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Teresa Neto

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Hematologia 4 ano Teresa Neto Mariana Neves Neuza Ferreira Talassemias S ntese deficiente de uma ou mais cadeias polipept dicas da hemoglobina humana normal ... – PowerPoint PPT presentation

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Title: Teresa Neto


1
Hematologia 4º ano
  • Teresa Neto
  • Mariana Neves
  • Neuza Ferreira

2
Talassemias
  • Síntese deficiente de uma ou mais cadeias
    polipeptídicas da hemoglobina humana normal
  • Anemia esplenomegalia deformidades ósseas

3
Recordando.
  • A hemoglobina é uma molécula complexa, formada
    por uma porção proteica Globulina - e uma não
    proteica - heme. No organismo humano encontram-se
    3 tipos de Hb
  • A1 que representa 97 do total
  • A2 que corresponde a 3 da Hb do adulto
  • F presente durante a vida intra-uterina
  • A diferença entre estas encontra-se na estrutura
    da globina que se compõe de dois pares de cadeias
    proteicas
  • A1 a2 ß2
  • A2 a2d2
  • F a2 ?2
  • Durante os primeiros 6 meses de vida a HB F é
    substituída pela Hb do adulto (Hb A1) com a
    formação de cadeias ß ao invés de ?. Quando tal
    não é possível a produção de HB F prolonga-se na
    vida extra uterina.

4
Hemoglobina Subunidade a-like Subunidade ß- like Tempo de expressão
Gower 1 ? e Embrionária
Gower 2 a e Embrionária
Portland ? ? Embrionária
HbF (fetal) a ? Fetal
HbA2 a d Pós-natal
HbA (adulto) a ß Pós-natal
5
Tipo de hemoglobina Fracção da total hemoglobina
HbA 92
HbA1a 0.75
HbA1b 1.5
HbA1c 3-6
HbA2 2.5
Total 100
6
Talassemia a
  • Genes da talassemia a Sudeste asiático e
    populações originárias da costa oeste africana
  • Genes que codificam a cadeia a 2 em cada cr 16
  • Delecções no cr 16 levam à doença

7
Transmissão de talassemia a
8
Patofisiologia
  • Diminui síntese de cadeias a diminui síntese Hb
    hipocromia eritrocitose com aumento da
    quantidade de tecido eritróide hepatomegalia e
    deformidades ósseas
  • ø cadeias a formação de agregados ?4 ou ß4
    precipitam no citoplasma danificação das
    membranas celulares destruição dos eritrócitos
    anemia
  • agregados ?4 ou ß4 instáveis e com alta
    afinidade para oxigénio, oxidação fácil e com
    tendência a precipitar anóxia e destruição
    celular
  • Destruição celular aumento da produção de GR
    expansão das cavidades medulares por tecido
    eritróide deformidades ósseas e fracturas

9
Genótipos possíveis
  • (aaaa) normal
  • (aaa-) talassemia silenciosa portador
    assintomático
  • (a-a-) a-talassemia-2 portador assintomático
  • (--aa) a-talassemia-1 portador assintomático
  • (--a-) doença de Hb H
  • (----) doença Hb de Bart

10
(aaa-) portador silencioso
  • Apenas um gene a sofreu delecção
  • Assintomático
  • Ø anomalias clínicas ou hematológicas
  • Apenas uma minoria apresenta MCV e MCH
    diminuídos
  • Pais ou filhos de doentes com Hb H

11
(a-a-) portador assintomático(--aa)
portador assintomático
  • Dois genes a sofreram delecção
  • Ásia, Mediterrâneo e África
  • Hemoglobina normal ou ligeiramente reduzida
  • Microcitose (MCV 70-80 fl), hipocromia e
    anisopoiquilocitose assintomáticas
  • Estudo de síntese de globinas nos reticulócitos
    do sangue periférico 25 de redução de síntese
    de cadeias a relativamente às cadeias ß
  • Raras inclusões citoplasmáticas de Hg H (ß4)
  • Técnicas de mapeamento de DNA delecção de 2
    genes estruturais de a globolina
  • Sem sintomas

12
(--a-) doença de Hb H
  • Três genes a sofreram delecção
  • Sudeste asiático, ilhas mediterrânicas, Médio
    Oriente
  • Redução da produção de cadeias a com formação de
    tetrâmeros ß4 (Hb H) 5-30
  • Hb H é instável e precipita nos eritroblastos,
    mas não nos GR circulantes
  • Crianças normais à nascença
  • Anemia e esplenomegalia até 1 ano de idade
  • Icterícia e hepatoesplenomegalia, possíveis
    anomalias ósseas e atraso mental
  • Anemia hemolítica crónica moderada a severa
  • Hb 7- 10 g/dl (ou mais baixa) HbA1 70-95
  • Reticulócitos 5- 10
  • Hipocromia, microcitose (MCV 60-70 fl) e células
    em alvo
  • Electroforese 20- 40 Hb de Bart no nascimento
    Hb H (5- 30 )

13
(No Transcript)
14
(----) doença Hb de Bart
  • Quatro genes a sofreram delecção
  • Não há produção de cadeias a
  • Sudeste asiático
  • Formação de tetrâmeros ?4 (Hb de Bart 90-95)
    alta afinidade para oxigénio ø transporte de
    oxigénio aos tecidos)
  • Hidrópsia com morte intrauterina ou ao nascimento
    (causada por anóxia tecidular, edema e falência
    cardíaca congestiva)
  • Placenta edematosa e friável
  • Hepatomegalia por tecido eritróide extra -
    medular
  • Hb 4- 10 g/dl
  • Anisopoiquilocitose, hipocromia, GR nucleados
  • Electroforese Hb de Bart e Hb H
  • Ø Hb A e Hb F
  • Ambos os pais com talassemia a minor

15
(No Transcript)
16
Prevenção
  • Filho de pais portadores ou com Hb H
  • Análise de DNA fetal obtido por amniocentese ou
    biópsia das vilosidades coriónicas

17
Tratamento
  • Portadodes assintomáticos
  • Aconselhamento genético
  • Hb H
  • Transfusões
  • Esplenectomia (se anemia excessiva)

18
Talassemia Beta
19
  • A talassemia beta resulta de mais de 150
    diferentes mutações dos genes HBB responsáveis
    pela codificação das cadeias beta da globulina,
    resultando numa redução completa (ßo talassemia)
    ou parcial (ß talassemia) das mesmas. Portanto a
    extensão da delecção e da função dos genes não
    afectados determina a característica clínica dos
    diferentes genótipos.
  • Ao contrário das talassemias alfa, a maior parte
    das talassemias beta são causados por mutações
    que afectam a regulação ou expressão génica ao
    invés de deçlecção génica.
  • Os diferentes tipos de mutação têm expressões
    clínicas que variam de leves (minor) a graves
    (major).

20
  • As mutações podem ser divididas naquelas que
    afectam a transcrição do mRNA ( mutação da região
    promotora e do codão de finalização) e naquelas
    que afectam o processamento do mRNA ( mutações de
    junções de splicing, novos sinais de splicing,
    clivagem e recombinação deficiente).

21
  • Talassemia major, Anemia de Cooley ou
    talassemia homozigótica deve-se á presença de
    duas mutações ß talassémicas, idênticas uma em
    cada cromossoma 11.
  • A heterogeneidade das ß talassemias é tão vasta
    que a maior parte dos chamados homozigóticos são
    na verdade heterozigóticos para diferentes genes
    HBB que podem ocupar o mesmo loci.
  • A talassemia intermédia caracteriza-se por ser
    uma doença moderada sem necessidades
    transfusionais de repetição. Geralmente é
    secundária a duas mutações ß talassemicas
  • A talassemia minor, também conhecida como traço
    talassémico ou talassemia ß heterozigótica é
    devido á presença de uma única mutação pelo que o
    individuo produz normalmente duas cadeias alfa e
    uma beta.

22
Talassemia beta major
  • A ßo talassemia encontra-se associada com a
    predominância de HB F, ausência de HbA e
    quantidades variáveis de Hb A2.
  • A anemia e as alterações morfológicas dos
    eritrócitos são detectáveis às 6 semanas e a
    esplenomegalia às 8 semanas.
  • Na ausência de terapêutica transfusional a
    concentração de Hb rapidamente cai para os 3 a 5
    g/dl e as manifestações clínicas emergem.
  • O diagnóstico pré-natal pode ser feito através
    da recolha de sangue fetal durante o segundo
    trimestre da gravidez

23
(No Transcript)
24
Alterações ósseas
  • Aumento da reabsorção óssea
  • Diminuição da mineralização
  • Expansão das cavidades medulares e adelgaçamento
    dos cortices
  • metacarpo, metatarso e falanges com aspecto
    rectangular e convexo
  • Expansão do diploe do cranio com tábuas interna e
    externa muito finas e com estriações entre ambas
    sugerindo na imagem radiográfica o aspecto de
    cabelo em pé

25
(No Transcript)
26
  1. Atraso na pneumatização dos seios perinasais
  2. O crescimento exagerado da maxila produz
    maloclusões severas com tendência a obscurecer a
    base nasal e a expor os dentes superiores.
    Verifica-se ainda a presença de bossas frontais.
    Estes distúrbios do crescimento craniofacial dão
    origem ao Facies talassémico.
  3. Os ossos longos encontram-se predispostos para
    fracturas patológicas nomeadamente fracturas
    compressivas das vértebras
  4. Fusão prematura da epífise proximal do úmera ou
    epífise distal do fémur são frequentes.

27
(No Transcript)
28
Alterações do desenvolvimento e maturação sexual
  • O atraso no crescimento na infância precoce é
    consequência da anemia severa pelo que pode ser
    prevenida (mas não corrigida) por um programa
    agressivo de transfusões. Mesmo crianças
    optimamente transfundidas apresentam na
    adolescência crescimento atrasada ou encurtado.
  • A puberdade encontra-se também atrasada e
    frequentemente incompleta. Os rapazes podem ter
    espermatogénese activa mas apresentam fraca
    libido.
  • Diabetes mellitus e hipoparatiroidismo são
    situações frequentemente documentadas em doentes
    mais velhos, transfundidos, pelo que a sobrecarga
    de ferro se reveste da maior significância
    patogénica.

29
(No Transcript)
30
Complicações cardiopulmunares
  • Após a primeira década muitos doentes
    experimentam pericardite estéril, como
    consequência de depósitos pericárdicos de ferro
    ou infecções por estirpes reumatológicas de
    streptococcus.
  • A primeira cauda de morte nos doentes
    transfundidos é a Hemosiderose miocárdica que
    leva a arritmias e miocardipatia congestiva,
    normalmente a meio da segunda década de vida. A
    Introdução de iECA no tratamento de doentes com
    disfunção ventricular esquerda assintomática
    permitiu a prevenção e atraso da congestão
    cardíaca.
  • A deposição pulmonar de ferro e o compromisso da
    expansibilidade diafragmática pelo crescimento
    esplénico concorrem para o obstrução aérea e
    hiperinsuflação dos pulmões.

31
(No Transcript)
32
Doença hepatobiliar
  • A expansão hepática no inicio da vida está
    relacionado com a hematopoiese extramedular. Mais
    tardiamente resulta de cirrose expansiva
    acompanhada de agregados nodulares de hepatócitos
    regenerados.
  • O depósito de ferro envolve quer as células de
    Kupffer e hepatócitos produzindo um padrão
    indistinguível do da hemocromatose idiopática.
  • Coaguloptia é causada pela falha na produção
    hepática de factores de coagulação embora
    hemorragia sintomática seja rara.

33
(No Transcript)
34
Apresentação hematológica
  • A anemia é geralmente pronunciada quando
    diagnosticada ( 2.5 a 6.5g/dl). A anemia é
    microcítica ( MCV 48 a 72fl) e hipocrómica (MCHC
    23 a 32 g/dl).
  • A anisocitose é marcada com a presença de
    células com diâmetros que vão desde os 3 aos 5
    µm.
  • Pontuado basófilo e presença de normoblastos
    pobremente pigmentados.
  • Leucocitose resulta e um aumento de neutrófilos e
    em menor extensão da presença de mielócitos e
    metamielócitos.
  • A medula óssea encontra-se incrivelmente
    hipercelular com profunda hiperplasia
    normoblastica.
  • Aumento dos níveis de bilirrubina não conjugada e
    níveis séricos de ferro.

35
(No Transcript)
36
Prognóstico
  • O curso natural da talassemia caracteriza-se por
    infecções recorrentes, cacexia progressiva e
    morte por volta dos 5 anos.
  • Com terapia transfusional, cerca de 25 dos
    doentes sobrevive até aos seus 20 anos. Ainda
    assim dois terços morrem com complicações
    cardíacas com a idade média de 16/17 anos.
  • O ferro acumulado causa disfunção visceral
    quando excede 0.7g/kg e causa a morte quando
    atinge o 1g/kg.

37
Talassemia beta intermédia
  • Este síndrome é causado pela presença de um
    único alelo beta talassémico. É mais frequente na
    raça negra.
  • O ratio de síntese ?a é maior que nos
    pacientes com talassemia major e o pool de
    cadeias alfa livre é menor.
  • As concentrações de Hb mantêm-se entre 6 a 9
    g/dl sem ser submetido a transfusão.
  • O sangue periférico apresenta alterações
    comparáveis com a talassemia major anisocitose,
    hipocromia, células alvo, ponteado basófilo e
    numerosas formas nucleadas. A hiperplasia da
    medula óssea é proeminente e pode-se provar a
    presença de inclusões de cadeias alfa livres.

38
  • As manifestações clínicas da talassemia
    intermédia são comparáveis às da talassemia major
    mas de menor magnitude.
  • Mesmo com anemia crónica, estes indivíduos não
    requerem transfusão a não ser quando existe uma
    patologia infecciosa concomitante.
  • O crescimento e desenvolvimento durante a
    infância encontra-se relativamente
    descomprometido, a puberdade não é afectada e a
    fertilidade é preservada.
  • Regularmente observa-se palidez, icterícia
    intermitente, esplenomegalia e alterações
    craniofaciais.
  • Complicações na vida adulta incluem fracturas
    patológicas, coleolitíase e massas torácicas
    correspondentes a tecido hematopoiético.

39
(No Transcript)
40
Talassemia minor
  • Este síndrome é descoberto a maior parte das
    vezes durante exames de rotina em doentes
    assintomáticos apresentando valores aumentado de
    HbA2 ou HbF.
  • Clinicamente manifesta-se por icterícia,
    esplenomegalias, úlceras de perna ou achados
    radiológicos nos ossos longos.
  • As mulheres afectadas tornam-se mais anémicas
    durante a gravidez não sendo no entanto
    necessário recorrer a transfusões.
  • A anemia é mediana ou ausente mas as alterações
    morfológicas do sangue periférico são
    proeminentes microcitose, hipocromia,
    anisocitose, células alvo e pontuado basófilo. De
    destacar a ausência de células vermelhas
    nucleadas. A contagem de reticulócitos e de
    bilirrubina sérica pode estar ligeiramente
    elevada.
  • A medula óssea apresenta discreta hiperplasia
    eritroide sem presença de inclusões de cadeias
    alfa nas células percursoras.

41
Talassemia minima
  • Refere-se à condição em que a alteração na
    síntese de cadeias beta é tão subtil que escapa a
    uma avaliação clínica ou hematológica
    convencional. Daí poder também denominar-se de
    talassemia silenciosa.
  • Trata-se duma substituição pontual no codão 24.
  • Os valores de MCV e MCH são normais ou
    ligeiramente diminuídos e o padrão da hemoglobina
    não apresenta alterações
  • O diagnóstico só pode ser feito recorrendo ao
    estudo da síntese das cadeias da globulina, que
    revelam um ratio betaalfa de 1.3.

42
Terapêuticas
  • Transfusão
  • Os programas de hipertransfusão suprimem
    efectivamente a actividade eritroide prevenindo a
    expansão ilimitada da medula óssea responsável
    pelas alterações ósseas características da
    talassemia major.
  • As transfusões regulares devem começar quando o
    valor da concentração da Hb é inferior a 7g/dl ou
    o crescimento se encontre comprometido. O
    crescimento fica permanentemente comprometido se
    os níveis de Hb não forem mantidos estáveis até
    aos 3 a 4 anos de idade.
  • São vantagens adicionais deste programa a
    prevenção ou atraso do desenvolvimento de
    esplenomegalia congestiva, infecção recorrente e
    diminuição da reserva cardíaca.

43
  • Contudo, a terapêutica transfusional pode levar
    a infecções transmitidas por via sanguínea,
    aloimunização, reacções febris e letal overdose
    de ferro. Uma unidade de sangue transfundido
    equivale ao intake anual de ferro.
  • Os doentes que recebem mais de 100 unidades de
    sangue transfundido apresentam grande
    probabilidade de desenvolver hemosiderose.
  • Tornou-se então imperativo a quelação do ferro
    recorrendo a agentes quelantes tais como a
    desferoxamina (Desferal) que para apresentar
    resultados significativos na sobrevivência do
    doente tem que começar a ser administrado antes
    dos 5 anos de idade no caso da talassemia beta
    major.

44
  • Esplenectomia
  • Como explicado anteriormente, um correcto
    programa de transfusões retarda o desenvolvimento
    de esplenomegalia sem no entanto evitar o
    sequestro de células transfundidas. O
    casionalmente o sequestro esplénico de plaquetas
    e leucócitos é suficiente para produzir
    trombocitopenia e leucopnia.
  • A maior indicação para a realização de
    esplenectomia é o aumento das necessidades
    transfusionais.

45
  • Transplante de medula
  • Esta terapêutica providencia células
    totipotentes capazes de expressar Hb normal. Se
    for aplicada antes dos órgãos alvos serem
    seriamente afectados, o transplante é curativo em
    cerca de 80 a 90 dos casos.
  • Terapia génica
  • O uso de vectores capazes de introduzir o gene
    correcto nas células hematopoiéticas percursoras
    revelou-se incapaz.
  • A promoção da síntese de Hb F tem como objectivo
    melhorar os sintomas da beta talassemia. Para tal
    recorre-se a administrações intermitentes de
    butirato sem no entanto se encontrar resultados
    conclusivos e esclarecedores da aplicação desta
    esperança terapêutica.

46
Talassemia dß
47
  • Diminuição ou ausência da síntese de cadeias das
    globulinas ß e d
  • Aumento compensatório da produção de cadeias ?
  • Aumento de HbF ( praticamente 100da hemoglobina
    em homozigóticos)
  • Maioria resulta de delecções envolvendo toda ou
    porções das cadeias d e ß mas poupando os 2 tipos
    de cadeias ? (G?A?)
  • Existem delecções que envolvem também a cadeia A?
  • Fenótipo tipo ß0 ( uma pequena minoria em que o
    defeito na síntese de cadeias ß é por mutação e
    não delecção pode ter fenótipo ß)

48
Talassemia ?dß
49
  • Forma rara de talassemia
  • Delecção ou inactivação de todo o complexo do
    gene ß por distúrbios na conformação da cromatina
    por delecção ou por perda de sequências 5
    necessárias para a expressão do gene das cadeias
    ß in vivo
  • Sem forma homozigótica encontrada até hoje
  • Caracterizada por anemia hemolítica severa
    neonatal que progressivamente evolui para
    talassemia ß minor

50
Caso clínico
  • Talassemia ß major

51
identificação
  • Nome M.J.S.A.
  • Idade 3 anos
  • Data de nascimento 2002-11-02
  • Sexo ?
  • Raça Caucasiana
  • Etnia Cigana
  • Naturalidade Guimarães
  • Residência Guimarães

52
Motivo de internamento
  • Quadro de anemia grave não especificada

53
Hx da doença actual
  • Admitido no S.U. do H.S.O. em Março de 2003 com
    um quadro de febre
  • Exame objectivo palidez cutaneo-mucosa marcada
  • febre 39ºC
  • Exames complementares de dx rastreio
    séptico ( resultados não conhecidos)
  • hemograma anemia grave Hg 5.6g/dl

    pancitopenia
  • ( transferência para o H.S.J.)

54
Hx da doença actualJá no HSJ (21-03-03)
  • Exame objectivo
  • Palidez cutâneo mucosa
  • Icterícia
  • Esplenomegalia
  • Hepatomegalia
  • Taquicardia

55
Hx da doença actual
  • Repetição do hemograma
  • Anemia grave 5.5g/dl
  • Sem atingimento das restantes séries
    hematológicas

Observação do esfregaço sanguíneo compatível
com o dx de talassemia Doente fica internado
para estudo
56
Hx da doença actual
  • Terapêutica
  • Vigilância
  • Transfusão de GR

57
Hx da doença actual
  • Durante todo o internamento o doente esteve
    hemodinamicamente estável e apirético.
  • Boa tolerância alimentar

58
Hx da doença actual
  • Após a 1ª transfusão( na admissão)
  • HemogramaHg-7.1g/l esfregaço
    27eritroblastos/100cel nucleadas
  • Ht-22 policromatófilia VGM-
    69fl anisopoilocitose
  • células em
    alvo
  • pontuado basófilo
  • microcitose
  • hipocromia

59
Hx da doença actual
  • Prova de Combs directa positiva
  • ???????????????????????????

60
Hx da doença actual
  • Exames complementares de dx requisitados
  • V.D.R.L.
  • T.P.H.A.
  • Toxoplasmose
  • Rubéola
  • VHS 1 e2
  • CMV
  • Estudo analítico dos pais
  • Ecografia abdominal

61
Hx da doença actual
  • Hemograma(24-03-03)
  • Hg-8.1g/l
  • Ht-24.3
  • VGM- 69.9fl

62
Hx da doença actual
  • 25-03.03
  • Serologia de sangue para doença por
    citomegalovirus
  • Atc IgG positivo (144.8 AU/ml)
  • Atc IgM duvidoso
  • ( pedido de estudo molecular)

Serologias IgM IgG
Toxoplasmose - -
Rubéola - -
VHS1 - -
VHS2 - -
CMV duvidoso
  • ecografia abdominal aumento do tamanho do
    fígado e baço. Sem alterações da arvore biliar

Reacção do V.D.R.L. negativa Reacção de
T.P.H.A negativa
26-03-03 nova transfusão de GR
63
Hx da doença actual
  • Hemograma e esfregaço dos progenitores

? ?
Hg (g/l) 12 11.2
Ht () 38.4 36
VGM (fl) 68 61
anisocitose
microcitose
hipocromia
hemograma
esfregaço
Alterações compatíveis com o dx de talassemia ß
minor
64
Hx da doença actual
  • Pedido do estudo molecular do lactente e pais
  • Mãe heterozigótica para a mutação IVS1-110 no
    gene que codifica para a cadeia ß da Hg
  • Pai heterozigótico para a mutação IVS1-110 no
    gene que codifica para a cadeia ß da Hg
  • Lactente homozigótico para a mutação IVS1-110
    nos genes que codifica para a cadeia ß da Hg

Dx de talassemia ß major
65
Hx da doença actual
  • Hemograma dia 28.03.03
  • Hg-9.1g/l
  • Ht-29.7
  • VGM- 62.4fl
  • 28.03.03
  • Biologia molecular de sangue
  • DNA Vírus Citomegálico positivo

66
Hx da doença actual
  • Doente tem alta dia 1 de Abril de 2003 sendo
    tratado em ambulatório e seguido nas consultas de
    hematologia pediátrica.
  • Faz desde então 2 a 3 transfusões de GR por
    semana
  • Começou desde os dois anos de idade a fazer
    desferoxamina (quelante do ferro)
  • Durante estes 3 anos não teve nenhuma patologia
    de relevo.

67
Hx da doença actual/ perspectivas futuras
  • Doente candidato a transplante de medula durante
    o ano corrente

68
Antecedentes pessoais
  • Gestação de termo, não vigiada
  • Parto eutócico, hospitalar (HSO), choro imediato
    ao nascimento
  • Antropometria 3042/48
  • Apgar 9/10 (sem necessidade de reanimação)
  • Aleitamento materno até 7 meses
  • PNV actualizado
  • Sem alergias ou reacções adversas a fármacos
    conhecidas
  • Sem antecedentes patológicos de relevo (sarampo,
    rubéola, parotidite)
  • Sem cirurgias anteriores
  • Transfusões sanguíneas semanais (2 a 3 por
    semanas)

69
Hx social
  • Pai e mãe sem escolaridade
  • Pai pedinte
  • Residiam até há pouco tempo numa barraca, sem
    água, luz ou saneamento básico com muito más
    condições de higiene
  • Actualmente vivem num apartamento cedido pela
    câmara municipal com luz, água e saneamento
    básico mas mantendo se as más condições de
    higiene
  • Condições económicas precárias

70
Hx familiar
?
?
A
a
A
AA
Aa
I
a
Aa
aa
II
III
I,1 - bócio II,1 - 23 anos, talassemia ß
minor II,2 - 20 anos, talassemia ß minor III,1 -
7 anos, talassemia ß minor III,2 - 5 anos,
talassemia ß minor III,4 - 6 meses saudável
Restantes antecedentes familiares irrelevantes
71
Revisão por aparelhos e sistemas
  • Geral refere astenia fatigabilidade desde que
    começou a andar. Refere febre não quantificada
    desde há dois dias. Nega alterações do apetite e
    do peso habitual.
  • Pele palidez cutânea desde sempre. Nega
    alterações da coloração da pele assim como
    eritema, prurido. Nega alterações do cabelo e
    unhas.
  • Olhos Nega uso de óculos e outras alterações da
    visão. Nega fotofobia, diplopia, infecções
    oculares, glaucoma ou traumatismos
  • Ouvidos Acuidade auditiva sem alterações. Nega
    vertigens e tinitos. Sem hx de infecções e
    otorreia
  • Nariz rinorreia amarelo esverdeado desde há dois
    dias. Nega alterações do olfacto e epistáxis. Sem
    hx de sinusite ou traumatismo
  • Garganta e boca Nega exsudados na orofaringe ou
    faringites. Nega alterações do paladar e voz.

72
Revisão por aparelhos e sistemas
  • Endócrino nega polidipsia, poliúria ou
    polifagia. Nega alterações de tamanho ou dor na
    região tiroidea. Nega alterações do peso,
    apetite, sudação e intolerância ao frio/calor.
  • Pulmonar refere uma tosse profunda produtiva
    desde há dois dias. Expectoração amarelada,
    factos para os quais não foi medicado até à data.
    Nega hemoptises, dispneia, dor torácica ou
    pieira. Sem história de tuberculose, asma ou
    bronquite
  • Cardiovascular nega palpitações, dor torácica ou
    claudicação intermitente. Nega dispneia de
    esforço ou ortopneia. Nega edemas dos membros,
    tromboflebites ou úlceras
  • Hematológico nega tendência para hematomas e
    sangramento. Quadro de anemia grave (referido da
    hx da doença actual). Transfusões sanguíneas
    semanais desde os 4 meses até à data.

73
Revisão por aparelhos e sistemas
  • Gastrointestinal nega náuseas e alterações do
    trânsito intestinal. Nega disfagia, vómitos,
    hematemeses, rectorragias, diarreia ou
    alterações na coloração das fezes. Sem hx de
    hepatite e doença biliar
  • Génito-urinario nega alterações da coloração da
    urina. Nega disúria, noctúria, hematúria,
    poliúria assim como dor no flanco ou supra
    púbica.
  • Músculo esquelético nega dores e alterações/
    deformidades ósseas. Sem alterações da força ou
    mobilidade muscular. Sem dor ou rigidez nas
    articulações

74
Revisão por aparelhos e sistemas
  • Linfático nega adenomegalias
  • Neurológico nega quedas, tonturas, síncope,
    convulsões, paralisias, alterações da coordenação
    ou sensitivas. Nega hx de traumatismo
    craneo-encefálico.
  • Psiquiátrico refere irritabilidade e insónias
    desde o nascimento. Nega alterações de memória ou
    comportamentais.

75
Exame objectivo
  • Doente em bom estado geral, consciente, muito
    pouco colaborante, orientado no espaço e no
    tempo.
  • Bom estado nutricional
  • Idade aparente coincidente com a real
  • Sem sinais de sofrimento agudo
  • -

76
Exame objectivo
  • Antropometria
  • Peso12kg
  • Altura82cm
  • IMC17.9
  • Sinais vitais
  • Temperatura 38ºC
  • F.C. 80bt/s
  • F.R. 21 ciclos por segundo
  • T.A. não foi medida por ma colaboração do doente

77
Exame objectivo
  • Pele e faneras palidez e xerose cutânea.
    Temperatura e textura normais. Sem edema.
    Ausência de lesões primárias e secundarias na
    pele. Distribuição pilosa normal, unhas de
    configuração normal e sem alterações do leito
    ungueal.
  • Cabeça
  • Inspecção craneo de configuração normal, sem
    dismorfias ou tumefacções. Implantação do cabelo
    normal e configuração da mimíca facial
  • Palpação sem lesões ou pontos dolorosos no couro
    cabeludo. Artérias temporais palpáveis simétricas
    e sem dor à palpação

78
Exame objectivo
  • Olhos Pálpebras simétricas e móbeis, sem sinais
    inflamatórios. Arcada super ciliar com
    configuração e distribuição pilosa normal.
    Conjuntiva de coloração normal e sem sinais
    inflamatórios. Esclera ligeiramente ictérica.
  • Ouvidos pavilhões auriculares com configuração e
    implantação normais. Sem otorreia. Sem
    adenomegalias retroauriculares.
  • Fossas nasais pirâmide e septo nasal de
    configuração normal. Rinorreia abundante
    amarelo/esverdeado. Sem epistáxis. Sem dor sobre
    os seios peri nasais.
  • Cavidade oral e oro-faringe lábios de coloração
    normal, sem lesões. Língua de tamanho e
    configuração normais sem ulcerações. Mucosa oral
    e gengivas de coloração normal e sem lesões.
    Amígdalas de tamanho e configuração normal sem
    exsudados

79
Exame objectivo
  • Pescoço configuração normal e sem tumefacções
    visíveis. Sem adenomegalias cervicais ou supra
    claviculares. Glândula parótida e submaxilar de
    dimensões normais sem nódulos ou dor à palpação.
    Tiróide de forma e tamanho normal, sem nódulos ou
    pontos dolorosos.
  • Tórax simétrico com diâmetro transverso maior
    que o antero posterior. Sem tumefacções ou massas
    palpáveis
  • Respiratório
  • Inspecção expansibilidade normal da caixa
    torácica. Movimentos respiratórios simétricos.
    Sem uso de movimentos acessórios
  • Palpação movimentos simétricos. Transmissão
    normal e simétrica das vibrações vocais.
  • Percussão ressonância em toda a área pulmonar
    sem pontos de Macicez
  • Auscultação sons respiratórios preservados e
    simétricos. Sem ruídos adventícios. Relação
    inspiração/expiração normal

80
Exame objectivo
  • Sistema cardiovascular pressão arterial não
    determinada. Pulso arterial radial amplo,
    rítmico, regular e simétricos. Restantes pulsos
    arteriais palpáveis e com as mesmas
    características. sem turgescência venosa jugular
    nem refluxo hepato-jugular. Sem sinais de edema.
    Membros inferiores com temperatura, cor e
    distribuição pilosa normal sem distensão venosa.
  • F.C.- 80 btm/s
  • Coração
  • Inspecção Ausência de pulsatibilidades, área de
    impulso máximo não visível
  • Palpação área de impulso máximo palpável com
    localização normal. Ausência de frémitos ou lifts
  • Auscultação 1º e 2º som audível em todos os
    focos e sem alterações. Ausência de sopros ou
    sons adicionais.

81
Exame objectivo
  • Abdómen
  • Inspecção configuração normal, simétrico, sem
    circulação venosa visível, cicatriz umbilical
    normal e pigmentação normal
  • Palpação superficial e profunda sem dor. Sem
    tumefacções palpáveis. Fígado e baço palpáveis
    com tamanho normal
  • Macicez normal na área hepática com tamanho do
    fígado normal. Timpanismo normal na área
    gástrica.
  • Auscultação sons intestinais audíveis com
    características normais. Ausência de sopros
  • ( Não foi realizado o exame objectivo do aparelho
    genital e neurológico)

82
Hemograma 21-03-03 24-03-03 28-03-03
Eritrócitos (x1012 /l) 3.24 3.58 4.10
Hemogbina (g/l) 7.2 8.8 9.8
Volume globular 21.3 24.3 29.7
MCV (fL) 65.7 67.9 72.4
MCH (pg) 22.2 22.6 23.9
MCHC (g/dl) 33.8 33.3 33.0
RCW-CV () 29.9 30.9 26.2
RDW-SD (fL) 73.6 77.9 72.5
Leucócitos (x109/l) 8.55 10.22 8.31
Neutrófilos () 27.5 27.7 33.0
Eosinófilos () 1.4 2.6 2.8
Basófilos () 2.5 0.8 0.2
Linfócitos () 56.6 60.1 51.5
Monócitos 12.0 8.8 12.5
Plaquetas (x109/l) 204 382
Electoforese Hgs Barra acentuada HbF
HbA2 () 2.7
HbF() 60.6
Anisopoiquilocitose moderada, policromatofilia
Anisopoiquilocitose moderada, policromatofilia
83
Quimica geral 24.03.03 12.05.03 11.06.03 23.06.03 07.07.03 28.07.03 29.11.05 28.12.05 06.01.06
AST U/L 35 33 36 34 34 40 31 35 36
ALT U/L 12 14 15 16 13 18 16 16 21
Desidrogenase lactica U/L 588 293 372 283 284 304
Glicose g/L 0.82 0.82 0.80 0.76 0.82 0.75 0.87 0.81
Ureia g/L 0.11 0.14 0.08 0.11 0.09 0.23 0.26 0.25
Creatinina mg/L 2.6 3.4 3.0 2.6 2.8 4.1 3.4 4.1
Bilirrubina total mg/L 11.5 16.7 12.3 9.4 10.9 18.6 13.1
Bilirrubina directa mg/L 2.7 3.8 2.7 2.2 2.8 3.0 4.4
Ferro g/dl 154
Transferritina mg/dl 313
Ferritina ng/ml 83.62 225.15 487.38 2440 1770 2141
84
Resumo
  • M.J.S.A., sexo ?, 3 anos, deu entrada no S.U.em
    Março de 2003 com um quadro de anemia grave (Hg
    5.5 g/dl), hepato e esplenomegalia e observação
    do esfregaço sugestiva de talassemia.
  • Faz transfusão de GR na admissão com resposta
    positiva do valor de Hg que sobe para 7.2 g/dl
  • Fica internado por 12 dias, durante os quais faz
    mais 1 transfusão
  • Estudo analítico e molecular dos pais e do
    lactente revela o dx de talassemia ß major para o
    menor
  • Realização de transfusões sanguíneas desde a alta
    até à alta. Terapêutica com deferoxamina desde os
    2 anos
  • A terapêutica revela boa resposta com valores de
    Hg sempre dentro da normalidade durante estes
    anos
  • Candidato a transplante de medula durante o
    presente ano.
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