Title: PRINC
1PRINCÍPIOS GERAIS DA TERAPÊUTICA ANTIFÚNGICA
2Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- Sumário
- Introdução
- Principais fungos patogénicos
- Classificação das infecções fúngicas
- Fármacos antifúngicos
- Paradigmas de abordagem da infecção fúngica
invasiva - Resistência aos antifúngicos
-
- Terapêutica combinada
- Terapêuticas adjuvantes
- Comentários finais
3Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- Introdução
- As infeccções fúngicas invasivas representam uma
causa crescente de morbilidade e mortalidade,
reflectindo a evolução da Medicina moderna e o
aumento da população susceptível - Oncologia / Transplante/ Medicina
invasiva/Dispositivos implantáveis. - Últimos 30 anos marcados por extraordinária
evolução no campo da micologia - Epidemiologia Pandemia fúngica
- Patogénese resposta do hospedeiro
- Diagnóstico testes serológicos e de biologia
molecular critérios de diagnóstico - Terapêutica
- Testes de sensibilidade aos fármacos
anti-fúngicos (CLSI 2008) - Novos fármacos
- Paradigmas de intervenção anti-fúngica
4Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
Introdução História dos anti-fúngicos
FÁRMACO CLASSE ANO DE APROVAÇÃO
Nistatina Polieno 1954
Anfotericina B desoxilato Polieno 1958
Griseofluvina Inibidor da mitoses 1959
Miconazole, Clotrimazole Imidazol 1969
Flucitosina Nucleósido pirimidínico 1972
Cetoconazol Imidazol 1981
Fluconazol Triazol 1990
Itraconazole Triazol 1992
Terbinafina (tópica? oral) Alilamina 1993
Anfotericina B complexo lipídico Polieno 1996
Anfotericina B liposómica Polieno 1997
Caspofungina Equinocandina 2001
Voriconazol Triazol 2002
Micafungina Equinocandina 2005
Anidulafungina Equinocandina 2006
Posaconazol Triazol 2006
5Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
FUNGOS FILAMENTOSOS
LEVEDURAS
FUNGOS DIMÓRFICOS
Candida sp Criptococcus Tricosposron
Blastomices Coccidioides Histoplasma Sporotrix
Aspergillus sp Fusarium sp Rhizopus Mucor Absidia
Scedosporium
6Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
Classificação das infecções fúngicas
7Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- Fármacos anti-fúngicos
- Polienos
- Nistatina e anfotericina B
- Azois
- Imidazois cetoconazol, clotrimazol, miconazol,
econazol - Triazois fluconazol, itraconazol, voriconazol e
posaconazol - Equinocandinas
- Caspofungina, anidulafungina e micafungina
- Antimetabolitos flucitosina
- Alilaminas terbinafina, naftifina e butenafina
- Outros griseofluvina, cliclopirox
8Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
Mecanismos de acção dos antifúngicos
Núcleo
9Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- POLIENOS
- Nistatina (tópica)
-
- Anfotericina B (endovenosa)
10Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- Anfotericina B
- Largo espectro
-
- Farmacocinética
- - Escassa absorção por via oral (lt 5) ?
Formulações exclusivamente IV - - Importante ligação às proteínas plasmáticas e ?
vol de distribuição(4L/Kg) - - Metabolização nos tecidos, vida média de 24
horas - - Eliminação renal e biliar lt 5 e níveis
plasmáticos não são influenciados pela função
renal ou hepática - Indicações
- - Neutropénia febril sem resposta à
antibioterapia de largo espectro após 3-5 dias - - Infecções fúngicas invasivas com elevada
suspeita de fungos filamentosos raros - - Mucormicose
- - Criptococose
- - Aspergilose
- - Candidíase invasiva
11Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- Anfotericina B (2)
- Posologia
- - AB desoxylato 0,3-1mg/Kg/dia
- - ABCL 5mg/Kg/dia
- - ABDC 4mg/Kg/dia
- - AB liposómica 3 a 5mg/Kg/dia
- Efeitos adversos
- - Reações relacionadas com infusão (10-50)
- (calafrios e febre/ náuseas e vómitos/
hipotensão) - - Nefrotoxicidade (10-40)
- - Hipocaliémia, hipomagnesémia e acidose
metabólica hiperclorémica (5-20) -
- Interações medicamentosas
- - aminoglicosidos, glicopéptidos, ciclosporina,
foscarnet ? nefrotoxicidade - - diuréticos, corticoides ? alterações
electrolíticas - - digoxina, relaxantes musculares ? ? toxicidade
12Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- 2. AZOIS
- Imidazois
- Cetoconazol (tópico e oral)
- Clotrimazol, miconazol, econazol (tópicos)
-
- Triazois
- 1º geração fluconazol e itraconazol
- 2ª geração voriconazol e posaconazol
13Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- Triazois Espectro de Acção
Fluconazol Itraconazol Voriconazol Posaconazol
C. albicans
C. parapsilosis
C. glabrata ? ?
C. krusei - ?
C. lusitaniae
Aspergillus spp -
Cryptoccocus spp
Mucor spp - - - ?
Fusarium spp - ?
Scedosporium spp - ?
14Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
Fluconazol Itraconazol Voriconazol Posaconazol
Candidíase X X
Profilaxia da aspergilose X
Aspergilose crónica X X
Aspergilose invasiva X
Candidíase invasiva R ao fluconazol X
Fusariose R à anfotericina B X
Criptococose (alternativa) X X
15Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- Triazois Perfil Farmacológico
Metabolismo / Excreção Penet Tec/ LCR Biodispo nibilidade oral Posologia Efeitos adversos Ajuste Dose I.renal Ajuste Dose I.hepática
Fluconazol oral / IV Semi-vida 24h Lig prot11 Exc renalgt 80 / gt 90 100-800 mg/dia GI (5) Hepatotoxicidade (5-20) Sim Não
Itraconazol oral Semi-vida 20h Cit P450 () Lig prot 95 Exc renalbiliar / /- Variável (? com alimentos) 100-400 mg/dia Rash (5-19) Cefaleias Discrasia hemorrágica (lt1) Não ----
Voriconazol Oral / IV Semi-vidagt24h Cit P450 () Lig prot 58 Exc renal lt 2 / 96 (? com alimentos) 4-6mg/Kg b.i.d. (IV) 200-300 mg bid (oral) S. Steven-Johns Hipocaliémia Arritmias (? QTc) Pert.visuais(30) Oral Não/ IV Sim Sim
Posaconazol oral Semi-vida 35h Cit P450 () Lig prot 98 Exc fezes / /- Variável (? com alimentos) 200mg q.i.d. Insónia, cefaleias (8) GI (6) Hepatotox. (1) Não ----
16Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- Triazois Interacções Medicamentosas
Varfarina Fenitoína Rifampicina IBP Ciclosporina/Tacrolimus/ Sirolimus Cisapride/ Quinidina Estatinas
Fluconazol
Itraconazol
Voriconazol
Posaconazol
Efeito ? TP ?níveis fenitoína ?níveis triazol ? níveis triazol ?ef. IBP ?abs triazol ?níveis IS Toxicidade (I. renal) ?níveis Toxicidade (?QTc/arrit) ?níveis estatina Toxicidade (rabdom.)
17Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- 3. EQUINOCANDINAS
- Caspofungina
- Micafungina
- Anidulafungina
18Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- Equinocandinas Espectro de Acção
Caspofungina Micafungina Anidulafungina
C. albicans
C. parapsilosis - - -
C. glabrata
C. krusei
C. lusitaniae
Aspergillus spp
Cryptoccocus spp - - -
Mucor spp - - -
Fusarium spp - - -
Scedosporium spp - - -
19Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- Equinocandinas
- Farmacocinética
- - ? absorção por via oral ? Formulações
exclusivamente IV - - Extensa ligação às proteínas plasmáticas e ?
volume de distribuição MAS baixos níveis no LCR - - Metabolização hepática (caspofungina e
micafungina) e metabolismo não enzimático
(anidulafungina) - - Eliminação lenta predominantemente nas fezes
(caspo e micafungina) - - Níveis não influenciados pela função renal
- - Ajuste de dose na insuf. hepática moderada
(caspo e micafungina) e grave (anidulafungina) - Indicações
- - Candidíase invasiva grave / por C. glabrata ou
C.Krusei/ após profilaxia com azol - - Aspergilose invasiva em doentes refractários ou
intolerantes ao voriconazol - - Neutropénia febril
- - Profilaxia em doentes hematológicos
20Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- Equinocandinas
- Posologia
- - Caspofungina carga 70mg/dia (1º dia)
manutenção 50-70mg/Kg - - Micafungina 100-150mg/dia
- - Anidulafungina carga 200mg/dia(1º dia)
manutenção 100mg/dia - Efeitos adversos
- - Elevação de enzimas hepáticas (? 14)
- - Relacionados coma infusão (3) flushing,
prurido, rash, tromboflebite - GI dor abdominal, diarreia
- Interacções medicamentosas
- - Caspofungina rifampicina e ciclosporina
- - Micafungina sirolimus e itraconazol
- - Anidulafungina sem interacções documentadas
21Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- 4. ANTIMETABOLITO
- Flucitosina
22Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- Flucitosina
- Espectro de acção estreito (leveduras)
- Farmacocinética
- Metabolização reduzida / Eliminação renal /
Semi-vida curta (3-6 horas) - Indicações
- - Meningite criptocócica (em associação com
anfotericina B) - - Candidíase do SNC e cardiovascular (em
associação com anfotericina B) - - Neutropénia febril
- - Profilaxia em doentes hematológicos
- Posologia 25-100mg/Kg qid
- Efeitos adversos
- - hematológicos, GI, hepatotoxicidade
23Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- PARADIGMAS DE ABORDAGEM DA INFECÇÃO FÚNGICA
INVASIVA (IFI) - O diagnóstico precoce e a rápida instituição de
terapêutica anti-fúngica eficaz tem implicação
prognóstica
24Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- PARADIGMAS DE ABORDAGEM DA IFI (2)
- O desenvolvimento de scores de risco, de testes
de diagnóstico precoce (galactomanan,
(1?3)-?-D-glucan, rt-PCR) permitem um novo tipo
de abordagem TERAPÊUTICA PRE-EMPTIVA
25Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- RESISTÊNCIAS AOS ANTIFÚNGICOS
- Mecanismos de resistência
Polienos Azois Equinocandinas Flucitosina
Alterações dos esterois da membrana celular (? afinidade) Mutações 14?-demetilase Sobreprodução da enzima Expulsão bomba de efluxo Mutação do gene FKS1 Deficit enzimático ? produção de pirimidinas
26Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- RESISTÊNCIAS AOS ANTIFÚNGICOS
- A avaliação do desenvolvimento de resistências
aos anti-fúngicos foi dificultada pela falta de
uniformização de critérios para a realização de
TSA. - 2008 recomendações para a realização de TS aos
anti-fúgicos Clinical and Laboratory Standards
Institute(CLSI). - Indicações para realização de TSA
- C. glabrata isolada no sangue ou localização
profunda - Candidíase orofaríngea resistente à terapêutica
convencional - Falência clínica na doença invasiva por agentes
com elevadas taxas de resistência adquirida - Infecções fúngicas invasivas por agentes raros e
com padrão de susceptibilidade aos anti-fúngicos
mal estabelecido.
27Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- TERAPÊUTICA COMBINADA
- Objectivos
- Aumentar a eficácia
- Alargar o espectro
- Minimizar a selecção de clones resistentes
- Reduzir a toxicidade
- Anfotericina B flucitosina
- - efeito sinérgico demonstrado na meningite
criptocócica - - benefício menos claro noutras infecções
fúngicas. - Anfotericina B azol
- - potencialmente antagonistas em teoria
- - antagonismo in vitro e em animais mas não
demonstrado na clínica. - Azol flucitosina
- - equivalente a monoterapia com azol
28Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- TERAPÊUTICA COMBINADA (2)
- Estudos in vitro apresentam resultados
contraditórios - Estudos clínicos são escassos e com problemas
metodológicos - Com excepção da combinação de anfotericina B e
flucitosina na criptococose, não foi claramente
demonstrado o benefício da associação de
antifúngicos vs monoterapia .
29Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- TERAPÊUTICAS ADJUVANTES
- Os doentes com maior risco para adquirir
infecções fúngicas invasivas apresentam algum
grau de imunossupressão - A resposta clínica aos anti-fúngicos depende da
resposta do sistema imunitário - Estratégias imunoestimuladoras isoladas ou em
associação com anti-fúngicos poderão melhorar o
prognóstico deste doentes - Exemplos
- - Transfusões de granulocitos
- - Imunização passiva
- - G-CSF
- - Anticorpos monoclonais (HSP90)
- - Citoquinas (IL-4, IL-12, interferon-?)
-
30Princípios Gerais de Terapêutica Antifúngica
- COMENTÁRIOS FINAIS
- As infecções fúngicas e particularmente as
infecções fúngicas invasivas têm uma incidência
crescente e associam-se a elevada morbilidade e
mortalidade - As opções terapêuticas apresentam ainda
limitações - - A utilização de polienos é condicionada pela
sua toxicidade - - A aplicação dos azois é limitada pelas
interacções medicamentosas e pela emergência de
resistências - - As equinocandinas, em formulação apenas
endovenosa, não demonstram actividade para
Cryptococcus spp e para a maioria dos fungos
filamentosos. - A avaliação mais rigorosa das associações de
antifúngicos e de terapêuticas adjuvantes
poderão ter impacto neste grupo de doenças em que
a resposta do hospedeiro é um factor fundamental
para o prognóstico.