Title: Grupo de F
1Grupo de Fósforo
- SUBGRUPO AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS
2EUTROFIZAÇÃO
- A eutrofização é, hoje, um fenômeno que ocorre na
maioria dos países. - É o enriquecimento de lagos e reservatórios com
nutrientes para plantas, principalmente fósforo e
nitrogênio.
3EUTROFIZAÇÃO Fatores de influência
- Aumento de carga de nutrientes nas águas por meio
da alteração nos mananciais (remoção de
florestas, desenvolvimento agrícola e industrial,
além da urbanização) - Fatores que modulam os impactos gerados pelo
aumento da carga de nutrientes - estrutura da rede alimentar
- trocas entre os sedimentos e a água
- forma e profundidade da bacia
- movimentos da água dos reservatórios
- condições climáticas e hidrológicas
Fonte UNEP - IETC, 2001
4EUTROFIZAÇÃO Conseqüências
- Uma das conseqüências do processo de eutrofização
é a floração de algas tóxicas (cianobactérias),
prejudicando a qualidade das águas, geração de
energia e atividades de lazer. - As toxinas presentes na água são provenientes das
células das cianobactérias após sua decomposição.
Em alguns casos, essas toxinas podem estar
presentes na água após os tratamentos de água
bruta, o que pode agravar seus efeitos crônicos.
5FLORAÇÃO DE ALGASCaso Caruaru
- Em fevereiro de 1996, houve crise de hepatite
aguda em um centro de hemodiálise em Caruaru, no
Brasil - 86 dos pacientes sofreram perturbações visuais e
outros sintomas - muitos apresentaram falhas no funcionamento do
fígado - 50 pacientes morreram.
6FLORAÇÃO DE ALGASCaso Caruaru
- A evidência biológica e química suporta a
hipótese inicial de morte por efeitos da toxina
microcistina na água da diálise (Tundisi, 2003). - Esta ocorrência se deve ao tratamento
insuficiente - No manancial
- Na água na clínica de diálise.
7FLORAÇÃO DE ALGASCaso Caruaru
QUAL OU QUAIS FORAM OS RESPONSÁVEIS PELO
FLORESCIMENTO DE ALGAS TÓXICAS COM CONSEQUENTE
INTOXICAÇÃO DE PESSOAS EM CARUARU?
QUAL É A RELAÇÃO DO FÓSFORO DO DETERGENTE COM
ESSE FATO?
8RELAÇÃO P-detergentes X EUTROFIZAÇÃO E SUAS
CONSEQUÊNCIAS
CORPOS DÁGUA PARA ABASTECIMENTO
ESGOTO DOMÉSTICO
P-dejetos P-detergentes
9EUTROFIZAÇÃOFatores de influência
- Fontes Pontuais
- Esgotos domésticos
- Esgotos industriais
Corpos Dágua
Corpos Dágua
- Nutrientes
- Nitrogênio
- Fósforo
- Fontes - Não pontuais
- Escoamento superficial
- Transporte de solo
- Intemperização de rocha
10EUTROFIZAÇÃOFator limitante
- É o fator que determina o crescimento das algas e
plantas aquáticas. - As disponibilidades de luz e nutrientes podem ser
considerados fatores limitantes do
desenvolvimento de plantas.
11EUTROFIZAÇÃONíveis de trofia
- Oligotróficos baixas entradas de nutrientes e
produção primária, alta transparência e uma biota
diversa. - Mesotrófico intermediário.
- Eutrófico grande entrada de nutrientes e
produção primária, baixa transparência e elevada
biomassa, com poucas espécies e uma produção de
cianobactérias superior aos sistemas
oligotróficos.
12METODOLOGIA DE AVALIAÇÃOÍndices de estado trófico
Fósforo total (PPB)
13METODOLOGIA DE AVALIAÇÃOÍndice Probabilístico
14METODOLOGIA DE AVALIAÇÃOÍndice Morfoedáfico
15METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO Índice Morfoedáfico
16METODOLOGIA DE AVALIAÇÃOLago Washington e
Minnetonka
Nei due laghi venne effettuato lo stesso
intervento per il controllo delleutrofizzazione
(diversione fuori bacino di tutti i carichi
puntiformi). Nel Lago Washington lintervento
consentì di raggiungere condizioni di
oligotrofia. Nel Lago Minnetonka il risultato fu
insoddisfacente. Questo sarebbe stato prevedibile
utilizzando lIndice Morfoedafico.
17FLORAÇÃO DE ALGAS
- Em lagos oligotróficos e mesotróficos, a
concentração de fósforo geralmente é o fator
limitante. - Em casos de lagos eutróficos e hipereutróficos,
outros fatores podem ser os controladores. - No Brasil, o nitrogênio é o fator limitante em
regiões marinhas.
18A QUESTÃO DA BIODISPONIBILIDADE
- A fração da concentração total de um composto
químico em um ambiente aquático que está
potencialmente disponível para a ação biológica,
como por exemplo, incorporação por um organismo
aquático, é chamada de fração biodisponível
(Spacie et al., 1995). - Plantas aquáticas e algas assimilam o fósforo
principalmente na forma de ortofosfato, ou seja,
esta é a forma biodisponível do fósforo (Klapper,
1991).
19A QUESTÃO DA BIODISPONIBILIDADE
- A concentração do ortofosfato tem sido
determinada e relacionada com o crescimento do
fitoplâncton porque esta fração do fósforo total
está diretamente disponível para ser absorvida. - Como a cinética de conversão entre as formas de
disposição de fósforo são muito rápidas, a
biodisponibilidade independe da forma de aporte
da carga.
20A QUESTÃO DA BIODISPONIBILIDADE
- A biodisponibilidade do ortofosfato (produto da
hidrólise do fósforo) é reduzida por alguns
fatores (Klapper, 1991). - Formação de complexos insolúveis com alguns
cátions como ferro, cálcio, magnésio etc. - Adsorção em argilas (trocadores iônicos naturais)
- Colóides
- Outros materiais particulados, como carbonatos e
hidróxidos
21A QUESTÃO DA BIODISPONIBILIDADE
Fontes Pontuais
Fontes não pontuais
Parte é metabolizada pela biota
Parte se agrega ao material particulado
SEDIMENTOS
22FONTES DE FÓSFOROSituação A apenas o esgoto
como fonte
- 1 - Dejetos humanos
- - variando de 1,2 g a 2,8 g de fósforo/hab/dia
- -resultando entre 216 t e 504 t de fósforo/dia
- (população brasileira 180 milhões) - 2 - Sabões e detergentes comerciais
- 64 t de fósforo/dia
- Esgoto de 280 t a 568 t de fósforo/dia no Brasil
23FONTES DE FÓSFOROSituação B considerando todas
as fontes
- Adubos, fertilizantes e background Malavolta
(2002) - Excreção animal / estercos IBGE (2000b) e Costa
(1986) - Lixo urbano Costa (1986) e USDA (1985)
- Detergente em pó ABIQUIM (2003)
- Esgotos domésticos / dejetos humanos (IBGE 2000)
24CONTRIBUIÇÃO DE FÓSFOROMédia Brasil -
considerando todas as fontes
Utilizando valor mais conservativo de 1,2 g
P/dia/hab
Á contribuição do efluente industrial está
referida como 0 porque não foram obtidos dados
precisos para se estimar sua participação.
Fonte Abipla, IBGE, IPT, Anda e CENA/USP
25CONSUMO DE FÓSFORO
Ração animal Indústria alimentícia Indústria
farmacêutica
STPP
Fertilizantes
26MERCADO DE STPP
- 5
- Indústria de Papel
- Indústria Cerâmica
- Indústria Têxtil
- Tratamento de Metais
- Tratamento de Água
- Outras Aplicações
95 Detergentes em Pó
Fonte Copebrás / 2001
27MERCADO DE DETERGENTES EM PÓ
ESTIMATIVA PARA O BRASIL
28CONSUMO DE DETERGENTESComparativo Brasil
PAÍS Consumo (Kg/ano)
Brasil 3,5
Finlândia 3,8
Suécia 4,5
Noruega 4,9
Dinamarca 6,5
Holanda 7,5
Grécia 10,2
França 11,8
Portugal 12,2
Espanha 12,4
Itália 12,9
Fonte CSTEE 2003 Nielsen 2001
29FONTES DE FÓSFORO NOS RIOS E MANANCIAIS
- Com exceção de circunstâncias específicas, a
fonte pontual majoritária de descarga de fósforo
é proveniente de esgotos domésticos (Vanloon e
Duffy, 2001). - Se os esgotos domésticos permanecerem sem
tratamento, o fósforo continuará sendo descartado
nos corpos dágua receptivos, sendo a maior
contribuição para a eutrofização.
30SANEAMENTO NO BRASILÍndices de Coleta e
Tratamento
- Dos 52,2 dos municípios que têm esgotamento
sanitário - 32 têm serviço de coleta
- 20,2 coletam e tratam o esgoto.
14,5 milhões m3 de esgoto são coletados
diariamente, sendo que 5,1 milhões m3 são
tratados. (IBGE, 2000a)
31SANEAMENTO NO BRASILÍndices por Região
Grandes Regiões Proporção de municípios, por condição de esgotamento sanitário () Proporção de municípios, por condição de esgotamento sanitário () Proporção de municípios, por condição de esgotamento sanitário ()
Grandes Regiões Sem coleta Só coletam Coletam e tratam
Brasil 47,8 32,0 20,2
Norte 92,9 3,5 3,6
Nordeste 57,1 29,6 13,3
Sudeste 7,1 59,8 33,1
Sul 61,1 17,2 21,7
Centro-Oeste 82,1 5,6 12,3
Fonte IBGE, 2000a
32SANEAMENTO NO BRASIL Exemplo no Município de São
Paulo
- 92 da população (9,1 milhões de pessoas) é
servida com coleta de esgotos - 67 dos esgotos coletados são tratados, gerando
benefícios para 6,1 milhões de habitantes.
Fonte SABESP 2004
33SANEAMENTO NO BRASIL Exemplo na Região
Metropolitana de São Paulo
- Hoje
- 80 da população é servida com coleta de esgotos
- 62 dos esgotos coletados são tratados.
- Em 2005
- 84 da população com coleta de esgotos
- 65 dos esgotos coletados serão tratados.
Fonte SABESP 2004
34SANEAMENTO NO BRASIL Exemplo Lago Paranoá -
Brasília
- Fato
- Lago Paranoá (Brasília) em estado hipereutrófico,
na década de 80 -
- Medidas
- Implementação de sistema de coleta e tratamento
terciário de esgoto, que possibilita a retirada
de fósforo - Resultados
- Melhora significativa na qualidade das águas
- Utilização do Lago Paranoá para o lazer
- Redução de 75 de fósforo através do tratamento
terciário
35RECICLAGEM DE FÓSFOROAlternativas
- O tratamento do esgoto produz um resíduo sólido
denominado lodo. A disposição final deste lodo é
uma etapa fundamental para a operação eficiente
de uma estação de tratamento de esgoto. As
alternativas para disposição do lodo são - Digestão anaeróbia
- Destinação final em aterros sanitários exclusivos
- Disposição de superfície
- Disposição oceânica
- Lagoas de armazenagem
- Incineração
- Reciclagem agrícola.
36RECICLAGEM DE FÓSFOROEstudos Tendências
- A reciclagem agrícola tem se destacado
mundialmente do ponto de vista técnico,
econômico e ambiental por viabilizar a
reciclagem de nutrientes, promover melhorias
físicas, especialmente na estruturação do solo e
por apresentar uma solução definitiva para a
disposição do lodo (Andreoli, et al. 1994).
37RECICLAGEM DE FÓSFOROEstudos Tendências
- A reciclagem agrícola é a mais indicada sob os
aspectos sanitário, ambiental, agronômico, social
e econômico. O uso agrícola do lodo de esgoto
como adubo orgânico é considerado hoje como a
alternativa mais promissora de disposição final
deste resíduo, devido a sua sustentabilidade
(Rocha, 1998)
38RECICLAGEM DE FÓSFORO
- O efeito da reciclagem agrícola pode ser
potencializado, aliando-se utilização agrícola e
recuperação de áreas degradadas. Devido às suas
propriedades físico-químicas, o lodo de esgoto
pode ser utilizado em áreas degradadas a fim de
recuperar as características necessárias para o
desenvolvimento da vegetação. - Nos EUA, a aplicação do lodo de esgoto em áreas
degradadas chega a atingir dosagens de até 495
t/ha (EPA, 1995).
39RECICLAGEM DE FÓSFORORegião Metropolitana de
Curitiba
- Pegorini et al. (2003) avaliaram os potenciais
impactos ambientais da implementação da
reciclagem agrícola do lodo de esgoto em escala
real na Região Metropolitana de Curitiba. As
conclusões desse trabalho foram - O processo de higienização, através da caleação,
aumenta sua capacidade de correção do solo e
adiciona ao resíduo grande quantidade de Ca e Mg,
melhorando seu valor agronômico
40RECICLAGEM DE FÓSFORO Região Metropolitana de
Curitiba
- O nível de controle sanitário do lodo
disponibilizado aos agricultores é compatível com
o uso agrícola, segundo as principais legislações
mundiais sobre o tema com critérios rigorosos de
segurança adotados pela IN IAP - Os teores de metais pesados de todos os lotes de
lodo reciclados na RMC foram significativamente
inferiores aos limites normativos.
41RECICLAGEM DE FÓSFORO
- Ponto sensível
- Segundo esse dado, temos a impressão de que esta
é uma reserva abundante, mas muitos desses
materiais não são acessíveis e/ou são de baixa
qualidade.
40 bilhões de toneladas reserva de rocha
fosfática
250 anos de demanda para uso
250 anos de demanda para uso
42RECICLAGEM DE FÓSFORO
- Além disso, a utilização desse mineral tem sido
em uma taxa crescente. - Mais de 80 do mineral explorado é utilizado para
fabricação de fertilizantes. - Como existe a crescente necessidade de
intensificação de campos de agricultura, e uma
grande demanda para aumento da produtividade, há
necessidade de maior aplicação de fertilizantes
para repor os nutrientes removidos do solo pelas
plantas.
43RECICLAGEM DE FÓSFORO
- A maioria das estações de tratamento de esgoto na
Europa e América do Norte trata o efluente para
remover o fósforo antes do descarte. Isso tem
sido feito tipicamente por precipitação com sais
de ferro ou alumínio. - Estações de tratamento de esgoto são fontes
potenciais de fósforo para reúso.
44RECICLAGEM DE FÓSFOROExemplos
- Holanda
- Tem estações de tratamento que recuperam fósforo
na forma de sal de cálcio - Uma empresa química mostrou que o fósforo na
forma de sal de cálcio pode ser reciclado em STPP.
Recuperar fosfato de esgoto traz benefícios,
inclusive pelo fato de também extrair impurezas
como metais pesados, deixando um lodo que pode
ser utilizado como fertilizante na agricultura.
45DIRETRIZES PARA O GERENCIAMENTO DA EUTROFIZAÇÃO
- Uma forma eficaz de enfrentar o problema da
eutrofização é a implementação de programas de
gerenciamento integrado, atacar uma única fonte
não resolveria o problema da eutrofização.
46DIRETRIZES PARA O GERENCIAMENTO DA EUTROFIZAÇÃO
- Tundisi (2003) relaciona alguns tópicos que devem
ser seguidos para monitorar e gerenciar o
problema da eutrofização. O monitoramento deve
enfocar os seguintes aspectos - Identificar a procedência da eutrofização e das
fontes difusas e pontuais (Chapman, 1992) - Realizar balanços de massa (entradas e saídas) de
nutrientes para lagos, represas ou rios
(Vollenweider Kerekes, 1981)
47DIRETRIZES PARA O GERENCIAMENTO DA EUTROFIZAÇÃO
- Identificar o estado trófico do ecossistema
aquático em função de N, P e clorofila a
(oligotrófico a eutrófico) - Criar cenários que possibilitem a avaliação e a
progressão do estado trófico em função de futuros
impactos (Vollenweider, 1987)
48DIRETRIZES PARA O GERENCIAMENTO DA EUTROFIZAÇÃO
- Detalhar ações de gerenciamento e tratamento,
incluindo custos (Thanh Biswas, 1990) - Identificar possíveis organismos indicadores de
eutrofização, além das cianobactérias - Ampliar a informação sobre eutrofização para o
grande público e autoridades (UNEP/IETC, 2001).
49DIRETRIZES PARA O GERENCIAMENTO DA EUTROFIZAÇÃO
- O monitoramento das condições químicas, físicas e
biológicas da água deve ser em paralelo ao
monitoramento hidrológico. - O monitoramento biológico deve contemplar
- classificação das algas
- flutuações das espécies no espaço e no tempo
- identificação das épocas favoráveis aos
florescimentos de algas - concentração de toxinas na água.
50DIRETRIZES PARA O GERENCIAMENTO DA EUTROFIZAÇÃO
- As quatro seguintes estratégias, com diferentes
prazos e propósitos, podem ser utilizadas para
gerenciar a eutrofização - das águas servidas, de modo a atingir um padrão
aceitável para um uso específico - manipulação das condições dentro do lago, ou
reservatório, no sentido de melhorar os sintomas
do problema - controle das cargas nas fontes, como a remoção de
fosfato e detergentes - ações dentro dos mananciais e/ou dos corpos
hídricos nas fontes que geram as causas dos
problemas
51DIRETRIZES PARA O GERENCIAMENTO DA EUTROFIZAÇÃO
- No Cap. 6 são discutidas as abordagens para as
duas primeiras estratégias. A implementação do
terceiro tipo (controle nos detergentes) envolve
aspectos econômicos e culturais considerados nos
Capítulos 5 e 2 respectivamente.
52ANÁLISE / AVALIAÇÃO
- Segundo Lee Lee (1995), existe um erro na
tentativa de relacionar diretamente uma redução
de concentração de fósforo com melhoria na
qualidade de água (em relação a eutrofização). - É muito importante não confundir mudanças na
concentração de compostos químicos com mudanças
na qualidade da água. - Em muitas situações, pode haver grandes mudanças
na concentração de composto químico, sem que haja
nenhuma melhoria na qualidade da água.