Title: ADOLESC
1ADOLESCÊNCIA
CURSO DE MEDICINA/UCPEL Núcleo de Pediatria Profª
Luiza Helena Novaes
2ADOLESCÊNCIA
Por que estudá-la?
- contingente populacional expressivo e
crescente - 30 da população no Brasil
- características típicas de conduta
- morbimortalidades específicas
- acidentes de transporte,
- homicídios, suicídios,
- AIDS, gravidez
3ADOLESCÊNCIA Conceito
OMS etapa evolutiva que se estende dos 10-20
anos de idade, caracterizada por intensas
transformações biopsicossociais, em uma busca
pelo jovem de seu lugar e papel na sociedade.
ECA lei n 8069, 13/07/90, faixa etária 12-18
anos
4ADOLESCÊNCIA Conceito
HEBIATRIA subespecialidade pediátrica,
regulamentada desde 1998 pela Sociedade
Brasileira de Pediatria Associação Médica
Brasileira em 1999 afirmou ser área de atuação do
pediatra.
Hebe deusa da juventude na mitologia grega
5ADOLESCÊNCIA Conceito
PUBERDADE é o componente biológico da fase de
adolescência surgem os caracteres sexuais
secundários por ação hormonal e culmina com a
aquisição da capacidade reprodutiva.
6ADOLESCÊNCIA Conceito
ADOLESCÊNCIA modificações hormonais e
comportamentais (biopsicossociais)
Lembrar os primeiros indícios da puberdade
protrusão do mamilo e aumento testicular
assinalam o início da adolescência. O final da
puberdade coincide com a aquisição da capacidade
reprodutiva, fusão das epífises ósseas, mas não
significa o final da adolescência.
7ADOLESCÊNCIA Etapas
ETAPA INICIAL 10-14 ANOS, distância dos pais,
menor interesse por assuntos familiares,
aproximação com os iguais, mesmo sexo,
necessidade de privacidade e de adaptação às
mudanças corporais inseguros em relação a saúde
e doença, atendimento com os pais
predominantemente.
8ADOLESCÊNCIA Etapas
ETAPA MÉDIA 15-17 ANOS, máxima identificação com
os iguais, exposição a situações de risco,
onipotência, puberdade completa, conflitos com a
nova imagem corporal, início das experiências
sexuais. Comportamento mais próximo do adulto,
atendimento individualizado, com participação
ativa, confiante na relação com o hebiatra, sem
imposição dos pais.
9ADOLESCÊNCIA Etapas
ETAPA TARDIA 17 a 20 ANOS, surgimento de valores
e comportamento do tipo adulto, reaproximação com
os pais por identificação de papéis,
relacionamentos mais afetuosos e íntimos, busca
de estabilidade social e econômica, definição de
carreiras, atendimento individualizado.
Fenômeno recente adolescência prolongada,
faixa etária 20-24 anos.
10ADOLESCÊNCIA A consulta
- Dificuldades dos adolescentes
- recusa em comparecer a consulta, desconhecimento
do hebiatra - dificuldades ou recusa em verbalizar os
problemas - comunicação extraverbal gestos, olhares,
atitudes - receio de que a consulta sirva para descoberta
de segredos pelos pais - recusa em cumprir prescrições e de retornar às
consultas e seguimentos.
11ADOLESCENTE A consulta
DICA uma boa tática é iniciar a anamnese com
perguntas genéricas!
- O que gosta de fazer nas horas de folga?
- O que mais gosta e o que menos gosta na escola?
- É praticante de esportes competitivos?
- Que sonhos e desejos têm para o futuro?
12ADOLESCÊNCIA A consulta
LEMBRAR os adolescentes costumam construir no
imaginário, hipertrofias deformadoras de suas
dificuldades, demandando gastos inúteis de
energia, sofrimento e conseqüências catastróficas
para si próprios.
13ADOLESCÊNCIA A consulta
- Dificuldades dos pais
- escala de prioridades diferente do adolescente
- expectativa de usar o hebiatra como um canal
para transmitir ao adolescente suas queixas,
conselhos - expectativa de que o hebiatra repasse
informações sobre o adolescente - tendência de relatar mais os aspectos negativos
do comportamento do adolescente do que os
positivos
14ADOLESCÊNCIA A consulta
DICA vale a regra de pedir aos pais para
lembrarem de sua época de adolescentes e
repensarem as situações críticas que também
enfrentaram, em uma tentativa de evitar a
perpetuação de erros e preconceitos.
15ADOLESCÊNCIA A consulta
- Dificuldades do hebiatra
- insegurança com atitude hostil ou
- permissiva
- falta de hábito de dirigir-se diretamente ao
adolescente - falta de treinamento para não aceitar o papel
que os pais tentam impor - tempo de consulta insuficiente
- ausência de sala especial e horário exclusivo
- falta de costume de trabalhar em equipe.
16ADOLESCÊNCIA A consulta
DICA ser firme, mas não autoritário tolerante
sem ser omisso empático, mas não sedutor e
liberal, sem ser permissivo!
17ADOLESCÊNCIA
Condições básicas para o atendimento
- gostar de adolescentes
- bom nível de conhecimento
- postura ética com sensibilidade e respeito
- ausência de preconceitos
- disponibilidade e receptividade
- garantia de confidência e sigilo
- reconhecimento de limites
18ADOLESCÊNCIA
Limite da confidencialidade
- Risco de morte para o paciente ou terceiros
- suicídio, doenças, fuga de casa
- procedimentos notificação obrigatória - maus
tratos - intenção de abortar
- gravidez
- abuso de drogas
- anorexia e bulimia nervosa
- ferimentos de cunho criminoso, atos violentos
- ameaça de homicídio.
19ADOLESCÊNCIA
ATENÇÃO !
O Código de Ética Médica Capítulo IX Segredo
Médico artigo 103 É vedado ao médico revelar
segredo profissional referente a paciente menor
de idade, inclusive a seus pais ou responsáveis
legais, desde que o menor tenha a capacidade de
avaliar seu problema e de conduzir-se por seus
próprios meios para solucioná-los, salvo quando a
não revelação possa acarretar danos ao paciente.
20ADOLESCÊNCIA
Condições básicas para o atendimento
- definir limites profissionais para o paciente e
família - permitir aos pais a participação na consulta
- saber momento adequado da consulta individual
- dividir responsabilidades com o adolescente e
família - facilitar e incentivar as relações familiares.
21ADOLESCÊNCIA
DICA é necessário refletir e debater em conjunto
as questões explícitas que preocupam a família e
não importam aos adolescentes, assim como as
questões implícitas que transtornam o
adolescente, e a família nega ou ignora ou não se
interessa!
22ADOLESCÊNCIA
Condições básicas para o atendimento
- saber encaminhar de forma segura, neutra, no
momento certo, assuntos como drogas,
contracepção, gestação, DST, para orientação e
prevenção - respeitar o pudor do adolescente, com
explicações das etapas do exame físico, com
exclusão daquelas não concordantes até momento
propício.
23ADOLESCÊNCIA A consulta
Por que vem à consulta o adolescente?
- por apresentar queixas físicas, reais ou
imaginárias - por apresentar dificuldades de ajustamento
social na escola, no trabalho, com companheiros,
transtornos de conduta, mau rendimento escolar - por dificuldades na área da sexualidade ou por
queixas psicológicas preocupações, angústias,
distúrbios do sono, da alimentação, do humor.
24ADOLESCÊNCIA Anamnese
Itens obrigatórios!
- família estrutura e dinâmica familiar
- educação escolaridade, problemas
- trabalho profissão, horas, problemas
- alimentação tipo, alergias, peso
- sexualidade puberdade, atividade sexual,
dúvidas, tabus, preconceitos - afeto relacionamentos, filhos
- ambições projetos futuros - vida e profissão
- uso/abuso de drogas lícitas/ilícitas
- pensamento ou tentativa de suicídio.
25ADOLESCÊNCIA
DICA evitar o uso de gírias, porque o
adolescente deseja um profissional à sua frente e
não um de seus pares não utilizar linguagem
infantil e diminutivos que os remetam à infância
evitar comentários jocosos que interfiram na sua
auto-estima!
26ADOLESCÊNCIA Exame físico
Nem sempre é possível fazê-lo completo na 1ª
consulta!
- Itens obrigatórios
- estágio de desenvolvimento puberal
- avaliação do estado nutricional
- inspeção o mais completa possível.
27ADOLESCÊNCIA
- Problemas comportamentais
- situações fora de controle
- quebra na relação afetiva com pais e irmãos
- insucesso em objetivos escolares e
profissionais - perda de apoio dos pais
- descuido pessoal persistente
- promiscuidade sexual
- rejeição de amigos e colegas
- interrupção de atividades físicas e esportivas
- furto contumaz, vandalismo, roubos em lojas
- mentiras sistemáticas
- condutas autodestrutivas.
28ADOLESCÊNCIA Bibliografia
- Ferreira, J.P. et al. Pediatria. Diagnóstico e
Tratamento. Porto Alegre Artmed, 2003. - Tratado de Pediatria. Sociedade Brasileira de
Pediatria. Barueri, SP Manole, 2007.