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Curso de Especializa

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Universidade Federal do Paran Curso de Especializa o em Ergonomia Prof. Maria Lucia L. Ribeiro Okimoto, Dr.Eng. Curitiba- 2006 Conte do 1. – PowerPoint PPT presentation

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Title: Curso de Especializa


1
Curso de Especialização em Ergonomia
Universidade Federal do Paraná
  • Prof. Maria Lucia L. Ribeiro Okimoto, Dr.Eng.

Curitiba- 2006
2
Conteúdo
  • 1. Introdução
  • 2. A visão sistêmica
  • 3. Metodologia de Avaliação
  • 3.1.Analise da DEmanda
  • 3.2.Analise da Tarefa
  • 3.3.Analise da Atividade
  • 3.4.Diagnostico
  • 3.5.Recomendações Ergonômicas

3
Introdução
  • Ergonomia1 (ou Fatores Humanos) é a disciplina
    científica que trata da compreensão das
    interações entre os seres humanos e outros
    elementos de um sistema.
  • E a profissão que aplica teorias, princípios,
    dados e métodos, a projetos que visam otimizar o
    bem estar humano e a performance global dos
    sistemas.
  • Derivada do grego ergon (trabalho) e nomos (leis)
    para denotar a ciência do trabalho, ergonomia é
    uma disciplina inicialmente orientada aos
    sistemas e que modernamente se estende por todos
    os aspectos da atividade humana.
  • 1 Esta conceituação foi aprovada por
    unanimidade na Reunião do Conselho Científico da
    International Ergonomics Association de 01 de
    agosto de 200, em San Diego, USA.

4
Histórico
  • Em 1857 Jastrezebowisky publicou um artigo
    intitulado "ensaios de ergonomia ou ciência do
    trabalho". O tema é retomado quase cem anos
    depois, quando em 1949 um grupo de cientistas e
    pesquisadores se reúnem, interessados em
    formalizar a existência desse novo ramo de
    aplicação interdisciplinar da ciência.

5
Histórico
  • De acordo com a Ergonomics Research Society
    (1949),
  • Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o
    homem e seu trabalho, equipamento e ambiente e,
    particularmente, a aplicação dos conhecimentos de
    anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos
    problemas surgidos desse relacionamento.
  • Já para Wisner (1987), Ergonomia é o conjunto
    dos conhecimentos científicos relacionados ao
    homem e necessários à concepção e instrumentos,
    máquinas e dispositivos que possam ser utilizados
    com o máximo de conforto, segurança e
    eficiência.

6
Histórico
  • Em 1950, durante a segunda reunião deste grupo,
    foi proposto o neologismo "ERGONOMIA", formado
    pelos termos gregos ergon (trabalho) e nomos
    (regras). Funda-se assim no início da década de
    '50, na Inglaterra, a Ergonomics Research
    Society.
  • Em 1955, é publicada a obra "Análise do Trabalho"
    de Obredane Faverge, que torna-se deciciva para
    a evolução da metodologia ergonômica. Nesta
    publicação é apresentada de forma clara a
    importância da observação das situações reais de
    trabalho para a melhoria dos meios, métodos e
    ambiente do trabalho.

7
Histórico
  • Em referência as publicações científicas que
    marcaram o início da produção dos conhecimentos
    em ergonomia, podemos citar
  • 1949- Chapanis - com a aplicação da Psicologia
    Experimental
  • 1953- Lehmann, G. A - Prática da Fisiologia do
    Trabalho
  • 1953 - Floyd Welford - Fadiga e Fatores Humanos
    no Desenho de Equipamentos

8
O papel do ergonomista
  • Ergonomistas contribuem para o planejamento,
    projeto e a avaliação de tarefas, postos de
    trabalho, produtos, ambientes e sistemas para
    torná-los compatíveis com as necessidades,
    habilidades e limitações das pessoas.

9
prática profissional
  • Ergonomistas, em sua prática profissional, devem
    ter uma compreensão abrangente da amplitude de
    seu papel, que é, com a Ergonomia, promover uma
    abordagem holística do trabalho, na qual
    considerações de ordem física, cognitiva, social,
    organizacional, ambiental e de outros aspectos
    relevantes devem ser levados em conta.

10
As boas interfaces (adequadas) atenderão de
forma conjunta, integrada e coerente os critérios
de conforto, eficiência e segurança.
11
Interfaces do conhecimento em Ergonomia
12
Disciplinas de base da ergonomia

Matemáticas
Ciências físicas
Ciências biológicas
Ciências humanas
Matemáticas
Ciências físicas
Ciências biológicas
Ciências humanas
Estatística
Física
Química
Anatomia
Fisiologia
Antropologia
Psicologia
Sociologia
Estatística
Física
Química
Anatomia
Fisiologia
Antropologia
Psicologia
Sociologia
Anatomia
Anatomia
Psicologia
Psicologia
funcional
funcional
industrial
industrial
Bioquímica
Antropologia
Bioquímica
Antropologia
Sociologia
Sociologia
física
física
industrial
industrial
Acústica
Biofísica
Acústica
Biofísica
Psicologia
Psicologia
Luminotécnica
Luminotécnica
experimental
experimental
Fisioterapia
Fisiologia do
Fisioterapia
Fisiologia do
Biometria
Mecânica
Biometria
Mecânica
Antropometria
Dinâmica
Antropometria
Dinâmica
Bio
-
ergologia
trabalho
Bio
-
ergologia
trabalho
de grupo
de grupo
Termodinâmica
Termodinâmica
Biomecânica
Tempos
Fisiologia
Psicologia
Teoria da
Biomecânica
Tempos
Fisiologia
Psicologia
Teoria da
e movimentos
ambiente
do trabalho
informação
e movimentos
ambiente
do trabalho
informação
ERGONOMIA (FATORES HUMANOS)
ERGONOMIA (FATORES HUMANOS)
13
Aplicações da Ergonomia
  • Ergonomia na indústria
  • Melhoria das interfaces dos sistemas
    homens-tarefas
  • Melhoria das condições ambientais de trabalho
  • Melhoria das condições organizacionais de
    trabalho
  • Ergonomia na agricultura e na mineração
  • Melhoria do projeto de máquinas agrícolas e de
    mineração
  • Melhoria das tarefas de colheita, transporte e
    armazenagem
  • Estudos sobre os efeitos dos agro-tóxicos
  • Ergonomia no setor de serviços
  • Melhoria do projeto de sistemas de informação
    (ergonomia da informática)
  • Melhoria do projeto de sistemas complexos de
    controle (salas de controle)
  • Estudos diversos sobre hospitais, bancos,
    supermercados, ...
  • Ergonomia na vida diária

14
Domínios de especialização
  • Através da disciplina, os domínios de
    especialização representam profundas competências
    em atributos humanos específicos e
    características das interações humanas entre si e
    destes com os sistemas, quais sejam
  • Ergonomia Física
  • Ergonomia Cognitiva
  • Ergonomia Organizacional

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Ergonomia Física
  • Ergonomia Física - no que concerne as
    características da anatomia humana,
    antropometria, fisiologia e biomecânica em sua
    relação a atividade física. Os tópicos relevantes
    incluem a postura no trabalho, manuseio de
    materiais, movimentos repetitivos, distúrbios
    músculo esqueléticos relacionados ao trabalho,
    projeto de postos de trabalho, segurança e saúde.

16
Ergonomia Cognitiva
  • Ergonomia Cognitiva - no que concerne aos
    processos mentais, tais como percepção, memória,
    raciocínio, e resposta motora, conforme afetam
    interações entre seres humanos e outros elementos
    de um sistema.
  • Os tópicos relevantes incluem carga mental de
    trabalho, tomada de decisão, performance
    especializada, interação homem-computador, stress
    e treinamento conforme estes se relacionam aos
    projetos envolvendo seres humanos e sistemas

17
Ergonomia Organizacional
  • Ergonomia Organizacional - no que concerne a
    otimização dos sistemas sócio-técnicos, incluindo
    suas estruturas organizacionais, políticas e
    processos.
  • Os tópicos relevantes incluem comunicações,
    gerenciamento de recursos de tripulações (domínio
    aeronáutico), projeto de trabalho, organização do
    trabalho, trabalho em grupo, projeto
    participativo, cultura organizacional,
    organizações em rede, teletrabalho e gestão da
    qualidade.

18
Diferentes atuações em Ergonomia
  • Ergonomia de projeto - Ergonomia industrial
  • Ergonomia de projeto é a ergonomia preventiva no
    estágio de projeto
  • Ergonomia industrial é a ergonomia corretiva de
    situações existentes
  • Ergonomia do produto - Ergonomia da produção
  • Ergonomia do produto é a ergonomia de concepção
    de um dado objeto
  • Ergonomia da produção é a ergonomia de chão de
    fábrica
  • Ergonomia de laboratório - Ergonomia de campo
  • Ergonomia de laboratório é a pesquisa em
    ergonomia realizada em
  • situação controlada de laboratório
  • Ergonomia de campo é a pesquisa em ergonomia
    realizada em situação real de trabalho.

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Diferentes abordagens em Ergonomia 
  • Quanto a abrangência
  • Ergonomia do posto de trabalho abordagem
    microergonômica
  • Ergonomia de sistemas de produção abordagem
    macroergonômica
  • Quanto a contribuição
  • Ergonomia de concepção normas e especificações
    de projeto
  • Ergonomia de correção modificações de situações
    existentes
  • Ergonomia de arranjo físico melhoria de
    seqüências e fluxos de produção
  • Ergonomia de conscientização capacitação em
    ergonomia
  • Quanto a interdisciplinaridade
  • Engenharia projeto e produção com adequação
    ergonômica
  • Design metodologia de projeto e design do
    produto
  • Psicologia treinamento e motivação do pessoal
  • Medicina e enfermagem prevenção de acidentes e
    doenças do trabalho-Administração projetos
    organizacionais e gestão de R.H.

20
Bibliografia sugerida do capitulo
  • SANTOS, N. FIALHO, F. A. P., Manual de Análise
    Ergonômica no Trabalho. Curitiba Gênesis
    Editora, 2 ª Ed., 1997.
  • IIDA, Itiro. Ergonomia Ergonomia Projeto e
    Produção. São Paulo Editora Edgard Blücher, 4ª
    ed., 1997
  • WISNER, Alain. A Inteligência no Trabalho, Textos
    selecionados de ergonomia. São Paulo Editora da
    UNESP, 1994.
  • Guimarães,L..B. de M. Ergonomia de Processo.
    4.ed. Porto Aegre UFRGS/PPGEP. (2000).
  • Vidal, M. C. R. Ergonomia na Empresa. Util
    Pratica e Aplicada. 2 ed. EVC.

21
2. A visão da abordagem sistêmica
  • O ponto de partida de qualquer Intervenção,
    estudo ou pesquisa em Ergonomia se dara através
    de uma abordagem sistêmica.
  • Do ponto de vista ergonômico, uma situação de
    trabalho é um sistema complexo dinamicamente
    inter-relacionado

22
Situação de Trabalho
cujas entradas (as exigências econômicas,
sócio-técnicas e organizacionais de trabalho,
caracterizadas na tarefa) determinam os
comportamentos do homem no trabalho
(caracterizadas nas atividades em termos de
informações e ações) e, cujas saídas (os
resultados do trabalho em termos de produção e
saúde), são as resultantes deste sistema.
Figura Modelo sistêmico de uma situação de
trabalho componentes, lacos de regulação.
Santos, N.1997.
23
A abordagem sistêmica em ergonomia
  • Teoria de sistemas
  • A teoria de sistemas foi elaborada pelo biólogo
    alemão LUDWIG VON BERTALANFFY, no final da década
    de 40. Ela partia de três premissas básicas
  • os sistemas existem dentro de outros sistemas
    (formando sub-sistemas)
  • os sistemas são abertos
  • as funções de um sistema dependem de sua
    estrutura.
  • A partir destas premissas, foram estabelecidos os
    pressupostos básicos desta teoria

24
Teoria dos sistemas
  • existe uma nítida tendência para a integração nas
    várias ciências naturais e sociaisessa
    integração parece orientar-se no sentido de uma
    teoria de sistemas
  • essa teoria de sistemas pode ser uma abordagem
    mais abrangente para estudar os campos
    não-físicos do conhecimento científico
  • essa teoria de sistemas aproxima-nos do objetivo
    da unidade científica
  • Os pressupostos anteriores podem promover a
    necessária integração na educação científica.

25
Teoria de sistemas
  • BERTALANFFY (ibidem) define "sistema como um
    conjunto de unidades reciprocamente
    relacionadas". Desta definição decorrem dois
    conceitos
  • Objetivo do sistema as unidades, bem como os
    relacionamentos, definem um arranjo que visa
    sempre um objetivo.
  • Globalidade do sistema o sistema sempre reagirá
    globalmente a qualquer estímulo produzido em
    quaisquer das suas unidades. Isto é, há uma
    relação de causa-efeito entre as diferentes
    partes de um sistema.

26
Teoria de sistemas
  • A definição de um sistema depende da focalização
    à ele dada, pelo sujeito que pretenda analisá-lo.
    Uma determinada situação de trabalho pode ser
  • um sistemaum sub-sistemaum super-sistema.

27
  • Quanto a complexidade os sistemas podem ser
  • Sistemas simples dinâmicos Sistemas complexos
    altamente elaborados e bem inter-relacionados
    Sistemas hipercomplexos complicados e não
    descritivos.
  • Quanto a ocorrência
  • sistemas determinísticos totalmente previsíveis
    sistemas probabilísticos previsível dentro de
    uma certa probabilidadesistemas estocásticos
    não previsíveis.

28
Sistema homem-máquina
29
Sistemas Ser Humano Tarefas
  • Sistemas Ser Humano Tarefas
  • São mais ricos do que os sistemas ser humano
    máquinas, anteriormente apresentados. De fato, as
    tarefas compreendem não só as condições técnicas
    de trabalho, mas, também, as condições ambientais
    e organizacionais do trabalho.
  • Em uma determinada situação de trabalho, sempre
    pode-se identificar três tipos de tarefa, mais ou
    menos formalizados
  • tarefa prescritatarefa induzida ou
    redefinidatarefa atualizada.

30
Teoria dos sistemas (SH-T)
  • O primeiro passo na análise de um sistema ser
    humano tarefa é a delimitação deste sistema que
    pode ser estruturada nos seguintes passos.
  • definição da missão do sistema
  • definição do perfil do sistema
  • identificação e descrição das funções do sistema
    e sub-sistemas
  • estabelecimento de normas
  • atribuições de funções aos operadores e às
    máquinas.
  • Para qualquer que seja o sistema ser humano
    tarefa a ser analisado, de um simples posto de
    trabalho a um complexo sistema de produção

31
SHT
  • O segundo passo na análise do sistema ser humano
    tarefa é a descrição dos componentes deste
    sistema, através da
  • identificação das exigências da tarefa, em termos
    técnicos, ambientais e organizacionais.
  • Esta descrição permite o levantamento de uma
    série de dados a respeito da situação de trabalho
    considerada
  • dados referentes aos operadores, informações e
    ações de trabalho
  • dados referentes às máquinas, controles e
    comandos, entradas e saídas
  • dados referentes às condições técnicas de
    trabalho
  • dados referentes às condições ambientais de
    trabalho
  • dados referentes às condições organizacionais de
    trabalho.

32
Sistema de trabalho
  • Do ponto de vista ergonômico, uma situação de
    trabalho é um sistema complexo, dinamicamente
    inter-relacionado, cujas entradas (as exigências
    técnicas, ambientais e organizacionais de
    trabalho, caracterizadas na tarefa) determinam os
    comportamentos do homem no trabalho
    (caracterizadas nas atividades em termos de
    informações e ações) e, cujas saídas (os
    resultados do trabalho em termos de produção e
    saúde), são as resultantes deste sistema.

33
Situação de trabalho
Visão da abordagem do sistema homem-tarefa na
situação de um posto trabalho
34
Fontewww.eps.ufsc.br/disserta/eliete/capit_4
35
3. Metodologia de Avaliação utilizada em
Ergonomia
  • Nasce em 1949 com Suzanne Pacaud, a análise da
    atividade em situação real, resgatada em 1955 por
    Obrendame Faverge como análise do trabalho.
  • Estes autores preconizavam que o projeto de um
    posto de trabalho deveria ser precedido por um
    estudo etnográfico da atividade e mostravam o
    distanciamento entre as suposições iniciais e
    as análises finais. A proposta veio a ser
    formalizada somente em 1966 por Alain Wisner já
    como Análise Ergonômica do Trabalho (AET).

36
Atuação metodológica da ação ergonômica
  • Na Europa um conceito novo, a Intervenção
    ergonômica, hoje expressão corrente nos EUA,
    Japão,França, Alemanha, Canadá, Suécia, Brasil e
    etc.
  • As mudanças de paradigmas econômicos, no limiar
    dos anos 80, ampliaram este quadro fazendo brotar
    duas novas considerações que dão à ergonomia seu
    formato atual da Ação Ergonômica.

37
Atuação metodológica da ação ergonômica
  • A primeira delas nos Estados Unidos e Países
    Nórdicos, preconiza que os projetos de melhoria
    ergonômica são mais bem sucedidos numa
    perspectiva maior e inseridas na estratégia
    organizacional, e que foi chamada a partir de
    1990 de Macroergonomia (Brown Jr.,1990).

38
Atuação metodológica da ação ergonômica
  • A segunda nova vertente amplia este mesmo debate
    para o nível das contingências sociais e
    culturais, a que uma empresa está afeita no seu
    ambiente mediato e que foi cunhada por seu autor
    em 1974 de Antropotecnologia (Wisner, 1974,
    1980).

39
Intervenção ergonômica
  • O conceito de intervenção ergonômica inicialmente
    desenvolvido pela escola francesa de Ergonomia
    (Wisner, 1974, Duraffourg et al. 1977 Guérin et
    al. 1991) é hoje uma forma internacional de
    atuação do profissional que trabalha com a
    ergonomia.

40
Intervenção ergonômica
  • Segundo Laville (1997, p. I-2) a metodologia
    geral da ergonomia comporta
  • a. Um diagnóstico baseado na
  • análise das características sociais, técnicas,
    organizacionais e econômicas da situação de
    trabalho analisada
  • análise da atividade real dos operadores e do
    quadro temporal no qual ela se efetua
  • a medida das características dos meios de
    trabalho e do meio ambiente físico no qual o
    mesmo se realiza
  • a medida das características antropométricas,
    fisiológicas e psicológicas dos operadores em
    atividade.
  • b. Um projeto construído a partir
  • do diagnóstico
  • dos dados recolhidos sobre a situação de
    trabalho
  • dos dados existentes na literatura.
  • c. Uma verificação dos efeitos das modificações
    resultantes.

41
Intervenção ergonômica
  • Assim, as etapas desta metodologia envolvem,
    ordenadamente
  • Análise da Demanda,
  • Análise da Tarefa e
  • Análise da Atividade,
  • Cada uma dessas etapas resulta em hipóteses que
    vão subsidiar a etapa posterior e resultarão no
    diagnóstico, recomendações, execução, avaliação e
    validação das alterações propostas.

42
Intervenção ergonômica
  • etapas

Fig. Esquema geral da metodologia de análise
ergonômica do trabalho Fonte Adaptado de Santos
et all (1995, p. 39)
43
DEMANDA
  • A análise da demanda e a fase preliminar onde o
    analista de ergonomia confronta os conhecimentos
    sobre a situação concreta de trabalho com aqueles
    que possui sobre o homem em atividade.
  • Desta confrontação surge um certo número de
    hipóteses
  • explicativas para a carga de trabalho, as
    quais, irão orientar o prosseguimento do
    estudo.Cada fase da análise estas hipóteses irão
    sendo refinadas e aprofundadas, na media que o
    estudo avança.
  • Buscar construir as condições ideais que
    deveriam ser alcançadas para a condução da
    análise
  • a) discutir os objetivos do estudo com o conjunto
    das pessoas envolvidas (direção da empresa,
    serviços funcionais, gerências, supervisores,
    trabalhadores e suas organizações).
  • b) obter a aceitação dos trabalhadores que ocupam
    o posto (ou postos) a ser estudado. A
    participação destes trabalhadores é, de fato,
    indispensável para realizar uma boa análise das
    atividades. Para julgar a pertinência das
    variáveis e ajudar na interpretação dos
    resultados e,
  • c) esclarecer as respectivas responsabilidades,
    tanto do analista, quanto da direção da empresa,
    dos trabalhadores e das organizações destes, em
    relação ao desenvolvimento do estudo e da
    utilização dos resultados.

44
Analise da Demanda
  • Segundo Vidal (2003) reconhece a demanda
    empresarial e social através das seguintes
    necessidades
  • Demandas Trabalhistas
  • Demandas de certificação
  • Demandas de modernização

45
Demanda Trabalhista
  • Contemplada na NR 17, através da lei 641(MT).
  • Segundo Arueira 2000 (apud Vidal 2003), a demanda
    trabalhista pode apresentar as seguintes
    características
  • Atividades que requeiram grande esforço físico,
    posturas rígidas e movimentos aparentemente
    repetitivos.
  • Tarefas com elevados requisitos de precisão e
    qualidade final
  • Introdução de novas tecnologias físicas ou
    organizacionais
  • Elevadas taxas de absenteísmo, rotatividade,
    acidentes e queixas
  • Atividades em turno
  • Conflitos entre empregados ou setores (produção
    X vendas)

46
  • Uma situação bastante comum de uma demanda
    trabalhista, e quando o se pede uma AET geral de
    toda a empresa. ( Caso em que caberia um programa
    de Ergonomia)

47
Demanda por certificação
  • No plano de certificação de produtos e processos,
    a AET e a maneira de se poder verificar o
    encaminhamento de mudanças necessárias a
    conformidade dos temas convencionados em normas.
  • ISO 9000/ OSHAS 18001(Occupational Health and
    Safety Assessment Series, foi oficialmente
    publicada pela BSI British Standards
    Institution e entrou em vigor no dia 15/4/99)

48
Demanda de Modernização
  • Numa perspectiva de Modernização, a empresa
    procura
  • Aproveitar uma mudança para efetuar outras
    mudanças
  • Fazer a coisa certa desde o inicio
  • Apurar continuamente o custo e o beneficio das
    mudanças
  • Contratar um profissional certificado

49
Resultados esperados na demanda
  • Na demanda Trabalhista
  • Quadro ergonômico da empresa e seus processos
    chaves
  • Seleção e hierarquização dos problemas a
    solucionar
  • Recomendações de mudanças úteis, praticas e
    aplicadas
  • Mudanças de acordo com as normas
    regulamentadoras.

50
Resultados esperados de uma AET-
demanda/certificação
  • Em contexto de certificação
  • a. Apreciação ergonômica( unidade autônoma/ setor
    ou unidade inteira).
  • O conjunto de apreciações ou avaliações fica
    mais bem organizado se apresentado como proposta
    de um PROGRAMA de ERGONOMIA para aquela empresa.
  • b. Analise ergonômica da conformidade
  • ( São assinalados modificações importantes nos
    sistemas acoplados/s. informáticos configuração
    dos ambientes, organização do trabalho

51
Resultados esperados de uma AET- demanda/
certificação
  • c. Implementação ergonômica de padrões
  • (projeto, implantação, modificações necessárias a
    garantir uniformidade e desempenho).
  • Ex. transferência de Tecnologia
  • d. Verificação ergonômica de projetos
  • ( em busca de um selo de qualidade)

52
Resultados esperados de uma AET- demanda/
modernização
  • Em geral tem os seguintes contornos básicos
  • Caracterização/ seleção de processos-chave para
    a modernização
  • Estudo de processos-chave nas situações de
    referencia
  • Estabelecimento de caderno de premissas
  • ( dos estudos ergonômicos com os demais projetos)
  • Estudos ergonômicos das situações futuras
    prováveis
  • (em modo normal e em face de contingências
    presumíveis)
  • Construção do caderno de encargos relativo as
    mudanças necessárias.)

53
Análise da demanda
Ao final da análise da demanda, o ergonomista
deverá ter reunido dados acerca da situação
englobando a empresa, o sistema produtivo, a
população de trabalhadores envolvida e a situação
de trabalho, como sugerido no quadro abaixo.
54
.... Como acontece o dialogo da demanda?
  • A relação entre a empresa e o ergonomista, em
    geral, apresenta a seguinte forma
  • Empresa- estamos precisando de uma proposta de
    uma AET nos setores de.... ou nos postos
    de...Vocês podem nos enviar uma proposta.
  • Praticante de Ergonomia- Poderíamos fazer uma
    visita técnica e uma reunião com a direção da
    empresa?
  • Empresa Visita Técnica? ( pensa um pouco) Ah!
    Sim,claro, amanha? Quanto a reunião não acho que
    seja necessária, podem me enviar a proposta
    diretamente por email.
  • Praticante de Ergonomia - Bem, agendemos o
    horário da visita.

55
Exercício 1-
  • Trabalho em dupla Discuta com o seu colega os
    seguintes pontos
  • 1.1Quais os principais tipos de demanda por
    Analise Ergonômica do trabalho na realidade das
    empresas?
  • 1.2 Como podemos empregar a analise ergonômica
    do Trabalho para contribuir num projeto de
    modernização tecnológica ou organizacional?.

56
Exercício
1.3. Discuta e apresente de forma descritiva
sobre o tipo de demanda ergonômica que poderia
estar vinculada aos casos abaixo
B
A
57
Leitura Recomendada
  • Vidal, M. C. Guia para Analise Ergonômica do
    Trabalho (AET) na empresa. Editora EVC.Rio de
    Janeiro, 2003.
  • Santos, N. Manual da Analise Ergonômica do
    trabalho. Genesis, 1997.

58
  • Analise da Tarefa

59
ESTAVAMOS AQUI !!!
AGORA VAMOS INICIAR AQUI !!!!
60
  • Analise da Tarefa /(Task analysis) é um processo
    para procurar investigar O QUE o usuário FAZ e
    COMO FAZ, passo a passo, a fim de usar esta
    informação para analisar um sistema ou projetar
    um sistema novo.

61
  • O termo Analise da Tarefa refere-se a metodologia
    que pode ser obtida por diversos metodos.
  • Estas tecnicas são usadas para descrever ou
    avaliar
  • These techniques are used to describe or evaluate
    the interactions between the humans and the
    equipment or machines. They can be used to make a
    step-by-step comparison of the capabilities and
    limitations of the operator with the requirements
    of the system. The resulting information is
    useful for designing not only equipment, but also
    procedures and training.

62
análise da tarefa
  • A análise da tarefa é o estudo do que o
    trabalhador deve realizar e as
  • condições ambientais, técnicas e organizacionais.
  • é fundamental conhecer como o trabalho é
    organizado e prescrito no interior da
    organização. Realiza-se uma descrição o mais
    precisa possível da situação, observações e
    medidas sistemáticas de variáveis.
  • As interações se dão fundamentalmente entre os
    analistas de ergonomia e o corpo técnico e
    gerencial da empresa (supervisores, gestores,
    gerentes).
  • A análise da tarefa encerra-se com o refinamento
    de hipóteses acerca das
  • condicionantes do trabalho, indicando as
    situações onde o estudo deverá ser
  • aprofundado e quais variáveis deverão ser
    investigas com maior rigor.

63
Analise da Tarefa
  • Dois tipos de instrumentos são fundamentais nesta
    etapa para a coleta de dados
  • Um primeiro, visando conhecer o trabalho
    prescrito e as condicionantes para a sua
    realização.
  • Outro,que visa captar a percepção dos
    trabalhadores acerca dos problemas na execução da
    tarefa.

64
Analise da Tarefa
Exde ferramenta utilizada para o levantamento de
dados do trabalho prescrito e das condicionantes
para a sua realização
Tarefas e tempo de execução.
65
Analise da Tarefa
Ex método utilizado para conhecer dados de
percepção dos trabalhadores. Adaptação de
Corlett (1995)
66
Analise da tarefa
  • Moraes (1992 ) coloca a análise da tarefa como
    sendo a descrição do conjunto dos elementos que
    compõem a situação de trabalho a ser analisada e
    das interações entre esses elementos, incluindo
    eventuais disfunções.
  • a tarefa corresponde a um conjunto de objetivos
    designados aos operadores e um conjunto de
    prescrições, definidas pela empresa para atender
    a seus objetivos particulares
  • as hipóteses geradas na etapa anterior servirão
    para a escolha da ou das situações de trabalho
    que devem ser avaliadas para responder às
    questões propostas

67
Analise da Tarefa
  • Noulin (1992, p. 158) cita os elementos para uma
    descrição da tarefa como sendo
  • Objetivos performances exigidas, resultados
    designados, normas de produção que determinam uma
    certa obrigação de resultados que o operador
    reconhece como contrapartida de sua remuneração.
  • Procedimentos maneiras com as quais o operador
    deve atingir os objetivos.
  • Meios técnicos máquinas, ferramentas, meios de
    proteção, meios de informação e de comunicação.
  • Meios humanos organização coletiva de trabalho,
    repartição das tarefas, relações hierárquicas.
  • Meio ambiente físico Ambiências sonoras,
    térmicas, luminosas, vibratórias, tóxicas,
    concepção antropométricas do posto de trabalho.
  • Condições temporais duração, horários e ritmo de
    trabalho cadências pausas, flutuações da
    produção no tempo.
  • Condições sociais formação e/ou experiência
    profissional exigidas, qualificação reconhecida,
    possibilidade de promoção, plano de carreira.

68
Analise da ATIVIDADE
  • Para realizar a tarefa, com os meios disponíveis
    e nas condições definidas, o operador desenvolve
    uma atividade.
  • Para Leplat et all (1977), a atividade é a
    resposta do indivíduo ao conjunto desses meios e
    condições, caracterizada pelos comportamentos
    reais do mesmo em seu local de trabalho.
  • Os comportamentos podem ser físicos, tais como
    gestos e posturas, ou mentais, representados por
    competências, conhecimentos e raciocínios que
    guiam os procedimentos realmente seguidos.

69
Analise da ATIVIDADE
  • Estuda-se, assim, o conjunto formado pelo
    trabalhador e seu posto de trabalho, ou vários
    trabalhadores e o dispositivo técnico
    considerando as estruturas técnicas, econômicas e
    sociais que os envolvem.
  • A análise da atividade, é o que o trabalhador,
    efetivamente, realiza para executar a tarefa. É a
    análise das condições reais de execução e das
    condutas do homem no trabalho.
  • Assim como na fase anterior, deve-se proceder a
    uma
  • descrição o mais detalhada possível das
    atividades de trabalho.

70
Analise da ATIVIDADE
  • Nesse sentido, torna-se extremamente importante a
    participação dos trabalhadores pois os mesmos
    possuem, como diz Daniellou (1992, p. 101),
    conhecimentos específicos sobre a situação de
    trabalho e seus efeitos sobre a saúde.
  • Esses conhecimentos são técnicos, profissionais,
    também fisiológicos e psicológicos em alguns
    caso, empíricos, adquiridos pela experiência,
    pela repetição cotidiana da ação do organismo

71
Analise da ATIVIDADE
  • Medidas devem ser realizadas, sejam sobre as
    pessoas que trabalham (medidas fisiológicas do
    esforço), sejam sobre as atividades desenvolvidas
    (variação dos modos e dos tempos operativos),
    sejam, ainda, sobre o meio ambiente (dimensões do
    espaço e do local de trabalho, níveis de
    iluminação, ruído, temperatura, vibração).
  • No geral são avaliadas as posturas, ações,
    gestos, comunicações, direção do
    olhar,movimentos, verbalizações, raciocínios,
    estratégias, resolução de problemas,modos
    operativos, enfim, tudo que possa ser observado
    ou inferido das condutas dos indivíduos.
  • Ainda, tal descrição é obtida a partir da
    interação com os
  • operadores, em entrevistas pessoais ou coletivas.

72
Analise da ATIVIDADE
  • Guerin et all (1991, p. 21) sugerem levar em
    conta as informações que os operadores detectam
    no meio ambiente, a maneira como eles tratam
    essas informações, as razões enfocadas para a
    tomada de decisões e suas opiniões sobre gestos,
    posturas e esforços feitos durante a atividade de
    trabalho.
  • Os mesmos autores (p. 58) consideram que a
    atividade de trabalho é o elemento central
    organizador e estrutura as componentes da
    situação de trabalho.
  • Ela representa uma resposta às condicionantes
    determinadas exteriormente ao operador e,
    simultaneamente, é suscetível de transformá-las.

73
Analise da ATIVIDADE
  • Os determinantes da atividade de trabalho são
    analisadas enquanto fatores internos próprios de
    cada operador e fatores externos ao mesmo.
  • Os fatores internos podem ser representados por
    sexo, idade, estado de saúde, estado momentâneo
    (ritmos biológicos, fadiga), formação inicial,
    formação profissional contínua e vida
    profissional.
  • Já os fatores externos podem ser os objetivos a
    atingir os meios técnicos a organização do
    trabalho as regras e instruções os meios
    humanos as normas quantitativas, qualitativas e
    de segurança o espaço de trabalho e o contrato
    de trabalho.

74
Determinantes da Atividade de Trabalho
Fig. Esquema de descrição das determinantes da
atividade de trabalho Fonte Guerin et all
(1991, p. 59)
75
Analise da Atividade
  • Assim, como afirmam Guerin et all (1991, p. 62) a
    análise da atividade, em particular a
    variabilidade dos modos operatórios das
    condicionantes, revela as relações entre a
    estrutura econômica da empresa, as escolhas
    comerciais que daí resultam, os meios técnicos
    postos em ação e as dificuldades dos operadores
    para regular a variação da produção e os riscos
    decorrentes.
  • A análise permite também rever o funcionamento da
    empresa de um outro ponto de vista, ajudando a
    elaborar novas escolhas econômicas, técnicas e
    organizacionais visando a garantir qualidade e
    quantidade de produção.

76
Analise da Atividade
  • Do ponto de vista instrumental são duas as
    principais técnicas utilizadas nesta fase
  • Uma voltada para estabelecer as diferenças entre
    o trabalho prescrito e o trabalho real.
  • Outra para aprofundar as análises do ponto de
    vista fisiológico e biomecânico.

77
Analise da Atividade
Identificar diferenças entre trabalho
prescrito e real
78
(No Transcript)
79
Analise da Atividade
aprofundar as análises do ponto de vista
fisiológico e biomecânico
80
Analise da atividade
  • Ao final da análise da atividade, os analistas
    refinam as hipóteses explicativas da carga de
    trabalho,
  • corroborando ou refutando as hipóteses
    anteriores, e encaminhando a análise para uma
    discussão ampla entre os atores envolvidos no
    estudo.
  • A análise da atividade é encerrada com a
    formulação de uma explicação global para a
    atividade de trabalho, para a qual, utiliza-se o
    Modelo Integrador da Atividade de Trabalho

81
Diagnóstico
  • A etapa inicia-se com o diagnóstico da situação
    de trabalho que fundamentará o caderno de
    encargos de recomendações ergonômicas.
  • O diagnóstico representa a recomposição das
    análises parciais realizadas. Os dados levantados
    nas análises anteriores servirão nesta fase como
    argumentos a serem confrontados e integrados numa
    síntese que reflita os aspectos determinantes da
    situação de trabalho.
  • As conclusões de uma análise ergonômica,
    apresentadas na forma de hipóteses para a ação,
    devem conduzir e orientar modificações para
    melhorar as condições de trabalho em específico e
    da situação de trabalho, em termos mais
    gerais,atuando sobre os pontos críticos que foram
    evidenciados, equacionando os critérios de saúde
    e produtividade.

82
Diagnóstico
  • Caderno de encargos
  • As propostas testadas e aprovadas, passam a
    constituir um caderno de encargos, tornando-se
    referência para projetos futuros e das práticas
    cotidianos no posto (postos) estudados.
  • Os cadernos de encargos, no geral deverão conter
  • a) uma descrição geral do setor ao qual se
    destina
  • b) uma descrição dos principais problemas
    encontrados no setor
  • c) uma revisão da literatura acerca das questões
    evidenciadas
  • d) uma listagem dos princípios que orientam o
    projeto do trabalho no setor e,
  • e) os dispositivos técnicos e organizacionais
    recomendados para cada atividade

83
referencias
  • SANTOS, N., FIALHO, F.A. P.(1995). Manual de
    Análise Ergonômica do
  • Trabalho. 1a Edição, Curitiba, Editora Genesis.
    283 p.
  • WISNER, A. et al.(1994). A inteligência no
    trabalho textos selecionados de
  • ergonomia. São Paulo FUNDACENTRO,. 191p.

84
AUDITORIA ERGONÔMICA EM UMA INDÚSTRIA DE
CALÇADOSFranklim Rabelo de AraújoEspecialista
Eng. de Seg. do Trabalho - Auditor Fiscal do
Trabalho do MTE/DRT/CETel 0XX21 255-3931,
e-mail frankrabelo_at_zaz.com.brIsmênia Maria Lima
de OliveiraMédica do Trabalho Auditora Fiscal
do Trabalho MTE/DRT/CECláudio Cezar
PeresOrientador e membro do CNE - Auditor Fiscal
do Trabalho do MTE / DRT/RS
1 INTRODUÇÃO A indústria Calçadista vem
crescendo em ritmo acelerado no Nordeste
do Brasil nos últimos anos, especificamente no
Ceará, atraídas por incentivos fiscais concedidos
pelo governo e pela mão de obra farta e barata
existente na região. Muitas dessas indústrias
originam-se do Sul do País. De 6 anos para cá
muitas empresas se instalaram, as maiores com
mais de 10.000 trabalhadores. Em 06/12/2000 foi
realizada uma fiscalização na empresa Calçados N
S. A., atendendo ao processo No
462205.008124/00-11 do MTE, cujo
conteúdo continha alegativas de seus advogados
para o não cumprimento do item 1.3 do Termo de
compromisso firmado na Delegacia Regional do
Trabalho. Nesta auditoria foram lavrados autos de
infração(ITENS 17.3.1 da NR-17 e 12.1.2 da NR-12)
pelos Auditores Fiscais do Trabalho Franklim
Rabelo de Araújo, Ismênia Maria Lima de Oliveira
, bem como notificada a empresa quanto a
outros itens de segurança do trabalho. Em
08/06/2001, após retorno da fiscalização,
bem como atendendo a requisição do Ministério
Público do Trabalho da 7a Região foi procedida
nova auditoria para verificação do cumprimento do
termo de compromisso firmado entre a Delegacia
Regional do Trabalho do Ceará e o Ministério
Público do Trabalho no Ceará. Este trabalho tem
como objetivo relatar as condições ergonômicas
de trabalho, em uma indústria de calçados,
localizada no Estado do Ceará, notadamente
focalizando o cumprimento do Termo de compromisso
citado.
Exemplo de aplicação da AET
85
5 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TRABALHO - Ritmo de
trabalho3 equipes em 3 turnos de 8 horas de
trabalho , havendo uma pausa de 45 min para
alimentação, após 4 horas de trabalho - Ritmo de
trabalho constante pelo sistema de esteiras - A
remuneração do trabalhador é fixa Conteúdo das
tarefas trabalho monótono, sem exigência
de criatividade por parte do trabalhador. -
Existência de repetitividade na execução das
tarefas. Devido o sistema de produção ser em
esteira, os postos de trabalho possuem ciclo
menor de 30 segundos para não atrasar o andamento
da esteira. Sendo a produção média de pares de
sapatos entre 1.000 e 1.500 peças por fábrica2
por dia, dependendo do modelo fabricado. 6-
VERIFICAÇÃO DO CUMPRIMENTO DO ACORDO Em
08/06/2001, inspeção foi realizada, verificando a
seguinte situação ITEM 1.1 DO ACORDO
PROVIDENCIAR REGULAGEM DA ALTURA DAS BANCADAS DE
FORMA A ADAPTÁ-LAS À POSTURA DE TRABALHO
DO EMPREGADO .
2 A DEMANDA DO TRABALHO Solicitação do
Ministério Público do Trabalho CODIN / PRT / 7a
REGIÃO para verificação do cumprimento do Termo
de compromisso firmado no Ministério Público do
Trabalho pela empresa Calçados N S. A . 3
DADOS DA EMPRESA ( NOME FICTÍCIO1) DENOMINAÇÃO
CALÇADOS N S/ A CNAE 19.31-3 ENDEREÇO RUA
IGNORADA , s/n. MUNICÍPIO Não identificado CNPJ
xxxxxxxxxxxxxxxxxx NÚMERO DE EMPREGADOS
3.164 GRAU DE RISCO 03 4 DESCRIÇÃO DA TAREFA A
empresa não possui tarefa prescrita, as
instruções são passadas verbalmente pelo
supervisor de produção ,existe treinamento
introdutório na admissão , entretanto todos os
trabalhadores das fábricas possuem
função polivalente, variando em função do tipo de
calçado a ser fabricado. Não foi encontrado o
manual de procedimentos a ser seguido pelos
empregados. Procurou-se neste trabalho comparar o
que foi prescrito no Termo de acordo comas
condições reais de trabalho, depois de decorrido
o prazo para sua implantação.
86
Fig. 1 Bancadas foram providas de ajuste de
três níveis de regulagem, mas ainda faltam
concluir 20 das bancadas
87
ITEM 1.2 DO ACORDO IMPLEMENTAR AS RECOMENÇÕES
CONSTANTES DA ANÁLISE ERGONÔMICA REALIZADA PELA
EMPRESA. Observou-se que os seguintes itens,
recomendados pela Análise Ergonômica do Trabalho,
realizada pelo profissional contratado pela
CALÇADOS N S/A, não foram implementados. Na
página 88 da AET(Análise Ergonômica do Trabalho)
da empresa, no item cujo título é ERGONOMIA DO
LAYOUT, veja-se Ser humano X layout do seu local
de trabalho 1. No trabalho o ser humano necessita
de espaço mínimo - Para movimentação do corpo -
Para movimentação em volta da máquina - Para
segurança (choque com equipamento ou
mobiliário) - Para não se sentir constrito. A
seguir demonstram-se situações em que essa
recomendação da AET
88
Fig. 3 vista dos espaços reduzidos entre as
bancadas
Fig. 4 vista dos espaços reduzidos de trabalho,
neste exemplo de 38 cm.
89
JUSTIFICATIVA DA EMPRESA Em requerimento
protocolado sob No 46205.008124/00-11 na DRT/CE
a empresa alega no item 3 e 4 Face à
solicitação do nosso mercado, somos obrigados a
produzir em lotes pequenos, e trocar quatro a
cinco vezes por dia o nosso lay-out, ocorrendo
em certas ocasiões, em número ainda maior, sendo
este um fator da impossibilidade de planejarmos a
disposição mais definitiva do maquinário e dos
trabalhadores ao longo de nossas linhas. Para
melhor entendimento, a competitividade levou-nos
a ampliar nossa linha de mercado de tênis, cujos
produtos e modelos exigem um maior número
de trabalhadores ao longo das linhas de
montagens, o que as congestiona e diminui os
espaços. A empresa argumenta que a solução deste
problema diminuiria sua produção, acarretando
perda na competitividade. O consultor da empresa
, em sua AET(análise ergonômica do
trabalho) elenca as conseqüências do lay-out
inadequado,as quais são - acidentes(más
qualidades ambientais) - Perda de produtividade
(excesso de movimentos e deslocamentos que não
agregam valores) -
90
Desconforto ambiental (ruído, iluminamento,
etc.) - Lesões musculoligamentares(posturas). Na
auditoria não se constatou, também, nenhuma forma
de participação do trabalhador,como sugere a AET
o empregador deveria Ouvir o trabalhador
sobre sua atividade, perguntando-lhe o que
poderia ser melhorado(item 16 pág. 83 da AET da
empresa),assim como o item 9 da mesma página que
cita que se deveAlternar a postura de trabalho
(de pé / sentado / semi-sentado). Verifica-se que
a empresa reluta em atender as recomendações do
seu próprio consultor contratado.
ITEM 1.3 DO TERMO DE COMPROMISSO MANTER A
DISPOSIÇÃO DOS EMPREGADOS ASSENTOS ERGONÔMICOS
PARA A POSIÇÃO SEMISENTADA NA PROPORÇÃO DE UM
PARA CADA TRÊS TRABALHADORES NOS POSTOS DE
TRABALHO COM MENOR MOVIMENTAÇÃO. A empresa
providenciou assentos para a posição
semi-sentada, mas em número insuficiente, não
atendendo este item do acordo. Aliás, devido
aos reduzidos espaços mantidos pela empresa,
entre bancadas e máquinas, não se consegue
atender o que preconiza este item. Em inspeção no
Galpão 1 , observa-se que existe uma relação de
1(um) assento para cada 80(cinqüenta) trabalhadore
s e não de 1 para 3 como determina o acordo. As
trabalhadoras que se encontravam com o assento
semi-sentado estavam na maioria grávidas(fig. 5).
91
Fig.5 vista da utilização do assento semi-sentado
Fig. 6 vista do assento semi-sentado, que possui
regulagem de altura.
92
Fig. 7. vista geral de uma fábrica, com sua
esteira rolante.
93
(No Transcript)
94
NR -17
  • NR 17 Ergonomia (117.000-7)
  • 17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a
    estabelecer parâmetros
  • que permitam a adaptação das condições de
    trabalho às características psicofisiológicas
    dos trabalhadores, de modo a proporcionar um
    máximo de conforto, segurança e desempenho
    eficiente.
  • 17.1.1. As condições de trabalho incluem
    aspectos relacionados
  • ao levantamento, transporte e descarga de
    materiais, ao mobiliário,
  • aos equipamentos e às condições ambientais
    do posto de
  • trabalho e à própria organização do
    trabalho.
  • 17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições
    de trabalho às
  • características psicofisiológicas dos
    trabalhadores, cabe ao empregador
  • realizar a análise ergonômica do trabalho,
    devendo a mesma abordar,
  • no mínimo, as condições de trabalho,
    conforme estabelecido nesta
  • Norma Regulamentadora.

95
Manual de Aplicação da NormaRegulamentadora Nº
1-Ministério do Trabalho-2002
  • Pagina 12.
  • 17.1. Esta Norma Regulamentadora visa estabelecer
    parâmetros
  • que permitam a adaptação das condições de
    trabalho às características psicofisiológicas dos
    trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo
    de conforto, segurança e desempenho
  • eficiente.
  • A palavra parâmetros criou uma falsa expectativa
    de que seriam
  • fornecidos valores precisos, normatizando toda e
    qualquer situação
  • de trabalho.
  • Apenas para entrada eletrônica de dados, é que há
    referência a números precisos. No entanto, os
    resultados dos estudos realizados no Brasil e no
    exterior devem ser utilizados nas transformações
    das condições de trabalho de modo a proporcionar
    um máximo de conforto, segurança e desempenho
    eficiente.

96
Literatura Recomendadada
  • Santos, N Fialho. F.Manual da Analise Ergonômica
    do Trabalho. Genesis. 1997.
  • http//www.cdc.gov/niosh/mining/topics/ergonomics/
    taskanalysis/taskanalysis.htm

97
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