Title: S
1São Francisco Xavier
2Francisco Xavier nasceu no castelo da família em
Xavier, no Reino Navarra, a 7 de Abril de 1506,
segundo o registro mantido pela sua família.
Filho de famílias aristocráticas navarra, era o
filho mais novo de Juan de Jasso (conselheiro da
corte do Rei João III de Navarra) e de Maria de
Azpilicueta y Xavier, única herdeira de duas
famílias nobres de Navarra. Seguindo a tradição
basca de atribuição do sobrenome, foi batizado
herdando o nome de sua mãe, de Xavier. O seu nome
é corretamente escrito Francisco de Xavier e não
Francisco Xavier, já que Xavier provém do nome da
terra da qual a família é originária, nem
Francisco Javier, já que não só essa é a grafia
castelhana como Francisco de Xavier desempenhou a
missão da sua vida em território português e essa
é a pronuncia portuguesa da mesma palavra.
3Em Roma, Francisco de Xavier sente-se muito
abalado pela conquista do Reino de Navarra pelo
Reino de Castela. É nesse momento que Dom João
II, Rei de Portugal, depois dos sucessivos apelos
ao Papa Paulo III para que este lhe envie
missionários para espalhar a fé cristã pelos
territórios descobertos pelos portugueses, é
aconselhado entusiasticamente pelo diretor do
Colégio de Santa Bárbara, Diogo de Gouveia, a
chamar para os Reino de Portugal os jovens cultos
e inteligentes da Companhia de Jesus, que este
lhe recomenda. Dom João III pede assim ao
embaixador de Portugal em Roma que sonde o grupo
e é aí que Francisco de Xavier descobre um
caminho para pôr em prática a sua vocação
missionária. É escolhido por Inácio de Loyola e
chega a Portugal em 1540..
4Sabe-se, através das cartas a Inácio de Loyola,
que as primeiras impressões de Francisco Xavier
sobre Goa foram muito favoráveis, tendo ficado
entusiasmado com a quantidade de indianos que
falava português, com a quantidade de igrejas e
de convertidos. No entanto, à medida que foi
conhecendo melhor a cidade, apercebeu-se de que
muitos dos convertidos praticavam ainda
paralelamente cultos hindus e que muitos
portugueses davam também a eles mau exemplo,
defendendo as virtudes cristãs mas não as
praticando.
5Estrategicamente, decidiu assim dedicar-se numa
primeira fase a reencaminhar os portugueses para
a verdadeira fé, tendo só posteriormente iniciado
o seu trabalho de conversão. Quando iniciou as
conversões, dedicou-se primeiramente às crianças
e só depois aos adultos. Todo o tempo que lhe
sobrava era dedicado a visitar as prisões, a
tratar dos doentes no Hospital Real e dos
leprosos no Hospital de São Lázaro. É aí que
começa a escrever um catecismo que veio a ser
traduzido para várias línguas asiáticas.
6A 20 de Setembro de 1543, parte na sua primeira
ação missionária para a costa a que os
portugueses chamavam Costa de Pescaria, na
costa este do Sul da Índia, a Norte do Cabo
Comorim, território dos pavarás. Nesta região a
prática da pesca era muito popular, prática essa
que não era bem encarada pela religião hindu, que
reprova a morte de animais. Os pescadores da
região foram portanto muito receptivos à religião
cristã que não os criticava pela profissão que
levavam, que até usava um peixe como um dos seus
símbolos e cujos primeiros apóstolos convertidos
por Cristo eram pescadores de peixe tornados
pescadores de homens.
7O trabalho de Francisco de Xavier inaugurou
mudanças permanentes nas ilhas que configuram a
Indonésia Oriental, tendo-se tornado conhecido
como o Apóstolo das Índias quando entre 1546 e
1547 trabalhou nas ilhas Molucas, cavando os
alicerces para uma Missão permanente. Batizou
milhares de pessoas. Depois de partir desta
região, o seu trabalho foi continuado por outros,
sendo que na década de 1590 já havia entre 50.000
e 60.000 católicos na região, sobretudo nas ilhas
de Ambonio.
8Em Dezembro de 1547, em Malaca, Francisco de
Xavier conhece o aventureiro e futuro escritor
Fernão Mendes Pinto, que regressava do Japão e
trazia consigo um nobre japonês de nome Angiró,
natural de Kagoshima. Angiró ouvira falar de
Francisco em 1545 e viajara de Kagoshima para
Malaca com o propósito de o conhecer. Angiró
tinha sido acusado de assassínio e fugira do
Japão. Abriu o seu coração a Francisco,
confessando-lhe a vida que levara até ali, mas
também os costumes e cultura da sua amada terra
natal. Angiró é batizado por Francisco Xavier e
adota o nome português de Paulo de Santa Fé.
9Angiró era samurai e, como tal, tornar-se-ia um
valiosíssimo mediador e tradutor para uma Missão
ao Japão que assim se tornava cada vez mais
próxima da realidade. Perguntei a Angiró se os
japoneses se tornariam cristãos se eu fosse com
ele ao seu país, e ele respondeu-me que eles não
o fariam imediatamente, mas que primeiro me
fariam muitas perguntas para saberem o que eu
sabia. Acima de tudo, que eles quereriam saber se
a minha vida corresponderia ao meu ensinamento.
10Partiu de Goa a 15 de Abril de 1549, parou em
Malaca e visitou Cantão, na China. Foi
acompanhado por Angiró, pelo padre Cosme Torres,
pelo irmão João Fernandes e por outros dois
homens japoneses que estudaram em Goa para
servirem de intérpretes. Levou também consigo
inúmeros presentes para o Rei do Japão, já que
tencionava apresentar-se perante ele como
representante da cristandade. Alcançaram o Japão
a 27 de Julho de 1549, mas só a 15 de Agosto é
que foram autorizados a aportar em Kagoshima. Foi
recebido amigavelmente e ficou hospedado pela
família de Angiró até Outubro de 1550. Entre
Outubro e Dezembro desse ano residiu em
Yamaguchi.
11Pouco antes do Natal, partiu para Kyoto, mas não
conseguiu autorização para visitar o Imperador.
Regressou a Yamaguchi em Maço de 1551, onde o
daimio daquela província o autorizou a pregar.
Contudo, faltando-lhe a fluência na língua
japonesa, teve de se limitar a ler alto a
tradução do catecismo feita com Angiró. Francisco
teve um forte impacto no Japão, tendo sido o
primeiro jesuíta a lá ir em Missão. Levou com ele
pinturas da Virgem Maria e da Virgem com Jesus.
Estas pinturas ajudaram-no a explicar o
cristianismo aos japoneses, já que a barreira de
comunicação era enorme, visto o japonês ser uma
língua diferente de todas as que os missionários
tinham até aí encontrado.
12O conceito de Inferno foi também difícil de
explicar, pois os japoneses não aguentavam a
concepção de que os seus antepassados podiam
estar num Inferno eterno do qual era impossível
libertá-los. Apesar das diferenças religiosas,
Francisco de Xavier terá sentido que os japoneses
eram um povo bom, como os povos europeus, e que
por isso poderiam ser convertidos.
Os japoneses não se revelaram pessoas facilmente
conversíveis. Muitos eram budistas. Francisco
Xavier teve dificuldade em explicar-lhes um
conceito de Deus segundo o qual Deus criara tudo
o que existe. Aos seus olhos, Deus seria então
responsável também pelo Mal e pelo pecado, algo
que era para eles uma ação incompreensível da
parte de Deus.
13Com a passagem do tempo, a missão de Francisco
Xavier no Japão pode ser considerada muito
frutuosa, tendo conseguido estabelecer
congregações em Hirado, Yamaguchi e Bungo. Xavier
continuou a trabalhar durante mais de dois anos
no Japão, tendo escrito um livro em japonês sobre
a Criação do Mundo e a Vida de Cristo, até à
chegada dos jesuítas que o vieram suceder, cujo
estabelecimento supervisionou.
14De volta a Goa, Xavier não baixou os braços,
ocupando-se em enviar para várias regiões da
Índia os muitos grupos de novos jesuítas
recém-chegados à Índia, com o objetivo de
fundarem missões. Apesar da intensa atividade,
Francisco Xavier acalentava o sonho de ser
missionário na China, onde era proibida a entrada
de estrangeiros. Parte a 14 de Abril de 1552,
convencido de que conseguiria infiltrar-se
secretamente e cativar chineses para o
cristianismo. Desembarcou na ilha de Sanchoão e,
quando se encontrava em negociações com um
mercador chinês que prometera levá-lo consigo,
foi atacado por febres violentas.
15São Francisco Xavier morre a 3 de Dezembro de
1552, numa humilde esteira de vimes, abraçado ao
crucifixo que o velho amigo Inácio, um dia, lhe
tinha oferecido. Foi primeiramente sepultado em
Sanchoão, mas em Fevereiro de 1553, os seus
restos mortais, encontrados incorruptos, foram
transportados da ilha e temporariamente
sepultados na Igreja de São Paulo em Malaca.
Depois de 15 de Abril de 1553, Diogo Pereira vem
de Goa, remove o corpo de Xavier e leva-o para
sua casa.
16É a 11 de Dezembro desse ano que o corpo de
Xavier é levado para Goa. Francisco Xavier é um
santo Católico. Foi beatificado pelo Papa Paulo
V, a 25 de Outubro de 1619 e canonizado pelo Papa
Gregório XV, a 12 de Março de 1622, em simultâneo
com Inácio de Loyola. É o santo patrono dos
missionários. O seu dia festivo é 3 de Dezembro.
Enquanto andava pelo Oriente, contavam-se
muitas histórias a seu respeito, e dizia-se que
Francisco era capaz de prever o futuro, ver
acontecimentos que se desenrolavam à distância e
acalmar as tempestades marítimas. A imagem de São
Francisco Xavier surge geralmente associada a um
símbolo composto com um caranguejo com um
crucifixo nas tenazes. Este símbolo relaciona-se
com um dos milagres que lhe é atribuído.
1704/12/2009
Texto- Vikipedia Imagens - Google Música -
Esnesto Cortazar Formatação - Altair Castro