Title: An
1Análise do Ambiente OrganizacionalA peça chave
para o desenvolvimento de um Planejamento
Estratégico
2Análise do Ambiente OrganizacionalA peça
chave para o desenvolvimento de um Planejamento
Estratégico
- Vamos neste texto discutir a evolução da Análise
Ambiental e as técnicas de avaliação das suas
variáveis. Com isso, ele pretende contribuir não
só à compreensão do tema mas, também, à
disseminação do uso destas técnicas nas
organizações. - A análise do ambiente organizacional procura
explicar os efeitos do ambiente futuro nas
organizações. - O entendimento das transformações ambientais é
uma peça chave para a realização de um bom Plano
Estratégico, pois esta terá maior possibilidade
de antecipar as oportunidades e ameaças do
ambiente em constante alteração.
3 Introdução
- Quando comentamos sobre análise ambiental,
muitas pessoas pensam no ambiente físico (clima,
vegetação, grau de urbanização). Este ambiente
inspirou por semelhança o processo da análise do
ambiente organizacional, que é uma técnica
administrativa que deu a origem ao que
denominamos de Planejamento Estratégico (PE)
(Fischmann,1991).
4- As técnicas administrativas normalmente evoluem
derivando de uma anterior, e o PE é decorrente da
técnica conhecida como Planejamento a Longo
Prazo, que por sua vez é uma extrapolação do
Orçamento para um período mais longo. - O PE(Planejamento Estratégico) se diferenciou do
Planejamento a Longo Prazo por incluir a análise
do ambiente organizacional, ou seja, passou-se a
entender que o futuro não é apenas uma
continuidade do passado, mas está sujeito a
influências diversas que podem alterá-lo.
5- Com o crescimento da importância do PE a
análise do ambiente organizacional vem se
tornando cada vez mais, a peça chave para se
obter um PE de qualidade. Para exemplificar o
crescimento da importância de PE, pode-se citar a
sua exigência nos processos de certificação como
a ISO 9.000 e para as novas concordatas, a partir
da nova legislação que estará sendo efetivada em
breve. - Infelizmente parece que ainda são poucas as
organizações que tem uma análise ambiental
estruturada. No curso de análise do ambiente
organizacional ministrado no terceiro trimestre
de 2002 na FEA-USP os alunos tiveram dificuldade
em localizar empresas que tivessem a análise
ambiental estruturada para elaborar o trabalho de
campo da disciplina. -
6ESTE ARTIGO VISA, DE UMA FORMA RESUMIDA, TRATAR
DESTA TÉCNICA ADMINISTRATIVA, PARA QUE AO
DIFUNDIR ESTE CONHECIMENTO, AS ORGANIZAÇÕES
POSSAM APRIMORAR O PE PELA SUA UTILIZAÇÃO.
- 2. Origem da Análise Ambiental
- O Planejamento Estratégico apareceu quando se
percebeu que para planejar a longo prazo não
basta apenas projetar as tendências atuais para o
futuro é fundamental antever como as variáveis
que influenciam na empresa, e das quais esta não
tem controle, irão afetar a organização. - Para tal, diversos autores apresentaram modelos
de como segmentar e analisar o ambiente
empresarial. - A segmentação ambiental recebeu importantes
contribuições de Kotler (1995). Posteriormente,
Vasconcellos (1983) e outros autores propuseram
adaptações ao modelo de Kotler (1995), seguiram a
mesma linha ou propuseram métodos distintos. - A partir da segmentação, alguns autores
passaram a fazer recomendações de como analisar
cada um dos segmentos ambientais.
7GESTÃO AMBIENTAL
8- Segundo Ackoff (1999) a ciência, a partir do
renascimento, para compreender um problema ela o
subdividia em problemas menores e estes em
problemas ainda menores até reduzir o problema
maior em algo simples o bastante para ser
completamente entendido..
9- A compreensão das relações entre as partes do
problema traria a compreensão de todo o problema.
Para eliminar as influências e poder compreender
a menor parte do problema ele era tratado em
laboratório minimizando a influência das outras
partes do sistema. - Para entender uma máquina era necessário
desmontá-la e verificar como funciona cada
engrenagem. Esta forma de pensamento guia as
organizações humanas que buscam eficiência em
cada uma de suas atividades
10- A teoria de sistemas alterou esta forma de
pensar, permitindo e exigindo um visão do todo e
não das partes isoladas do todo. O nome "Teoria
Geral dos Sistemas" e muitos de seus conceitos
básicos, foi criado pelo biólogo Ludwing von
Bertalanffy (Kast, 1970).
11- O enfoque sistêmico permitiu a interação entre as
diversas ciências (física, biologia, química e
sociais), pois o problema deveria ser
compreendido como um todo, sofrendo influência
das diversas áreas da ciência. A capacidade de
síntese passou a ser exigida na compreensão dos
fatos.
12- O sistema, segundo Ackoff (apud Marcovitch,
1972), é um conjunto de elementos
inter-relacionados. Podemos estudar os elementos
do sistema, mas não podemos deixar de perceber
que o sistema em estudo faz parte de um sistema
maior. O pensamento sistêmico é dividido em três
partes - a)Identificação do sistema do qual a coisa a
ser explicada é uma parte - b)Explicação do comportamento ou das
propriedades do todo e - c)Explicar o comportamento ou propriedades do
sistema em termos do seu papel ou funções dentro
do todo que o contém (Ackoff 1999). - Um esquema comum para representar o sistema com
entrada (no caso de empresas chama-se recursos) ,
processo (onde ocorre a transformação dos
recursos) e a saída (que na empresa podem ser os
produtos acabados, o serviço prestado, o capital
distribuído entre outros).
13- O sistema, segundo Ackoff (apud Marcovitch,
1972), é um conjunto de elementos
inter-relacionados. Podemos estudar os elementos
do sistema, mas não podemos deixar de perceber
que o sistema em estudo faz parte de um sistema
maior. - O pensamento sistêmico é dividido em três
partes a)Identificação do sistema do qual a
coisa a ser explicada é uma parte - b)Explicação do comportamento ou das
propriedades do todo e - c)Explicar o comportamento ou propriedades do
sistema em termos do seu papel ou funções dentro
do todo que o contém (Ackoff 1999). - Um esquema comum para representar o sistema com
entrada (no caso de empresas chama-se recursos) ,
processo (onde ocorre a transformação dos
recursos) e a saída (que na empresa podem ser os
produtos acabados, o serviço prestado, o capital
distribuído entre outros).
14TRANSFORMAÇÃO
Figura 1 - Representação de um Sistema Fechado
(teoria dos sistemas)
- O enfoque sistêmico se preocupa com as entradas
e as saídas e não unicamente as sub-atividades no
interior do sistema. - Portanto ao analisar a empresa como um sistema
não buscamos a eficiência de cada uma de suas
atividades mas a eficiência do sistema como um
todo. Ackoff (1999 b) é provocador ao afirmar - "Quando cada parte, considerada separadamente,
obtém a melhor performance possível, o sistema
como um todo pode não apresentar um desempenho
tão bom".
15- Bertalanffy fez outra contribuição importante
ao distinguir o sistema fechado do aberto (Kast,
1970). - O sistema fechado não recebe influência do meio
em que esta inserido. - A análise ambiental surgiu da compreensão que
as organizações humanas são sistemas abertos e
recebem influência do ambiente onde estão
inseridos. O esquema de uma organização como um
sistema aberto pode ser representado como
descrito na figura 2 -
Figura 2 - Representação de um Sistema Aberto
(teoria dos sistemas)
16- A introdução do ambiente traz o conceito de
eficácia que "se refere ao êxito do sistema como
um todo, tanto internamente como no seu
relacionamento externo. Por exemplo, de nada
adianta uma organização prestar um serviço
eficientemente, se esse serviço não é relevante
para a comunidade" (Marcovitch, 1977). - Selznick em 1948 passou tratar a organização como
um sistema aberto afirmando que ela era um
"organismo" ajustável que reage as influências do
ambiente (Kast, 1970). A evolução deste conceito
deu origem à ecologia de empresas (EE) que trata
a inserção do "organismo empresa" em seu
ambiente. -
174. A ECOLOGIA DE EMPRESAS E A ANÁLISE
AMBIENTAL
- O conceito de EE surgiu da observação de
Zaccarelli (1971) sobre a semelhança da ecologia
biológica com a de empresas e concretização
destes conceitos e definido como o estudo da
estrutura e função das atividades econômicas.
Depois outros pesquisadores como Fischmann (1972)
e Leme (Zaccarrelli, 1980) aprofundaram o
assunto. Sua importância está em facilitar o
entendimento do ambiente da organização pela
paráfrase com o ambiente biológico (ecologia),
com isso ficou desnecessário criar novos
conceitos e termos pois foram utilizados aqueles
já consolidados pela ecologia biológica. A EE não
busca a compreensão de uma empresa específica mas
de um tipo de empresa, assim coma a ecologia não
se preocupa com um leão específico mas com os
leões de um modo geral.
18- Um conceito tratado pela ecologia de empresa é a
cadeia de suprimentos que parafraseia a cadeia
alimentar. O fluxo na cadeia de suprimentos é
semelhante à alimentar, pois os recursos naturais
suprem o setor primário, que, por sua vez,
"alimenta" o setor secundário, que fornece para o
terciário chegando ao consumidor final. Porter
(1989) criou o conceito de sistema de valor que é
muito semelhante à cadeia de suprimentos, ele
aprofundou o assunto examinando a cadeia de valor
(que é uma maneira sistêmica de analisar as
atividades dentro da empresa). Zaccarelli (1980)
trata da importância do estudo da cadeia de
suprimentos para a empresa e Porter (1989)
reafirma esta importância ao tratar dos elos
externos à cadeia de valor. Os elos externos são
atividades que ocorrem no sistema de valor (ou na
cadeia de suprimentos) e trazem vantagem
competitiva à empresa.
19- A EE alerta que o conceito de cadeia de
suprimento deve ser ampliado para rede de
suprimento. A cadeia é uma visão linear do fluxo
de suprimentos onde a empresa recebe produtos ou
serviços do nível anterior, faz a transformação
do suprimento e vende para o próximo nível. Nas
empresas, assim como nos seres vivos, as relações
são mais complexas, pois cada empresa pode
receber ou vender suprimentos para diversos
tipos de empresas. Essas inúmeras relações formam
uma rede de suprimentos, cuja análise é
importante para, por exemplo, evitar a ameaça do
cliente usar outro tipo de fornecedor, o
fornecedor passar a vender diretamente ao cliente
ou entender o risco se um dos setores que a
empresa fornece entrar em crise. Essa análise é
bastante similar à do Porter (1989) quando ele
propôs o estudo das forças em uma indústria,
tratando do poder de fornecedores, clientes,
rivalidade, novos entrantes e produtos
substitutos.
20- Outra contribuição da EE ao estudo do ambiente
organizacional é ser uma ferramenta crítica à
futurologia (Zaccarelli, 1980). - Entre outras maneiras de avaliar o resultado de
previsões do futuro estão a análise das
interações empresariais e a análise das sucessões
e evoluções. - A análise das interações empresariais,
verificando se elas são simbióticas, antagônicas
ou neutras, permite verificar a viabilidade da
empresa no futuro. Se aumentarem as relações
antagônicas e diminuírem as simbióticas a empresa
será menos viável no futuro. - A análise das sucessões e evoluções permite
verificar se a empresa do futuro (prevista pela
futurologia) é exeqüível no prazo estipulado. - Se o ambiente atual não facilitar a evolução ou
sucessão, a modificação do cenário deve demorar
muito tempo para ocorrer.
21- Um outro tema abordado na EE é o fator e agente
ecológico. - O agente ecológico faz parte do ambiente da
empresa por não poder ser controlado por ela, mas
influenciam significativamente o andamento da
empresa. - São considerados agentes os fornecedores, os
revendedores, os concorrentes, o sistema
financeiro, o governo etc. - O número de agentes é restrito, porém cada um
deles apresentam diversos fatores que influenciam
a organização. - O fornecedor, por exemplo, apresenta os
fatores estabilidade no atendimento de pedidos,
pontualidade de entrega, qualidade, garantias,
entre outros. - Cada tipo de empresa atua bem em uma
determinada faixa de tolerância para cada fator
(Zaccarelli, 1980). - Empresas de roupas de marca não admitem uma
baixa qualidade dos seus fornecedores, mas
admitem uma maior faixa de tolerância ao preço
dos seus insumos. - A seleção dos fatores (variáveis ambientais)
que influenciam a organização e o que acontecerá
com eles no futuro é um grande desafio à análise
ambiental, que serão tratados nos próximos itens
deste artigo
225. A seleção das variáveis ambientais
- A seleção de quais variáveis devem ser
estudadas na análise ambiental serve para limitar
o tempo de estudo. Se fossem selecionados todos
os fatores que tem alguma influência na
organização e analisada a tendência de cada uma
destas diversas variáveis, o gasto de tempo e
recurso seria muito grande. O resultado prático
deste estudo será muito similar à análise apenas
das variáveis-chave. Almeida (1997) explica como
fazer a definição das variáveis-chave. -
- Almeida (1997) propõe um método de seleção de
variáveis comparando-as em momentos de fracasso e
de sucesso na organização. As variáveis que
estavam presentes de forma semelhante em ambos os
casos não são relevantes para a organização. -
- Para aprofundar o estudo sobre a seleção de
variáveis ambientais, pode-se sugerir que além de
identificar a interferência da variável na
organização, é necessário que identifiquemos se a
interferência desta variável não é dependente de
outra. Pois neste caso será necessário que se
estude a dependência da variável a ser estudada. -
- Como exemplo poderíamos ter identificado que um
Banco é altamente influenciado pelo nível da
inflação, pois em períodos inflacionários esta
organização é altamente beneficiada pelo saldo de
Depósito à Vista. Pois o Banco recebe esse
depósito que não lhe custa nada e pode
emprestá-lo à altas taxas. -
23- Como primeira avaliação deve-se estudar a
variável inflação, procurando antever qual será
qual será o nível inflacionário nos próximos
anos. - Vamos supor que a perspectiva seja de
crescimento inflacionário nos próximos anos, o
que em um primeiro momento poderia levar o Banco
a desenvolver mais a sua área de atendimento à
pessoa física no varejo, que são aquelas que
relativamente deixam maior volume de recursos em
suas Contas de Depósito a Vista. - Para completar a análise seria importante que
se estudasse, no caso de um aumento da inflação,
o que irá acontecer com o depósito compulsório. - Pois o benefício do Banco é com a sobra de
recursos a baixos custos, e se o depósito
compulsório aumentar, e o nível de recursos que
ficarão em conta cair, o benefício poderá não
existir, e a estratégia de incrementar a sua área
de atendimento à pessoa física no varejo poderá
ser prejudicada.
24- A segmentação ambiental proposta por Almeida
(2001) no modelo de planejamento estratégico
divide o ambiente para facilitar a análise de
cada segmento. Outros autores, como Miller,
Narayanan e Fahey, Glueck e Bethlem, já haviam
sugerido outras formas de segmentação ambiental
(Almeida, 1997). - A segmentação de Almeida divide o ambiente em
quatro segmentos Macro ambiente Clima, Macro
ambiente Solo, Ambiente Operacional e Ambiente
Interno e sugere as técnicas mais apropriadas
para a previsão das variáveis de cada segmento. -
- A tabela 1 explica esta classificação
25- TABELA 1 - SEGMENTAÇÃO AMBIENTAL (Fonte Almeida
(2001 23)
Segmento Ambiental Variáveis Ambientais Características Método de Análise
Macro ambiente Clima São as variáveis decorrentes do Poder Político Inflação, Crescimento do PIB, Legislação É difícil de ser previsto a curto prazo, mas podemos projetar uma tendência a longo prazo Deve-se ouvir a opinião de Experts e apostar em uma tendência política a longo prazo. Na análise tem-se que traduzir em fatos políticos como eleição, e aprovação de leis.
Macro ambiente Solo São variáveis do futuro da população e suas características crescimento por região, por faixa de renda, por sexo As previsões são precisas e disponíveis em organismos como o IBGE Deve-se usar estudos estatísticos, que normalmente estão disponíveis.
Ambiente Operacional São variáveis decorrentes das operações concorrentes, fornecedores, clientes diretos As previsões procuram identificar como serão as relações operacionais no futuro, levando-se em conta a evolução tecnológica O método de análise é o estudo de Cenários, que se utiliza das tendências atuais para identificar o relacionamento operacional futuro
Ambiente Interno São os valores e aspirações das pessoas relevantes. No caso de empresas pode-se segmentar entre proprietários e funcionários Os valores e aspirações das pessoas são difíceis de serem mudados. As empresas ou suas áreas normalmente agrupam pessoas com valores semelhantes Para identificação dos valores de empresas ou de suas áreas, é utilizado o sistema de análise da Cultura Organizacional
26- Após a determinação das variáveis-chave deve
ser feito o seu monitoramento, gerando
informações sobre elas e alertando sobre as
possíveis alterações no ambiente. - Kotler (1999) quando discute a inteligência de
marketing alerta a necessidade das empresas
organizarem as informações e desenvolver rotinas
para obter novas informações. - Debortoli (2001) divide a análise das variáveis
ambientais em três etapas determinação das
variáveis, monitoração e previsão. - A etapa seguinte da análise ambiental, previsão
de tendências, será tratada nos próximos itens.
As técnicas de previsão de variáveis serão
separadas em quantitativas e qualitativas.
276. TÉCNICAS QUANTITATIVAS DE ANÁLISE AMBIENTAL
- Segundo Leme (Apud Securato, 199617) a
previsão é o processo pelo qual a partir de
informações existentes, admitidas certas
hipóteses e através de algum método de geração,
chegamos a informações sobre o futuro, com uma
determinada finalidade. - As técnicas quantitativas, apesar de utilizarem
modelos matemáticos, não permitem uma projeção
exata do futuro, pois dependem de alguma hipótese
que pode ser desmentida no futuro e estão
baseadas em informações que o analista possui no
presente, porém novas informações podem aparecer.
- A projeção de crescimento populacional, por
exemplo, é feita usando técnicas quantitativas e
possui um grau de acerto muito grande mas a
falta de informação sobre uma possível guerra ou
uma melhora substancial da medicina poderá fazer
com que a previsão não se confirme. -
28- Damodaran (2001) desmistifica alguns mitos
sobre avaliação (valuation), que por ser uma
técnica quantitativa de previsão de futuro, faz
com que alguns destes mitos sejam bastante
similares aos mitos das demais técnicas
quantitativas de análise do futuro - Mito 1 Uma vez que os modelos de avaliação são
quantitativos, a avaliação é objetiva. Os modelos
são quantitativos, mas os dados de entrada deixam
margem suficiente para julgamentos subjetivos. - Mito 2 Uma avaliação bem pesquisada e bem
feita é eterna. - O valor obtido em qualquer técnica de previsão
depende das informações coletadas no momento, a
descoberta de novas informações pode alterar
significativamente a previsão. Esse fato é um dos
motivos pelo qual a empresa deve constantemente
monitorar seu ambiente, para saber se houve
alguma ruptura nas informações ou hipóteses do
modelo adotado. - Mito 3 Uma boa avaliação oferece uma
estimativa precisa de valor. Por mais minuciosa e
detalhada que for a avaliação haverá incertezas,
pois os números estão distorcidos pelas
pressuposições que fazemos do futuro.
29- Mito 4 Quanto mais quantitativo o modelo,
melhor a avaliação. O modelo utilizado depende da
qualidade das informações de entrada. A qualidade
de uma avaliação é diretamente proporcional ao
tempo gasto em reunir dados e na compreensão da
empresa a ser avaliada. - Mito 5 O produto da avaliação (ou seja, o
valor) é o que importa o processo de avaliação
não importa. O processo de avaliação ajuda o
administrador a conhecer o ambiente, entender as
variáveis e os riscos de confiar cegamente na
projeção. - As técnicas quantitativas de previsão podem ser
divididas em projeção de série temporal e as
técnicas causais. As séries temporais são
equações onde a única variável independente é o
tempo, fazendo projeções do futuro por
extrapolação do passado. Já as técnicas causais
tentam relacionar a variável de estudo
(dependente) a uma ou mais variáveis
independentes. - Exemplos de análise temporal são projetar a
altura de uma criança dependendo de sua idade ou
a projeção de vendas em dezembro ser maior que a
de novembro devido a sazonalidade das vendas. A
técnica causal pode ser exemplificada quando é
feita a relação da demanda por soja plantada no
Brasil com a taxa de câmbio e o PIB mundial. - Se a venda de soja nacional só depender destes
fatores a previsão da venda de soja será
determinada pela previsão do crescimento do PIB
mundial e pela previsão do câmbio.
307. Técnicas qualitativas de análise ambiental
- As técnicas de projeções qualitativas utilizam
como suporte principal a opinião de
especialistas. - A principal diferença entre estas técnicas é a
forma como estas opiniões são tratadas. Existem
aquelas que ficam apenas com as opiniões, e
existem aquelas que procuram dar um tratamento
estatístico e gerar probabilidades com eventos
cruzados. - Securato (1996) cita as formas mais comuns de
fazer a análise qualitativa - A) Brainstorming Um grupo de pessoas (de
preferência um grupo multidiciplinar) deve, no
primeiro momento, escrever individualmente em uma
folha as diversas variáveis que afetam o
problema, ou diversas soluções para o problema.
Depois todas as variáveis ou soluções são
discutidas em grupo. - B) Sintética um grupo pequeno de especialistas
discute o futuro das variáveis. - C) Especialista aceita-se a opinião de um
único especialista. - D) Delphi busca uma convergência de projeções
entre os vários especialistas através de rodadas
de questionários, as opiniões são repassadas sem
o nome do autor da projeção para evitar algum
conflito de ordem pessoal. -
318. ANÁLISE DE CENÁRIOS
- Na análise ambiental, as técnicas de cenário
procuram trabalhar a intuição de uma forma
estruturada. Existem diferentes formas de se
desenvolver a análise de cenários, inclusive há
quem chame de cenário qualquer tipo de projeção
do futuro. - Bontempo (2000) e, posteriormente, Aulicino
(2002) fizeram a comparação de diversas técnicas
de elaboração de cenário. Ambos utilizaram um
quadro para comparar as etapas em cada uma das
técnicas. As etapas descritas nos quadros dos
dois autores são Identificar as decisões
principais, relacionar variáveis de impacto,
analisar as variáveis, extrapolar tendências,
analisar impacto cruzado, preparar cenários
iniciais, realizar a análise de sensibilidade,
construir cenários detalhados, analisar as
implicações dos cenários e monitorar o ambiente. - O administrador, usando os cenários previstos e
o entendimento do que deverá acontecer com o
ambiente para chegar nesse cenário terá maior
subsídio para realizar o PE da sua empresa. Ele
poderá antever as mudanças ambientais criando
estratégias para aproveitar as oportunidades e
evitar as ameaças. Outra ajuda que o cenário traz
ao administrador de PE é facilitar a criação da
visão da empresa, pois o cenário dá subsídio ao
administrador para responder o que é que a
empresa está tentando fazer e o que ela espera se
tornar (Thompson Jr, 2000).
32- O que a empresa quer se tornar deve ser coerente
com os cenários ambientais traçados, se isso
ocorrer fica mais fácil ter fé na expectativa do
que será a empresa no futuro (definição de
estratégia de Amoroso, 2002). Jack Welch, ex-CEO
da GE, afirma que é preciso ter uma visão, pois
é preciso estimular as pessoas em prol de uma
causa (Krames, 2001 201). A consistência da
projeção do futuro e a visão de futuro da empresa
é importante para disseminá-la e torná-la crível
ao restante da empresa. -
-
-
339. CONCLUSÃO
- A análise do ambiente organizacional constitui-se
uma importante ferramenta para o desenvolvimento
do PE que por sua vez tem se mostrado como uma
área da administração, que deixou de ser
privilégio de poucas organizações para se tornar
parte do dia-a-dia inclusive de organizações
menores. - O processo de elaboração de uma análise
ambiental pode ser bastante complexo e
dispendioso, se forem utilizadas técnicas como
cenários para analisar o ambiente específico de
uma organização, mas ao utilizar estudos já
disponíveis pode tornar a utilização da análise
ambiental perfeitamente realizável inclusive em
pequenas empresas. -
-
34Bibliografia
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