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ARQUITETURAS

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A pequena capela de S o Francisco de Assis a obra mais instigante do conjunto, pelo inusitado emprego de uma casaca parabol ide para nave, ... – PowerPoint PPT presentation

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Title: ARQUITETURAS


1
ARQUITETURAS
  • NO BRASIL

2
MODERNIDADE CORRENTE1929-1945
  • Desde que estou na América querem fazer de mim
    um filósofo.
  • Dizem que defendo idéias filosóficas. Pouco me
    importa o que pensem.
  • Lê Corbusier, anotação no Rio de Janeiro,
    1929.

3
  • Em Outubro de 1920, lançava-se o primeiro
    número da revista LEsprit nouveau, publicação
    que durou até 1925. Até 1922, onze brasileiros
    constavam como assinantes da revista. Entre eles,
    os modernistas de São Paulo, Mario de Andrade e
    Oswald de Andrade. É difícil saber quantos e
    como muitos brasileiros tiveram acesso à produção
    literária de Lê Corbusier. Lucio Costa lembra que
    foi seu contemporâneo de escola.

4
REFORMA NA ESCOLA NACIONAL DEBELAS ARTES
  • A tomada do poder central por Getúlio Vargas,
    em outubro de 1930, trouxee, no plano do ensino
    das artes na capital do país, a nomeação do
    arquiteto Lucio Costa para direção da Escola
    Nacional de Belas Artes (ENBA)
  • O arquiteto foi indicado com poderes plenos
    para reformular o ensino acadêmico ministrado na
    ENBA. A princípio, a sua nomeação foi bem
    acolhida pelos artistas e arquitetos
    tradicionalistas. Lucio Costa até então tinha
    desenvolvido uma prática profissional de
    arquitetura eclética e era associado ao movimento
    neocolonial, de José Mariano Filho Projetou
    também obras e venceu concurso com propostas
    neocoloniais. Todavia, em 1930 ele já se havia
    desinteressado por essa corrente, e a
    transformação dos cursos da ENBA se procedeu com
    o afastamento do corpo docente academizante e a
    contratação de professores alinhados com
    conceitos de arte moderna.

5
  • A reorganização da ENBA prontamente gerou
    reações dos tradicionalistas. Christiano das
    Neves, em São Paulo e José Mariano Filho, no Rio
    de Janeiro, publicaram agressivos artigos na
    imprensa. Mariano, antecessor de Costa na direção
    da escola, taxou a reforma como orientação
    perniciosa, com a transformação da ENBA num
    centro propulsor das idéias derrotistas.
  • A experiência renovadora implantada por Lucio
    Costa duraria até setembro de 1931, quando ele
    foi exonerado do cargo , sob o protesto dos
    estudantes, que iniciariam uma greve. Nessa
    ocasião, Frank Loid Wright encontrava-se no Rio
    de Janeiro participando do júri do segundo
    concurso do farol de Colombo e, procurado pelos
    estudantes, ele foi solidário no protesto contra
    o fim da reforma na ENBA. Embora tenha durado
    pouco mais de sete meses e nada tenha restado da
    reestruturação após a saída de Lucio Costa, esse
    período foi marcante o suficiente para que uma
    geração de futuros arquitetos tivesse consciência
    das transformações em curso na arquitetura
    mundial consciência impensável numa estrutura
    conservadora como a que prevaleceu.

6
A OPÇÃO POR UMA MODERNIDADE
  • Desligado da direção da ENBA, mas prestigiado
    por aqueles que se revelavam preocupados com as
    ideologias modernas, Lucio Costa associava-se em
    1931, a Gregori Warchavchik, com quem manteve um
    escritório por cerca de três anos. A crise
    econômica pós-1929 e uma tentativa de revolução
    em SP em 1932 prejudicaram as atividades da
    construção civil, e dessa sociedade resultaram
    apenas três residências (duas executadas) e um
    conjunto de casas para operários. Foram as
    primeiras obras construídas por Lucio Costa, na
    linguagem moderna.

7
  • Como resposta aos artigos agressivos de José
    Mariano Filho, Lucio Costa fazia uma autocrítica
    pela prática eclética, uma declaração
    antitradicionalista ou antiacademicista, o
    reconhecimento da internacionalização da cultura,
    a percepção das novas realidades sócio-econômicas
    e o reconhecimento da padronização.
  • Foi como diretor da ENBA e no ostracismo
    profissional que Lucio Costa se converteu ao
    credo corbusieriano, momentos esses que
    antecederam ao convite para o projeto da sede do
    Ministério da
  • Educação e Saúde (MES).

8
PLATAFORMA DA MODERNIDADE
  • Lucio Costa publicou seu manifesto moderno no
    primeiro número de 1936, periódico da repartição
    oficial da Prefeitura do Distrito Federal
    responsável pelas obras públicas na cidade do Rio
    de Janeiro. A revista tornou-se o primeiro
    periódico de divulgação da arquitetura moderna no
    Brasil e pioneira no trato de assuntos
    urbanísticos, trazendo experiências de outras
    cidades do mundo e as propostas para o Rio de
    Janeiro. A revista também serviu como veículo de
    informações arquitetônicas internacionais.
  • Affonso Eduardo Reidy foi nomeado
    arquiteto-chefe da Diretoria de Engenharia da
    Prefeitura do Distrito Federal em 1932. Como
    funcionário público, Reidy vai projetar alguns
    edifícios de linhas modernas, caracterizando uma
    tentativa de modernização isolada, num discurso
    projetual regido pela busca de respostas lógicas
    ao programa de necessidades-racionalização dos
    usos e circulações, ênfase para iluminação e
    insolação adequadas associadas a dispositivos
    especiais de ventilação e a modulação estrutural
    em concreto armado como lógica construtiva.

9
OS FRUTOS DA REFORMA
  • Luiz Carlos Nunes de Souza, nascido em Minas
    Gerais, foi o presidente do diretório acadêmico
    que liderou a greve contra o afastamento de Lucio
    Costa da direção da Escola nacional de Belas
    Artes em 1931. Luiz Nunes tinha clara
    consciência do papel modernizador da arquitetura
    e seu potencial transformador. Arquitetura, uma
    demonstração de cultura escrevia...
  • Nunes tinha ciência do padrão construtivo
    regional e do empirismo técnico conservador e
    desqualificado da mão de obra. Ele criticava os
    maus resultados decorrentes de um sistema de
    trabalho viciado, erros de rotina nas construções.

10
SINAIS DE MUDANÇA
  • Álvaro Vital Brazil e Adhemar Marinho
    estudantes da ENBA que participaram da greve em
    solidariedade a Lucio Costa em 1931, ganharam em
    1936 o concurso de anteprojetos para um edifício
    de uso misto de alto padrão em SP. Embora sendo
    um edifício de alto padrão, Vital Brazil conduziu
    o projeto no sentido de encontrar as soluções
    mais econômicas sem abrir mão dos cinco pontos
    da arquitetura nova preconizados por Lê
    Corbusier volume construído elevado em pilotis,
    planta livre com estrutura independente, fachada
    livre, janelas dispostas na horizontal e o
    terraço-jardim.
  • O térreo, embora com estrutura de pilotis, é
    aproveitado de maneira convencional. Foi uma obra
    de impacto ao ser inaugurada em 1938.

11
(No Transcript)
12
  • A proposta vencedora para o Aeroporto Santos
    Dumont, teve como proposta original um terminal
    maior e mais complexo. Attilio Correa Lima, que
    havia participado da equipe que tirou o segundo
    lugar no concurso para o terminal terrestre, foi
    mais bem-sucedido no concurso para estação de
    hidros. Adotando estrutura independente em
    concreto armado, generosos panos de vidro e
    espaços interiores amplos e elaborados (como o
    hall principal, onde se destacava uma escultural
    escada), a estação de hidros transformou-se numa
    obra admirada pela pureza de suas linhas e a
    qualidade de seus acabamentos, caracterizando-se
    como uma referência de uma vertente de
    arquitetura moderna que se produzia nos anos
    1930.

13
(No Transcript)
14
A SEGUNDA ESTADIA DE LE CORBUSIER
  • Em 1935, era aberto o concurso para ante -
    projetos da nova sede do ministério da educação e
    saúde (MES), em terreno na esplanada do castelo,
    centro do Rio de Janeiro -área anteriormente
    ocupada pelo morro da castelo, arrasado para
    conquistar novas áreas planas destinadas à
    urbanização, como normas de ocupação determinadas
    pelo Plano Agache. Archimedes Memória e
    Francisque Cuchet foram proclamados os
    vencedores, com um projeto que se destacava pela
    ornamentação marajoara. Ambos formavam o mais
    importante escritório de arquitetura do RJ, além
    de Memória ter sido o sucessor de Lucio Costa na
    direção da ENBA.
  • O conselho Regional de engenharia e
    arquitetura advertia o ministro da proibição de
    contratar profissionais estrangeiros. Lucio
    Costa, emitiu um parecer contrário a atribuição
    do projeto ao arquiteto italiano, submetendo à
    apreciação do ministro o nome de Lê Corbusier
    como contrapartida. Acolheram a sugestão e
    tomaram as providências para trazê-lo ao Brasil.

15
  • O convite a Lê Corbusier para uma série de
    conferências no RJ foi um álibi para que o
    arquiteto franco-suíço viesse para uma
    consultoria sobre o projeto da sede do Ministério
    da Educação e Saúde e da Cidade Universitária do
    Brasil, sem afrontar diretamente a legislação
    que vedava o exercício profissional de
    estrangeiros no país.

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A CIDADE UNIVERSITÁRIA
  • O Anteprojeto da cidade universitária na Quinta
    da Boa Vista, desenvolvido por Lê Corbusier em
    sua passagem pelo Brasil foi submetido à comissão
    de professores, criada no ano anterior e
    sumariamente rejeitado. A proposta final teve um
    projeto definitivo que foi entregue pelos
    arquitetos no entanto, a construção da cidade
    universitária não foi imediata, e com o ingresso
    do Brasil na guerra contra o Eixo , nada resultou
    desses eesforços desenvolvidos durante o Estado
    Novo, com a queda de Vargas em 1945.

17
A SEDE DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E
SAÚDEConcurso para o edifício-sede do Ministério
da Educação e Saúde, 1º colocado não construído,
arquiteto Archimedes Memória, Rio de Janeiro RJ,
1935.
18
Concurso para o edifício-sede do Ministério da
Educação e Saúde, 2º colocado, arquiteto Raphael
Galvão
19
Concurso para o edifício-sede do Ministério da
Educação e Saúde, 3º colocado, arquiteto Gerson
Pinheiro
20
Ministério da Educação e Saúde, vista das
fachadas. Arquitetos Lúcio Costa, Jorge Machado
Moreira, Affonso Eduardo Reidy, Hernani
Vasconcelos, Carlos Leão e Oscar Niemeyer.
Consultoria de Le Corbusier. Rio de Janeiro RJ,
1936-1945.
21
  • O Arquiteto italiano Marcelo Piancentini chegou
    ao Brasil em agosto de 1935, mas o Conselho
    Regional de Engenharia e Arquitetura advertia o
    segundo ministro da educação e saúde, Gustavo
    Capanema, da proibição de contratar profissionais
    estrangeiros. Lucio Costa, que já fazia parte da
    comissão de arquitetos responsáveis pela sede do
    Ministério da Educação e Saúde, emitiu um parecer
    contrário à atribuição do projeto ao italiano,
    submetendo o nome de Le Corbusier como
    contrapartida. Gustavo Capanema acolheu a
    sugestão e tomou providências para trazê-lo ao
    Brasil.
  • O convite de Le Corbusier para uma série de
    conferências no Rio de janeiro foi um álibi para
    que o arquiteto franco-suíço viesse para uma
    consultoria sobre o projeto da sede do Ministério
    da Educação e Saúde (MES) e da Cidade
    Universitária do Brasil (CUB), sem afrontar
    diretamente a legislação que vedava o exercício
    profissional de estrangeiros no país.

22
  • Le Corbusier ao chegar ao Brasil já tinha
    conhecimento do projeto da equipe liderada por
    Lucio Costa, no entanto preferiu ele recomeçar o
    projeto sugerindo a transferência do edifício
    para uma nova localização da área na esplanada
    do Castelo para um aterro junto ao mar (onde hoje
    se encontra o Museu de Arte moderna, de Reidy). A
    idéia foi inicialmente encampada pelo ministro, e
    um projeto esboçado. Todavia, as contingências
    legais de permuta do terreno impediram a
    concretização dessa proposta, e, às vésperas de
    sua partida, Le Corbusier desenhou uma última
    proposta para o terreno original.
  • A partir desses estudos a equipe brasileira
    desenvolveu o projeto definitivo.
  • O projeto dos seis brasileiros evoluiu com
    personalidade própria, embora a obra incorporasse
    toda a sintaxe corbusieriana, sobretudo os cinco
    pontos da arquitetura nova
  • volume construído elevado em pilotis
  • planta livre com estrutura independente
  • fachada livre
  • janelas dispostas na horizontal
  • terraço-jardim.

23
Desenho de Lucio Costa para o prédio do
Ministério de Educação e Saúde
24
  • A situação do edifício em meio de quadra
    subvertia as normas de ocupação do Plano Agache,
    que obrigava a construção dos volumes alinhados
    no perímetro externo do lote e refletia um modelo
    de implantação de arranha-céus isolados não
    caracterizadores das combatidas ruas-corredores,
    remontando ao urbanismo da Cidade de Três Milhões
    de habitantes ou Plan Voisin.
  • Do ponto de vista estrutural, a sede do MES
    constituiu um desafio para engenheiro Emílio
    Baumgart (1889-1943), já que o emprego de pilotis
    jamais se havia adotado à solução na escala de um
    prédio do MES. O que criaria dificuldades para o
    contravento da estrutura.
  • A implantação numa esplanada aberta e o
    desafogo assegurado pelos pilotis no nível térreo
    são idéias corbusierianas que vão de encontro a
    uma melhor ventilação do entorno do MES. A
    fachada norte do edifício, castigada
    permanentemente pelo sol, é protegida com
    brise-soleils horizontais, ao contrário da
    fachada sul, que em nenhum momento do ano recebe
    sol, e é um pan de verre integral a primeira
    aplicação de uma fachada de vidro em tamanho
    monumental.

25
  • A sede do Ministério da Educação e Saúde é
    considerada o ponto inicial de uma arquitetura
    moderna de feitio brasileiro.
  • A construção do edifício, iniciada em 1937,
    arrastou-se com dificuldades sobretudo com o
    advento da Guerra de 1939, e por volta de 1942, o
    edifício estava virtualmente completo em seus
    exteriores e assim foi fotografado pelos
    norte-americanos para a exposição Brazil Builds.

26
A PRIMEIRA MATERIALIZAÇÃO
  • Enquanto se arrastava a construção de sede do
    ministério da Educação e Saúde, uma outra obra
    antecipou a surpresa que esse edifício provocaria
    mais tarde.
  • Os norte-americanos haviam organizado duas
    grandes feiras uma em Nova York e outra em São
    Francisco, das quais o Brasil participou com
    pavilhões individuais que marcaram presença.
  • Lucio Costa havia vencido o concurso de
    anteprojetos para o pavilhão brasileiro da Feira
    Mundial de Nova York em 1938. Embora premiado sem
    contestações, o arquiteto surpreendentemente
    renunciaria à sua idéia para propor um projeto
    com outro concorrente, Oscar Niemeyer, seu
    assistente numa das viagens para Nova York.
  • O pavilhão brasileiro da Feira Mundial de Nova
    York foi considerado um dos pontos altos de toda
    a exposição.
  • O sucesso internacional pode ser creditado a
    uma postura serena quanto ao significado do
    Brasil e da arquitetura brasileira no contexto
    mundial, como bem percebeu Lucio Costa

27
  • Em uma terra industrial e culturalmente
    desenvolvida como os Estados Unidos e numa feira
    em que tomam parte países tão mais ricos e
    experimentados que o nosso não se poderia
    razoavelmente pensar em sobressair pelo aparato,
    pela monumentalidade ou pela técnica. Procurou-se
    então interessar de outra maneira fazendo-se um
    pavilhão simples, pouco formalístico, atraente e
    acolhedor, que se impusesse, não pelas suas
    proporções que o terreno não é grande nem
    pelo luxo que o país ainda é pobre mas pelas
    suas qualidades de harmonia e equilíbrio e como
    expressão, tanto quanto possível pura, de arte
    contemporânea.
  • Lucio Costa, 1939.

28
  • A assimilação de conteúdo tradicional da
    arquitetura colonial em uma de sus dimensões
    formais a curva barroca era assumida pela
    primeira vez desde o trauma provocado por José
    Marianao Filho em sua campanha pelo neocolonial.
    Até então, nenhum pronunciamento escrito havia
    aventado essa relação incestuosa entre tradição e
    modernidade.
  • Oscar teve a idéia de aproveitar a curva do
    terreno bela como a curva de mulher e o
    resultado foi uma arquitetura elegante e
    graciosa, com um espírito um pouco jônico, ao
    contrário da maior parte da arquitetura moderna,
    que se aproxima mais do dórico.

  • Santos, 1987.
  • A curva barroca e a curva feminina
    estereótipos de uma arquitetura moderna
    brasileira tempos depois.

29
A ASCENSÃO DE OSCAR NIEMEYER
  • Com a consagração do pavilhão brasileiro na
    Feira Mundial de Nova York, Lucio Costa apenas
    ampliou um prestígio já consolidado, mas na
    esteira do sucesso, ele reconheceu a capacidade
    extraordinária de seu assistente, Oscar Niemeyer.
  • Sua associação com Lucio Costa em Nova York (e
    o estímulo do seu protetor) fez do apagado
    Niemeyer um arquiteto imediatamente encarregado
    de trabalhos de maior porte e responsabilidade.
  • Em 1939, a Niemeyer seriam confiados dois
    importantes trabalhos o Serviço de Patrimônio
    Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) o
    encarregaria de projetar o Grande Hotel de Ouro
    preto, e o prefeito indicado de Belo Horizonte,
    Juscelino Kubitschek de Oliveira, o convocaria
    para projetar alguns edifícios públicos,
    acolhendo recomendação de Rodrigo Mello Franco de
    Andrade
  • O Grande Hotel era um projeto com dificuldades
    peculiares tratava-se de um edifício novo, de
    grande porte, a ser inserido no setecentista
    tecido urbano preservado da capital do ciclo de
    exploração do ouro na então província de Minas
    Gerais.
  • O projeto de Niemeyer resultou numa obra cujo
    volume e lançamento na topografia eram destoantes
    na paisagem.

30
Grande Hotel de Ouro Preto, MG
31
  • O Grande Hotel configurou-se como o ponto
    inicial de uma atitude em que a convivência do
    novo dentro do velho se realiza com a ética
    de evidenciar a inserção nova na trama antiga
    atribuindo-lhe identidade própria, isto é, o novo
    não copia o antigo buscando confundir o presente
    com o passado, de modo que a arquitetura antiga
    seja reconhecida e valorizada por ser genuína,
    distinguindo-se das imitações.
  • Em 1940, Juscelino Kubitschek chamou Oscar
    Niemeyer para desenvolver o projeto do Teatro
    Municipal de Belo Horizonte e um conjunto de
    edifícios em um novo e afastado bairro da cidade,
    Pampulha.
  • Em Pampulha, bairro de elite por determinação
    de Juscelino, Oscar Niemeyer agora trabalhando
    só, produziu uma arquitetura que se afastava da
    sintaxe corbusieriana por uma expressão mais
    pessoal, decerto amadurecida com a sua
    experiência novaiorquina.
  • A pequena capela de São Francisco de Assis é a
    obra mais instigante do conjunto, pelo inusitado
    emprego de uma casaca parabolóide para nave,
    associada a abóbodas para o abrigo das demais
    dependências religiosas, numa combinação de
    estruturas cuja resultante formal afastava-se de
    qualquer formulação do racionalismo do pós-guerra.

32
Igreja de São Francisco, na Pampulha, BH, que
integra o complexo arquitetônico tombado pelo
Patrimônio Histórico
33
BRAZIL BUILDS
  • O bem-sucedido pavilhão brasileiro na Feira
    Mundial parece ter sugerido ao Museum of Modern
    Art (MoMA) de Nova York realizar um
    reconhecimento mais abrangente da arquitetura
    brasileira. Em 1943, o MoMA abria a exposição
    Brazil Builds, que circulou também pelo Brasil.
  • A mostra foi acompanhada por um belo
    livro-catálogo, resultado de uma viagem pelo país
    do arquiteto Philip L. Goodwin (1885-1958),
    vice-presidente executivo do MoMA e do fotógrafo
    G. E.Kidder Smith (1913-1996), registrando a
    tradicional e a nova arquitetura do Brasil.
  • A ordenação antigo/moderno revigorava a
    relação tradição/modernidade no discurso que se
    instaurava entre os arquitetos modernos do Rio de
    Janeiro.
  • Goodwin, como um observador externo, enfatiza
    certas conquistas de que a média dos arquitetos
    brasileiros não se apercebia. Tomando o exemplo
    do Ministério da Educação e Saúde (então em
    construção), o norte- americano reconhecia a
    influência de Le Corbusier e comentava

34
  • Nele a sua influência reflete-se acentuadamente,
    o mais importante porém é que aí se manifestam
    livres a imaginação do desenho e a condenação da
    velha trilha oficial. Enquanto o clássico dos
    edifícios federais de Washington, o arqueológico
    da Academia Real de Londres e o clássico nazista
    de Munich dominam triunfantes, o Brasil teve a
    coragem de quebrar a rotina e tomar um rumo novo
    tendo como resultado poder o Rio orgulhar-se de
    possuir os mais belos edifícios públicos do
    continente americano.

  • Goodwin, 1943.
  • O Estado era definitivamente o maior mecenas
    dessa arquitetura tão elogiada no exterior.
  • Brazil Builds, publicado em pleno conflito
    mundial, foi o principal passaporte da
    arquitetura brasileira para o mundo pós-segunda
    guerra.

35
  • Alessandro
  • Beatriz Shimbo
  • José Fernando
  • Tatiana Gebara
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