Title: L
1LÁGRIMAS NO BERÇO LUTO FAMILIAR POR NATIMORTO
- PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
- São Paulo Junho de 2006
- SARAH VIEIRA CARNEIRO
2INTRODUÇÃO
- O SIGNIFICADO DA GRAVIDEZ POR QUE ENGRAVIDAR?
- A FAMÍLIA GRÁVIDA x GRAVIDEZ DA MULHER
- VASTA LITERATURA SOBRE OS SINTOMAS E OS CUIDADOS
NA GRAVIDEZ, MAS E QUANDO O BEBÊ MORRE? - PERDAS PERINATAIS ESTREITAMENTO DE FOCO
- OMS (2005) NATIMORTO É O PRODUTO DE GESTAÇÃO
COM MAIS DE 500g NÃO APRESENTANDO SINAIS DE VIDA
AO NASCER. INCIDÊNCIA DE 16.909 EM 2003 (IBGE)
3A VIVÊNCIA DA GRAVIDEZFormação do vínculo
- KLAUS e KENNELL (2000)
- Planejamento da gravidez
- Confirmação da gravidez
- Aceitação da gravidez
- Conscientização dos movimentos do feto
- Percepção do feto como pessoa separada
- Vivência do trabalho de parto
- Nascimento ver o bebê tocar o bebê cuidar
do bebê - Aceitação do bebê como uma pessoa individual na
família.
4A VIVÊNCIA DA GRAVIDEZ A adaptação
- Primeiro Trimestre
- Interrupção da menstruação
- Cansaço e sonolência
- Vontade de urinar com freqüência
- Náuseas, vômitos e salivação excessiva
- Azia, dificuldade de digestão
- Modificações nos seios
- Dores de cabeça, desmaios, tonturas
- Instabilidade emocional, irritabilidade
- Apreensão, medo, alegria, excitação.
5A VIVÊNCIA DA GRAVIDEZ A adaptação
- Segundo Trimestre
- Prisão de ventre
- Aumento da umidade vaginal
- Congestão nasal e sensação de entupimento do
ouvido - Dores nas costas
- Câimbras nas pernas
- Aumento da freqüência cardíaca
- Pigmentação da pele do rosto e do abdome
- Movimentações fetais
- Períodos de calma e serenidade
- Dificuldade de concentração, sensação de estar
fora de sintonia
6A VIVÊNCIA DA GRAVIDEZ A adaptação
- Terceiro Trimestre
- Movimentos fetais mais fortes e com menor
freqüência com a aproximação do parto - Sensação de dormência no baixo ventre
- Falta de ar e dificuldade de respirar
- Aparecimento de varizes e/ou hemorróidas
- Coceira no abdome, grande aumento da umidade
vaginal - Surgimento do colostro, que goteja dos seios
- Insônia
- Ansiedade em relação ao bebê e ao parto, sonhos e
fantasias - Alívio pela gravidez estar chegando ao fim e
grande expectativa para o encontro com o bebê.
7A VIVÊNCIA DA GRAVIDEZQuestões subjetivas
- SOIFER (1986) regressão e identificação com o
feto. Ansiedades expressas como temor de morte no
parto, de dor, parto traumático, do filho
disforme ou da morte dele - BRAZELTON (1988) metáfora do choque elétrico
- BADER (2005) surgem questões sobre a capacidade
de desenvolver papéis parentais reativando
pendências me relação aos próprios pais e sua
criação
8A GRAVIDEZ PARA O PAI
- Exigências emocionais, financeiras, estruturais,
tendo ainda que dar conta de possíveis desajustes
conjugais - Papel de protetor irritabilidade excessiva
- Síndrome de Couvade náuseas, vômitos, aumento do
apetite, dor de dente, indigestão, azia, aumento
de peso, podendo ainda gerar grave ansiedade e
estados dissociativos.
9A experiência de esperar um irmãozinho
- Contentamento, raiva, ciúme,
- medo de que o amor dos pais
- diminua, ameaça de ter que
- dividir e compartilhar suas coisas.
- Comportamentos regressivos
- choro fácil, querer dormir com os
- pais, voltar a urinar e defecar
- na roupa ou na cama, falar como
- bebê, recusar-se a comer ou
- vestir-se sozinho ou ainda
- querer de volta objetos de bebê.
10A PERCEPÇÃO DA MORTE E A HISTÓRIA
- A MORTE DOMADA resignação, precedida de sinais,
pública - A MORTE DE SI MESMO medo de ser enterrada vivo,
extensão dos velórios - A MORTE DO OUTRO chora-se, desmaia-se,
comove-se - A MORTE INTERDITA suja,
- vergonhosa, transferência pro
- hospital, mentira, pavor.
11CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE INFÂNCIA
- HEYWOOD (2004) A imaturidade das crianças é um
fato biológico, mas a forma como ela é
compreendida e se lhe atribui significados é um
fato da cultura. - A IDADE MÉDIA um pobre animal suspirante
- A IDADE MODERNA a infância é o estado mais vil
e abjeto da natureza humana, depois da morte,
mas precisavam de ajuda já que sofria de uma
enfermidade natural - ROMANTISMO criaturas de profunda sabedoria,
sensibilidade estética apurada e consciência
profunda das verdades morais. - Cristóvão Colombo descobriu a América, eu
descobri a criança (Victor Hugo)
12CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE INFÂNCIA
- A IDADE CONTEMPORÂNEA
- Influência do Cristianismo e do Iluminismo
- Freud e a sexualidade infantil, Behaviorismo e a
moldagem da criança (receptáculos passivos) - Brazelton traços de personalidade desde o útero
moldando a interação com os pais - Hiperinvestidas, futuro da humanidade, falta de
limites, consumidores vorazes - Controle de natalidade
13A MORTE DE CRIANÇAS
- Até o século XVII, o infanticídio era tolerado
como medida de controle populacional ou
estratégia de sobrevivência nas grandes famílias,
indo do abandono ao estrangulamento, afogamento,
inanição - 40 a 50 de mortalidade infantil no 1º. ano e 30
de natimortalidade - Bororo enterrado domesticamente como animal de
estimação - Lodugan a alma da criança morta retornará para a
mãe - Totonaque sem ritos já que a criança deverá
renascer através de outra mulher - Comportando ritos apenas após o nascimento
social
14A MORTE DE CRIANÇASHoje
- Estudo canadense (2000) aponta
- Os assassinos têm a mesma chance de serem os pais
ou estranhos - Pais e mães matam com a mesma freqüência
- Crianças com até um ano são mais suscetíveis
- Mais de 50 dos assassinos não contaram à polícia
nem solicitaram qualquer ajuda, 25 desse grupo
cometeu suicídio - O agressor é comumente descrito como severamente
deprimido ou doente mental
15A MORTE DE CRIANÇASHoje no Brasil
- Casos na mídia associados à depressão pós-parto,
mas sem dados consistentes - No entanto, na vasta maioria dos casos, a perda
de um filho é descrita como a mais devastadora
experiência a que uma família pode estar submetida
16A experiência de esperar um irmãozinho