Title: As redes socioassistenciais e as rela
1As redes socioassistenciais e as relações
público-privadas
2APRESENTAÇÃO
3Princípios norteadores
- Necessidades sociais determinam ações públicas
- As ações públicas têm origem na sociedade e
(...) - São incorporadas e processadas pelo Estado, que
gera políticas públicas sobre sua condução e
primazia - A primazia não significa a responsabilidade
exclusiva do Estado sobre a política pública, a
sociedade civil deve participar ativamente na
formulação e controle
RAICHELIS, R. - Desafios da gestão democrática
das políticas sociais
4Assistência Social Duas redes, uma Estatal e a
outra privada.
5Objetivos do SUAS
- Mediante a soma das redes (estatal e privada)
- Superar o paralelismo, a sobreposição, a
fragmentação e a descontinuidade nas ações do
Suas - Estabelecer o comando único da política e a
primazia do Estado - Qualificar os serviços e os recursos humanos
mediante o estabelecimento de padrões de
intervenções - Estabelecer ações intersetoriais no território.
6A esfera pública principais tensões entre as
redes
- Profissionalização x voluntariado
- Financiamento público x privado
- Caridade x direito
- Sistemáticas técnicas x práticas tradicionais e
culturais. - Outras
Identificar os pontos de conflito e entender as
razões que os determinam, reconhecer a
essencialidade e as particularidades destas redes
é uma qualidade requerida dos gestores do SUAS.
7A GÊNESE DA REDE DE ENTIDADES SOCIOASSISTENCIAIS
8Gênese da rede de entidades
- A Igreja Católica Dez séculos atuando na
assistência social - Ordem de Malta ou Ordem do Hospital
- Fundada na Palestina no século IX para prover
albergamento e hospitalização aos peregrinos
europeus (Beneditinos) - Hoje é uma organização de direito internacional
atua no auxilio a idosos, deficientes,
refugiados, crianças, sem tetos, vítimas de
calamidades e outros. - Desenvolve ações sociais nos continentes
Asiático, Africano, Europeu e Americano. Na
América do Sul possui representação no Brasil,
Colômbia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela
9Gênese da rede de entidades (cont.)
- A partir do século X a Igreja católica difunde a
assistência social na Europa - Irmandade da Misericórdia, em 1560 se instala
na Capitania de São Vicente (SP) - Organizada em Portugal no século XV com o
objetivo de promover a devoção e a assistência
social - Precursora na formação da rede de Santas Casas de
Misericórdia - Desempenhou importante papel na construção da
política nacional de Saúde
10Gênese da rede de entidades (cont.)
- A chegada de imigrantes não portugueses
- Fortalece a tradição de intervenções sociais
organizadas por entidades religiosas - Além das tradicionais ordens jesuítas,
beneditinos e carmelitas, a partir do século XIX,
ingressa no Brasil a congregação Salesiana e os
Provincianos Marista com forte atuação no setor
de educação - Novas ordens católicas comprometidas com o
protestantismo - Amplo campo de atuação na assistência social, na
saúde e na educação.
11A imigração judaica e a ação social
- Instala-se em 1915 a Sociedade Beneficente das
Damas Israelitas para auxiliar mulheres grávidas
e ministrar cuidados a recém-nascidos - Em 1916 é fundada a Sociedade Beneficente de
Auxilio aos Pobre Ezra que - convocava os imigrantes,
- ministrava aulas de português e ensino
profissionalizante, - concedia empréstimos
- pagava pensões e encaminhava ao mercado de
trabalho. - Ampla participação social e política.
12A imigração judaica e a ação social
- Em 1946 a Federação Israelita introduz o trabalho
de assistentes sociais - nas décadas e 50 e 60 os assistentes sociais
profissionalizaram e tecnificaram o atendimento - Os conceitos de serviço social tornaram-se
diretrizes centrais nas entidades e conduziram
críticas aos modelo da caridade, no qual os
diretores filantropos recebiam pessoalmente os
necessitados - Há registro de resistência dos diretores e de
auxiliados em razão do enquadramento técnico, da
impessoalidade e da perda de controle do processo
assistencial
13A imigração judaica e a ação social
- Em 1966 foi fundado o Serviço Social Unificado,
uma tentativa de estruturar uma rede assistencial
para superar o modelo da caridade, a sobreposição
de funções entre às várias entidades e a falta de
sistemática técnica - Em 1976 a junção das principais entidades
assistenciais judaica deu origem à União
Brasileira-Israelita do Bem Estar (Unibes) hoje a
mais importe entidade ligada ao grupo conduz
programas de assistência pública e convênios com
a Prefeitura de SP.
14A gênese das ONGs
- Os movimentos sociais
- A formação da cidadania das classes sociais no
Brasil tem ampla tradição de lutas - Há uma longa lista de movimentos e lutas somente
nos séculos XVIII a XX, - que se inicia com a luta pela independência, pela
questão do escravos e termina nas recentes lutas
pela redemocratização e pela negociação dos
direitos sociais.
15A história das ONGs no Brasil
- A ONU e o programa de desenvolvimento e superação
da pobreza pós II Guerra, e também a contenção
ao avanço do comunismo sobre os países mais
pobres - O método de Desenvolvimento de Comunidades
- Articular esforços do povo e das autoridades
governamentais para desenvolver capacidade
socioeconômicas - Organizações recebiam recursos dos governos e da
ONU para preparar grupos ou indivíduos incumbidos
de produzir e difundir conhecimento junto às
comunidades - Esta ação ficou conhecida como educação
popular - As Nações Unidas em seus documentos refere-se a
estas organizações pela sigla ONG
No-Governmental Organization (NGO)
16A história das ONGs no Brasil
- As primeiras ações das ONGs no Brasil foram
- a missão rural de Itaperuna (1950)
- Serviço Social Rural (1955)
- Associação Brasileira de Crédito e Assistência
Rural (1956). - Alguns seminários internacionais para troca de
experiência, que aconteceram durante a década de
50.
17A história das ONGs no Brasil
- Durante o regime militar e mais intensamente no
período da abertura política as ONGs se
aproximaram dos movimentos sociais - A luta pelo restabelecimento da cidadania e dos
direitos sociais aprofundou esta aliança - As ONGs passam a desenvolver o papel de
assessoria aos movimentos sociais e muitas vezes
ocuparam o papel de operadores dos interesses
mediados - A atuação das ONGs aprofundou a discussão de
temas relacionados às questões rurais e urbanas,
à educação, aos direitos humanos, a crianças e
adolescentes, a etnias, gêneros, dentre outros.
18A história das ONGs no Brasil
- Atualmente as ONGs têm atuado na formulação, na
implantação e operação de inúmeras ações das
políticas sociais - muitas vezes aponta espaços não atendidos e
amplia conceitos, construindo a universalização
das políticas públicas. - A luta contra a AIDS, a inclusão de pessoas com
deficiência na escola formal, a política de
educação infantil são alguns exemplos recentes
desta dinâmica entre a ação das ONGs e o
governo.
19abrangência da rede socioassitencial não estatal
- A região Sudeste concentra 51,8 das entidades e
o Sul 22,6, juntas as duas regiões concentram
74,2 das entidades entrevistadas - 69,9 são de âmbito local, 7,8 de âmbito
regional, 6,9 de âmbito estadual, e 15,4 de
âmbito nacional - das 16.089 entidades entrevistadas, 9.413
atendiam a pessoas vulnerabilizadas ou em risco
social, 4.896 atendiam à pessoas com deficiência,
2.587 à população em situação de rua, 1.709 a
gestantes/nutrizes 1.440 a crianças e
adolescentes em situação de trabalho, 1.436 a
vitima de violência, 1.168 a dependente químico,
306 à autor de atos infracionais, 219 a egressos
do sistema prisional e 211 a minorias étnicas.
20Redefinição do papel das entidades
21Redefinição do papel das entidades
- Na década de 90 as entidades se organizavam em
redes ( de creches, de atenção Idoso, pessoas
com deficiências, crianças e adolescentes, etc. ) - No ano de 1996 o governo, mediante o programa
Comunidade Solidária avalia a necessidade de - Modernizar e adequar a relação entre o Estado e a
Sociedade civil ( entidades, Igrejas,
Universidade, etc) - Propor forma de interação entre o governo e o
terceiro setor para aumentar a eficiência e a
escala de atuação das organizações e da sociedade
civil - O Governo assinala a exaustão da relação Estado
entidades
22Redefinição do papel das entidades
- Em 2004 a nova PNAS avalia a necessidade de nova
relação entre o Estado e as entidades que - Supere a paralelismo das ações e a dispersão de
recursos humanos, materiais e financeiros - Supere a caridade, a bondade e o favor
- Atue somente nos serviços inerentes à política de
assistência social - Atuem com ofertas complementares e referenciadas
por um equipamento estatal - Com programas, projetos e serviços focalizados na
família.
23Redefinição do papel das entidades
- A principal mudança que se requer é que o
interesse do Estado e o direito do cidadão se
sobrepõem aos princípios, valores e diretrizes
adotados pelas entidades não estatais. - Outra significativa mudança é a criação de um
pacto em torno de um modelo de gestão não
contributivo e não lucrativo. - Também a aplicação das diretrizes de
territorialização ,matricialidade
socio-familiar e referência e
contra-referência
24A nova relação Estado-entidades Rede
socioassisencial
25Rede socioassistencial
É um conjunto integrado de ações de iniciativa
pública e da sociedade, que ofertam e operam
benefícios, serviços, programas e
projetos(NOB/SUAS2005)
Art. 6o-B. As proteções sociais básica e
especial serão ofertadas pela rede
socioassistencial, de forma integrada,
diretamente pelos entes públicos e/ou pelas
entidades e organizações de assistência social
vinculadas ao Suas, respeitadas as
especificidades de cada ação (LOAS)
26Objetivos da rede socioassistencial
- Organizar a gestão dos serviços prestados pelo
Estado e por entidades de forma a cumprir a
responsabilidade do Estado sobre todas as
ofertas. - Implicar a rede privada na diretriz de
co-responsabilidade definida pela PNAS em
compromisso com a qualidade e efetividade técnica
na oferta de serviços. - Organizar a complementariedade entre as
prestações estatais e privada em conexão com os
equipamentos estatais de referencia e vigilância
social. - Desenvolver conhecimento teórico e técnico para a
implantação das diretrizes da PNAS - Caracterizar os atores integrantes do espaço
público da política de assistência social.
27Articulação e desenvolvimento da nova relação
Estado-entidades
- A articulação observou os seguintes passos
- Elaboração da base legal, mediante alteração na
legislação ( Lei 12.101/2009 Lei 12.435/2011
Resoluções 16/2010 de 109/2009 do CNAS - Delimitação do espaço de trabalho da política de
assistência social (Lei 12.101/2009) - Classificação e tipificação dos serviços
socioassistenciais requeridos (Resolução CNAS
109/2009) - Normatização do processo de registro de
entidades (Resolução CNAS 16/2010 - Regulamentação dos procedimentos para registro no
cadastro nacional de entidades e organizações de
assistência social ( Ver Censo 2011 ) (Lei
12.101/2009 e 8742/93)
28Articulação e desenvolvimento da nova relação
Estado-entidades
Base Legal
29Articulação e desenvolvimento da nova relação
Estado-entidades
- Lei 12.101/2009 regula a isenção de
contribuição para a seguridade social aclarando o
campo de atuação da Assistência Social.
Art. 21. A análise e decisão dos requerimentos
de concessão ou de renovação dos certificados das
entidades beneficentes de assistência social
serão apreciadas no âmbito dos seguintes
Ministérios I - da Saúde, quanto às entidades da
área de saúde II - da Educação, quanto às
entidades educacionais e III - do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, quanto
às entidades de assistência social. Art. 2º
-deverao obedecer ao princípio da universalidade
do atendimento, sendo vedado dirigir suas
atividades exclusivamente a seus associados ou a
categoria profissional
30Articulação e desenvolvimento da nova
relação(...) Lei 12.101/2009
- Art. 18º - A certificação será concedida (...)
que presta serviços ou realiza ações
assistenciais, de forma gratuita, continuada e
planejada, (...), sem qualquer discriminação, - 2o As entidades que prestam serviços com
objetivo de habilitação e reabilitação de pessoa
com (...) poderão ser certificadas, desde que
comprovem a oferta de, no mínimo, 60 (sessenta
por cento) de sua capacidade de atendimento ao
sistema de assistência social. - 3o A capacidade de atendimento (...) será
definida anualmente pela entidade, aprovada pelo
órgão gestor de assistência social (...)
comunicada ao Conselho Municipal de Assistência
Social. - 4o As entidades certificadas como de
assistência social terão prioridade na celebração
de convênios, (...)
31Certificação de entidades de Assistência social
- A certificação é feita pelo MDS e observa as
seguintes fases
Inscrição junto ao FMAS da entidade e dos
serviços, programas ou benefícios por ela
prestados. De mesma forma cancelamento ou
modificação. Cabe recursos às decisões do CMAS
junto ao CEAS Processo Regido pela Resolução
CNAS No.16/2010
Cadastro junto ao Cadastro Nacional de
entidades e organizações de assistência social
providenciada pelo Gestor (Inciso II art. 19 da
Lei 12.101/2009 e Inciso XI do art.19 da Lei.
8742/93
Certificação concedida pelo Ministério do
Desenvolvimento Social, observado os termos da
Lei 12.101/2009
32Articulação e desenvolvimento da nova
relação(...) Lei 12.101/2009
- Art. 19. Constituem ainda requisitos para a
certificação de uma entidade de assistência
social - I - estar inscrita no respectivo Conselho
Municipal de Assistência Social (...) - II - integrar o cadastro nacional de entidades e
organizações de assistência social - Art. 20. A comprovação do vínculo da entidade de
assistência social à rede socioassistencial
privada no âmbito do SUAS é condição suficiente
para a concessão da certificação, no prazo e na
forma a serem definidos em regulamento
O vínculo SUAS não está regulamentado.
33Articulação e desenvolvimento da nova relação
Estado-entidades
Classificação das entidades Art. 3º da LOAS
34Articulação e desenvolvimento da nova relação
Estado-entidades
Tipificação dos Serviços socioassistenciais
ESTATAL
ESTATAL ENTIDADES
REFERENCIADO
- Serviços de convivência e fortalecimento de
vínculos - Serviços de abordagem social
- Serviços de atenção a pessoas em situação de rua
- Serviços de apoio ao processo de habilitação e
reabilitação - Serviços de acolhimento institucional
- Serviços de proteção em situação de calamidade
pública e emergências.
- Serviço de proteção e atenção integral à família
PAIF - Serviços de proteção especial à indivíduos e
famílias - Serviços de proteção aos adolescentes em
cumprimento de MSE, LA e PSC
35Articulação e desenvolvimento da nova relação
Estado-entidades
- Atuação das entidades em serviços
socioassistenciais
36As habilidades requeridas do gestor da rede
socioassistencial
- Articular a rede socioassistencial de forma a
dinamizar as relações, os vínculos e as
referências - Reconhecer cada um dos serviços da rede que são
prestadas pela rede estatal e privada, com base
na classificação utilizada pela Tipificação
Nacional dos Serviço Socioassistenciais - Possibilitar a organização da prestação de
serviços socioassistenciais, segundo demanda e
necessidades existentes - Fazer avançar a qualidade dos serviços
adequando-os as disposições normativas,
diretrizes e princípios utilizados pelo SUAS - Estabelecer condições para a transição dos
serviços que não se enquadrarem nas disposições
normativas.