Title: Carmelitas de Faro
1ORAÇÃO E CONVERSÃO
Livro da Vida, 9 Santa Teresa de Jesus
2- ORAÇÃO E CONVERSÃO CONTÍNUA
-
- MODELOS
- IMAGENS
-
- LEITURAS
-
- A VIDA NOVA, ORAÇÃO NOVA
-
3- Aos 39 anos, Teresa muda de vida.
- Mudança radical, total, que afecta toda a sua
pessoa em seus estractos mais profundos. - Muda o seu sistema de relações com Deus.
- Põe fim à luta agónica dos capítulos anteriores e
marca o alvorecer de um novo e longo itinerário
que durará até à morte.
4- Este capítulo assinala
- o fim da vida ascética e
- o início da vida mística de Teresa.
- À luta travada até aqui, faltava-lhe uma coisa
muito importante e decisiva - PASSAR DO ESFORÇO PESSOAL, À CONFIANÇA EM DEUS!
- Assim o indica no capítulo 8
- Suplicava ao Senhor que me ajudasse, mas devia
faltar o não pôr eu, de todo, a confiança em Sua
Majestade, nem perder de todo a que punha em mim.
Buscava remédio, fazia diligências mas não devia
compreender que tudo aproveita pouco se, perdida
totalmente a confiança em nós mesmos, não a pomos
em Deus. (Vida 8, 13)
5- Ao iniciar o capítulo 9, Teresa repete-o
Andava já a minha alma cansada e, embora
quisesse. não podia. (Vida 9, 1
- Até que o pôde e quis o Senhor quando Teresa
- se abriu
- à Sua presença
- e iniciativa.
6- Por isso, ao resumir o tema no título do
capítulo, muda o sujeito da acção não é Teresa
quem decide a mudança de vida - O actor é Ele, o Senhor.
- O capítulo 9 intitula-se Trata por que meios
começou o Senhor a despertar sua alma e a
iluminá-la. - Comparando este título com o título do capítulo
1, vemos que há aqui um decalque, Trata como o
Senhor lhe começou a despertar a alma para a
virtude na sua infância mas com uma diferença
abismal essa mudança do sujeito de acção
acontece em 2 episódios simples e intensos,
capazes de remover até os estractos mais
profundos da alma de Teresa.
7- ESQUEMA
- 1º episódio
- encontro com uma imagem de Jesus (1-3)
- Orientação cristológica da sua oração (4-6)
- 2º episódio
- leitura das Confissões de Sto Agostinho (7-8)
- mudança interior de Teresa (9)
- Epílogo
- Início de vida nova crescem as mercês do Senhor
(9)
8CRONOLOGIA
- Finais de 1554.
- Teresa conta 39 anos.
Tinha eu este modo de oração como não podia
discorrer com o entendimento, procurava
representar-me a Cristo dentro de mim e sentia-me
melhor nos passos onde O encontrava mais só.
Parecia-me que, estando só e aflito, como pessoa
necessitada, me havia de admitir a mim. Destas
simplicidades tinha eu muitas. (V 9, 4)
9Em especial achava-me muito bem na oração do
Horto, ali era o fazer-Lhe eu companhia Pensava
naquele suor e aflição que ali tinha tido. Se
pudesse limpar-Lhe aquele tão penoso suor. (V
9, 4)
10oração
Oh! O que sofre uma alma - valha-me Deus - por
perder a liberdade que havia de ter de ser
senhora, e que tormentos padece! Eu me admiro
agora como podia viver em tanto tormento. Seja
Deus louvado, que me deu vida para sair de morte
tão mortal! (V 9, 8)
11LIÇÃO DE ORAÇÃO TERESIANA para nós, hoje
- Mudança no interior da pessoa, mudança de
amizade. - A luta resolve-se em perder a confiança excessiva
em si própria e colocá-la totalmente em Deus. - Mudar o protagonista da história, da vida. Já não
sou eu, é Ele
12-
- A luta preparou estes 2 episódios
- O encontro com Cristo muito chagado
- Leitura das Confissões de Santo Agostinho
13 Da oração expressa com o corpo, passa a
falar-nos do seu interior
Foi tanto o que senti por tão mal Lhe ter
agradecido aquelas chagas, que o coração, me
parece, se me partia e arrojei-me junto dEle com
grandíssimo derramamento de lágrimas. (V 9, 1)
- Este encontro com Cristo tão chagado fá-la
expressar o seu arrependimento, a sua mudança
suplicando-Lhe me fortalecesse de uma vez para
sempre para não mais O ofender (V 9, 1)
14- A cena da Madalena serve-lhe para narrar o
seu estilo de oração - ama, mais do que discorre
- inteligência intuitiva (atender, mais do que
entender) - recurso mental
- ora com imaginação, afecto, sensibilidade
- descreve a orientação cristológica da sua oração
- só podia pensar em Cristo como homem
- pensava, acompanhava, limpava, estava ali com
Ele. -
15- Aproveita muito este modo de proceder AMAR.
- O livro é recurso defensivo para fixar a mente na
verdade. O fim da leitura é suscitar o amor, a
fé, a vida. - O amor consciencializa-se na oração e
expressa-se na vida de cada dia, no olhar
contemplativo da criação, das pessoas. - Conhecimento próprio da sua ingratidão
- Percepção de uma Presença (subjectiva)
- Amiga de imagens porque não pode representar com
a inteligência. Estas movem a vontade e suscitam
o amor. - Utiliza sempre a mediação do sacramental, do
sensível. - Apresenta cenas do Getsémani. Do oratório externo
de Teresa, conduz-nos ao seu próprio oratório.
ELEMENTOS DA ORAÇÃO TERESIANA
16- AMIZADE-CONVERSÃO-ORAÇÃO
- Se a oração é amizade, a conversão é colocar o
coração no centro, em Cristo. - Colocar a amizade de Cristo no centro da vida.
- A oração não se reduz a um momento do dia, mas
engloba toda a vida. - Se o coração muda, tudo muda também na pessoa,
porque a confiança recai em Cristo. - Esta mudança não se resolve de uma vez para
sempre, mas ao longo de toda a vida. - É processo de toda a vida.
17- A amizade-conversão influi
- na pessoa
- na relação
- nos compromissos
- nas opções
- A amizade-conversão iguala, intensifica-se.
- Converter-se à oração é converter-se à amizade.
- Oração e confiança
- Oração e amizade teologal
18- Oração e confiança
- Oração e amizade teologal
- Todas as capacidades
- do amor humano são transferidas ao amor de Deus.
Começou a crescer em mim a disposição de estar
mais tempo com Ele e a tirarem-se-me dos olhos as
ocasiões, porque uma vez afastadas estas, voltava
a amar Sua Majestade.. (V 9, 9)
FIM