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Popula es Tradicionais e Desenvolvimento Sustent vel: desafios amaz nicos Profa. Dra. Marilena Loureiro Grupo de Estudos em Educa o, Cultura e Meio ... – PowerPoint PPT presentation

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Title: Popula


1
Populações Tradicionais e Desenvolvimento
Sustentável desafios amazônicos
Profa. Dra. Marilena Loureiro Grupo de Estudos
em Educação, Cultura e Meio Ambiente -
GEAM/ICED/UFPA
2
E o que dizer da Amazônia... Alguns antecedentes
teóricos para a compreensão da região.
  • A imagem da região amazônica e seu potencial de
    sócio e biodiversidade que habita o imaginário de
    grande parte da produção científica nacional e
    internacional, bem como as mentes do cidadão
    comum parece pautar-se no estranhamento, na
    impossibilidade de compreensão de sua
    dinamicidade, o que em geral tem levado os
    sujeitos da modernidade técnico-científica a uma
    espécie de negação da região e de seus povos, que
    passa a ser percebida apenas como recurso, como
    base para a exploração e reprodução das condições
    materiais da existência.

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  • A selva dominava tudo. Não era o segundo reino,
    era o primeiro em força e categoria, tudo
    abandonado a um plano secundário. E o homem,
    simples transeunte no flanco do enigma, via-se
    obrigado a entregar o seu destino àquele
    despotismo. O animal esfrangalhava-se no império
    vegetal e, para ter alguma voz na solidão
    reinante, forçoso se lhe tornava vestir pele de
    fera. (CASTRO, 1930).

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  • Verificam-se muitas opiniões divergentes em
    relação a evolução social e econômica da região,
    muitas delas transitando entre explicações
    românticas, determinísticas e mesmo
    economicistas. Para muitos, a evolução foi
    dificultada por suas características ambientais,
    nos marcos de determinismo ecológico imputado às
    análises sobre o desenvolvimento amazônico.

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  • As análises sobre a evolução social e econômica
    da região amazônica evidenciam que o processo de
    desenvolvimento instalado na região
    fundamentou-se na lógica do crescimento econômico
    sem considerar a dinâmica das populações locais,
    vistas à luz dos pressupostos teóricos da
    economia moral como uma população presa no
    tradicionalismo, e no conservadorismo cultural,
    cujas preocupações econômicas referiam-se
    unicamente ao processo de subsistência, adotando
    relações de adaptação funcional aos sistemas
    econômicos que promovessem a manutenção de seus
    interesses de subsistência, a exemplo, pode-se
    verificar as práticas econômicas fundamentadas na
    semi - servidão e no aviamento.

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  • É somente com a emergência das discussões
    relativas ao movimento de releitura dessas
    imagens deturpadas sobre a população amazônica
    que se pode visualizar a possibilidade de uma
    análise sobre sua evolução social com base em
    suas características próprias, e não a partir de
    leituras exógenas.

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  • A abordagem da ecologia política da Amazônia deve
    considerar, o intercruzamento de elementos
    políticos e ecológicos como os determinados a
    seguir
  • a) relação entre ambiente e recursos, do ponto de
    vista de sua funcionalidade
  • b) a população a situação demográfica da
    região
  • c) os padrões de uso do solo, seus diferentes
    sistemas e trajetórias de mudanças
  • d) os atores econômicos, e suas diferentes
    estratégias
  • e) o papel da sociedade civil, e as limitações de
    sua capacidade de intervenção política
  • f) o papel do Estado na garantia do sistema de
    apropriação de excedentes

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  • g) a estrutura legal
  • h) o mercado que afeta a situação de diferentes
    atores sociais, e que depende de regras definidas
    interna e externamente
  • i) a ideologia que define uma identidade comum,
    para a legitimação das lideranças e elites
    locais, do acesso desigual aos recursos
  • j) as influências internacionais, como, os
    movimentos sociais e ambientalistas mundiais, e
    os organismos de desenvolvimento FMI, Banco
    Mundial
  • l) a história a percepção de que a situação
    regional atual é produto de um processo histórico.

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  • Esses elementos conjugados podem contribuir para
    a compreensão das relações estabelecidas entre
    sociedade e meio ambiente na Amazônia, e
    conseqüentemente devem orientar as projeções
    teóricas e práticas dirigidas ao desenvolvimento
    regional, através da elaboração de uma agenda que
    parta da análise dessas relações e não unicamente
    de interesses externos à dinâmica regional, uma
    agenda que reordene as relações entre
    desenvolvimento regional e populações
    tradicionais.

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  • São consideradas populações tradicionais
    aquelas comunidades que dependem culturalmente do
    extrativismo dos recursos naturais e que ocupam
    ou utilizam- se de uma mesma área geográfica há
    várias gerações, de forma tal que não provocam
    alterações no meio ambiente, isto é, são
    partícipes da natureza.
  • Essas comunidades são consideradas, pelas
    suas peculiaridades sociais e culturais, como
    capazes de transmitir saberes e vivências no uso
    de recursos naturais, baseado no conhecimento
    acumulado e à permanente relação com a natureza.
  • Entretanto, muitas dessas comunidades são
    substituídas por programas de desenvolvimento que
    inevitavelmente caminham para a degradação
    ambiental. (Guarim, 2000)

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  • Características das culturas e sociedades
    tradicionais
  • modo de vida, dependência e até simbiose com a
    natureza
  • conhecimento aprofundado da natureza e de seus
    ciclos dos recursos naturais. Esse conhecimento é
    transferido de geração em geração por via oral
  • noção de território ou espaço onde o grupo social
    reproduz-se econômica e socialmente
  • moradia e ocupação desse território por várias
    gerações
  • importância das atividades de subsistência
  • reduzida acumulação de capital
  • importância dada à unidade familiar, doméstica ou
    comunal e às relações de parentesco ou compadrio
    para o exercício das atividades econômicas,
    sociais e culturais
  • importância das simbologias, mitos e rituais
    associados à caça, à pesca e atividades
    extrativistas
  • a tecnologia utilizada é relativamente simples,
    de impacto limitado sobre o meio ambiente
  • fraco poder político.
  • Diegues (1996)

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Construindo a transição para uma Amazônia
sustentável 3 condições
  • 1. Seus índices de uso dos recursos renováveis
    não podem exceder os índices de regeneração
    desses recursos
  • 2. Os índices de uso dos recursos não renováveis
    não podem exceder os índices de substituição
    sustentável desenvolvidos pela sociedade
  • 3. Os índices de emissão de poluentes não pode
    exceder a capacidade de assimilação do ambiente

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O que uma sociedade sustentável não pode ser
  1. Sustentabilidade não significa não crescimento
  2. Uma sociedade sustentável estará interessada em
    desenvolvimento qualitativo e não em simples
    expansão física ou crescimento econômico
  3. Uma sociedade sustentável não estará congelada
    dentro de um modelo de distribuição desigual de
    riquezas

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  • 4. Um estado sustentável não será uma sociedade
    de estagnação
  • 5. Um mundo sustentável não poderá ser um mundo
    absolutamente rígido
  • 6. Não há razão para uma sociedade sustentável
    ser uma sociedade uniforme
  • 7. Também não há razão para uma sociedade
    sustentável ser antidemocrática.

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O QUE É UMA SOCIEDADE SUSTENTAVEL?
  • Possíveis bases ou diretrizes para uma sociedade
    sustentável aperfeiçoamento dos sinais da crise
    ambiental que significa aprender mais e
    monitorar tanto o bem estar da população humana,
    quanto a condição dos recursos ambientais locais
    e planetários Aceleração do tempo das respostas
    aos problemas ambientais- promover a antecipação
    de decisões referentes aos problemas
    ambientais Minimização do uso dos recursos não
    renováveis Uso dos recursos com eficiência
    máxima Diminuição do crescimento populacional.
    (Donella e Dennis Meadows, 1993212)

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  • O paradigma da sustentabilidade parte da base de
    que o crescimento, tal como estivemos
    vivenciando, constitui um componente intrínseco
    da insustentabilidade do modelo atual.
  • O novo paradigma postula que o desenvolvimento
    supõe também a preservação da diversidade em seu
    sentido mais amplo, quer dizer, a preservação de
    valores, práticas e símbolos de identidade que
    determinem a integração dos povos através dos
    tempos.

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  • O fundamento político da sustentabilidade
    encontra-se estreitamente vinculado ao processo
    de aprofundamento da democracia e de construção
    da cidadania, e procura garantir a incorporação
    plena das pessoas ao processo de desenvolvimento.
  • Necessidade de uma nova ética.

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Conceitos e práticas de desenvolvimento
sustentável na Floresta Nacional do Tapajos
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  • Grupo 1
  • Visão utilitarista dos recursos naturais, ou
    seja, a esgotabilidade dos recursos naturais
    somente se transforma em objeto de preocupação,
    na medida em que se converte em ameaça a
    continuidade dos níveis de consumo desses
    recursos pelas populações humanas.
  • Não se verifica nenhuma ruptura com a visão
    conservadora de desenvolvimento, vê-se apenas,
    uma adequação formal e política a lógica da
    sustentabilidade como sinônimo de garantias para
    a continuidade da manutenção das mesmas condições
    materiais de existências geradoras da
    insustentabilidade da sociedade contemporânea

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  • Grupo 2
  • Os conceitos e práticas de desenvolvimento
    sustentável referem-se mais diretamente às
    possibilidades de usos dos recursos naturais de
    modo a considerar a capacidade de suporte, ou
    seja, é necessário intervir na natureza para a
    construção da existência humana material, mas a
    esse processo de intervenção está associada a
    constituição de cuidados para a não exaustão dos
    limites impostos pela própria natureza.

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  • Grupo 2
  • É possível estabelecer mínimas diferenças em
    relação ao grupo anterior, na medida em que, se
    pode verificar a existência de preocupações com o
    uso sustentável dos recursos naturais, sob uma
    ótica, mais aproximada das discussões teóricas da
    sustentabilidade.

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  • Grupo 3
  • Desenvolvimento sustentável é aquele que se
    preocupa com a geração das condições de
    existência material relacionada a princípios de
    organização comunitária, de articulação de
    interesses comuns, de uma espécie de regulação do
    uso dos recursos naturais a partir da lógica do
    coletivo.

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Percepções acerca dos problemas sócio-ambientais
da Floresta visões da Comunidade.
  • Grupo 1 indica como principais problemas àqueles
    estritamente relacionados com a má utilização dos
    recursos naturais pelas sociedades humanas,
    gerando assim as suas possibilidades de
    esgotamento e\ou escassez (pesca predatória,
    retirada ilegal de madeira, lixo às margens do
    rio e no interior das comunidades, desmatamento
    ilegal, e queimadas)

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  • Grupo 2
  • Indica uma ênfase em problemas sócio ambientais
    gerados a partir da ausência de participação da
    comunidade nas discussões e proposições para a
    melhoria da qualidade de vida, com a conseqüente
    minimização dos problemas. Para esse grupo,
    compreender os problemas ambientais da comunidade
    significa intervir sobre os mesmos, num processo
    de participação cidadã.

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  • Grupo 3
  • Indica uma perspectiva fundamentada num processo
    de invisibilização dos problemas ambientais.

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  • Concepções e práticas de educação ambiental das
    comunidades da Floresta do Tapajós - os
    resultados do PEA
  • A primeira refere-se a uma concepção vinculada a
    perspectiva ecológico-preservacionista, (MEDINA,
    1994), que indica a realização de ações
    educativas para a conservação dos recursos
    naturais vistos como isolados da sociedade
    humana, fundamentada no culto às dicotomias entre
    mundo natural e mundo social. Vê-se nessa
    perspectiva a negação da dimensão política da E.
    A. e das possibilidades de formação de sujeitos
    capazes de diálogo crítico com o mundo.

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  • A segunda perspectiva se refere a concepção de
    educação ambiental como necessária à
    requalificação das relações entre sociedade e
    natureza, apontada pela visão de integração e de
    interdependência recíproca na relação
    estabelecida ente os sujeitos humanos e a
    natureza, na qual se percebem inseridos. Essa
    concepção pode ser categorizada como
    sócio-ambiental, o que indicaria a busca de uma
    ruptura com as dicotomias reinantes no trato às
    questões ambientais, que se referem também a uma
    ruptura no campo epistemológico, tenta-se o
    estabelecimento de uma nova perspectiva de
    tratamento para as questões ambientais vistas em
    articulação com os problemas sociais.

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  • A terceira concepção de educação ambiental
    refere-se ao que se pode chamar de educação
    ambiental cidadã, na medida em que incorpora um
    forte elemento presente nos discursos e nas
    possibilidades de ações práticas. Uma educação
    ambiental para a geração de novas intervenções na
    natureza, novos fazeres, fundamentados obviamente
    em novos saberes (LEFF, 2001) ambientalmente
    circunstanciados.

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As práticas de educação ambiental não conseguem
gerar maior grau de participação comunitária, no
entanto, isso não pode ser atribuído ao caráter
teórico da E.A. desenvolvida, que não pode ser
classificado como ecológico-preservacionista, na
medida em que se considera na formulação das
ações componentes da perspectiva
sócio-ambiental, ou seja, em termos teóricos
propugna-se uma educação ambiental pensada a
partir da articulação entre as necessidades de
conservação ambiental e as necessidades humanas,
retirando o caráter ecológico preservacionista
que imporia uma visão meramente ecológica para as
questões.
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  • No campo específico da educação ambiental,
    pode-se dizer que os resultados da pesquisa
    realizada indicam a presença de uma ambigüidade
    ao mesmo tempo em que pode ser vista como prática
    formal e burocrática, circunscrita aos espaços
    formais escolares, tentando ensinar os filhos de
    populações habitantes das florestas a como se
    relacionar com a floresta de modo desconectado
    das necessidades e percepções dessas populações,
    é também possível compreendê-la como canal de
    articulação de um novo pensar sobre as relações
    entre sociedade e natureza nos marcos de um
    reconhecimento da natureza e da percepção de
    sujeitos humanos como sujeitos integrados à
    natureza.

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  • A aceitação dessas contradições e paradoxos
    presentes na análise empreendida só é possível a
    partir da aceitação de que a realidade não se
    apresenta de uma única forma, e que o
    conhecimento para se relacionar com a
    complexidade da realidade precisa adotar uma
    postura epistemológica que refunde o próprio
    conhecimento à luz da complexidade dos problemas
    presentes, esse, é portanto, o maior desafio da
    educação ambiental.

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  • A construção de uma nova ética sócio-ambiental,
    ou de uma nova racionalidade exige uma nova
    postura epistemológica da educação e da
    pedagogia, traduzidas em processos educativos
    capazes da inserção qualificada das preocupações
    em torno da complexidade da vida, uma educação
    que a partir da utilização de novos instrumentos
    pedagógicos seja capaz de dialogar com vida em
    sua complexidade.

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  • Para tanto, torna-se necessário superar as marcas
    do antropocentrismo na educação, do
    desconhecimento do outro, do afastamento da
    natureza, enfim da negação do propriamente
    humano... um reencontro entre natureza e a
    cultura nos marcos de um re-conhecimento do
    mundo.

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(No Transcript)
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Profa. Dra. Marilena Loureiro (marilenals_at_ufpa.br
marilenaloureiro_at_yahoo.com.br) Fone
3201.77.06 Grupo de Estudos em Educação,
Cultura e Meio Ambiente GEAM-UFPA
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