Title: A HIST
1- A HISTÓRIA DA FARMÁCIA MAGISTRAL
- A história da farmácia está fortemente associada
a magias, teologia, alquimia, dogmas e também à
ciência .
2A HISTÓRIA DA FARMÁCIA MAGISTRAL
- A arte de selecionar, extrair, preparar e
manipular drogas de origem vegetal, animal e
mineral é tão antiga quanto o aparecimento do
homem na terra, de tal forma que a História da
Farmácia se mistura com a História da nossa
Civilização. O aparecimento da Farmácia se dá
quando o homem começa a usar os recursos naturais
como fonte medicinal contra dores, doenças,
injúrias e até mesmo contra a morte.
3(No Transcript)
4A HISTÓRIA DA FARMÁCIA MAGISTRAL
- Até a chegada do século XX a farmácia era
essencialmente magistral as manipulações
envolviam o uso da água, folhas, plantas,
extratos de origem vegetal, mineral e animal,
como medicamentos. - O conhecimento dos antigos era passado de geração
a geração, resultando no aprimoramento destas
técnicas. Este conhecimento era ainda enriquecido
com algum mistério e magia, típicos da época. - Muitos procedimentos eram descritos por tribos
indígenas através de seus pajés e líderes.
5(No Transcript)
6A HISTÓRIA DA FARMÁCIA MAGISTRAL
- A arte dos boticários tem estado sempre
associada a mistérios e ao mundo dos
espíritos uma estreita interface entre o real
e o imaginário - Na Bíblia encontramos a presença do boticário ou
perfumista existindo vários relatos no Antigo
Testamento que descrevem a arte de manipular - A profissão do boticário ou perfumista
aparece então como uma das primeiras da
humanidade.
7- Relatos presentes no Antigo Testamento
- 1- Êxodo 3025. Manipulação do óleo da unção,
preparado por Moisés Com esses ingredientes
(mirra de primeira qualidade, cana odorífera,
óleo de oliva etc) farás o óleo para a sagrada
unção, um ungüento composto segundo a arte do
perfumista.
8- 2- Ezequiel 4712. Uso de plantas como remédio
E sobre ambas as margens do rio crescerão
árvores frutíferas das mais variadas espécies,
cujas folhas não murcharão e cujos frutos nunca
acabarão amadurecerão de mês em mês, pois
aquelas águas vêm do Santuário. Os frutos
servirão de alimento e as folhas de remédio.
9- 2000 AC
- Encontramos vários relatos da Civilização Chinesa
(Imperadores Chineses SHEN NUNG, CHIN-NONG e
outros) descrevendo a administração de drogas de
origem vegetal sob a forma de extratos. - Naquela época percebia-se que era bem mais fácil
e agradável ingerir um extrato do que a planta na
sua íntegra. Inicialmente, utilizou-se o processo
mais simples de preparação, a maceração em água,
e com o passar do tempo, foi-se associando a ação
do calor assim como o uso de outros solventes
(vinho e vinagre). - Como formas farmacêuticas utilizadas existiam
cataplasmas, enemas, loções, infusões, decocções
e outras.
10- 1552 AC
- Civilização Egípcia coleção de cerca de 800
prescrições, na qual são citadas mais de 700
drogas (Ebers Papyrus). - Como formas manipuladas são descritas
supositórios, enemas, formas para inalação,
ungüentos, infusões, pílulas, colírios,
emplastros etc). Encontramos também a descrição
de equipamentos como gral (mortar), moinhos
manuais, peneiras e balanças. - .
111552 AC
- Curiosidades da civilização egípcia fórmulas
para estancar hemorragias para tratar o
diabetes, diarréias fórmulas para impedir o
choro descontrolado de crianças prevenir o
aparecimento de cabelos brancos fórmulas para
fazer crescer cabelo fórmulas para conservação
dos dentes e outras.
12- 460-370 AC A era de Hipócrates
- Teoria Hipocrática dos humores o primeiro passo
para o sucesso do tratamento é a purificação do
corpo. - Defende o uso de sangrias, purgativos, eméticos,
enemas e sudoríferos.
Hipócrates o pai da medicina
13460-370 AC A era de Hipócrates
- Hipócrates fundamentou a sua prática médica (e a
sua forma de compreender o organismo humano,
incluindo a personalidade) na teoria dos quatro
humores corporais (sangüíneo, fleumático, biliar
ou bílis amarela e atrabiliar ou bílis negra)
que, consoante as quantidades relativas presentes
no corpo, levariam a estados de equilíbrio
(eucrasia) ou de doença e dor (discrasia).
14Início da era do Cristianismo100 DC
Dioscorides farmacêutico botânico. Discutiu a
origem egípcia de 80 drogas vegetais na
publicação De materia medica libri quinque
(publicação de 5 volumes). Curiosidade Foi o
primeiro a usar o vinho como anestésico e como
cauterizador de feridas.
15130-200 DC A era de Galeno
- Claudius Galeno foi o maior médico grego depois
de Hipócrates. - Foi um dos autores mais produtivos de todas as
épocas, tendo escrito cerca de 500 tratados
médicos, além de 250 publicações em áreas como
filosofia, direito e gramática. - Suas publicações incluem descrições de numerosas
drogas, assim como fórmulas e métodos de
manipulação.
16130-200 DC A era de Galeno
- Galeno foi um marco dentro da farmácia,
principalmente devido ao grande número de
formulações por ele desenvolvidas. Em sua
homenagem temos os termos Farmácia Galênica,
Produtos Galênicos, Desenvolvimento Galênico,
dentre outros. - Dentre estas muitas formulações temos o cold
cream (Galens Cerate), base de creme
desenvolvida originalmente por Claudius Galen e
utilizada até os dias de hoje.
17COLD CREAM (F. BRAS. I) FÓRMULA Cera de
abelhas...........................................
...........15 Óleo mineral......................
......................................50 Borato
de sódio..........................................
...............1 Água destilada..........q.s.p..
.................................. 100
Indicação hidratação das camadas superiores da
epiderme, reforço da função de barreira
protetora da pele.
181240 A Farmácia é separada da Medicina na
Europa
- Separação feita pela primeira vez pelo Imperador
Alemão Frederick II, que entendendo o crescimento
da complexidade e variedade do número de drogas,
exigiu que aqueles que fossem trabalhar com estas
substâncias se especializassem e dedicassem total
atenção a esta arte. - Começam a aparecer as primeiras farmácias na
Europa.
191498
- Publicada a Primeira Farmacopéia The Nuovo
Receptario (Florence, Italy) - É dado status oficial a profissão farmacêutica
e todos os boticários devem segui-la.
201540 A era de Paracelso
- Paracelso é o pseudônimo do suíço
- Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von
Hohenheim. - Médico aos 23 anos fez avançar grandemente os
estudos da química, introduzindo o uso de
substâncias químicas (enxofre, mercúrio, sal)
para a cura de doenças.
211540 A era de Paracelso
- Paracelso também introduziu na terapêutica o
preparo e o uso medicinal de tinturas e extratos
alcoólicos. - Seus estudos vieram a constituir uma das bases da
química moderna e da farmacologia.
221617
- Organizada a primeira sociedade de farmacêuticos
em Londres Master, Wardens and Society of the
Art and Mystery of the Apothecaries of the City
of London
23Séculos XVII e XVIII nos E.U.A.
- Em 1640, John Winthrop, primeiro governador de
Massachusetts, importou drogas e plantas nativas
da Nova Inglaterra, para que fossem manipuladas
segundo a arte e o mistério dos boticários e
utilizadas pelos cidadãos americanos. Foram
manipuladas substâncias como cobre, enxofre e
ferro preparações de antimônio e mercúrio
drogas vegetais, dentre outras. - 1752 Surge a primeira Farmácia Hospitalar
Americana (medicamentos manipulados e drogas
manufaturadas), na Filadélfia.
24Século XIX
- Publicação da Farmacopéia Americana (1820).
- Verifica-se nos séculos XVIII e XIX um grande
número de drogas sendo utilizadas, a maioria de
origem vegetal, tais como cáscara sagrada,
gelsemium, tabaco, erva santa etc.
25A Revolução Industrial
- A revolução industrial, associada a descoberta de
novas drogas de origem sintética, começa a mudar
o cenário farmacêutico - O isolamento dos constituintes ativos das drogas
de origem vegetal permite identificar a estrutura
química destas, fazendo surgir uma nova fonte de
drogas aquelas obtidas por reações químicas
conduzidas em laboratório.
26O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
- Década de 40- 50 Descontinuidade da
manipulação. - Grande fomento do Processo Industrial -
manipulação cede espaço a remédio feito por
máquina. - Perda da personalização e desaparecimento
paulatino da Atenção Farmacêutica. - Farmacêuticos perdem o referencial da assistência
humanística.
27O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
- 1930s cerca de 75 das prescrições eram
manipuladas - 1950s este número cai para 26
- 1962 somente 3 a 4 são manipuladas
- 1973 menos de 1 se destinam a Farmácia
Magistral.
28O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
- Como conseqüência destes acontecimentos
- Entre as década de 60 e 80 o currículo de
FARMÁCIA nos coloca apenas com uma perspectiva
industrial da profissão.
29O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
- A reforma Universitária de 1968 ( lei 5540 de
1968 ), é realizada segundo um entendimento de
obediência aos preceitos contidos no acordo
MEC/USAID. - Foi elaborada uma resolução, que estabeleceu o
currículo mínimo para os cursos de farmácia.
30O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
- A preocupação do relator fixou-se em justificar o
desvio completo das atividades da Farmácia,
quando conclui que a industria farmacêutica
moderna é essencialmente uma industria de
transformação (..) e (...) a farmácia é um
estabelecimento predominantemente comercial, com
artesanato técnico em involução
31O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
- A sociedade organizada reage de forma lenta as
modificações - Esta mesma sociedade foi verificando que as
necessidades terapêuticas não eram atendidas pela
oferta industrial ao longo destes quase 30 anos
de predominância industrial absoluta. - Aparece a oportunidade para suprir esta demanda
reprimida e fundamentalmente necessária.
32O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
- Escassez de novas descobertas pelos processos
tradicionais de síntese química - Efeitos secundários decorrentes do uso de
fármacos sintéticos - Mudança no perfil do consumidor
- Necessidade de ajuste de doses (retorno das
receitas personalizadas).
33O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
- Ressurge a farmácia com manipulação e ocupa um
espaço importante na Assistência Farmacêutica. - Passaram a ser economicamente viáveis e seu
crescimento é bastante acentuado. - O trabalho começa empírico com Boas Práticas
baseadas no bom senso e responsabilidade
profissional.
34O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
- Ao longo destes quase vinte anos, o trabalho
prossegue de forma empírica, sem qualquer
respaldo legal, o que provocou algumas
intercorrências. - O Faz-se segundo a arte estava dicotomizado dos
modernos modelos de qualidade agora vigentes
(normas ISO).
35O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
- Começa a preocupação com as Boas Práticas tanto
por parte do segmento quanto por parte dos órgãos
fiscalizadores. - Surge a RDC 33/2000 Regulamentação de cunho
rigoroso elaborada com a intenção de definir o
lugar e os limites que a Farmácia deveria ocupar
para produzir com qualidade e segurança.
36O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
- Isto permitiu a percepção de um grande potencial
de ajuda na terapêutica e foi bastante
incentivado por determinadas especialidades
médicas. - Fármacos até então negligenciados pela cadeia
produtiva passaram a ser utilizados e alguns
tiveram o seu retorno na produção industrial. - Sulfasalasina / hidroxizine / oxoralem etc...
37O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
- A farmácia com manipulação com o seu lugar
diferenciado garantido, começa a buscar novos
espaços. - Alguns aspectos técnicos de Boas Práticas
ainda não estavam de todo sedimentados e
compreendidos e outros verificou-se a necessidade
de aperfeiçoar.
38O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
- A Farmácia começa a avançar no sentido de
diversificar seu potencial. - Passa a manipular um grande número de fármacos
dos mais diversos grupos farmacológicos e formas
farmacêuticas seguindo prescrições médicas. - Com estes avanços em seu espaço de atuação
torna-se necessário se avaliar os novos critérios
de Boas Práticas que irão nortear o trabalho de
manipulação no sentido de garantir qualidade e
menor risco sanitário. ( RDC 354 ).
39O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
- A partir de 2004 a Anvisa entende ser necessário
um aperfeiçoamento das regras de Boas Práticas. - Preocupa-se principalmente com a manipulação de
substâncias tais como hormônios e antibióticos. - Decide pela divisão em novos níveis de
complexidade e após um longo e extenuante debate
(CP 31) a Diretoria Colegiada da Anvisa promulga
a RDC 214/2006, extinguindo as RDC 33 e RDC 354.
40O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
41O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
- Pontos críticos ainda são objetos de cuidado tais
como - 1. Armazenamento de insumos Infra-estrutura de
- estoque, laudo de análise, fracionamento
de - matéria prima,teste de identificação
etc.. - 2 .Tratamento de água cuidados com o
- sistemas (pops mais rigorosos)
42O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
- 4. Garantia da qualidade documentação
- rastreabilidade.
- 5. Controle de qualidade área ou local
definido, procedimentos e metodologia, novos
ensaios obrigatórios tais como uniformidade de
conteúdo - 6. Instalações Plantas desatualizadas,adapta
das, área de paramentação, sistemas de exaustão
etc..
43O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
- A realidade do ressurgimento deste segmento e o
direito inalienável de atuar (a exemplo do que
ocorre em todos os países do mundo). - A necessidade de sua atividade como elemento de
apoio na Assistência e Atenção Farmacêuticas,
permitindo uma melhor interação
médico-farmacêutico paciente (personalização do
medicamento)
44A Manipulação nos Dias de Hoje (Séc XXI)
- O número de prescrições manipuladas vem crescendo
largamente nos dias de hoje. Esta é uma tendência
mundial que se justifica, dentre outros fatores,
pela grande versatilidade que a farmácia
magistral possui. - Farmacêuticos são criativos e têm a habilidade de
formular preparações individualizadas e
específicas para cada paciente. - É nossa obrigação produzir medicamentos de alta
qualidade, estando sob a nossa responsabilidade a
integridade e a qualidade do produto final, seja
ele manipulado por nós ou por técnicos treinados
e supervisionados por farmacêuticos.
45O Renascimento da Farmácia Magistral 1980s
- A incapacidade da Atividade Industrial de prover
os medicamentos na dose e nas formas
farmacêuticas necessárias aos diversos tipos de
tratamento e que podem ser plenamente satisfeitas
com o exercício magistral. - Que a segurança de suas ações advirá de uma
adaptação a uma legislação, bem elaborada e
tecnicamente exeqüível, devendo desta forma
determinar as limitações necessárias a sua
atividade magistral, não objetivando o
cerceamento ou o impedimento de sua autonomia.
46OBRIGADO