As Realidades Actuais da Economia Chinesa Lu s Mira Amaral - PowerPoint PPT Presentation

1 / 102
About This Presentation
Title:

As Realidades Actuais da Economia Chinesa Lu s Mira Amaral

Description:

As Realidades Actuais da Economia Chinesa Lu s Mira Amaral Administrador Sociedade Portuguesa de Inova o Professor Catedr tico Convidado DEG IST – PowerPoint PPT presentation

Number of Views:111
Avg rating:3.0/5.0
Slides: 103
Provided by: missaochi
Category:

less

Transcript and Presenter's Notes

Title: As Realidades Actuais da Economia Chinesa Lu s Mira Amaral


1
  • As Realidades Actuais da Economia Chinesa

Luís Mira Amaral Administrador Sociedade
Portuguesa de Inovação Professor Catedrático
Convidado DEG IST miraamaral_at_spi.pt
TAGUSPARK Lisboa, 19 de Janeiro de 2006
2
Índice
  • A dinâmica do comércio internacional e a
    emergência da China
  • Os modelos de desenvolvimento económico da Índia
    e da China
  • O crescimento económico chinês e o peso da China
    no comércio internacional
  • China, a fábrica do mundo
  • A relação US Dólar - Yuan
  • As estratégias das empresas ocidentais
  • O Marketing dos bens de consumo para o mercado
    chinês
  • A China e a OMC
  • Riscos e incertezas
  • As marcas chinesas globais

ÍNDICE
3
Índice
ÍNDICE
11. Os clusters 12. Os start-ups tecnológicos 13.
A capacidade de gestão na China 14. O governo das
empresas chinesas 15. As empresas públicas 16. O
sector bancário 17. O sector automóvel 18. A
industria dos componentes para automóveis 19. A
China e o automóvel eléctrico 20. O sector
electrónico
4
Índice
ÍNDICE
21. A industria química e petroquímica 22. O
turismo 23. A publicidade 24. Os mercados de
capitais 25. O meio ambiente 26. Os parceiros
comerciais da China 27. A China e as empresas
portuguesas Têxteis, vestuário e calçado 28. As
oportunidades para as empresas portuguesas
A experiência da SPI na China 29. A cultura de
negócios na China Barreiras e realidades.
A experiência da SPI 30. Conselhos práticos para
as empresas portuguesas
5
1. A dinâmica do comércio internacional e a
emergência da China
A DINÂMICA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL E A
EMERGÊNCIA DA CHINA
No comércio internacional e na economia global,
estão a emergir um conjunto de novos e dinâmicos
players, nomeadamente os que englobam os chamados
BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China). Destes
BRICs é de salientar os casos especiais da Índia
e da China. É provável que a China ultrapasse os
EUA em 2041 como maior economia mundial e que a
Índia ultrapasse o Japão em 2032. Segundo os
economistas da Goldman Sachs, o PIB em dólares
dos BRICs ultrapassará em 2039 o do G6 França,
Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e EUA. Se
assim acontecer, daqui a 50 anos apenas os EUA e
o Japão, dos actuais G6, estarão entre as 6
maiores economias mundiais.
6
1. A dinâmica do comércio internacional e a
emergência da China
A DINÂMICA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL E A
EMERGÊNCIA DA CHINA
Os BRICs que têm actualmente um PIB de cerca de
15 do PIB do G6, terão em 2025 um produto que
será 50 do G6 mas, em termos de rendimento per
capita, mesmo daqui a 50 anos ele ainda será
menor que o do actual G6.
7
2. Os modelos de desenvolvimento económico da
Índia e da China
OS MODELOS DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO DA ÍNDIA
E DA CHINA
A China começou o seu takeoff por volta dos
anos 1980. A China usou a sua enorme poupança
interna para construir a sua infraestrutura e
recorre ao investimento directo estrangeiro (IDE)
para construir fábricas e para ganhar o expertise
necessário. A Índia começou a sua descolagem
económica 10 anos depois da China, estando a
transformar-se num grande centro de competências
à escala mundial, nas indústrias baseadas na
economia do conhecimento, tais como software e
serviços de alta tecnologia. Contudo, a qualidade
das infraestruturas estradas, ferrovias, água,
electricidade, ainda é fraca e o IDE é inferior
ao caso chinês.
8
2. Os modelos de desenvolvimento económico da
Índia e da China
OS MODELOS DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO DA ÍNDIA
E DA CHINA
Assim, os dois modelos de desenvolvimento são
diferentes o chinês resultou duma estratégia
intencional do Estado, ao passo que na Índia
aconteceu mais pelas forças de mercado. Bem se
poderá dizer que com a China e a Índia se repete
a história dos dois modelos de capitalismo
descritos pelo economista francês Michel Albert
no seu livro Capitalismo contra Capitalismo
9
2. Os modelos de desenvolvimento económico da
Índia e da China
OS MODELOS DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO DA ÍNDIA
E DA CHINA
A Índia segue o modelo de capitalismo
anglo-saxónico com um governo menos
intervencionista ao passo que a China alinha com
o modelo de capitalismo renano próprio da
Alemanha e do Japão em que o Estado é mais
intervencionista na economia, dirigindo a
actividade económica, investindo nas
infraestruturas e decidindo muitas vezes quais as
companhias que vão receber fundos públicos e que
se podem financiar nos mercados de capitais
locais, onde o governo intervêm. Pelo contrário,
a menor intervenção estatal indiana abre mais o
espaço para os empresários e para o florescimento
do empresariado local feito por novos
players. Tudo isto explica o tipo de empresas
que florescem numa e noutra economia. Nem todas
as indústrias terão vantagens comparativas na
China.
10
2. Os modelos de desenvolvimento económico da
Índia e da China
OS MODELOS DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO DA ÍNDIA
E DA CHINA
A Índia tem vantagens em segmentos que não
requerem grandes infraestruturas físicas e que
não são travados por pesadas regulamentações e
restrições governamentais, tais como -
serviços de SW - concepção e design -
call-centers - serviços de auditoria e
contabilidade Aqui, com a ajuda de recursos
humanos fluentes em inglês, a Índia tem
claramente vantagem. Mas actividades
manufactureiras de processo just-in-time que
necessitem de estradas e ferrovias eficientes não
terão vantagens na Índia.
11
2. Os modelos de desenvolvimento económico da
Índia e da China
OS MODELOS DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO DA ÍNDIA
E DA CHINA
Tudo isto é particularmente evidente no sector
automóvel. O sector desenvolveu-se na China como
resultado do IDE, ao passo que na Índia tal foi
feito pelo empresariado local com concepção e
design próprios que possibilitaram o
desenvolvimento duma industria automóvel nacional
que tem também componentes electrónicos e
mecânicos de alto valor. Assim, a Índia tem uma
produção que depende mais do know-how do que de
infraestrutura física. Em suma, embora os
chineses não tenham falta de espírito
empreendedor e de capacidade empresarial, tal é
prejudicado ainda por mercados de capitais
ineficientes, um sistema bancário com muito
crédito mal parado e pela regulação e intervenção
governamental em que muitas vezes os burocratas,
em vez das forças de mercado, decidem quem é
financiado.
12
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
O CRESCIMENTO ECONÓMICO CHINÊS E O PESO DA CHINA
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
  • Criação de riqueza em pouco tempo num ciclo
    inédito de crescimento económico na história da
    Humanidade
  • Crescimento económico de ordem dos dois dígitos
    nos últimos 20 anos 9.7 em 2004
  • Crescimento sem preocupações ambientais e com
    grandes desigualdades sociais
  • Esse crescimento está a redesenhar os fluxos
    económicos mundiais energia, matérias primas,
    moedas.
  • A China começa assim a fazer pelo lado da
    procura uma grande pressão nos preços da energia
    e das matérias primas, como a indústria ocidental
    e europeia já está a sentir (Portugal inclusivé).

13
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
O CRESCIMENTO ECONÓMICO CHINÊS E O PESO DA CHINA
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
  • O comércio externo cresceu em média cerca de 15
    por ano no mesmo período.
  • Em 2002, a China tornou-se no primeiro país a
    atrair mais IDE que os EUA (53.2 b USD para a
    China contra 52.7 b USD para os EUA).
  • Em 2003, cerca de 1 b USD/mês de IDE foi para o
    Delta do Rio da Pérola, perto de Hong Kong, onde
    há clusters integrados de actividades
    manufactureiras para exportação.
  • Até 2008, o PIB deverá crescer 65, tornando a
    China uma das zonas mais dinâmicas do planeta.
  • Dentro de 10 anos, a China ultrapassa o Japão,
    tornando-se a 2ª economia mundial.
  • Mantendo-se as actuais taxas de crescimento, em
    2041 a China ultrapassaria os EUA, tornando-se na
    1ª economia mundial.

14
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
O CRESCIMENTO ECONÓMICO CHINÊS E O PESO DA CHINA
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
  • A China é desde 2003 o 2º parceiro comercial da
    UE, a seguir aos EUA.
  • O comércio bilateral China-UE mais do que
    duplicou desde 1999, atingindo 125 mil milhões de
    euros no ano passado. O défice bilateral da UE
    com a China atingiu 62 mil milhões de euros.
  • Quota de mercado do vestuário chinês com o fim
    das barreiras alfandegárias sobre importação de
    têxteis

Para equilibrar a relação vão ser celebrados,
grandes contratos com empresas europeias
(comboios rápidos, centrais eléctricas,
automóveis, aviões comerciais)
15
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
O CRESCIMENTO ECONÓMICO CHINÊS E O PESO DA CHINA
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
  • Empresas de telecomunicações chinesas começam a
    concorrer nos EUA e UE, alavancadas pelo
    crescimento no mercado interno chinês (há dez
    anos apenas 1 dos chineses tinham telefone, hoje
    têm cerca de 40, ou seja 600 milhões dos quais
    300 milhões usam telemóvel).
  • A Huawei Technologies, maior empresa chinesa
    fabricante de TC, está a ter grande êxito no
    Brasil, México e na Europa.
  • A Carrefour vende 1.6 milhões de euros em 53
    superfícies e a taxa de crescimento das vendas é
    de 33/ano, contando abrir 15 novos
    supermercados/ano.

16
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
O CRESCIMENTO ECONÓMICO CHINÊS E O PESO DA CHINA
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Em meados do século XX, praticamente toda a
população vivia no campo
mais 25 Milhões irão para as cidades
Construção de 600 novos centros urbanos até 2011
17
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
  • Nos últimos cinco anos
  • Procura mundial de petróleo 6.17 milhões de
    barris / dia
  • China 2.06 milhões de barris / dia
  • China 2º maior consumidor de petróleo 5º
    importador
  • Reino Unido 10.4 barris / habitante / ano
  • Brasil 4.3 barris / habitante / ano
  • China 1.5 barris / habitante / ano

Desde 1999, um cada três barris de consumo
adicional de petróleo veio para a China
Consumo de petróleo
Se a China aproximar o consumo per capita do
Brasil, a procura global de petróleo passa de 6
milhões de barris por dia para 16 milhões!
18
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
O CRESCIMENTO ECONÓMICO CHINÊS E O PESO DA CHINA
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
  • No que respeita ao carvão, a China ainda é
    auto-suficiente.
  • O carvão é responsável por 75 da procura de
    energia chinesa
  • Consome 25 do aço mundial
  • Consome 50 do cimento mundial

Grande poluição Aumento do preço do carvão 10 e
15 / ano
19
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
O CRESCIMENTO ECONÓMICO CHINÊS E O PESO DA CHINA
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
GDP
1 Compound annual growth rate.
Fonte McKinsey Quarterly 2004, special edition
China today
20
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
O CRESCIMENTO ECONÓMICO CHINÊS E O PESO DA CHINA
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Fonte McKinsey Quarterly 2004, special edition
China today
21
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
1 Compound annual growth rate for manufacturing
sectors, 1997-2002 for service sectors,
1996-2001. 2 For manufacturing sectors, level of
government control is value added of
government-owned companies as of total sector
value added (for companies with annual sales gt 5
million renminbi) for service sectors,
government control is revenues of
government-owned companies as of total sector
revenues.
Fonte McKinsey Quarterly 2004, special edition
China today
22
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
O CRESCIMENTO ECONÓMICO CHINÊS E O PESO DA CHINA
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Trade - Exports
Principal exports, 2003, billion Total
(including all other) 485.1 billion
Fonte McKinsey Quarterly 2004, special edition
China today
23
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
O CRESCIMENTO ECONÓMICO CHINÊS E O PESO DA CHINA
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Trade - Imports
Principal imports, 2003, billion Total
(including all other) 483.8 billion
Includes mineral fuels, lubricants, related
materials.
Fonte McKinsey Quarterly 2004, special edition
China today
24
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
O CRESCIMENTO ECONÓMICO CHINÊS E O PESO DA CHINA
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Foreign Investment
FDI1 as of GDP, 1997-20052
1Foreign direct investment. 2Forecast
Fonte McKinsey Quarterly 2004, special edition
China today
25
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
O CRESCIMENTO ECONÓMICO CHINÊS E O PESO DA CHINA
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Productivity
Growth in labor productivity for selected
economies, 1990-2001, compound annual growth
rate,
Fonte McKinsey Quarterly 2004, special edition
China today
26
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
O CRESCIMENTO ECONÓMICO CHINÊS E O PESO DA CHINA
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Business climate
Chinas industrial output by type of
enterprise,
100 289 2.246
bilion bilion
1 Includes enterprises with controlling interest
held by government.
Fonte McKinsey Quarterly 2004, special edition
China today
27
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
O CRESCIMENTO ECONÓMICO CHINÊS E O PESO DA CHINA
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Business climate
Structure of foreign investment,
100 11 47
bilion bilion
Fonte McKinsey Quarterly 2004, special edition
China today
28
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
O CRESCIMENTO ECONÓMICO CHINÊS E O PESO DA CHINA
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Consumers
Income per capita,
Urban Rural
Fonte McKinsey Quarterly 2004, special edition
China today
29
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
O CRESCIMENTO ECONÓMICO CHINÊS E O PESO DA CHINA
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Misallocation of capital
100 7.1 10 trillion
13 trillion million
renminbi renminbi
State-owned enterprises Quasi-private
enterprises Local private Small/midsize
enterprises
Includes companies with foreign investment and
large local private enterprises. Industrial
output used as proxy for state-owned enterprises
industry value added used as proxy for local
private small/midsize enterprises. Financial
liabilities used as proxy for bank loans in order
to determine state-owned enterprises share.
Fonte McKinsey Quarterly 2004, special edition
China today
30
3. O crescimento económico chinês e o peso da
China no comércio internacional
O CRESCIMENTO ECONÓMICO CHINÊS E O PESO DA CHINA
NO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Economic disparity
Regional GDP per capita as of national
average (national average100)
Fonte McKinsey Quarterly 2004, special edition
China today
31
4. China, a fábrica do mundo
CHINA, A FÁBRICA DO MUNDO
A China será então a grande plataforma
manufactureira do século XXI, devido à dotação de
trabalho disponível mas avançará simultaneamente
para produtos mais sofisticados baseados na
escala de produção e intensidade de
conhecimento. A China irá superar o tradicional
trade-off entre salários baixos e trabalhadores e
engenheiros qualificados. A China transforma-se
assim rápidamente na fábrica do mundo e
indubitavelmente num sério player em todas as
industrias globais. A China está assim a afectar
as capacidades competitivas de todas as empresas
multinacionais devido ao baixo custo de
manufactura em preços internacionais, tenham ou
não tenham operações com a China.
32
4. China, a fábrica do mundo
CHINA, A FÁBRICA DO MUNDO
  • A China desenvolveu um mix poderoso entre
  • - força de trabalho disciplinado e de baixo
    custo
  • - oferta abundante de pessoal técnico
    habilitado. A China graduou um milhão de
    técnicos e engenheiros em 2001 e dois milhões em
    2002
  • - incentivos fiscais e não fiscais para atrair o
    IDE
  • - boas infraestruturas para suportar a operação
    de exportação de base manufactureira (rodovias,
    ferrovias, telecomunicações, electricidade e
    água).

33
4. China, a fábrica do mundo
CHINA, A FÁBRICA DO MUNDO
  • A China tornou-se o nº1 mundial na produção
    industrial em
  • 1990 têxteis e televisores.
  • 2002 frigoríficos, brinquedos (75 da
    produção mundial), câmaras, bicicletas a motor e
    sem motor, desktops dos PCs e DVDs, cigarros e
    telefones celulares (29 da produção mundial).
  • Calçado (com 53,3 da produção mundial).
  • Cerca de ¾ das exportações de electrónico vêm de
    empresas estrangeiras e cerca de 50 das
    exportações industriais vêm de produtos que foram
    montados e embalados na China a partir de
    componentes importados.

As vantagens competitivas da China fazem dela
plataforma ideal para a exportação para o resto
do mundo. Mas esta plataforma situa-se num
ambiente de rápida mudança e ainda com muitos
riscos operativos que têm frustrado as
possibilidades de lucros de muitas empresas.
34
4. China, a fábrica do mundo
CHINA, A FÁBRICA DO MUNDO
  • A China espera manter as suas vantagens de
    custos baixos através da migração de população do
    interior.
  • A China acredita que vai desenvolver nichos
    competitivos em novas áreas como
  • Hardware para computadores
  • Biotecnologia
  • Várias empresas chinesas estão a tornar-se
    competitivas nos mercados globais
  • Haier nos electrodomésticos
  • Konko nas TVs
  • Galanz nos microondas
  • Huawei nas telecomunicações

35
5. A relação US Dólar - Yuan
A RELAÇÃO US DÓLAR - YUAN
Até agora a moeda chinesa, como aliás outras
divisas asiáticas, tem-se mantido ligada ao
dólar, fazendo a zona euro aguentar sozinha o
impacto de desvalorização do dólar. O jogo tem
sido simples os EUA compram as mercadorias
asiáticas e os bancos centrais asiáticos compram
os títulos americanos, o que os faz financiar o
défice externo americano e manter a paridade com
o dólar pela pressão da procura de activos
expressos em dólares. Essa paridade permite-lhes
manter a competitividade das suas
exportações. Mas essa acumulação nos Bancos
Centrais de moeda estrangeira tende a aumentar a
base monetária nessas economias, se não for feita
a esterilização, o que vai gerar tensões
inflacionistas, razão para tornar mais flexíveis
os câmbios dessas moedas.
36
5. A relação US Dólar - Yuan
A RELAÇÃO US DÓLAR - YUAN
Mas o apetite pelo bilhete verde não é eterno...
A questão então é até quando isto se pode manter?
Por outro lado, o governo americano tem feito
pressão sobre o governo chinês para revalorizar o
Yuan como forma de diminuir o défice comercial
EUA-China. Estará o Yuan efectivamente
subvalorizado? Como é possível sabe-lo se ele não
está sujeito ao mercado cambial aberto, pois que
há controle de capitais na China? Em todo o caso,
se desaparecesse o controle de capitais, a
cotação da divisa chinesa até poderia cair pois
que tal poderia levar ao investimento chinês (das
famílias e empresas) no exterior.
37
5. A relação US Dólar - Yuan
A RELAÇÃO US DÓLAR - YUAN
Umas das razões para a prudência chinesa em não
deixar revalorizar a moeda tem também a ver com a
situação do seu frágil sistema bancário. Pelos
padrões ocidentais, nenhum dos grandes bancos
chineses atinge o mínimo nos rácios de
solvabilidade... Recentemente e na sequência das
pressões americanas, o governo chinês decidiu
ligar a moeda a um cabaz de moedas dos seus
principais parceiros comerciais (entre os quais o
euro), em vez de a manter estritamente ligada ao
dólar. Trata-se de um movimento de flexibilização
cambial e de alguma revalorização da moeda que é
positivo para a zona euro pois esta tem suportado
praticamente sozinha a desvalorização do dólar na
medida em que as moedas asiáticas estavam ligadas
ao bilhete verde.
38
6. As estratégicas das empresas ocidentais
AS ESTRATÉGIAS DAS EMPRESAS OCIDENTAIS
  • As relações empresariais da China com o Ocidente
    estão a entrar numa fase mais madura, mais
    sofisticada e mais exigente.
  • As empresas ocidentais têm então que pensar as
    suas estratégias e a sua estrutura, agora que a
    China já entrou na OMC
  • aprofundar a sua compreensão da cultura chinesa
  • aprender a trabalhar com clientes e partners
    chineses
  • prepararem-se para a emergência de marcas
    chinesas
  • que se tornarão marcas globais

39
6. As estratégicas das empresas ocidentais
AS ESTRATÉGIAS DAS EMPRESAS OCIDENTAIS
  • Muitas multinacionais investiram na China
    pensando aproveitar o grande potencial de mercado
    interno mas o governo insistiu para que elas
    promovessem as exportações.
  • Grandes excedentes comerciais da China
  • A aposta será então não só no crescente mercado
    doméstico mas também usar os recursos do país
    para competir na região e no mundo.

40
6. As estratégias das empresas ocidentais
AS ESTRATÉGIAS DAS EMPRESAS OCIDENTAIS
As maiores empresas ocidentais e japonesas
começam a pensar na China como o fornecedor de
componentes e produtos para o mercado
mundial. Por exemplo, Carrefour, Wal-Mart e Tesco
já compram na China ferramentas, brinquedos,
vestuário e calçado a preços 25 a 30 inferiores
à da produção ocidental. Tal está a ser extendido
à alta tecnologia, electrónica de consumo, ao
retalho e a muitos produtos industriais, dando a
estas empresas uma vantagem competitiva sobre as
quais se aprovisionam no mundo ocidental. A
grande barreira a este aprovisionamento tem sido
o middle management destas empresas ocidentais,
que vêm no aprovisionamento chinês problemas
logísticos e de stocks mais elevados do que a
alternativa de comprarem nos mercados tradicionais
41
7. O marketing dos bens de consumo para o mercado
chinês
O MARKETING DOS BENS DE CONSUMO PARA O MERCADO
CHINÊS
Muitas empresas ocidentais começaram por
posicionar os seus produtos para o topo da
pirâmide, desenvolvendo marcas premium para 5 a
10 dos consumidores chineses, principalmente
concentrados em mercados como Pequim e
Xangai. Mas à medida que se desenvolve uma
poderosa classe média com crescente poder de
compra, tal terá de ser extendido a um novo
sector afluente e a segmentos de menor rendimento
que já perfazem 90 (em volume) do mercado
chinês, onde aliás já estão a operar muitos
produtores chineses.
42
7. O marketing dos bens de consumo para o mercado
chinês
O MARKETING DOS BENS DE CONSUMO PARA O MERCADO
CHINÊS
  • Temos então uma das questões clássicas do
    marketing Como atingir estes segmentos sem
    canibalizar as marcas prémio?
  • Uma das hipóteses é a verticalização da marca
    que tem o risco de diluir e canibalizar os
    produtos prémio
  • Outra solução será a introdução de novas marcas
    para esses segmentos, desenvolvendo produtos
    distintos que também serão diferenciados no ponto
    de venda, gerindo canais de distribuição
    diferentes, mas tentando, contudo, jogar nas
    economias de escala proporcionadas pelas
    campanhas publicitárias já existentes.

43
8. A China e a OMC
A CHINA E A OMC
  • Com a entrada na OMC, o enquadramento regulatório
    e legal tornar-se-á mais transparente o que
    levará a maiores oportunidades para as empresas
    estrangeiras que começarão a ser tratadas em
    plano de igualdade com as empresas locais.
  • Adicionalmente, a entrada na OMC vai ajudar os
    reformadores do regime a fazerem as reformas
    estruturais internas que tornarão as empresas
    chinesas mais competitivas.
  • A China vai ter que
  • reduzir tarifas
  • eliminar restrições ao acesso ao mercado
    doméstico
  • JVs serão obrigatórias apenas em algumas áreas,
    tais como a montagem de automóveis mas não na
    produção de motores.

44
8. A China e a OMC
A CHINA E A OMC
  • eliminar exigências de exportação
  • eliminar barreiras ao aparecimento de empresas
    estrangeiras em sectores como os seguros e a
    distribuição.
  • Em 2006, bancos estrangeiros oferecerão uma gama
    completa de serviços o que permitirá às famílias
    e indivíduos alternativas para as suas
    aplicações, desviando-as dos bancos públicos
    ligados ao ineficiente sector público.

45
9. Riscos e Incertezas
RISCOS E INCERTEZAS
  • Capacidade de implementação dos acordos da OMC e
    consequente respeito pelas regras.
  • Excesso de oferta e deflação Situação do
    Sistema Bancário e Financeiro
  • A formula chinesa para o crescimento baseia-se
    num sistema financeiro fechado, com uma elevada
    poupança interna ( 40 GDP) a ser canalizada
    para os bancos estatais que a aplicaram em muitas
    empresas estatais ineficientes e que usaram os
    meios financeiros para expandir a produção.

Rápido crescimento Output Preços no
retalho Crédito mal parado
46
9. Riscos e Incertezas
RISCOS E INCERTEZAS
  • A sustentabilidade e constância do ritmo da
    mudança.
  • A estrutura de poder político e a
    compatibilização com a economia de mercado e a
    emergência duma poderosa classe média.
  • potencial para uma séria disrupção pois que o
    sistema chinês só trabalha bem quando os líderes
    de topo são capazes de dinimir as suas diferenças
    previamente sem grande discussão pública. Se se
    revelar publicamente desentendimentos entre os
    leaders, isto levará a uma estagnação politica a
    aumenta a probabilidade de que o descontentamento
    social leve a mais instabilidade politica.

47
9. Riscos e Incertezas
RISCOS E INCERTEZAS
  • Estabelecimento de agências de regulação
    independentes do governo e dos operadores, o que
    ainda não acontece na energia e nas
    telecomunicações
  • Protecção da propriedade intelectual.

Agora que a obrigação do IDE fazer JVs locais em
muitos sectores está a diminuir, o IDE procura
criar empresas que controla a 100, as quais dão
maior protecção da propriedade industrial nos
processos. Já no que toca aos produtos, o risco
de cópias, não respeitando a propriedade
intelectual, ainda é grande...
48
10. As marcas chinesas globais
AS MARCAS CHINESAS GLOBAIS
  • As marcas chinesas estão a preparar-se para
    aparecer nos mercados globais
  • Empresas tais como Haier, TCL e Legend estão a
    tornar-se empresas globais graças à sua estrutura
    mista que lhes permite ultrapassar a fraqueza do
    sistema chinês são conduzidas pelo objectivo
    capitalista de lucro mas recebem ainda apoios de
    braços governamentais, apoios esses próprios dum
    regime comunista.

49
10. As marcas chinesas globais
AS MARCAS CHINESAS GLOBAIS
Os exportadores chineses não se confinam apenas
às estratégias de volume. À medida que adquirem
expertise migram para segmentos mais
especializados de alto valor. A velocidade com
que os exportadores chineses têm sido capazes de
dominar importantes tecnologias tem sido
impressionante. Têm, contudo, ainda uma
desvantagem no que toca a produtos em que a
escolha do consumidor está muito ligada à
qualidade do serviço. Em tais mercados, a falta
de experiência no marketing global e na qualidade
de serviço (q.s) é ainda evidente.
50
11. Os clusters
OS CLUSTERS
Há um grande número de redes competitivas
(CLUSTERS) na China, cada uma composta por
centenas de pequenas companhias (muitas
familiares) situadas numa dada região e que
operam como uma rede interdependente e com forte
coesão. NETWORKS ON THE RISE
Fonte Harvard Business Review, October 2003,
HBR SPOTLIGHT CHINA TOMORROW
51
12. Os START-UPS tecnológicos
OS START-UPS TECNOLÓGICOS
Muitos gestores e empresários ocidentais julgam
que os seus negócios high-tech são imunes à
competição dos chineses, no que estão
enganados. Por exemplo, LEGEND, o grande
fabricante de PCs chinês, foi criado em 1984 por
um grupo de cientistas chineses. Várias
companhias chinesas usaram tecnologias
state-of-the-art criadas em laboratórios
governamentais para desenvolverem produtos para o
mercado mundial. Tais tecnologias são muito
baratas porque o governo chinês assumiu os custos
do seu desenvolvimento. Por outro lado, essas
start-ups são depois apoiadas pelos chineses que
deixaram o país para estudar no estrangeiro e que
hoje ocupam posições importantes no mundo
empresarial ocidental.
52
13. A capacidade de gestão na China
A CAPACIDADE DE GESTÃO NA CHINA
A fraca capacidade de gestão é ainda o principal
constrangimento à competitividade das companhias
chinesas. Apesar de duas décadas de JVs e
grandes investimentos na formação, os gestores
chineses continuam a falhar nas tarefas críticas
de integração e optimização de sistemas. As
empresas chinesas vêem ainda o middle
management apenas como um link de informação e
de controladores de disciplina laboral e não como
parceiros para mais ideias e processos. Os
gestores chineses são bons a executar tarefas
parcelares mas fracos na aplicação e integração
de processos na cadeia de valor. A Gestão está
condicionada a operar de acordo com os planos
presentes, evitando tomar iniciativas aos níveis
baixos. Um exemplo evidente é o sector da defesa
onde, apesar dos elevados investimentos, o
complexo militartecnológico chinês falha na
produção de avançados sistemas integrados de
armas o que torna a China dependente de Israel e
Rússia.
53
13. A capacidade de gestão na China
A CAPACIDADE DE GESTÃO NA CHINA
A situação está a melhorar mas levará anos a
ultrapassar os bloqueamentos que permitem -
desenvolver empresas eficientes - desencadear
processos inventivos - a introdução de
flexibilidade nos níveis intermédios de gestão -
encontrar os compromissos (trade-offs) óptimos ao
longo da cadeia de valor. Neste aspecto, a
China difere do Japão Japão a gestão era uma
vantagem competitiva China a gestão é uma
desvantagem competitiva
54
14. O governo das empresas chinesas
O GOVERNO DAS EMPRESAS CHINESAS
Ainda predominância de personalidades
dominantes, respeitando pouco as regras de
corporate governance, com pouco peso dos poucos
gestores independentes que existem... Muitas
empresas que estavam antes no sector publico
ainda têm pequeno free-float pois que muitas
das acções, supostamente em mãos privadas, estão
na posse de companhias holding não cotadas que
são controladas pelo governo...
55
15. As empresas públicas
AS EMPRESAS PÚBLICAS
  • Empresas nas telecomunicações (China Mobile e
    China Telecom) são líderes mundiais pela escala
    de operação que têm, e como tal são potenciais
    players para operarem internacionalmente
  • Empresas nos sectores do carvão e aço têm
    conseguido fazer turnarounds e começam a ser
    rentáveis
  • Começou um processo de fechar e vender as
    empresas inviáveis, mas em regiões em que não se
    criaram industrias alternativas, há um grande
    potencial para sérias perturbações sociais
  • As ineficientes empresas públicas chinesas têm
    sido financiadas pelo sector bancário, agravando
    o que é um dos sérios problemas chineses o mau
    estado do sector bancário.

56
16. O sector bancário
O SECTOR BANCÁRIO
A maioria dos bancos chineses está tecnicamente
falida, com crédito mal parado 2 vezes superior à
situação líquida. Há um risco de o crédito mal
parado aumentar se as condições macro se
degradarem. Os bancos têm vindo a melhorar a sua
gestão dos riscos de crédito pelo que a maior
parte dos novos empréstimos já é rentável. Cerca
de 2 das famílias chinesas contribuem para cerca
de 50 dos depósitos o que poderá por em causa a
estabilidade do funding bancário e gerar crises
de liquidez. As taxas de juro activas e passivas
ainda são fixadas administrativamente com spreads
a permitirem elevadas margens financeiras. Só
recentemente é que os bancos foram autorizados a
aumentarem os spreads para os piores clientes.
57
17. O sector automóvel
O SECTOR AUTOMÓVEL
  • Se o nível de vida chinês EUA
  • China 600 milhões de carros, mais do que os
    existentes no planeta
  • Entram diariamente em Pequim 1000 novos carros
  • Em cada três meses 100 mil novos carros em
    Pequim
  • Em 2007 será o 3º mercado automóvel mundial a
    seguir aos EUA e Japão.
  • Actualmente é o 5º à escala mundial.

58
17. O sector automóvel
O SECTOR AUTOMÓVEL
  • O IDE devia investir em JVs e estava limitado
    nessas JVs a 50 do capital.
  • A entrada no mercado estava sujeita a licença.
  • A política industrial chinesa tinha o objectivo
    de fornecer tecnologia estrangeira às empresas
    estatais chinesas tornando-se campeões locais.
  • As empresas tinham que se aprovisionar na
    industria local de componentes. Esta obrigação
    vai acabar em 2006 com as regras da OMC
  • Produtividade destas JVs é menor na China que no
    Brasil, Índia ou México ? Capacidade de
    produtores chineses para se tornarem players
    globais?

59
18. A industria dos componentes para automóveis
A INDUSTRIA DOS COMPONENTES PARA AUTOMÓVEIS
As OEMs ocidentais começaram por desconfiar da
qualidade dos fornecedores chineses e
consideravam-nos menos fiáveis que os seus
fornecedores tradicionais, como Portugal,
Républica Checa ou México. Para a produção
automóvel nos EUA, o México continua a ser o
local mais barato, enquanto para a industria
alemã o leste europeu continuará ainda a ser o
fornecedor ideal de blocos de motores. Mas no
longo prazo, tal poderá mudar, na medida em que
as OEMs poderão optimizar o fornecimento à
escala mundial, ajustando os seus próprios
processos e exigências de produtos às capacidades
e características dos fabricantes de baixos
custos salariais em países como a China e a
Índia. No longo prazo, como se aprende na
microeconomia com as curvas de custo, tudo é
variável, nada fica fixo!
60
18. A industria dos componentes para automóveis
A INDUSTRIA DOS COMPONENTES PARA AUTOMÓVEIS
Em todo o caso, a mudança para fornecedores dos
países de baixos salários acontecerá gradualmente
à medida que os modelos antigos forem
substituídos pelos novos e será atrasado pelas
restrições ao encerramento das fábricas e
despedimentos de trabalhadores no Japão e na
Europa. Nos EUA, essa evolução poderá ser mais
rápida por não haver essas restrições e pela
natureza da relação entre os produtores
americanos e os seus fornecedores
61
19. A China e o automóvel eléctrico
A CHINA E O AUTOMÓVEL ELÉCTRICO
Um caso muito curioso é o da empresa WANXIANG
grande produtor de componentes para automóveis,
que considera não ter vantagens competitivas para
produzir automóveis com motor de explosão ou
mesmo veículos híbridos, mas que vê nos
automóveis eléctricos um grande futuro face aos
problemas ambientais e de consumo de combustíveis
fósseis. Como ainda ninguém domina
tecnologicamente este tipo de veículos,
nomeadamente no que toca à vida da bateria, à
aceleração e velocidade do carro ou mesmo no que
toca ao seu custo relativamente aos carros
clássicos, a WANXIANG pensa que através de um
planeamento e de esforços intensos de IDT, a
partir das tecnologias que já domina, poderá ser
o primeiro a chegar ao mercado.
62
20. O sector electrónico
O SECTOR ELECTRÓNICO
Não houve discriminação para o IDE e não houve
barreiras administrativas à entrada no mercado de
novos players, quer nacionais quer
estrangeiros. Encorajamento da concorrência ?
players locais competitivos que se estão a tornar
players globais no mercado internacional. IDE
foi instrumental no desenvolvimento de cadeias de
fornecimento locais. China desenvolve cadeias de
fornecimento que se extende até aos
semicondutores e que fornece as companhias
chinesas e estrangeiras Circulo virtuoso,
atraindo mais IDE!
63
21. A industria química e petroquímica
A INDUSTRIA QUÍMICA E PETROQUÍMICA
É um caso evidente de como a China alterou a
dinâmica da industria mundial. Muitas empresas
químicas no mundo ocidental serão forçadas
fechar as suas fábricas nos EUA, Europa e Japão
por via do efeito China. A China é o mercado mais
atractivo para commodities e produtos químicos
especiais. Por outro lado, a China começa a
competir globalmente em alguns nichos de mercado
onde os mercados mundiais são mais pequenos e
mais fáceis de sofrerem impacto. Nas
commodities essa ameaça é menos evidente dado
que se trata de mercados de grande dimensão à
escala mundial, onde a entrada de players
chineses ainda não terá um impacto sensível.
64
21. A Industria química e petroquímica
A INDUSTRIA QUÍMICA E PETROQUÍMICA
Empresas dos sectores têxtil, electrónico e
automóvel que incorporam produtos químicos no seu
processo industrial estão crescentemente a
deslocalizarem-se para a China. Dois gigantes
petroquímicos PetroChina e Sinopec apareceram
e começaram a consolidar-se no mercado doméstico.
65
22. O turismo
O TURISMO
  • Em 2010 a China será o 1º receptor de visitantes
  • Em 2014 a China será um dos principais emissores
    de turistas no mundo 100 milhões.

66
23. A publicidade
A PUBLICIDADE
  • Em 2 anos a China passa o Japão e será o 2º no
    mercado mundial de publicidade.

67
24. Os mercados de capitais
OS MERCADOS DE CAPITAIS
  • As empresas chinesas emitirão nos próximos meses
    entre 15 e 20 mil milhões de euros de acções nas
    bolsas estrangeiras.
  • Em 2003 afluíram investimentos ao mercado
    mobiliário de cerca de 1.6 mil milhões de euros.

68
25. O meio ambiente
O MEIO AMBIENTE
  • Nove das dez cidades mais poluídas do mundo são
    chinesas.
  • Segundo o Banco Mundial, a poluição atmosférica
    custa ao país 25 mil milhões de euros em gastos
    com a saúde e perda de produtividade.
  • Em 2040, a manter-se o ritmo de crescimento
    actual, a China ultrapassará os EUA como maior
    emissor de gases com efeito de estufa (CO2).

69
26. Os parceiros comerciais da China
OS PARCEIROS COMERCIAIS DA CHINA
A China é já um grande player na economia
global e um colosso comercial com um total de
exportações e importações, em 2004, de 133
biliões (mil milhões) de USD.
70
26. Os parceiros comerciais da China
OS PARCEIROS COMERCIAIS DA CHINA
Segundo a Fortune, edição de Outubro de 2004,
os 10 principais parceiros comerciais da China em
2003 eram
71
26. Os parceiros comerciais da China
OS PARCEIROS COMERCIAIS DA CHINA
72
26. Os parceiros comerciais da China
OS PARCEIROS COMERCIAIS DA CHINA
73
26. Os parceiros comerciais da China
OS PARCEIROS COMERCIAIS DA CHINA
Se considerarmos o bloco da União Europeia (UE),
este assume-se já como segundo maior parceiro
comercial da China, tendo-se assistido a um
crescimento exponencial do comércio com a China,
bem visível no quadro, retirado da Revista Exame,
Janeiro 2005 (slide seguinte).
74
26. Os parceiros comerciais da China
OS PARCEIROS COMERCIAIS DA CHINA
Fonte Eurostat in Exame Janeiro 2005
75
26 Os parceiros comerciais da China
OS PARCEIROS COMERCIAIS DA CHINA
A China tem um significativo excedente comercial
com os EUA e a UE (não consideramos Hong Kong
dado não ser uma país mas uma região especial da
República da China). Com os outros parceiros
comerciais, a China compra mais do que vende.
Pode-se pois dizer que a China apresenta um
excedente comercial com os EUA e com a UE e um
défice comercial com o Resto do Mundo. Daí a
importância que os americanos dão à taxa de
câmbio entre o dólar e a divisa chinesa,
pretendendo a sua reavaliação, como forma de
diminuir o défice americano, como aliás já
referimos nesta série de artigos.
76
26. Os parceiros comerciais da China
OS PARCEIROS COMERCIAIS DA CHINA
Quanto à UE, esta pretende reequilibrar a
situação através de compras chinesas à industria
europeia nos sectores da construção civil,
aeronáutica, comboios e energia. Vê-se também a
predominância da indústria electrónica no
comércio externo chinês. De notar também a
ligação da indústria automóvel alemã à China na
exportação de veículos, no que acompanha a
presença das OEMs alemãs na China,
designadamente da Wolkswagen, que está em joint
venture com a GM e os chineses na Shangai
Automotive Industry Corp. (SAIC). Esta pretende,
aliás, tornar-se na próxima grande companhia
mundial de automóveis.
77
26. Os parceiros comerciais da China
OS PARCEIROS COMERCIAIS DA CHINA
De notar também o perfil do relacionamento da
Rússia com a China, típico de um país como a
Rússia que ainda exporta energia e matérias
primas e não produtos industriais com valor
acrescentado para os mercados mundiais. No que
toca à UE, o crescimento das relações implicou
uma duplicação do défice comercial da UE com a
China. Quanto a Portugal, conseguimos reduzir
ligeiramente o nosso défice comercial com a China
entre 1999 e 2003.
78
27. A China e as empresas portuguesas Têxteis,
vestuário e calçado
A CHINA E AS EMPRESAS PORTUGUESAS TÊXTEIS,
VESTUÁRIO E CALÇADO
De todo o pacote de adesão à OMC, o que terá
efeitos mais visíveis a curto prazo é a abolição
do Acordo Multifibras (MFA) até 2005. Pensa-se
que as exportações de confecções da China
crescerão 375 e que a sua quota de mercado
mundial será em 2005-2006 de cerca de 47 contra
19,5 em 1995. 50 dessas exportações são feitas
por empresas com IDE. Não são apenas os baixos
salários a atrair o IDE. A produtividade da mão
de obra e a qualidade estão a aumentar na
China. Por outro lado, as empresas chinesas estão
também a adquirir tecnologia estrangeira e por
via disso, a sua produtividade e qualidade também
aumentam
79
27. A China e as empresas portuguesas Têxteis,
vestuário e calçado
A CHINA E AS EMPRESAS PORTUGUESAS TÊXTEIS,
VESTUÁRIO E CALÇADO
Após o acordo com a OMC, o IDE já não precisará
de JVs. Poderá investir directamente. Para fazer
face ao aumento da produção, aumentará cerca de
272 a importação de tecidos. A China será assim
um grande exportador e um grande importador, uma
vez que com o acordo da OMC, o mercado chinês
será aberto aos produtos estrangeiros. Os
efeitos sobre as empresas portuguesas serão de
vários tipos - Todos os nossos concorrentes que
se aprovisionam ou produzem na China,
beneficiarão de custos mais baixos e conseguirão
por aí ameaçarem-nos na competitividade preço
80
27. A China e as empresas portuguesas Têxteis,
vestuário e calçado
A CHINA E AS EMPRESAS PORTUGUESAS TÊXTEIS,
VESTUÁRIO E CALÇADO
  • As empresas portuguesas com cadeias de valor
    competitivas poderão ver na China uma
    oportunidade quer de investimento para produzir
    mais barato, quer de mercado, à semelhança dos
    seus congéneres internacionais
  • Para as nossas empresas sem essas cadeias de
    valor e para as que eram meras plataformas
    manufactureiras, a China é uma séria ameaça
  • No que toca ao calçado, os efeitos não serão tão
    dramáticos pois aí não havia um MEA que protegia
    os produtores ocidentais, mas a progressão
    chinesa continuará de acordo com as tendências do
    passado recente.

81
27. A China e as empresas portuguesas Têxteis,
vestuário e calçado
A CHINA E AS EMPRESAS PORTUGUESAS TÊXTEIS,
VESTUÁRIO E CALÇADO
A China é actualmente responsável por 53,3 de
produção mundial (aprox. 6500 Milhões pares/ano)
exportando 3900 Milhões de pares/ano para os
seguintes mercados - 3900 Milhões de pares/ano
para os EUA - 1350
Japão - 105
Panamá - 91

Rússia - 73
França - 59
RU - 57

Polónia - 54
Itália - 52
Egipto
82
27. A China e as empresas portuguesas Têxteis,
vestuário e calçado
A CHINA E AS EMPRESAS PORTUGUESAS TÊXTEIS,
VESTUÁRIO E CALÇADO
Portugal, com exportações de 90 Milhões de
pares/ano é o nono exportador mundial. Para as
empresas portuguesas de calçado, aplicam-se
exactamente as mesmas considerações do sector do
vestuário no que toca ao seu posicionamento
estratégico em relação à China.
83
28. As oportunidades para as empresas
portuguesas A experiência da SPI na China
AS OPORTUNIDADES PARA AS EMPRESAS PORTUGUESAS A
EXPERIÊNCIA DA SPI NA CHINA
Da experiência do escritório da Sociedade
Portuguesa de Inovação (SPI) em Pequim, podemos
tirar indicações úteis para as empresas
portuguesas.
84
28. As oportunidades para as empresas
portuguesas A experiência da SPI na China
AS EXPORTAÇÕES PARA A CHINA
Sectores com potencial de exportação para a
China - Vinhos e Bebidas -
Têxtil e Vestuário Gama Alta - Calçado
de Couro de Gama Alta - Materiais de
Construção (cortiça, rochas ornamentais e
industriais, cerâmica, material sanitário)
- Máquinas Ferramentas - Moldes
e Componentes para Automóveis. Fazemos então uma
análise SWOT para alguns desses produtos
85
28. As oportunidades para as empresas
portuguesas A experiência da SPI na China
AS EXPORTAÇÕES PARA A CHINA -VINHO-
86
28. As oportunidades para as empresas
portuguesas A experiência da SPI na China
AS EXPORTAÇÕES PARA A CHINA -TÊXTEIS, VESTUÁRIO
E CONFECÇÕES-
87
28. As oportunidades para as empresas
portuguesas A experiência da SPI na China
AS EXPORTAÇÕES PARA A CHINA -CALÇADO DE COURO-
88
28. As oportunidades para as empresas
portuguesas A experiência da SPI na China
AS EXPORTAÇÕES PARA A CHINA -MOBILIÁRIO E
ARTIGOS PARA O LAR-
89
28. As oportunidades para as empresas
portuguesas A experiência da SPI na China
AS EXPORTAÇÕES PARA A CHINA -CORTIÇA-
90
28. As oportunidades para as empresas
portuguesas A experiência da SPI na China
AS EXPORTAÇÕES PARA A CHINA -MÁQUINAS
FERRAMENTAS-
91
28. As oportunidades para as empresas
portuguesas A experiência da SPI na China
AS EXPORTAÇÕES PARA A CHINA -MOLDES E PLÁSTICOS
92
28. As oportunidades para as empresas
portuguesas A experiência da SPI na China
AS EXPORTAÇÕES PARA A CHINA -CASO DE SUCESSO-
  • Joint-Venture entre um produtos português de
    cortiça e uma empresa de vinhos chinesa.
  • Razões para o sucesso (do lado português)
    relação de longo prazo com um grande cliente
    criação de uma boa imagem para o mercado chinês,
    tirando partido da marca forte do parceiro
    chinês.
  • - Razões para o sucesso (do lado chinês)
    poupança de custos em relação a outros
    fornecedores estrangeiros de cortiça rolhas de
    alta qualidade em comparação com a produção
    local.
  • - Razões para o sucesso da Joint-Venture forte
    procura de rolhas de alta qualidade das empresas
    chinesas de vinhos.

93
28. As oportunidades para as empresas
portuguesas A experiência da SPI na China
AS EXPORTAÇÕES PARA A CHINA -CASO DE INSUCESSO-
  • Empresa portuguesa no sector agro-alimentar.
  • Comprador chinês grande shopping center boa
    rede de distribuição.
  • - Razões de insucesso não foi feito apoio de
    mercado e desenvolvimento de negócio ao comprador
    chinês o fornecedor nunca visitou a China,
    esperando em Portugal passivamente pelas
    encomendas resposta lenta às comunicações e
    pedidos feitos por fax e email o fornecedor
    português não entendeu dimensão e potencial do
    mercado chinês.

94
29. A cultura de negócios na China Barreiras e
realidades. A experiência da SPI
A CULTURA DE NEGÓCIOS NA CHINA BARREIRAS E
REALIDADES. A EXPERIÊNCIA DA SPI
A maior parte das empresas e da população não
conhece Portugal e os produtos portugueses não
são ainda conhecidos na China. A maior parte das
empresas chinesas não fala inglês ou
português. Um forte apoio ao desenvolvimento do
mercado é esperado/exigido pelos
compradores/importadores chineses, sendo
necessárias algumas actividades de promoção e
pesquisa de mercado na medida em que há muitos
fornecedores, nacionais e estrangeiros. Os
distribuidores e os consumidores chineses dão
grande importância às marcas.
95
29. A cultura de negócios na China Barreiras e
realidades. A experiência da SPI
A CULTURA DE NEGÓCIOS NA CHINA BARREIRAS E
REALIDADES. A EXPERIÊNCIA DA SPI
As comunicações ainda são difíceis a linguagem é
diferente e os e-mails nem sempre funcionam,
sendo os contactos feitos muitas vezes através do
telefone e de reuniões. A China é ainda um
mercado time consuming sendo necessário muito
tempo e paciência para começar e desenvolver um
negócio. Viajar para e na China sem apoio local
(staff local falando inglês) é extremamente
difícil, o que tornará muito complicado quer a
logística e o transporte quer as reuniões a
agendar.
96
30. Conselhos práticos para as empresas
portuguesas
CONSELHOS PRÁTICOS PARA AS EMPRESAS
PORTUGUESAS - NO CURTO PRAZO-
Se se decidir apostar no mercado chinês, este
deve ser considerado um mercado prioritário de
exportação deve-se oferecer produtos únicos
(i.e., atractivos e adaptados ao gosto local) e
competitivos (em termos de preço e qualidade
quando comparados com a oferta local e
internacional) são necessárias promoções
frequentes e a construção gradual da imagem
deve-se trabalhar estreitamente com os partners
locais deve-se encontrar um bom partner local
e desenvolver com ele uma excelente cooperação
através duma oferta de excelência.
97
30. Conselhos práticos para as empresas
portuguesas
CONSELHOS PRÁTICOS PARA AS EMPRESAS
PORTUGUESAS - NO MÉDIO PRAZO-
Deve-se fazer uma segmentação e desenvolvimento
de mercado na sequência de apropriados estudos de
mercado deve-se criar e desenvolver a nossa
própria marca na China, frequentando e
participando em feiras locais e nacionais, que
ajudarão a criar uma sólida imagem e reputação
deve-se trabalhar estreitamente com o parceiro
local, no apoio e suporte às promoções a
presença local deve ir aumentando gradualmente
até à criação, eventualmente, dum escritório
local.
98
30. Conselhos práticos para as empresas
portuguesas
CONSELHOS PRÁTICOS PARA AS EMPRESAS
PORTUGUESAS - NO LONGO PRAZO-
A China é um local para uma aposta de longo
prazo, com empenho, evolução gradual e sucesso
eventual, não é um local apenas para especulação
de curto prazo deve-se estudar a China de forma
cuidadosa e consistente, aproveitando as
inovações para o mercado internacional e
adaptando-as ao mercado local tempo, dinheiro,
paciência e relações com os chineses são
necessários para o sucesso na China são
necessárias na China pequenas e médias empresas
com flexibilidade e especialistas em linhas de
negócio.
99
Bibliografia
BIBLIOGRAFIA
  • Sociedade Portuguesa de Inovação, Seminário O
    Mercado Chinês e as Oportunidades de Investimento
    para as Empresas Portuguesas (ver www.spi.pt em
    notícias)
  • As Realidades Actuais da Economia Chinesa,
    Luís Mira Amaral, Administrador da SPI
  • Chinese Market Opportunities for Portuguese
    Companies, SPI.
  • Fortune (Europe Edition), October 2004, Inside
    the New China
  • Harvard Business Review, October 2003, HBR
    SPOTLIGHT CHINA TOMMORROW
  • Harvard Business Review, August 2003 HPs
    Living Cab in India Microcapitalism and the
    Megacorporation
  • The McKinsey Quarterly, 2004 Special edition
    China Today
  • Homem Magazine, Novembro 2004 Grande
    Reportagem China

100
Bibliografia
BIBLIOGRAFIA
  • El País, 9 de Noviembre de 2003 China rompe
    los esquemas a Occidente
  • The Economist, February 15th, 2003 China
    Eating Your Lunch?
  • Deutsche Bank Research, January 9, 2004
    Chinas financial sector Institutional
    framework and main challenges China specie
  • The Banker Supplement, May 2002 China Banking
    and the WTO factor
  • INFOCHINA, Câmara de Comércio e Indústria
    Luso-Chinesa, Edições de Junho 2002, Janeiro
    2003, Julho 2003, Janeiro 2004
  • Semanário Económico, 4 Junho 2004 Brasil,
    Rússia, India e China formarão bloco maior que o
    G6
  • Felix Ribeiro e Paulo Soeiro de Carvalho,
    Departamento de Prospectiva e Planeamento,
    Ministério das Finanças PORTUGAL PROSPECTIL DAS
    ACTIVIDADES E DOS TERRITÓRIOS

101
Bibliografia
BIBLIOGRAFIA
  • Luís Mira Amaral, Congresso da Ordem dos
    Engenheiros, 21 de Outubro de 2004 A
    competitividade da Economia Portuguesa Portugal
    no Século XXI A dinâmica do comércio
    internacional e a emergência da China O impasse
    e o cerco à economia portuguesa
  • Luís Mira Amaral, SPI Lisboa, Taguspark, 12
    Outubro 2004 Economia do Conhecimento e a
    Realidade Portuguesa

102
(No Transcript)
Write a Comment
User Comments (0)
About PowerShow.com