Title: Metodologia Cient
1Metodologia Científica
2Avaliação da Disciplina
Nota
Exercício da ABNT
2,0
Projeto de Pesquisa
8,0
3Bibliografia Recomendada
- BARRAL, Welber. Metodologia da pesquisa jurídica.
Florianópolis Fundação Boiteux, 2003. - BOOTH, Wayne C COLOMB, Gregory G. WILLIANS,
Joseph M. A Arte da pesquisa. São Paulo Martins
Fontes, 2000. - GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de
pesquisa. 3. ed. São Paulo Atlas 1996. - KOCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia
científica teoria da ciência e prática da
pesquisa. 19. ed. Petrópolis Vozes, 2001. - MEZZAROBA, Orides MONTEIRO, Claúdia Servilha.
Manual de metodologia da pesquisa no Direito. 2.
ed. rev. São Paulo Saraiva, 2004. - RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica guia
para eficiência nos estudos. 4. ed. São Paulo
Atlas, 1996. - SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma
monografia. 9. ed. São Paulo Martins Fontes,
1999. - SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia
científica teoria da ciência e prática da
pesquisa. 19. ed. São Paulo Atlas, 2000. - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Sistema de
Bibliotecas. Normas para a apresentação de
trabalhos. Curitiba UFPR, 2000. 10 v.
4 5Leitura o bom leitor
- Lê com objetivo determinado
- Lê unidades de pensamento
- Avalia o que lê
- Possui bom vocabulário
- Sabe quando ler um livro até o fim ou quando
interromper a leitura definitiva ou
periodicamente - Discute freqüentemente o que lê com os colegas
- Adquire livro com freqüência e cuida de sua
biblioteca particular - Lê vários assuntos.
- (SALOMON, 1999, p. 52-53.)
6Ambiente de Estudo
Ambiente
Arejado
Amplo
Iluminado
Bloco de notas
Mat. Apoio
Lápis e borracha
Dicionário
7Para um estudo produtivo do texto
- Faça uma leitura exploratória do texto
- Não sublinhe na primeira leitura
- Durante a leitura reflexiva sublinhar o que é
realmente importante para o texto.
(RUIZ, 1996. p. 39-44.)
8Para esquematizar
- O esquema é a distribuição gráfica do assunto,
mediante divisões e subdivisões hierárquicas - Pode ser feito por chaves de separação, listagem
ou classificação numérica - O esquema deve ser fiel ao texto original
- A estrutura do esquema deve ser lógica e
compreensível.
(RUIZ, 1996, p. 39-44.)
9Fases da Leitura
- Análise Textual
- Análise Temática
- Análise Interpretativa
- Problematização
- Síntese Pessoal
10Análise Textual
- Preparação do texto
- estabelecer unidade de leitura
- ler rapidamente o texto completo (marcando
palavras desconhecidas e pontos que necessitam
ser esclarecidos) - esclarecer as suas dúvidas (vocabulário,
doutrinas, fatos e autores). - A partir da visão de conjunto do texto é possível
fazer o ESQUEMA.
(SEVERINO, 2000, p. 51-53.)
11Análise Temática
- Compreensão da mensagem do autor
- Tema
- Problema
- Tese
- Raciocínio
- Idéias secundárias.
(SEVERINO, 2000, p. 53-56.)
12 Análise Interpretativa
- Interpretação da mensagem do autor
- Situação filosófica e influências
- Pressupostos
- Associação de idéias
- Crítica
- coerência interna da argumentação
- validade dos argumentos empregados
- originalidade do tratamento dado ao problema
- profundidade de análise ao tema
- alcance de suas conclusões e conseqüências
- apreciação e juízo pessoal das idéias defendidas.
- É importante discutir o resultado obtido no
estudo.
(SEVERINO, 2000, p. 56-58.)
13 Problematização
- Levantamento e discussão de problemas
relacionados com a mensagem do autor.
(SEVERINO, 2000, p. 58.)
14 Síntese Pessoal
- Reelaboração da mensagem com base na reflexão
pessoal.
(SEVERINO, 2000, p. 58.)
15SinopseResumo Resenha Crítica
- As Formas Básicas de Texto Científico
16Sinopse
- É um pequeno texto (25 a 50 linhas) geralmente
redigido pelo autor ou editor de uma obra. É uma
apresentação concisa dos traços gerais da obra.
Geralmente vem inserido no início de textos e é
essencial para o levantamento bibliográfico.
17Resumo
- É mais longo, (10 a 25 do texto original),
levanta idéias essenciais do texto base, é feito
por um terceiro mas deve manter o espírito do
autor o resumo deve se observar absoluta
fidelidade ao texto original, sem juízo de valor.
18Para um bom resumo
- Levante o esquema e as anotações de leitura
- Redija o resumo em frases curtas, diretas,
objetivas - Não esqueça as referências bibliográficas
- Acrescente, se desejar, suas opiniões pessoais.
(RUIZ, 1996, p. 39-44.)
19Resenha Crítica
- Exame e apresentação de obras prontas,
acompanhado de avaliação crítica. É um exercício
de autonomia intelectual, de compreensão e
crítica. Constitui um passo importante para a
produção científica. - Pode ser resenha bibliográfica ou revisão de
literatura, quando procura demonstrar o estágio
de desenvolvimento de um tema.
20Itens de uma Resenha
- Identificação da obra (notas bibliográficas)
- Credenciais do autor (formação, publicações,
atividades) - Conteúdo (idéias principais, pormenores,
pressupostos para o entendimento do assunto) - Conclusões (localização e explicação das
conclusões do autor) - Crítica (determinação histórica e metodológica,
contribuições, estilo, forma, méritos,
considerações éticas)
21Trabalhos de Divulgação Científica
22 Nota
- Traz novidades mas não permite que o leitor
verifique tal informação. Informam o momento que
o pesquisador esta no trabalho, são curtas.
23 Artigo Científico
- Visa publicar os resultados de um estudo. O
artigo tem formato reduzido mas deve ser sempre
um trabalho completo e integral (notas, revisões,
citações). São publicados em revistas
especializadas para divulgar conhecimentos,
comunicar resultados e novidades, contestar,
refutar ou apresentar soluções para uma situação
controvertida.
24Itens de um Artigo
- Título (subtítulo)
- Autor(es)
- Crédito dos autores (formação, atividades
relacionadas com o assunto) - Sinopse ou resumo
- Introdução
- Corpo de relatório (com subtítulos, não com
capítulos) - Conclusão
- Referências bibliográficas (normas de ABNT)
25Itens de Artigo-relatório
- Título (subtítulo)
- Autor(es)
- Crédito dos autores
- Sinopse ou resumo
- Introdução
- Corpo do relatório (referencial teórico,
metodologia e materiais, apresentação dos
resultados, análise e interpretação dos
resultados, recomendações e sugestões) - Conclusões
- Referências bibliográficas
26Paper ou Comunicação Científica
- Destina-se a comunicação oral em cursos,
simpósios, etc. Contém de 2 a 10 páginas,
estruturadas no modelo do artigo científico ou
artigo-relatório, para posterior publicação em
atas e anais dos eventos. Podem ser publicados na
íntegra ou nos resumos e sinopses. Não apresenta
subdivisões, é um texto unitário
27Itens de um Paper
- Título (subtítulo)
- Autor (es)
- Sinopse
- Texto (sem subdivisões, embora tenha como
conteúdo uma introdução, um corpo e uma
conclusão) - Referências bibliográficas
28Ensaio
- É um texto científico que desenvolve uma proposta
pessoal do autor a respeito de um assunto. É a
expressão da visão do autor, que pode ser
independente com relação ao pensamento científico
comum a respeito do assunto. - Por ser um conjunto de impressões de um
especialista, seu valor depende do respeito que a
comunidade científica tem por seu autor.
29 Monografia
- Relatório escrito de uma questão bem determinada
e limitada, realizado com profundidade. É um
trabalho sistemático e completo sobre um assunto
particular, pormenorizado no tratamento e extenso
no alcance. Exposição exaustiva de um problema ou
assunto específico.
30Itens de uma Monografia
- Introdução (relevância, menção de outros
trabalhos, exposição dos objetivos) - Corpo (capítulos, planejados e ordenados no
projeto) - Conclusão (síntese das idéias desenvolvidas nos
capítulos, parágrafo conclusivo).
31Tipos de Monografia
- Monografia de Compilação
- Monografia de Pesquisa de Campo
32 Monografia de Compilação
- Exposição do pensamento de vários autores sobre o
assunto. É necessário examinar um número
significativo de obras, organizar opiniões,
apresentar um panorama de várias posições de
maneira clara e didática. - O autor deve opinar sobre os pontos relevantes e
apresentar uma conclusão pessoal
33 Monografia de Pesquisa de Campo
- Pesquisa empírica, investigação não restrita
apenas aos aspectos teóricos. A ênfase dar-se-á
na análise de dados concretos, extraídos de
observações de fatos ou indagações das pessoas
envolvidas. Não é possível ir ao campo buscando
premissas aleatórias, mas elas podem ser mudadas
com a realização da pesquisa concreta. - Entrevista, questionário e formulário
34Dissertação
- É necessária para obtenção do grau de mestre.
Apresenta-se na forma de relatório científico ou
de monografia. Sua principal característica é o
aprofundamento. O texto deve identificar, situar,
tratar e fechar uma questão científica de maneira
competente e profunda. - Pode ser expositiva ou argumentativa.
35 Características da Dissertação
- Deve estar veiculada a um programa de
pós-graduação stricto senso - situar-se numa área específica do conhecimento
- Desenvolver-se com a orientação de um doutor
- Revelar domínio e capacidade de síntese de
conhecimentos específicos e aprofundados (dentro
de sua área) - Ser apresentada e defendida publicamente (três
doutores).
36 Tese
- Condição para o doutoramento, título de
catedrático ou livre-docência. A tese assume o
formato de uma monografia ou de um relatório - Uma boa tese identifica, situa, trata e fecha uma
questão científica de maneira competente,
profunda e inédita. - O inédito pode ser algo totalmente novo ou
aspectos novos de algo já conhecido.
37Características da Tese
- Ser elaborada por pós-graduandos de doutorado
- Restringir-se a uma área específica de
concentração, definida pela instituição - Ser produzida sob a tutela de um doutor
- Revelar o domínio e síntese de conhecimentos
específicos e originais dentro da área de
conhecimento/atuação em que é desenvolvida - Ter texto apresentado e defendido publicamente,
avaliado por uma banca de doutores (seis).
38Projeto de Pesquisa
39 Caracterização das Pesquisas
- Segundo os seus objetivos
- Exploratórias
- Descritivas
- Explicativas.
40 Segundo os procedimentos de coleta
- Experimento
- Levantamento
- Estudo de caso
- Pesquisa bibliográfica
- Pesquisa documental
41Questões anteriores ao projeto
- Escolha do Tema (gosto, preparo, tempo,
utilidade, fontes) - Revisão de literatura (duplicidade)
- problematização
- Seleção/delimitação
- geração das hipóteses.
42Formulação de Problemas
43Definição de Problema
- Questão não solvida e que é objeto de discussão,
em qualquer domínio do conhecimento. - É necessário inicialmente verificar se o problema
levantado se enquadra na categoria de científico.
-
- (GIL, 1996, p. 26)
44Problemas de engenharia (Kerlinger)
- Como fazer para melhorar os transportes
urbanos?, O que pode ser feito para melhorar a
distribuição de renda? - Não tem interesse em indagar a respeito de causas
e conseqüências, mas sobre como fazer algo de
forma eficiente. - (GIL, 1996, p. 26-27)
45Problemas de valor
- São aqueles que indagam se se uma coisa é boa,
má, indesejável, desejável, certa ou errada,
melhor ou pior do que outra. - Ex A mulher deve realizar estudos
universitários? - (GIL, 1996, p. 26)
46Problemas científicos
- O problema é científico quando envolve variáveis
que possam ser testadas. - ExA desnutrição determina o rebaixamento
intelectual? - (GIL, 1996, p.27)
47Por que formular um problema?
- Os problemas podem ser de ordem prática ou
intelectual. - Razões de ordem prática podem determinar a
criação de um problema cuja a resposta seja
necessária para subsidiar uma ação. - Ex pesquisas eleitorais, propaganda, etc.
- (GIL, 1996, p. 27-28)
48- Também são inúmeras as razões de ordem
intelectual que conduzem a formulação de
problemas. - Ex interesse num objeto pouco conhecidoexploraçã
o ou nova perspectiva sobre o já conhecido,
descrição de um fenômeno, etc. - A escolha do problema sempre implica em algum
tipo de comprometimento, de subjetividade. - (GIL, 1996, p. 28-29)
49- Ex
- Qual a relação entre o vício em entorpecentes e
a estrutura da personalidade dos viciados? - Em que medida o vício em entorpecentes é
influenciado pelo nível de frustração dos anseios
sociais do indivíduo?
50- Importantes fatores que determinam a escolha do
problema de pesquisa são os valores pessoais do
pesquisador e os incentivos sociais que ele
recebe. - (GIL, 1996, p. 28-29)
51Como formular um problema?
- Não existem procedimentos rígidos e sistemáticos,
mas algumas condições tornam essa tarefa mais
fácil - Imersão sistemática no objeto de estudo
- Estudo da literatura existente
- Discussão com pessoas que acumularam experiência
prática no campo de estudo - (GIL, 1996, p. 29)
521. O problema deve ser formulado como pergunta
- É a maneira mais fácil e direta de localizar e
definir o problema - Ex Se alguém disser que vai pesquisar o problema
do divórcio, não estará dizendo muito. Mas se
propuser Que fatores provocam o divórcio? terá
um problema para pesquisar - (GIL, 1996, p. 30)
532. O problema deve ser claro e preciso
- Se os problemas forem apresentados de maneira
vaga ou desestruturada será impossível sua
resolução. - Ex Como funciona a mente?
- Reformulando Que mecanismos psicológicos podem
ser identificados no processo de memorização? - (GIL, 1996, p. 30-31)
54- Os termos não definidos de forma adequada tornam
o problema carente de clareza. - Ex Os animais possuem inteligência?
- A resposta depende do conceito de inteligência.
- (GIL, 1996, p. 31)
553. O problema deve ser empírico
- Os problemas que conduzem a julgamentos morais
devem ser evitados. As considerações subjetivas
invalidam os propósitos da investigação
científica e impedem a objetividade, uma das mais
importantes características da ciência. - Os valores podem ser estudados, mas
objetivamente, como fatos ou coisas. - (GIL, 1996, p. 31-32)
56- Ex Por que existem maus professores?
- Essa questão é possível ser estudada se
definirmos mau como aquele que segue uma prática
autoritária, não prepara aulas ou adota
critérios arbitrários de avaliação.
574. O problema deve ser limitado a uma dimensão
viável
- Ex Em que pensam os jovens?
- Necessário delimitar a população dos jovens
(faixa etária, localidade) e também quais os
aspectos do pensamento dos jovens se busca
analisar. - (GIL, 1996, p. 32)
58Fontes de Hipóteses
- Observação
- Resultados de outras pesquisas
- Teorias
- Intuição.
59Funções do projeto de pesquisa
- Define, planeja, disciplina e organiza a
pesquisa - Permite que os orientadores avaliem melhor a
pesquisa - Subsidia a discussão e a avaliação para a banca
examinadora aprovar ou aceitar o aluno em cursos
de mestrado ou doutorado - Serve para solicitação de bolsas de estudo
60Roteiro do Projeto
- 1 APRESENTAÇÃO
- 2 OBJETIVOS
- 3 JUSTIFICATIVA
- 4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
- 5 METODOLOGIA
- 6 CRONOGRAMA
- 7LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO INICIAL
- 8 INSTRUMENTOS DE PESQUISA
611 APRESENTAÇÃO
- Momento fundamental, de explicitação detalhada do
tema e da problemática a ser estudada. Pode ser
composta por - gênese do problema
- abordagem do problema
- limites dentro dos quais a pesquisa irá se
desenvolver
622 OBJETIVOS
- OBJETIVO GERAL
- Deve expressar claramente o que pesquisador quer
com a investigação. - É o objetivo geral que delimita e dirige os
raciocínios a serem desenvolvidos. - Estes objetivos podem ter diferentes graus de
complexidade. São eles conhecimento,
compreensão, aplicação, análise, síntese e
avaliação.
63Construir o objetivo geral
- Na prática para montar o objetivo geral deve-se
antepor à hipótese um verbo que expresse a ação
intelectual escolhida pelo pesquisador.
64Objetivos específicos
- O problema criado deve ser dividido em quantas
partes forem necessárias para sua resolução
satisfatória. - Geralmente os objetivos específicos
transformam-se em capítulos da monografia.
65- Para fazer isso pode-se seguir quatro passos
- 1. Levantamento dos aspectos componentes
importantes do problema - 2. Transformação de cada um destes aspectos num
objetivo - 3. Verificar se eles são suficientes para
resolver o objetivo geral - 4. Decidir sobre a melhor seqüência lógica.
663 JUSTIFICATIVA
- São os motivos relevantes que levaram a abordagem
do problema - As justificativas podem ser científicas ou
sociais
674 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
- Resgate das principais obras ou correntes que
trataram do assunto estudado no projeto - É importante explicitar a relação dos autores com
a resolução dos objetivos - Também é o momento de definição precisa de termos
ou conceitos utilizados na pesquisa. O quadro
teórico é uma diretriz, não deve aprisionar a
pesquisa
685 METODOLOGIA
- Explicita o método, qual o caminho seguido pelo
pesquisador na elaboração do trabalho - Que devo fazer para obter as informações
necessárias para o desenvolvimento de cada
objetivo específico?
69Métodos de abordagem (gerais)
- Dedutivo
- Indutivo
- Dialético
70Métodos de procedimento (específicos)
- Experimento
- Levantamento
- Pesquisa bibliográfica
- Pesquisa documental
- Histórico
- Comparativo
- Monográfico ou estudo de caso
- Estatístico
716 CRONOGRAMA
- É a elaboração de um cronograma onde as tarefas
da pesquisa devem ser distribuídas durante o
tempo existente para elaboração da pesquisa.
727 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO INICIAL
- É a bibliográfica básica, dos textos fundamentais
para problemática em questão e os que foram
consultados para a elaboração do projeto.
738 INSTRUMENTOS DE PESQUISA
74Etapas da monografia
- Delimitação do tema
- Primeira consulta bibliográfica
- Escolha do orientador e redefinição do tema
- Seleção das fontes
- elaboração do projeto de pesquisa
- Tratamento das fontes
- Redação
- Revisão
- Entrega.
75Redação Acadêmica
76- O que é uma monografia?
- A terminologia é variável
- Monografia "mono" "graphos"
- (estudo de um único tema)
- Passou, também, a ser entendida, comumente, como
o estudo por um único pesquisador a fim de
demonstrar seu conhecimento - Ex. TCC - Trabalho de Conclusão de Curso
- Trabalho de conclusão de especialização
- (pós-graduação lato sensu)
77- Visa a formação da consciência crítica e da
honestidade acadêmica
78- A postura do pesquisador
- 1) Organização e disciplina
- Não se faz ciência, em regra, com idéias súbitas
e geniais (a ciência, neste aspecto, é contrária
à arte) - É necessário
- preparação
- planejamento
- demarcação de horários
- rotina
- dedicação
79- 2) Interesse pela prova
- Demonstração de como se produziu tal conhecimento
e de como ele pode ser verificado - Faticidade, senso de realidade
- Rompimento com o "achismo" (opinião sem
fundamento ou explicação)
80- 3) Espírito Crítico
- Tudo pode ser questionado
- Autonomia intelectual
- Busca por novas idéias
- 4) Honestidade Intelectual
- - Reconhecimento dos próprios limites
- - Reconhecimento do trabalho alheio
- - Tratamento adequado das fontes
81- 5) Humildade Intelectual
- Reconhecimento dos limites do trabalho (embora
relevante, não será suficiente ou completo) - Não deve implicar "pena de si mesmo"
- Deve-se ter orgulho sem arrogância
- 6) Postura Ética
- - impedimento de divulgar dados confidenciais
- - respeito aos autores e às fontes
82- A construção de uma teoria pelo pesquisador
- Coerência Espírito crítico
- Não há pesquisa vã. Não há necessidade de
utilidade imediata. - Desta forma, tornam-se importantes os registros
de pesquisa - - Não se deve fazer a pesquisa somente para
provar que consegue fazê-la. - - Deve-se "escrever para lembrar"
- O que não se escreve é esquecido
- Ou pior, será lembrado errado
83- - Deve-se "escrever para entender"
- Ver com melhor clareza as nossas idéias
- Organizar os argumentos
- Deve-se "escrever para ter perspectiva"
- Aumento do espírito crítico
- Alterar nossa personalidade
- Ver nossas idéias como elas realmente são e não
como queremos que elas sejam - Torna o pesquisador mais exigente com os outros
84- Quais são os objetivos da construção de um texto
de pesquisa? - Fazer com que aceitem um conhecimento novo
- Mudar as convicções
- Instigar ações
- "Nada é mais importante para o sucesso da
pesquisa do que seu compromisso com ela."
85Ciência e conhecimento
- Existem diferentes formas de conhecer e
interpretar o mundo. São exemplos destas
diferentes formas de conhecimento o senso comum,
o conhecimento mítico, religioso, filosófico e
científico
86- Ciência e conhecimento
- Conhecimento científico (base real)
-
- ficção (sem base real)
- Conhecimento científico (verificação/demonstração
) -
- teologia (dogma/fé)
- Conhecimento científico (organiza a informação)
-
- informação
87O conhecimento mítico
- O mito é uma história sagrada, ocorrida num tempo
primordial, que explica como uma realidade, total
ou parcial, passou a existir. Ele nasce do desejo
de entender o mundo, para afugentar o medo e a
insegurança. - O mito situa o ser humano no mundo, na natureza.
É uma verdade intuída, que não precisa de
comprovação, onde a afetividade e a imaginação
exercem um importante papel. O mito é sempre
coletivo e dogmático.
88Conhecimento teológico
- É o conjunto de verdades que os homens chegaram
mediante a aceitação de dados da revelação
divina, da fé. Não demonstra, nem experimenta, é
absoluta. Explica tudo pela fé e pela ação
divina. - O principal argumento é o da autoridade,
encontrada nos livros sagrados. - Características
- 1. É inspiracional
- 2. É infalível
- 3.É sistemático
- 4.Não é verificável
89O senso comum
- Também chamado de conhecimento popular, empírico
ou vulgar. É o conhecimento obtido ao acaso, na
vivência do homem na sociedade (Tradicional). Ele
esta veiculado a percepção e a ação. - Características
- 1. Superficial (alheio quanto a causa dos
fenômenos) - 2. Sensitivo
- 3. Subjetivo (experiência/Tradição)
- 4. Assistemático/fragmentário
- 5. Não se preocupa com a validade da informação
90- Conhecimento técnico
- Grau médio de sistematização
- Pragmatismo/preocupação imediata em resolver
problemas - Caráter pouco crítico
- Geralmente preocupado com a capacitação
profissional
91Conhecimento Filosófico
- A filosofia atualmente está ligada a uma postura
crítica, de questionamento de si e da realidade.
Busca-se constantemente o sentido, a
justificação, as possibilidades de interpretação
a respeito do homem. Na filosofia as perguntas
importam mais do que as respostas. - Características
- 1. Radicalismo
- 2. Rigor no método
- 3. Visão de Conjunto
92Conhecimento científico
- Além do fenômeno, o conhecimento científico
permite conhecer as causas e as leis que o regem.
- O método que garante a veracidade do
conhecimento. Só saber do fenômeno, sem
explicá-lo não é ciência.
93- Características do conhecimento científico
(Welber Barral) - a) Sistematização de produção e transmissão
- - deve ser utilizado um método aceito pela
comunidade científica - b) Possibilidade de verificação
- - o enunciado afirmado deve se confirmar quando
proposto para circunstâncias iguais - c) Contingência
- - é passível de mudanças
- - possui limitações espaciais e temporais
94- d) Antidogmatismo
- - questionamento contínuo
- e) Racionalidade
- -coerência interna entre proposições e
conclusões - f) Base fática
- -nem sempre será empírico ou será um estudo de
caso - -todavia, deve poder ser demonstrável a partir
da realidade - (ainda que seja somente uma análise
bibliográfica)
95- Análise e Crítica de Texto
- A análise de texto
- Análise estudo detalhado de qualquer coisa
para dar conta dela. -
-
- Comentário exame crítico do conteúdo e da
forma de um texto - (há maior liberdade pessoal)
- Um comentário só é digno de confiança quando
acompanhado de uma análise bem feita.
96- Características de uma análise de texto
- análise de conteúdo
- essência
- análise de estilo
- retórica/argumentação/
- encadeamento/figuras
- análise do discurso
- questão formal
97- Observações Práticas para Autocrítica
- a) Evite a repetição de palavras
- b) Os parágrafos devem ter mais de uma frase
- c) Evite a linguagem pessoal
- e) Evite a tautologia
- f) Preocupe-se com a lógica da frase
- g)Não use senso comum e evite as expressões
vulgares
98- Outras Advertências Importantes
- - o sumário deve ser equilibrado
- - o título do orientador não deve ser
esquecido e deve ser colocado corretamente - - o título da monografia não deve ser muito
longo, nem fugir do assunto - - não deixe faltar fontes (é melhor que sobrem)
99- a) Biblioteca
- - não se restrinja, você deve ultrapassar a sua
Instituição - - seja um pesquisador autônomo
- b) Fichamentos
- - use o método que melhor lhe convier
- - mantenha um sistema único
- - anote de imediato as referências
- - não tenha preguiça
- c) Internet
- - é muito útil e prática
- - é essencial na atualidade
- - tem problemas com a credibilidade
100- Bases de Dados
- www.senado.gov.br
- www.usp.br
- www.cnpq.br
- www.capes.gov.br
- www.mec.gov.br
101- Estabeleça tópicos específicos
- Gaste tempo lendo e pesquisando
- Reúna perguntas sobre os textos lidos
- Reúna dados para poder responder as perguntas
- Organize os dados na forma de argumento
- Redija um rascunho (escreva o máximo que puder)
- Escreva sobre as fontes simultaneamente à pesquisa
102- Procure transformar a leitura em um diálogo
- Procure se fazer entender
- Não escreva o texto para você mesmo
- Evite imaginar algo e achar que os outros irão
obter a mesma imagem com o texto (o texto tem
vida própria) - Otimize o trabalho em grupo, quando for possível
ou necessário
103- O planejamento do projeto e a utilização das
fontes - Não mantenha as idéias na cabeça por muito tempo
- O projeto precisa ser planejado, antes de ser
executado - Utilize, efetivamente, as fontes selecionadas
- Identifique e separe as idéias de suas fontes
- Cuidado com o plágio consciente ou inconsciente
- Diferencie suas idéias das idéias dos outros
autores - Lembre-se que o tempo vinga-se daquilo que é
feito sem a sua colaboração - Fuja da tentação em permanecer nas idéias vagas e
confusas
104- A redação de um texto científico deve seguir uma
ordem de colocação dos argumentos - 1) a tese seu sentido e extensão
- 2) as provas da tese
- 3) as conseqüências das tese
- 4) as objeções feitas à tese
105- A Problematização e argumentação
- Há uma tendência de somente ser reunido o óbvio
em um texto monográfico. - (A B C)
- Neste caso, não há verdadeira reflexão, mas mera
descrição, empobrecendo o texto. - Acaba-se, simplesmente, reunindo as idéias dos
outros. - Há justaposição de dados. Falta um método de
organização que proceda de perguntas e respostas.
106- Bom pesquisador
- Sustenta suas razões através de EVIDÊNCIAS
- LEITORES questionam EVIDÊNCIAS
-
- VOCÊ deve explicar com ARGUMENTO
- VOCÊ deve dividir AFIRMAÇÕES
- SUBORDINADAS
- VOCÊ deve usar MICRO-EVIDÊNCIAS
- LEITORES vão fazer OBJEÇÕES
- LEITORES vão propor ALTERNATIVAS
107- Você precisa sustentar seu discurso
- Fazendo AFIRMAÇÕES e as FUNDAMENTANDO com
EVIDÊNCIAS - AFIRMAÇÃO aquilo em que você quer que os
leitores acreditem - EVIDÊNCIA razões pelas quais eles deveriam
acreditar na afirmação - Ex. "Houve um acidente"
- (afirmação)
-
- "Há dois carros tombados na beira da estrada"
- (evidência)
108- Além da Afirmação e da Evidência, o discurso
científico, em regra, precisa de FUNDAMENTOS e
RESSALVAS. - Fundamentos ponte de ligação entre a
afirmação e a evidência - Ressalvas limitam a abrangência da
afirmação ou do fundamento - OBS Em uma conversa casual, em regra, não
precisamos de fundamento, mas são comuns as
ressalvas.
109- Ex.
- Objeção
- Por que o simples fato de dois carros estarem
tombados leva à conclusão de que realmente houve
um acidente? - Fundamento
- "Os carros devem estar transitando na estrada e
não parados. Ademais, sua posição invertida em
relação ao solo oferece um indicativo de
anormalidade que conduz à idéia de uma colisão
como motivo do fato."
110- Objeção
- "Mas porque o simples fato de haver dois carros
em situação fisicamente anormal o fundamento
torna-se micro-evidência indica que houve um
acidente? Tal fato não poderia ter sido causado
pelo homem propositalmente? - Fundamento
- "O bom senso e a aspiração pela sobrevivência,
típicos do ser humano, indicam que o homem não
deseja tombar nem colidir seu veículo, pois pode
causar prejuízo e danos físicos a ele mesmo e a
seu semelhante. Em decorrência deste fundamento,
parece lógico, ao menos em regra ressalva,
pressupor que não foi proposital nova
afirmação."
111- Quanto mais complexo for o argumento, mas
ressalvas terão que ser feitas. - Bons fundamentos e ressalvas tornam o texto mais
confiável.
112- As afirmações devem ser
- Substantivas
- interessantes, relevantes ao leitor, não
meramente descritivas ou informativas de um
conhecimento já pressuposto - Ex. "Os homens não são mulheres."
- "A sala da direita não fica à esquerda."
- Contestáveis
- devem comportar algo que possa demandar oposição
- Ex. "Há um grande número de leis
constitucionais no Brasil." - "No Brasil há uma Constituição Federal, que
foi publicada em 1988."
113- Exatas e precisas
- deve-se evitar generalizações e erros por
aproximações indevidas - Ex.
- "Nenhuma evidência demonstra que pode haver vida
em um outro planeta, portanto, não deve haver
vida fora da Terra". - "Nenhuma evidência demonstra que não pode haver
vida em um outro planeta, portanto, deve haver
vida fora da Terra. - "Muitos juristas contestam esta posição, já
alguns discordam deles. - "Os políticos do Brasil, na sua "imensa maioria",
são corruptos".
114- Citações
- - são a transcrição de um dado
- - poder servir para
- a) esclarecimento
- - clareamento das idéias
- b) confirmação
- - corroboração da afirmação
- Ex.(a)
- "O Direito possui um caráter científico, isto é,
ele segue o método lógico adequado às ciências
sociais, como bem descreve João da SILVA. - Ex. (b)
- "O Direito possui um caráter científico. Nesse
sentido, pondera José de SOUZA que o Direito é
uma ciência social, desde os primórdios da
modernidade até a atualidade."
115- Cuidado com a utilização do argumento de
autoridade - Ex. "O Direito é uma ciência social, pois
esta é a posição de João da SILVA e José de
SOUZA." - A citação somente prova que o autor afirma algo,
não que este algo é verdadeiro.
116- Observações
- Nem toda citação é uma transcrição literal
- Deve-se evitar a citação por via de Apud
- A paráfrase deve indicar a fonte ao final das
idéias (dispostas segundo suas palavras) - Citações em língua estrangeira deve ser
traduzidas no corpo do trabalho com a transcrição
do original no rodapé - (exceção língua espanhola)
- Deve-se evitar citações extensas
117- Notas de Rodapé
- - Servem para
- a) indicar fontes das citações
- b) inclusão de referências bibliográficas de
reforço - c) inclusão de versão original de texto
estrangeiro - d) indicação de explicações internas
118- Falácias na Apresentação de um Texto
- a) Falácia da Autoridade
- - já visto
- b) Falácia da Força
- - ocorre quando não é relevante a veracidade da
informação, mas o poder do autor - Ex. "Penso que o Direito não é uma ciência,
pois tenho bastante experiência no assunto" - "Mude seu argumento, pois ele é contrário ao
meu, que sou seu orientador."
119- c) Falácia da Popularidade
- - quando apela-se para a opinião popular
- Ex. "A música sertaneja é ótima pois é a
preferida do povo". - d) Falácia do Argumento não-científico
- - quando apela-se para o senso comum
- Ex. "A adoção da pena de morte deve ser
deliberada por plebiscito, pois a voz do povo é a
voz de Deus" - "O abordo é inconstitucional, pois afronta os
princípios básicos de qualquer moral humana."
120- c) Falácia da Piedade
- - quando apela-se para as emoções do
interlocutor - Ex. "O réu desviou dinheiro do INSS pois
estava falido e desesperado, portanto, não teve
culpa". -
- "Eu preciso de mais prazo para a entrega da
monografia, pois minha avó ficou doente, minha
mãe tem que cuidar dela, meu pai fugiu com a
empregada, meu cachorro morreu e eu estou com
asma."
121- c) Falácia da Causação
- - quando pretende-se que um fato seja
conseqüência do outro, sem ser demonstrado o nexo - Ex. "Quando as mulheres não votavam, havia
menos corrupção no Congresso". - "Na época da ditadura, os brasileiros viviam
melhor". - d) Falácia da Falsa Dicotomia
- Ocorre quando divide-se a realidade em duas
alternativas antagônicas - Ex. "Ou você apóia a reforma política ou é a
favor da corrupção.
122- e) Utilização de Ataques à Fonte
- Ocorre quando a pertinência do argumento é menos
importante que sua fonte - Ex. "O conceito de moralidade administrativa
de Pedro da SILVA não pode ser considerado, pois
ele, na realidade, sempre foi corrupto. - f) Falácia do Pragmatismo
- Ocorre quando toma-se por verdadeiro algo em
razão de suas conseqüências - Ex. "A reforma da previdência é
constitucional pois o governo não terá dinheiro
para pagar as aposentadorias se o sistema
continuar o mesmo."
123- Estilística
- Cada um deve impor o seu BOM SENSO
- Deve ser relevado quem é o público leitor
- Os acadêmicos se comunicam com formalidade, em
regra - A monografia deve ser um texto CLARO, OBJETIVO e
DIDÁTICO - O texto deve ser escrito sempre no IMPESSOAL
- Deve-se ter cuidado com expressões vulgares ou
impróprias - Deve-se evitar a contundência exagerada
- É importante relevar o "politicamente correto"
124- Não se deve escrever de forma "romântica" ou
"emocional" (não deve ser utilizado ponto de
exclamação) - Deve-se evitar as ironias e o sarcasmo
- Deve-se ter cuidado com os lugares-comuns e as
expressões ideológicas - Deve-se suprimir os elogios (saudoso,
inolvidável, venerando, ilustríssimo) - Não deve ser usada terminologia técnica em
sentido figurado, nem o inverso