Title: APRENDIZAGEM NA VIDA ADULTA
1APRENDIZAGEM NA VIDA ADULTA
2APRENDIZAGEM NA VIDA ADULTA
DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL DO JOVEM E DO
ADULTO Quem é o adulto Como pensa o
adulto RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA EDUCAÇÃO DE
JOVENS E ADULTOS Transferência Egocentrismo/descen
tração do professor e do aluno
3DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL DO JOVEM E DO ADULTO
O que diz o dicionário?
1. Diz-se do indivíduo que atingiu o completo
desenvolvimento e chegou à idade vigorosa. 2. Que
atingiu a maturidade. 5. Diz-se de indivíduo que
atingiu plena maturidade, expressa em termos de
adequada integração social e adequado controle
das funções intelectuais e emocionais.
4Conforme a lei
- É a pessoa a partir de 18 anos de idade.
E como é que fica aquele com 17 anos, 11 meses e
29 dias?
Ainda é adolescente, conforme a lei.
5Atividade 1Compare as duas definições para
adulto a do dicionário e a da lei.Existe uma
concordância perfeita entre as duas
definições?No que elas diferem?Será que, por
ter atingido a idade de 18 anos, uma pessoa
atingiu o pleno desenvolvimento emocional e
intelectual?Será que isso tem alguma importância
para a aprendizagem na vida adulta?Discuta com
seus colegas sobre essas questões e registre as
conclusões na ficha do enfoque temático.
6Como pensa o adulto
- Para estudar a maneira como pensa o adulto,
precisamos nos apoiar em alguma teoria. A teoria
que servirá de base para explicar a forma como
pensa e o processo de aprendizagem do adulto é a
Epistemologia Genética. - Portanto, sugere-se retomar o tema Epistemologia
Genética no eixo 2 - na interdisciplina Desenvolvimento e Aprendizagem
sob o enfoque da Psicologia I. -
-
7Relembrando a Epistemologia Genética
- A Epistemologia Genética de Jean Piaget tem como
interesse estudar a gênese das estruturas
cognitivas, explicando-a pela construção mediante
a interação radical entre sujeito e objeto. - Para Piaget (1983, p. 236), o desenvolvimento
ocorre de forma que as aquisições de um período
sejam necessariamente integradas nos períodos
posteriores. É o caráter integrativo segundo o
qual as estruturas construídas numa idade dada
se tornam parte integrante das estruturas da
idade seguinte. Ou seja, a partir do nascimento,
inicia-se o desenvolvimento cognitivo e todas as
construções do sujeito servem de base a outras.
8Estádios de desenvolvimento
- Piaget diz que os estádios de desenvolvimento
- obedecem a uma ordem de sucessão constante
- apresentam idades variáveis.
-
- O desenvolvimento cognitivo dá-se na relação com
o meio, porém, ele é individual. O estádio em que
um indivíduo se encontra é radicalmente
individual, não pode, pois, ser confundido com o
de nenhum outro indivíduo (BECKER, 2001, p.187).
- Podem existir diferenças para as médias de idades
entre as culturas, mas existem, também,
diferenças de um sujeito para outro em uma mesma
cultura.
9Então, o que nos dirá se alguém se encontra em um
ou outro período do desenvolvimento?
O que nos dirá se um sujeito se encontra em um ou
outro período do desenvolvimento não será a sua
idade, mas, ao contrário, será a sua relação com
o objeto do conhecimento, será a sua maneira de
pensar, refletida no modo como lida com os
problemas da realidade, seja ela interna ou
externa. Serão suas características cognitivas
que nos mostrarão em que período de
desenvolvimento se encontra, e não o inverso. A
partir da idade, apenas, não podemos fazer
afirmações definitivas sobre o seu nível de
desenvolvimento.
10ESTÁDIOS DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
- Para relembrar a Epistemologia Genética, e
especificamente os estádios do desenvolvimento
cognitivo, retomar o tema Epistemologia Genética
no eixo 2 na interdisciplina Desenvolvimento e
Aprendizagem sob o enfoque da Psicologia I.
Os estádios do desenvolvimento e as médias de
idade são as seguintes 1) sensório-motor - do
nascimento até aproximadamente um ano e meio,
dois anos 2) pré-operatório - de
aproximadamente um ano e meio até por volta dos
sete anos 3) operatório-concreto - por volta dos
sete até em torno dos doze anos 4)
operatório-formal - desde cerca dos doze anos,
perdurando pela vida adulta
11Atividade 2Pensa um pouco, levando em conta a
teoria e a realidade conhecidaSe a teoria diz
que, em média, as pessoas atingem o operatório
formal aos doze anos, isso significa que todas as
pessoas, ao atingirem doze anos atingem o estádio
das operações formais?Isso significa que todos
os adultos, por atingirem 18 anos de idade,
automaticamente, atingiram o período operatório
formal do desenvolvimento cognitivo?
- Após refletir sobre essas questões e discutir com
os colegas no fórum, registre as conclusões na
ficha do enfoque temático.
12 ESTÁDIO OPERATÓRIO FORMAL
Apesar de sabermos que nem todos os adultos sejam
operatório formais, aqui serão apresentadas as
características do pensamento operatório-formal,
já que, em média, essas são as características
cognitivas encontradas a partir dos doze anos.
O pensamento formal permite refletir para além
do real presenterefletir sobre
possibilidadesfazer planoselaborar
teoriasconstruir sistemas pensar sobre o
próprio pensamento.
13A construção de teorias é uma necessidade para a
convivência entre adultos. Enquanto os
relacionamentos da criança esgotam-se nas
relações interindividuais, os relacionamentos do
adulto são transindividuais pois envolvem as
crenças, as ideologias, as teorias que
perpassam o mundo.As construções
operatório-formais oferecem uma teoria das
relações entre si, enquanto que o agrupamento
fornecia uma teoria das relações entre a parte e
o todo (MONTANGERO e MAURICE-NAVILLE, 1998, p.
195).A adaptação ao mundo social adulto exige
uma reflexão da inteligência sobre si mesma.
14No estádio operatório formal- Constituem-se
instrumentos de verificação experimental que
permitem controlar variáveis dentre um conjunto
de fatores poder destacar um, fazendo-o variar e
deixando os outros invariantes. - Surge a
capacidade de formular hipóteses ou capacidade de
desligar-se temporariamente da atividade concreta
dando prosseguimento à atividade mental mediante
um jogo puramente proposicional é o raciocínio
hipotético dedutivo. - Há uma inversão nas
relações entre o real e o possível. Cria-se um
mundo de possibilidades de cujo conjunto o real é
apenas um setor limitado. Os instrumentos
oriundos do plano das possibilidades permitem
estabelecer relações entre teorias, produzindo
nelas transformações.
15Pensamento formal e ensinoO adulto, tal qual a
criança e o adolescente, não aprende ouvindo
respostas prontas. Aprende resolvendo problemas
que dizem respeito ao mundo físico ou social em
que vive e lançando hipóteses sobre as
transformações que devem ser implementadas. A
escola que continuar a insistir no repasse de
conteúdos prontos estará na contramão da dinâmica
própria do pensamento.
Atividade 3 Reflita sobre a importância de
conhecer as características do pensamento
operatório-formal para a educação de jovens e
adultos. Registre as conclusões na ficha do
enfoque temático.
16RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS
Será que basta ao professor passar o conteúdo ou
será que as relações interpessoais que se
constituem em sala de aula são relevantes para a
educação?
17A educação é um processo em que a criança ou o
adulto convive com o outro e, ao conviver com o
outro, se transforma espontaneamente, de maneira
que seu modo de viver se faz progressivamente
mais congruente com o do outro (MATURANA, 2001,
p. 29). Logo, a educação é um processo que se
dá no mundo de convivência, porém, ao mesmo
tempo, é um processo que se dá no interior do
indivíduo. A história de educação de um sujeito
faz parte de sua constituição, já que ele é o
resultado de suas permanentes transformações nas
trocas com o seu meio.
18Transferência
- Recomenda-se voltar aos conceitos trabalhados no
eixo 2 na interdisciplina Desenvolvimento e
Aprendizagem sob o enfoque da Psicologia I no
que diz respeito ao desenvolvimento segundo a
psicanálise e rever o conceito de transferência.
Atividade 4 Será que nas relações
professor-aluno na educação de jovens e adultos
está também presente o processo de transferência
ou ele apenas ocorre na relação com
crianças? Discutir com os colegas sobre essa
questão e registrar as conclusões na ficha do
enfoque temático.
19Egocentrismo/descentração do professor e do aluno
- Egocentrismo- Incapacidade de diferenciar e
coordenar diferentes pontos de vista. - Descentração possibilidade de diferenciar
pontos de vista e coordená-los. - Embora tenhamos nos acostumado a relacionar o
egocentrismo à criança pequena, ele ocorre em
todas as idades. Logo, tanto o professor quanto o
aluno, mesmo sendo adultos, podem ter
dificuldades de compreender o raciocínio que o
outro está realizando, reduzindo o pensamento do
outro ao seu próprio.
20Segundo Maturana (2001, p. 43), qualquer relação
social depende de assumirmos as capacidades do
outro envolvido nessa relação, e, se isso não
ocorrer, essa relação deixará de ser social. O
educador precisa colocar-se no lugar do educando,
tentando compreender suas dúvidas a fim de lhe
dar as respostas de que está necessitando e que
está preparado para ouvir. Diferentes verdades
existem, como tantos sujeitos existem, e devem
ser respeitadas.
Atividade 5 Será que é sempre fácil para o
aluno colocar-se no ponto de vista do professor e
acompanhar o seu raciocínio? Será que é sempre
fácil para o professor dar-se conta de que o
raciocínio do aluno é diferente do seu? Após
refletir sobre essas questões, registre suas
conclusões na ficha do enfoque temático.
21AVALIAÇÃO
Analise uma situação de aprendizagem de adulto a
luz das perspectivas teóricas e registre no
portfólio individual.
22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
-
- BECKER, Fernando. A epistemologia do professor. O
cotidiano da escola. 9ed. Petrópolis Vozes,
2001. - BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA, Aurélio. Novo
dicionário Aurélio da língua portuguesa. 2.ed.
Rio de Janeiro Nova Fronteira, 1986. - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Lei 8069,
de 13 de julho de 1990. -
- MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na
educação e na política. Belo Horizonte Editora
UFMG, 2001. - MONTANGERO, Jacques e MAURICE-NAVILLE, Danielle.
Piaget ou a inteligência em evolução. Porto
Alegre ARTMED, 1998. - PIAGET, Jean. Problemas de psicologia genética.
São Paulo Abril Cultural, 1983.