Title: Sess
1Sessão de Anatomia ClínicaDoença hemolítica
pelo Rh(forma anêmica)
- Bárbara Lalinka de Bilbao Basílio
- Médica Residente de Medicina Intensiva Pediátrica
- Coordenação
- Lucila Nagata, Paulo R. Margotto, Marcos E. A.
Segura (Patologista) - www.paulomargotto.com.br
- Brasília, 26 de junho de 2013
- Unidade de Neonatologia do Hospital Regional da
Asa Sul/Materno Infantil de Brasília/SES/DF
2Dados Maternos
- YL
- Natural do Haiti
- Procedente do Núcleo Bandeirante-DF
- 26 anos
- G2P1A0 - Cesárea prévia há 18 meses
- 41 semanas
- 5 consultas pré-natais
- Recebeu 3 doses de dT
3Dados Maternos
- Sorologias
- 2o. trimestre - HIV 1 e 2, Hepatites B e C e
VDRL todos não reagentes. Toxoplasmose não
realizado por falta de reagente - 3o. trimestre - Teste rápido para HIV e VDRL
ambos não reagentes - Grupo Sanguíneo?
4Dados Maternos
- Deu entrada às 6h08min do dia 27/03/12 referindo
fortes contrações - DU 3/10min, 9-10cm, -2 De Lee, bolsa rota no ato
com líquido meconial espesso - Indicada cesárea às 7h38min
5Dados do Parto
- Cesáreo às 8h00min
- Indicação desproporção cefalopélvica e líquido
amniótico meconial espesso
6Dados do Neonato
Peso ao nascer 3860g Est50cm/PC35,5cm Apgar
2, 3, 3, 4, 5
- "...chorou fraco ao nascer, recebido em campo
estéril, colocado sob calor radiante, aspiradas
VAS, entubado com COT n. 3.5, aspirada traquéia
sob visualização direta, pequena quantidade de
mecônio, iniciada VPP com CFR, com pressões 25/5,
com resposta da frequência cardíaca todo tempo em
torno de 120, porém não corou efetivamente e
manteve-se hipotônico. Cordão umbilical 2
artérias e 1veia, encaminhado a UTI Neonatal"
7Dados do Neonato
- "...Hipoativo, hipotônico, respiração
superficial, alguns gaspings, pálido, cianótico
em extremidades (...) Abdome globoso não palpei
visceromegalias. - Conduta Vventilação mecânica, medidas
neuroprotetoras, cateterismo umbilical, sedação"
8Dados do Neonato
- Na UTI Neonatal às 8h45min
- "...Entubado, grave, palidez mucosa e cutânea
acentuadas, em VM em parâmetros altos (FR 50ipm
FiO2 100, Pi 25 PEEP 5 TI 0,35), saturação
de 30 e FC 130bpm. Abdome globoso, tenso,
fígado 6cm e baço 4cm. Mal perfundido"
9Dados do Neonato
- Na UTI Neonatal
- "Gasometria pH 6,7 pCO2 22,4 pO2 52,5 Bic
3,3 BE -28,7 Sat 39,1 K 2,1 Na 151 Ca 0,47
Cl 125 Glicose 2,3" - "Gasometria pH 6,49 pCO2 64,5 pO2 20,5 Bic
3,1 BE -29,2 Sat 58"
10Dados do Neonato
- Na UTI Neonatal às 9h52min
- "Fase rápida com SF Correção da acidose com
bicarbonato de sódio Concentrado de hemácias
18mL/kg Inicio dobutamina" - "Radiografia de Tórax Tórax angustiado, aumento
da área cardíaca? Pulmões limpos"
11Dados do Neonato
- Na UTI Neonatal às 10h42min
- "VM com parâmetros altos, saturação em torno de
30, fazendo bradicardia FC 60bpm. Feito massagem
cardíaca e adrenalina IV com melhora da FC. Já em
curso com bicarbonato de sódio e concentrado de
hemácias. Com cateter umbilical e periférico em
MSE. Aguardando novo acesso para iniciar
dobutamina e adrenalina contínua (0,2mcg/kg/min)"
12Dados do Neonato
- Na UTI Neonatal
- "...Em curso adrenalina contínua (0,2) e
dobutamina (10), fez parada cardiorrespiratória
irreversível. Feito massagem cardíaca externa e
adrenalina 3x, sem sucesso. Constatado o óbito às
12h08min. Já conversado com a mãe"
13Dados do Neonato
- CMV falta reagente
- Toxoplasmose falta reagente
- Chagas não reagente
14R
P
15O que aconteceu?
DISCUSSÃO
16O que aconteceu?Obtemos informações do grupo
sanguíneo da mãe e do recém-nascido, 12 horas
após a morte desteMãe A- Coombs Indireto RN
A- Coombs Direto 3
- Sofrimento fetal
- Asfixia perinatal
- Desconforto respiratório
- Acidose metabólica (provavelmente láctica)
- Insuficiência cardíaca
- Hipoxemia
- Hepatoesplenomegalia
Como?
Veja possível explicação adiante!
17Doença Hemolítica do RN
- Anemia Hemolítica do RN
- Anemia Hemolítica Isoimune
- Eritroblastose Fetal
- Doença Hemolítica Perinatal
18Doença Hemolítica do RN
Doença onde ocorre a hemólise do sangue
fetal/neonatal, por incompatibilidade sanguínea
entre a mãe e o nascituro
19Doença Hemolítica do RN
- Ocorre mais frequentemente por Incompatibilidade
Rh (Mãe Rh negativo / RN Rh positivo),
manifestando-se em uma das formas clínicas - Hidropsia Fetal
- Anêmica
- Ictérica
- Ocorre menos frequentemente por Incompatibilidade
ABO (Mãe O / RN A, B ou AB) (7S-IgG) - Pode ocorrer por incompatibilidade de outros
sistemas sanguíneos c, Kell (K e k), Duffy (Fya
e Fyb), Diego, Kidd (Jka e Jkb), MNS (M, N, S,
s), P, C, E, Lu(b)
20Doença Hemolítica do RN
- As hemácias do feto são "atacadas" por
imunoglobulinas (IgG) produzidas pela mãe - Essas hemácias, agora "marcadas" são retiradas da
circulação e hemolisadas no baço e fígado do feto
21 Por incompatibilidade ABO
22Doença Hemolítica ABO do RN
23Doença Hemolítica ABO do RN
- Fatores de Risco
- Antígeno A1 o antígeno A1 apresenta a maior
antigenicidade e está mais associado a doença
sintomática. Entretanto, a atividade hemolítica
dos anticorpos anti-B é maior do que a dos
anti-A, podendo produzir doença mais grave, em
especial em afrodescendentes - Iso-hemaglutininas elevadas o parasitismo
intestinal anteparto e a imunização no 3o.
trimestre (toxóide tetânico ou vacina
pneumocócica) podem estimular o aumento dos
títulos de anticorpos anti-A ou anti-B - Ordem de nascimento não influencia. O primeiro
filho apresenta risco de 40-50 de apresentar
doença sintomática
24Doença Hemolítica ABO do RN
- Quais São Os Sinais Clínicos?
- Icterícia frequentemente é a única manifestação
da incompatibilidade ABO. De modo geral surge nas
primeiras 24h de vida - Anemia devido à efetividade da compensação pela
reticulocitose em resposta ao processo hemolítico
leve em andamento, os índices eritrocitários são
mantidos dentro uma faixa fisiológica normal
25Doença Hemolítica ABO do RN
- Como São Os Dados Laboratoriais?
- Na incompatibilidade ABO
- Anemia leve a moderada
- Aumento de reticulócitos (10-30) e eritroblastos
- Hiperbilirrubinemia às custas de indireta
- Mãe O
- RN A, B ou AB
- Coombs direto do RN frequentemente negativo
(positivo em 3-4, podendo se tornar negativo aos
2-3 dias de vida) - Pesquisa de anticorpos Anti-A ou Anti-B, em RN de
grupo A ou grupo B (prova do eluato) - Pesquisa (titulação) de anticorpos IgG anti-A
e/ou anti-B no sangue materno (pesquisa de
hemolisinas)
26Doença Hemolítica ABO do RN
- Tratamento
- Após o Parto
- Hidratação adequada
- Fototerapia
- Exsanguíneotransfusão (EXT)
- Porfirina de Estanho 6mmol/kg IM em dose única
nas primeiras 24h de vida com doença hemolítica
grave - Imunoglobulina (IGIV)
27Por incompatibilidade Rh
28Doença Hemolítica Rh do RN
- Por Que Acontece?
- A mãe produz imunoglobulinas após exposição a
hemácias estranhas (gravidez anterior, parto
anterior, transfusão sanguínea, injeção
intramuscular ou IV, procedimentos invasivos -
amniocentese, biópsia de vilo coriônico, amostra
sanguínea fetal) ou mesmo após exposição a uma
substância encontrada na natureza, que seja
quimicamente semelhante a um antígeno
eritrocitário
29Doença Hemolítica Rh do RN
- Como Acontece?
- Pela Gestação Anterior
- Ocorre passagem intermitente de hemácias fetais
para a circulação materna durante a gravidez,
sendo esse fenômeno fisiológico (Cohen e cols,
1964) - O volume de hemácias fetais que entra na
circulação materna se correlaciona com o risco de
sensibilização. O risco é de 8 em cada gestação,
mas varia de 3-65, dependendo do volume de
sangue fetal (3 com 0,1mL comparado com 22 com
mais de 0,1mL) que passa para a circulação
materna - Transfusão fetomaterna foi documentada em 7, 16
e 29 de pacientes em seu primeiro, segundo e
terceiro trimestres
30Doença Hemolítica Rh do RN
- Como Acontece?
- Pelo Parto
- A entrada de células fetais na circulação materna
no momento do parto parece ser um estímulo
importante para a imunização - Parto cesáreo ou trauma ao leito placentário
durante o terceiro estágio do trabalho de parto
aumenta o risco de transfusão fetomaterna
significativa e consequente sensibilização
31Doença Hemolítica Rh do RN
- Como Acontece?
- Pela Transfusão
- Hoje em dia o risco de imunização ao antígeno Rh
(D) por transfusão é relativamente pequeno, já
que normalmente os indivíduos Rh negativo recebem
apenas sangue Rh negativo
32Doença Hemolítica Rh do RN
- Existem Fatores Protetores?
- Barreira placentária por impedir que volumes
muito elevados de sangue fetal atravesse para a
circulação materna - Esteróides atuam como supressores da resposta
imune materna. 10-50 das mães Rh negativas falha
em desenvolver anticorpo específico IgG-Rh apesar
da exposição repetida ao antígeno - ABO se há incompatibilidade ABO, as células
invasoras serão destruídas rapidamente, antes do
início da resposta imune materna, reduzindo o
risco de sensibilização de 16 a 1,5-3. Além
disso, seu produto de degradação será eliminado
pelo fígado, órgão de capacidade imune limitada
33Doença Hemolítica Rh do RN
- Existem Fatores Predisponentes?
- Sexo bebês do sexo masculino são descritos como
tendo mais risco de doença mais grave do que os
do sexo feminino, embora a base para esta
observação não esteja clara - Etnia aproximadamente 34 dos bascos são Rh
negativos, 15 dos caucasianos, 7-8 dos negros e
quase 0 dos asiáticos. O gene do sistema Rh
localizam-se no braço curto do cromossomo 1
34Doença Hemolítica Rh do RN
- Quais São Os Sinais Clínicos?
- Hidropsia Fetal (Ht 15) palidez profunda,
anasarca, petéquias, taquicardia,
hepatoesplenomegalia acentuada. Placenta
geralmente aumentada e cordão umbilical
edemaciado - Forma Anêmica predomínio de palidez. Pode ser
acompanhada de hepatoesplenomegalia discreta ou
acentuada. Hemoglobina no sangue do cordão
diminuída ao nascimento reflete a gravidade
relativa do processo hemolítico intraútero e está
presente em cerca de 50 dos casos - Forma Ictérica é a forma mais comum. O RN
apresenta icterícia já nas primeiras 24 horas de
vida, atingindo seu máximo no terceiro ou quarto
dia de vida. Associada com palidez progressiva e
hepatoesplenomegalia
35Doença Hemolítica Rh do RN
- Quais São Os Sinais Clínicos?
- Hidropsia fetal com a piora da anemia, a demanda
hemodinâmica excede a reserva cardíaca,
resultando em falência cardíaca, hipoxemia e
aumento da pressão venosa sistêmica. Esses
fenômenos causam dano endotelial, seguida de
extravasamento protéico para o extracelular, com
perda de líquido para o terceiro espaço. Além
disso, ocorre invasão do fígado por
eritroblastos, ocasionando hipertensão portal e
isquemia hepática
36Doença Hemolítica Rh do RN
- Como São Os Dados Laboratoriais?
- Na incompatibilidade Rh
- Hb lt 13g/dL (no cordão)
- Aumento de reticulócitos (10-40) e eritroblastos
(gt10), com presença de policromasia - Plaquetopenia
- Hiperbilirrubinemia às custas de indireta. No
bebê mais gravemente afetado a eritropoiese
extramedular intensa pode causar disfunção
hepatocelular e obstrução canalicular intensa,
com BD elevada por volta de 5-6 dias de vida - Mãe Rh negativo
- RN Rh positivo
- Coombs direto do RN positivo
- Coombs indireto da mãe positivo
37Doença Hemolítica Rh do RN
38Doença Hemolítica Rh do RN
- Como São Os Dados Laboratoriais?
- Sobre o Coombs Direto
- Se a mãe recebeu RhoGAM com 28 semanas de
gestação, haverá transferência passiva de
anticorpo, resultando em Coombs Direto (CD) falso
positivo, sem reticulocitose associada - Coombs direto fortemente positivo e Rh
falsamente negativo - Muito raramente, um CD fortemente positivo está
associado a um bebê falso Rh-negativo quando
todos os sítios antigênicos Rh das hemácias
fetais estão cobertos por um alto título de
anticorpos maternos - A tipagem Rh de um RN que recebeu transfusões
intrauterinas por doença hemolítica pelo Rh pode
ser traiçoeira. A criança pode parecer Rh
negativo ao nascer, já que os glóbulos do sangue
Rh negativo transfundido sobrevivem normalmente e
a produção das células Rh positivo da criança
frequentemente está inibida
Antígenos e Anticorpos de grupos sanguíneos
aplicados a Doença Hemolítica do Recém-nascido
(Ortho DiagnosticDivisão Johnson-Johnson, 1978
39Doença Hemolítica Rh do RN
- Exames Laboratoriais Suplementares
- Coombs Indireto materno Se CI negativo
significa ausência de sensibilização. Repetir o
teste com com 28-34 semanas de gestação - Monóxido de Carbono a gravidade da doença Rh
pode ser medida pela produção endógena de CO.
Quando a heme é catabolizada a bilirrubina, CO é
produzido em quantidade equimolar. Hb liga-se ao
CO para formar COHb, para ser excretada pela
respiração. Os níveis de COHb estão aumentados
nos RN com hemólise. Níveis de COHb gt 1,4 se
correlacionam com uma necessidade aumentada de
exsanguíneotransfusão
40Doença Hemolítica Rh do RN
41Doença Hemolítica Rh do RN
- Tratamento
- Após o Parto
- Reanimação bebês com anemia moderada a grave,
com ou sem hidropsia tem risco de insuficiência
cardíaca de alto débito, hipoxemia secundária à
capacidade diminuída de transporte de O2 ou
deficiência de surfactante e hipoglicemia. Podem
necessitar de exsanguíneotransfusão (EXT)
imediata e ventilação mecânica - Sangue do cordão Bilirrubina Total gt 4mg/dL ou
Hb lt 12g/dL ou ambas, sugerem doença moderada a
grave
42Doença Hemolítica Rh do RN
- Tratamento
- Após o Parto
- Dosagem seriada de bilirrubina a determinação da
velocidade do aumento dos níveis de bilirrubina
indireta proporciona um índice de gravidade do
processo hemolítico e da necessidade de
exsanguineotransfusão(EXT) - Fototerapia usada como adjunto à EXT
- Exsanguíneotransfusão pode ser necessária mais
de uma vez
Hiperbilirrubinemia Neonatal-2012 (Incluindo Tabela para RN lt35 semanas)Autor(es) Paulo R. Margotto, Liu Campelo Porto, Ana Maria C. Paula
Consultem
43Doença Hemolítica Rh do RN
Consultem!
- Tratamento
- Na Hidropsia
- EXT
- Gasometria arterial, pressão venosa central e
pressão arterial invasiva - Função renal, hepática, cálcio, fósforo,
hemograma, albumina e bilirrubinas - VM com pressão positiva PEEP mais elevada se
edema pulmonar. Surfactante pode ser considerado,
especialmente em pretermos
Hidropsia fetal Jefferson Guimarães Resende, Paulo R. Margotto
44Doença HemolíticaRh do RN
- Tratamento
- Na Hidropsia
- Paracentese ou toracocentese terapêutica
- Expansores de volume
- Furosemida / Dopamina
- ECG / Ecodopplercardiograma
45Doença Hemolítica Rh do RN
- Profilaxia
- RhoGAM administrado com 28 semanas de gestação
para todas as gestantes Rh negativo e dentro de
72h de exposição ao antígeno Rh, reduz o risco de
sensibilização em menos de 1. Deve ser usada na
dose de 300mcg para cada 25mL de sangue fetal na
circulação materna. A quantidade de sangue fetal
na circulação pode ser estimada usando-se a
técnica da eluição ácida de Kleihauer-Betke
(pesquisa de Hb fetal no sangue materno) no
pós-parto imediato
46Doença Hemolítica Rh do RN
- Prognóstico
- Mortalidade pré-natal 1,5 (Estados Unidos)
47Referências Bibliográficas
- VAZ FAC. Diagnóstico Diferencial das Anemias no
Período Neonatal. In FILHO NA. Perinatologia
Básica. 3. ed. Rio de Janeiro Guanabara Koogan,
2006. p. 560 - GOMELLA TL. Neonatologia. 6. ed. Rio de Janeiro
Revinter, 2012. p. 608-610 730-735 - GRUSLIN-GIROUX A. Erythroblastosis Fetalis. In
FANAROFF AA. Neonatal-Perinatal Medicine. 6. ed.
St. Louis Mosby, 1997. p. 300-311 - Doença Hemolítica do Recém-nascido. 3. ed. São
Paulo Ortho Diagnostics, 1978
48VISÃO DO OBSTETRA DE ALTO RISCO Dra. Lucila Nagata
49Caso clínico
- Y L
- 26 anos
- G2PC1 há 18 meses
- 5 consultas de PN no cartão
- DUM 13/06/2012
- USG 30/11/2013 23 sem 3 dias
- IG por eco e DUM 41 sem de gestação
50Caso clínico
- Paciente chegou em trabalho de parto, com BCF e
ao exame clinico observado colo pérvio para 9-10
cm e líquido meconeal espesso, sendo indicado
cesárea - PA 110 x 70 mmHg
- Extraído feto vivo, em péssimas condições de vida
APGAR 2/3/3/4/5 - P 3860g
- Óbito com pouco tempo de vida
51 Caso clínico
- No cartão parece que não constava tipagem
sanguínea ou fator Rh - Não tinha CI
- Tipagem no prontuário do dia 29/03/2013 mãe A Rh
negativa e CI - Parceiro da paciente O
- Paciente fazia pré natal no Centro de Saúde do
Núcleo Bandeirante.
52ISOIMUNIZAÇÃO FATOR RH
- Responsável ainda por inúmeras perdas fetais e
neonatais - 40 anos de imunoglobulina
- Brasil ainda existem 5 a 61000 gestantes
53FISIOPATOLOGIA
FETO RH POSITIVO
MÃE RH NEGATIVA
Ag fetal 0,1 ml
54FATORES IMPORTANTES DA FISIOPATOLOGIA DA
ISOIMUNIZAÇÃO
- FATORES MATERNOS
- Abortos
- Partos
- Sangramentos na gestação
- Procedimentos invasivos
- FATORES NÃO OBSTETRICOS
- Transfusão incompatível
55EVOLUÇÃO NATURAL DA DOENÇA
- ? sensibilizada ? feto Rh/Du
- ? Ig materna ? placenta
- ? hemácias com antígeno Rh na superfície
- ? hemólise hemácias fetais
- ? anemia fetal
- ? eritroblastose
- ? focos medulares e extra medulares de
hematopoese - ? hepatoesplenomegalia
- ? ? circulação portal
- ? ?pressão oncótica
- ? ascite
- ? efusão pleural e pericárdica
- ? hidropsia fetal ? óbito
56DIAGNÓSTICO
- ? Rh negativa (história clínica)
- Parceiro Rh positivo
- Antecedentes obstétricos ( partos, abortos)
- História de transfusão
- ISOIMUNIZAÇÃO? CI
57ACOMPANHAMENTO GESTANTE RH NEGATIVA NÃO
SENSIBILIZADA
- 1 consulta pré natal
- Rh fetal a partir da 10semana da gestação
- CI negativo ? repetir com 20 sem
- Sangramento ou procedimento invasivo profilaxia
com imunoglobulina - 30 sem profilaxia com imunoglobulina
- Após parto confirmado Rh RN imunoglobulina
300µcg anti-Rh (evidencia A)
58ACOMPANHAMENTO GESTANTE RH NEGATIVA NÃO
SENSIBILIZADA
- Se parto com macro transfusão (teste
Kleihauer-Betke) que calcula o volume de sangue
fetal presente na circulação materna pode ser
necessário dose suplementar (gemelar, período
expulsivo prolongado e partos vaginais
operatórios) - PFB (3200)(FC)/(FW)(MC)
- FC n. cels fetais nas cels. sanguíneas
- MC n. de cels. maternas nas cels. sanguíneas
(TC FC, onde TC n. de cels. maternas e fetais
no sangue) - FW peso de nascimento do RN
59ACOMPANHAMENTO DE GESTANTE RH SENSIBILIZADA
- Leve lt 1/8
- CI Moderado até 1/128
- Grave gt 1/256
- Tipificação dos antígenos sensibilizados por
painel de hemácias que nos mostra se a
sensibilização materna é única ( Antígeno D) ou
múltipla (antígeno C, E ou irregulares Kell, Dufy
e outros) - CI gt 1/256 e com sensibilização de múltiplos
antígenos ? hemólise fetal acelerado ? doença
mais grave e pior prognóstico
60ACOMPANHAMENTO DE GESTANTE RH SENSIBILIZADA
- Rh fetal (D) no sangue materno (12 sem)
- por volta de 20 sem iniciar estudo de anemia
fetal - Antigamente espectrofotometria de LA
- cordocentese (Ht e Hg
fetais) - Atualmente pico da velocidade sistólica da ACM
(evidencia A)
61ESTUDO DA ACM FETAL AO DOPPLER
- Anemia provoca ? viscosidade sg e ? resistência
circulatória ? a velocidade da ACM. - Tabela múltiplos medianos ? gt 1,5 do MOM para a
IG anemia (sensibilidade gt 95, principalmente
IG lt 34 sem e ainda não transfundidos).
62ESTUDO DA ACM FETAL AO DOPPLER
63INDICE CARDIO FEMORAL
- Pode-se usar também o índice cardio-femoral
- Medidas do diâmetro dos ventrículos do coração
fetal e o comprimento do fêmur - Relação acima de 0,59 insuficiência cardíaca
inicial anemia
64TABELA INDICE CARDIO FEMORAL
65 CONDUTAS
- Exames alterados
- lt 34 semanas cordocentese para hematimetria e
transfusão intra-utero - Anemia fetal grave Hg (5g abaixo do valor
esperado para IG) transfusão. - gt 34 sem interrupção da gestação.
66COMENTÁRIOS FINAIS
- Difundir sempre as medidas de profilaxia.
- Reconhecer precocemente os casos reduz
consideravelmente as perdas fetais e neonatais. - Primeira consulta pré natal TIPAGEM SANGUINEA E
FATOR RH.
67(No Transcript)
68A 028/13
- MARCOS E.A. SEGURA
- MÉDICO PATOLOGISTA
69HISTÓRIA CLÍNICA NO PEDIDO DE AUTÓPSIA
- RNT, 41 sem
- Parto cesáreo (LA espesso DCP)
- APGAR 2 3 3 4 5
- TS mãe desconhecido!
- TS RN A neg
- Coombs direto positivo 3
70ECTOSCOPIA
Peso 3950,0g
C.Total 55,0cm
C.Cr-Cau 36,0cm
C.Cef 35,0cm
C.Tor 36,0cm
C.Abd 35,0cm
Cérebro 425,0g
Coração 30,0g
Pulmão 46,0g
Figado 257,0g
Baço 28,0g
Rim 31,0g
- Sexo feminino
- Sem malformações
- Pregas palmares e plantares normais
71ABERTURA DAS CAVIDADES
- Órgãos tópicos
- Hepatoesplenomegalia
72SISTEMA CARDIOVASCULAR
73SISTEMA CARDIOVASCULAR
74SISTEMA CARDIOVASCULAR
75SISTEMA CARDIOVASCULAR
- Elementos hematopoiéticos imaturos circulantes
76SISTEMA RESPIRATÓRIO
77SISTEMA RESPIRATÓRIO
78SISTEMA RESPIRATÓRIO
79SISTEMA RESPIRATÓRIO
80SISTEMA RESPIRATÓRIO
- Sinais de aspiração de líquido amniótico
- Anóxia perinatal
81SISTEMA DIGESTIVO
TRATO GASTRINTESTINAL -ROTAÇÃO
INTESTINAL MANTIDA -ASPECTOS HISTOLÓGICO HABITUAL
82FÍGADO
83FÍGADO
84FÍGADO
85SISTEMA DIGESTIVO
- Hematopoiese extramedular maçiça.
- Elementos de hemólise.
- DOENÇA HEMOLÍTICA.
86BAÇO
87BAÇO
88BAÇO
- Elementos de hemólise.
- DOENÇA HEMOLÍTICA.
89SISTEMA URINÁRIO
90LINFONODOS E TIMO
91SISTEMA ENDÓCRINO
92ENCÉFALO
93ENCÉFALO
94ENCÉFALO
95CONCLUSÕES CAUSA MORTIS E DOENÇA PRINCIPAL
DOENÇA HEMOLÍTICA
Hematopoisese extramedular
Depósitos de ferro em fígado e baço
ANÓXIA PERINATAL
Movimentos respiratórios in utero
Aspiração de líquido meconial
96PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO DE ÓBITO
Anóxia perinatal
Doença hemolítica perinatal
----------- X -------------
----------- X -------------
Hematopoiese extramedular
Aspiração de líquido meconial
97MENSAGEM!
Nem a mais sofisticada UTI Neonatal substitui
um bom pré-natal!
Pré-natal adequado
Profilaxia adequada
Antecipação do pediatra
98OBRIGADO!
Drs. João Vilela, Lucila Nagata, Paulo R.
Margotto e Bárbara Lalinka de Bilbao Basílio