Title: Gravidez Nascimento e Parentalidade
1Gravidez Nascimento e Parentalidade
- Consequências do parto e a intervenção da
osteopatia no bebé.
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21- O que é a Osteopatia?
- O início da Osteopatia
- O Dr. Andrew Taylor Still, médico cirurgião na
guerra civil Norte Americana, iniciou a
Osteopatia em 1874. Desiludido com a medicina
convencional procurou outra forma de poder ajudar
as pessoas. - Ele via o corpo humano como uma máquina complexa
e como qualquer máquina necessitava do devido
alinhamento e lubrificação. - Começou a estudar o corpo como uma unidade, dando
uma grande importância ao sistema
musculo-esquelético (que ocupa 2\3 da massa
corporal), considerando-o um elemento chave para
o equilíbrio do corpo, com capacidade para
curar-se sozinho devido à perfeição da estrutura
e das suas funções. - A Osteopatia auxilia o corpo a equilibrar e
restaurar a função fisiológica, tirando proveito
da sua tendência natural de procurar/encontrar
saúde e homeoestasia.
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3Inicio da Osteopatia
- As técnicas osteopáticas promovem uma maior
mobilidade dos fluidos corporais, eliminando a
disfunção e libertando compressões ósseas e
articulares. - Um fluxo sanguíneo natural é saúde a doença é o
efeito local ou geral do distúrbio do sangue que
para excitar os nervos contrai os músculos que
por sua vez comprimem o retorno venoso. Os ossos
podem assim ser usados como alavancas para
aliviar a pressão aos nervos, veias e artérias.
A.T.Still
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4Osteopatia Pediátrica
- A Osteopatia enfatiza o estudo detalhado da
anatomia, fisiologia e do conhecimento de
técnicas palpatórias, assistindo o corpo e
facilitando-lhe a correcção de desequilíbrios. - Dr. William G. Sutherland (1899), um dos
primeiros estudantes do Dr.Still, iniciou o
estudo do crânio e constatou que as suturas
cranianas eram biseladas e articuladas permitindo
a mobilidade dos ossos do crânio, sendo que a
ausência desta mobilidade implicava efeitos
profundos na saúde do corpo. - Foi então o inicio do desenvolvimento do conceito
da Osteopatia Craniana. - Baseando-se nos ensinamentos de Still, na
importância e ligação da estrutura e função,
Sutherland estudou os efeitos dos ossos do crânio
e a maneira como o processo do parto os
influenciava, dobrando-os, moldando-os e
analisando as repercussões que estes tinham no
crescimento e desenvolvimento do corpo.
5Osteopatia Pediátrica
- Sutherland observou que se o crânio apresentava
distorções no inicio da vida do bebé, devido ao
parto ou a uma inadequada posição intra-uterina,
então um padrão de distorção era susceptível de
se apresentar ou manifestar em qualquer parte do
corpo. Com o crescimento estes padrões poderão
aumentar comprometendo a função do corpo. - Ex
- Uma pequena disfunção/alteração da mecânica das
partes condilares do occipital, frequente
consequência do parto (o occipital é um dos
ossos que está sujeito a mais compressões, devido
às contracções e ao contacto com as superfícies
ósseas da bacia da mãe que surgem na passagem do
canal de parto), tem repercussão por todo o
corpo, nomeadamente no sistema digestivo, na
irritação do nervo craniano (Vago) e também por
uma alteração postural assimétrica, ou uma
escoliose decorrente do crescimento distorcido do
crânio.
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6Como é que o corpo consegue se auto-equilibrar?
- A mobilidade rítmica do cérebro e da medula
vertebral, em conjunto com os movimentos
respiratórios, transmite ao resto do corpo,
através das membranas (dura e faiscia),
eliminando tensões e restrições tecidulares,
movendo-as puxando-as (pulling) e libertando-as. - Este mecanismo está mais forte, ou realçado
quando se dorme, sendo que os efeitos da
gravidade estão reduzidos. - Os 5 princípios do Mecanismo Respiratório
Primário - a) flutuação do fluido cérebro-espinhal
- b) mobilidade das membranas de tensão recíproca
- c) motilidade do tubo neural
- d) mobilidade articular dos ossos do crânio
- e) mobilidade involuntária do sacro
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7Mecanismo Respiratório Primário
- A osteopatia não só utiliza este mecanismo como
diagnóstico (através da análise da potência ou
mobilidade), como utiliza técnicas que realçam a
ressonância e sua sincronização. - Este mecanismo é identificado por diversas
frases - mobilidade involuntária e da alteração da forma
do corpo (flexão\extensão) - a potencia é a força ou forças que tendem a
mover o corpo no sentido da homeostasia/equilíbrio
- A tarefa do osteopata consiste em facilitar a
mudança para o equilíbrio.
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82- Gravidez
- A gravidez e gestação é o inicio da vida do bebé,
a mãe é a sua primeira - ligação com o mundo, dai a importância do bem
estar e conforto da mãe. - Muitas das alterações que a mãe sente o bebé
também sente, sendo estas susceptíveis de
perturbar o seu desenvolvimento e bem estar. - Condição da mãe
- Emocional
- Física
- Económica
- Expectativa do parto
- Ansiedade / medo
- Importância dos cursos pré-natais
- Idealização de parto
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93 - Condições que podem levar a um parto mais
difícil - trauma de parto
- I. Medo, ansiedade
- Alteração do tónus muscular incluindo o do útero
- II. Posição do trabalho de parto
- III. Mecanismos que podem alterar o ritmo do
nascimento do bebé - a) oxitocina epidural
- b) fórceps e ventosas
- c) cesariana.
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104 - Trauma do parto
- Todos os bebé nascem de maneira única todos os
partos são diferentes, para uns a transição e a
viagem do útero para o mundo é feita sem grande
dificuldade, para outros pode ser uma experiência
traumática e dolorosa. - O processo do parto é muito engenhoso e
eficiente, mas por vezes, quando algo não corre
como esperado, os seus efeitos podem ser
traumáticos. - Ao navegar pelo canal do parto, forças
consideráveis e potentes são exercidas no corpo
do bebé, especialmente ao nível do crânio, coluna
vertebral, costelas, clavículas e bacia. - Estudos (Viola Frymann DO. E uma das fundadoras
do Osteopathic Center for Children em San Diego
Califórnia) demonstraram que em 1000 bebés 80-90
sofriam dos efeitos musculo-esqueléticos do
trauma do parto. - O bebé está desenhado para nascer, os ossos do
crânio sobrepõem-se e moldam-se para acompanhar o
trajecto da viagem do canal de parto, e o corpo
é suficientemente forte para resistir às forças
das contracções.
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11Trauma do parto
- Quando o parto se complica os mecanismos de
adaptação e compensação são accionados, levando
muitas vezes a padrões de torção e compressão ao
nível do esqueleto. - Por vezes estes mecanismos não conseguem ser
equilibrados pelo corpo, no processo de
crescimento, pelo choro, sucção, o bocejar e
pela primeira respiração (inspiração)
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125 Primeira Respiração/inspiração
- Importância da primeira inspiração
- É o momento que o bebé nasce e dá entrada no
mundo - A primeira inspiração/respiração é considerada
uma faísca, ou ponto de ignição, para que o bebé
consiga ser autónomo no seu processo de
respiração - É a separação fisiológica da mãe, que até este
ponto tem sido quem lhe fornece o oxigénio - Alterações da qualidade da primeira inspiração
podem ter influencia na vida futura do bebé,
tanto a nível respiratório como ao nível mecânico
do sistema músculo-esquelético.
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13Primeira inspiração
- A PRIMEIRA INSPIRAÇÃO ACONTECE DEVIDO A
- à remoção de inibidores respiratórios que são
produzidos pela placenta - alterações gasosas do sangue que afectam
receptores químicos no cérebro CO2, O2 E PH - alterações sensoriais no bebé por diminuição da
temperatura corporal - aumento de hormonas e de adrenalina
- alterações do coração, pulmões e da circulação do
bebé que permite uma inspiração de oxigénio, que
até este momento era feita pela placenta e de
liquido amniótico.
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14Factores que podem influenciar a primeira
inspiração
- (não mencionando factores patológicos ou
alterações neurológicas) - Intervenção no ritmo do parto
- Fórceps/ventosa
- Circular, cordão à volta do pescoço do bebé
- Stress (hiper) ou situações de choque, pode criar
um espasmo no diafragma e durante uns segundos
ter dificuldade em respirar - Primeira inspiração feita com o tronco do bebé
ainda no canal de parto, provocando restrições do
tórax, costelas e diafragma - Cesarianas programadas, devido à ausência de
forças de contracção. Neste caso o bebé é sujeito
a uma maior força compressiva na sua remoção da
barriga da mãe, sem pré-aviso fisiológico do seu
corpo a nível hormonal. Esta alteração brusca de
ambiente pode ocasionar um choque para o bebé.
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15Consequências da alteração da primeira inspiração
- A restrição do diafragma leva a uma respiração
pouco profunda e ineficaz, podendo implicar uma
alteração do padrão do sono, não permitindo um
sono longo e profundo, o que inicia um ciclo de - irritabilidade
- mamadas muito frequentes
- cólicas devido ao pouco tempo de intervalo entre
mamadas, levando a uma hiper-estimulação do
sistema digestivo - alteração da qualidade das mamadas, o bebé fica
cansado rapidamente e ingere apenas o suficiente
para acalmar a fome, não chega a ingerir o leite
de mais substancia ao contrário do que acontece
nas mamadas mais prolongadas - ansiedade dos pais, devido ao pouco ganho de peso
do bebé, precipitação na introdução do biberão -
o meu leite não é bom- - stress da mãe e ansiedade que se transmite para
o bebé.
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16Consequências da alteração da primeira inspiração
- Obstipação
- O diafragma assiste na mobilidade abdominal para
melhor conseguir os movimentos intestinais e
conseguir defecar. - Infecções respiratórias
- Podem surgir nos primeiros meses de vida do bebé,
devido à pouca expressão do aparelho
respiratório, o qual, sendo menos capaz de
libertar secreções, fica mais exposto a infecções
de repetição.
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17Consequências da alteração da primeira inspiração
- A alteração do diafragma
- Leva a uma diminuição da mobilidade torácica, dos
músculos acessórios da respiração, dos músculos
do pescoço e da base do crânio. Esta situação
pode levar a que o bebé comece a bolçar muito
refluxo gástrico -, e também pode iniciar um
processo de torcicolo (não congénito). - As alterações da primeira inspiração podem, no
bebé e na sua família, dar origem a ciclos de - dorme mal, está sempre com fome e chora muito,
mas come pouco, começou a ter muitas cólicas,
não conseguimos dormir, e estamos a ficar muito
preocupados, será que o bebé está doente? O
bebé chora muito, só se acalma no colo e tem que
ser a andar. Não posso estar parada
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18Consequências da alteração da primeira inspiração
- A primeira respiração (o momento de ignição do
corpo), aumenta a pressão interna do crânio,
inflacionando-o de dentro para fora e
equilibrando toda a potência da mecânica
craniana. - Método Leboyer (moderação da mudança do padrão
circulatório no bebé) - neste método o objectivo
é melhorar a capacidade de inalação da primeira
respiração através do relaxamento e conforto,
permitindo uma maior abertura das vias
respiratórias e conseguindo uma primeira
respiração mais completa e eficaz com uma
expansão completa de todo o corpo. - Os ossos que foram comprimidos e sobrepostos pelo
processo do parto, se não tiverem uma primeira
inspiração eficaz, podem ficar fixos ou com pouca
expressão da sua mobilidade, levando a um padrão
de alteração da mecânica craniana.
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196 - Disfunção do equilíbrio ou mecânica craniana
- O crânio do bebé reorganiza-se e ganha uma forma
mais redonda, recuperando da moldagem e
compressões a que foi sujeito durante o parto,
tendendo a ficar uniforme nos primeiros
dias/semanas de vida, muito devido à função
respiratória, ao choro, à sucção, ao bocejar e
sono. - A forma do crânio e a quantidade de moldagem
depende de diversos factores - moldagem intra-uterina
- apresentação do bebé na fase final do parto
- maturidade do bebé grau de ossificação e
resistência dos ossos - tempo/ duração do parto / alteração do ritmo do
parto
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20Disfunção Craniana
- posição da mãe durante o trabalho de parto
- forma e tamanho da pequena bacia da mãe e da sua
capacidade de dilatação durante o trabalho de
parto - tamanho do bebé, especialmente em relação à
bacia/estrutura da mãe - fórceps e ventosa por aumento da compressão
craniana - cesariana por mais compressão aplicada.
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21- A razão pela qual as compressões cranianas podem
iniciar ou apresentar tão variadas
sintomatologias, é porque o crânio abriga os
órgãos sensoriais olhos, nariz, boca, ouvidos
(audição e equilíbrio) - e dele saem os nervos
cranianos. - O cérebro controla muitos dos processos básicos
do corpo através dos nervos cranianos,
especialmente o Vago. - Se os sinais nervosos ficam alterados, então o
corpo não irá funcionar a 100. Esta
interferência deve-se ou provém de factores
mecânicos, nomeadamente por diminuição da
mobilidade óssea craniana
22Sintomas que podem surgir da disfunção craniana
- - Otites
- - Sinusites
- - Choro prolongado
- - Alterações do sono
- - Alteração da forma da cabeça
- - Dificuldade na sucção
- - Cólicas
- - Obstipação
- - Torcicolo
- - Escoliose
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23Conclusão
- O tratamento osteopático envolve um suave suporte
ao sistema neuro-musculo-esquelético. As forças
utilizadas são suaves e aplicadas por um período
de tempo suficiente que permita uma correcção das
disfunções. - A osteopatia trata das estruturas de todo o
corpo, eliminando tensões/restrições através do
sistema do tecido conjuntivo e articular. - Resultando ou tendo como objectivo um corpo
funcional, eficiente, melhorando a vitalidade e
saúde do bebé/criança e da sua família, fazendo
com que consigam funcionar melhor na sociedade.
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24- FIM
- Maio 2009
- Vanessa Faria Lopes
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