórica
- Realidade referencial quer a narrativa
histórica representa.
36Conceitos
- - Representação
- Representações coletivas
- Estilização da vida
- Presentificação do ausente
- - Leitura
- - Apropriação
- História e Fonte Literária
- - Passado nos chega
- Fragmentado
- Lacunas
- Descontextualizado
37Narrativa LiteráriaNarrativa Histórica
- - Aproximações
- Representações do Real
- Ordenação do real e busca de coerência
- Se completam pela leitura
- - Tensões
- História parte do fato, documento e fonte
- modalidade de leitura
- Noção de verdade
- Autoridade do texto
38- Pressupostos metodológicos
- Literatura recriação imaginária do real
- textos não mantêm com realidade de
transparência - Texto como construção historicizada
- Individualismo ... organização econômica e
política que proporcione a seus membros um amplo
leque de escolhas e de uma ideologia baseada não
na tradição do passado, mas na autonomia do
indivíduo, sem levar em conta seus Status social
ou capacidade pessoal - Advento do capitalismo Industrial Difusão do
protestantismo, sobretudo em suas formas
calvinista e puritana
39- O Único assassinato de cazuza
- Intertextualidade
- Referência ao Náutilus
- Caracterização Cazuza
- Oposição interior e cidade
- Política
- Ambiente intelectual
- Preconceito social e racial
- Diferenças entre cidade X interior
- Estrutura política
- Memória
- Temas recorrentes
- Trajetória personagem
- Morte da mãe
- passagem da história da esfera privada para o
espaço público
40- Triste Fim de Policarpo Quaresma
- - Intertextualidade
- Trajetória de Quaresma
- Referência ao Bovarismo
- Oposição interior e cidade
- cultura popular X cultura cosmopolita
- - Política
- Ambiente intelectual
- Processo de modernização urbana
- Diferenças entre cidade e interior
- Estrutura política
- - Oposição memória e história
- Passado historicizado X passado rememorado
- Discurso da ciência X experiência vivida