Title: Unidade te
1Unidade teórica 3 1 Modelo de Markowitz e a
Fronteira eficiente2. Determinação da Fronteira
eficiente Carlos Arriaga Costa2005/06
2Unidade teórica 3
- . O que é a fronteira eficiente num conjunto de
portefólios? - . Como modelizar a eficiência ?
- . Quais as hipóteses do modelo de Markowitz?
- . Como determinar a fronteira de eficiência?
- .
3MATEMÁTICA DA FRONTEIRA DE UM PORTEFÓLIO o
MODELO DE MARKOWITZ (1959)
- HIPÓTESES DO MODELO DE MARKOWITZ
- HIPÓTESES RELATIVAS AOS ACTIVOS FINANCEIROS
- H1 Todo o investimento é uma decisão tomada em
situação de risco. O retorno de um activo
financeiro para um período futuro é
consequentemente uma variável aleatória com
distribuição normal. - H2 os retornos de diferentes activos
financeiros não se movimentam de uma forma
independente de uns e de outros.
4Hipóteses relativas ao comportamento dos
investidores
- H3 O comportamento de todos os investidores é
caracterizado por um grau mais ou menos
pronunciado de aversão ao risco (medido pelo
desvio padrão e pela distribuição dos retornos) - H4 Os investidores tomam decisões racionais
Mesmo que a sua função de utilidade seja
subjectiva eles operam segundo escolhas
transitivas. - H5 Todos os investidores têm um mesmo horizonte
de decisão, que comporta um só período.
5ESTRUTURAÇÃO DO MODELO DE MARKOWITZ
- Os acontecimentos dos quais contribuem para as
decisões tomadas não se encontram explicitados no
modelo. A distribuição de probabilidades
relativamente aos rendimentos de cada activo
financeiro é efectuado condicionalmente ao estado
da economia em geral e à situação do mercado
financeiro em particular. - Uma decisão consiste em alocar um determinado
orçamento aos diferentes activos financeiros
6FRONTEIRA EFICIENTE
- 1º Fase Repartir as soluções possíveis em dois
sub-conjuntos, correspondendo um deles ao das
soluções dominantes (eficientes) e um outro ao
das soluções dominadas (ineficientes) - 2ºA fase Dentro das soluções eficientes, fazer
corresponder aquela que maximiza a função de
utilidade do investidor.
7PRIMEIRA FASE
- Em razão do principio de racionalidade, um
investidor que pretende situar-se a um nível de
risco optará por um portfólio de maior valor
esperado do rendimento E(r2). - Em razão do princípio de racionalidade e de
aversão ao risco, um investidor que pretende
situar-se a um nível de rendimento esperado
optará pelo portfólio de menor risco. - Pode-se estabelecer a hipótese de que todos os
investidores, com base em características
objectivas, localizarão de maneira semelhante a
fronteira eficiente , que é independente das
preferências individuais dos investidores.
8Segunda Fase
- Temos de ter em conta as funções de utilidade de
cada investidor (curvas de indiferença) - A fronteira de eficiência (dado objectivo)
- Cada investidor escolherá o portfólio
correspondente ao ponto onde a fronteira de
eficiência é tangente a uma das suas curvas de
indiferença.
9Fronteira de eficiência
- A fronteira de eficiência deriva da maximização
de um retorno esperado dado um determinado risco.
- Markowitz (1952,JoF) resolveu este problema
matemáticamente - Se não existir nenhum activo sem risco , a
fronteira de eficiência será a metade mais
elevada da fronteira com um mínimo de variância. - Se existir um activo sem risco , a fronteira de
eficiência será a linha tangente à fronteira com
um mínimo de variância. - Se não forem admitidas posições curtas todas as
ponderações dos activos são não negativas.
(Xi?0). - Se forem admitidas posições curtas a curva
continua indefinidamente. -
10 Fronteira de eficiência onde não existem activos
sem risco
- Fronteira de eficiência quando não são admitidos
posições curtas
Retorno
A
FEM
Risco
- Se se admitir short sales a fronteira
prolonga-se para lá de A
11 Fronteira de eficiência onde existe um activo
sem risco
- A fronteira de eficiência é encontrada pelo ponto
de tangência da recta que passa pelo activo sem
risco e a fronteira. - Se short sales são admitidos o portfólio da
fronteira deverá incluir alguns activos
adquiridos em short sales (posição curta) .
Retorno
B
A
FEM
RF
Risco
12Fronteira eficiente
13Cálculo da fronteira de eficiência
- Um investidor poderá enfrentar diferentes
cenários não importa a existência de activos sem
risco ou a possibilidade de short sales . - Cada um dos cenários implicará diferentes métodos
matemáticos na resolução das ponderações óptimas
do portefólio. - Os cenários que o investidor enfrenta são
- -Short sales e uma taxa sem risco para
empréstimos ou concessão de emprestimos. - -Short sales e não existência de uma taxa sem
risco para empréstimos ou concessão de
emprestimos. - -Short sales não permitidas e uma taxa sem
risco para empréstimos ou concessão de
emprestimos. - -Short sales não permitidas e não existência
de uma taxa sem risco para empréstimos ou
concessão de emprestimos.
14Cálculo da fronteira de eficiência utilizando o
método de MarkowitzCenario 1 -Posições curtas
(short sales) e uma taxa sem risco para
empréstimos ou concessão de emprestimos.
- A fronteira de eficiência é obtida pelo ponto de
tangência entre a linha de transformação e a
fronteira com o mínimo de variância. - O declive da linha de transformação é designada
por Rácio de sharpe. - O rácio de sharpe é uma medida do excesso de
retorno relativamente ao risco total. - O ponto de tangência coincide com o óptimo do
portefólio. - Ao longo da fronteira de eficiência um investidor
possui uma proporção de fundos neste portefólio
que pode compreender alguns activos e cash
(dívida pública por exemplo).
15Racio de sharpe
- Um dos activos sem risco (rf)
- rp (1-x)rf xra rf (ra-rf)x
- rp rf ((ra-rf) / sa) sp
- Racio de sharpe declive da recta
- ((ra-rf)/ sa) mede o excesso de retorno
derivado do risco do activo
16- Matematicamente, a técnica de Markowitz para o
cálculo da fronteira de eficiência, resulta na
maximização do declive (rácio de Sharpe) da
linha de transformação sujeito a uma restrição
que a soma dos ponderadores é igual a um. - Assim, escolher um óptimo de Xi de modo a
- Substituíndo por Rp e ?p o problema resulta em
escolher Xi de modo a
17- Dá-nos N condições de 1ª ordem
- Desde que os retornos, variâncias e co-variâncias
sejam conhecidas, as condições de 1ª ordem podem
ser calculadas em óptimas proporções de - Zi e então para ponderações óptimas de Xi.
- ?Zi é a quantidade investida em activos com
risco. - Se ?Zi é inferior á unidade (1- ?Zi) será
investido nos activos sem risco (lenders). - Se ?Zi é maior que a unidade (1- ?Zi) será
investido no activo sem risco (borrowers). - Uma vez que as ponderações óptimas são
conhecidas, o retorno esperado e o risco do
portefólio óptimo podem ser calculados - O rácio de Sharpe para o portfolio P pode
igualmente ser calculado.
18- Cuthbertson eNitzsche (2001) reescrevem a equação
(3) em forma matricial. Assumindo haver três
activos
- Onde ? é a matriz das variâncias-covariâncias dos
retornos dos activos, z é um vector coluna de
proporções óptimas e e um vector coluna do
excesso dos retornos.
19- As ponderações óptimas , Xi, são calculadas como
atrás.
20- Lewis (1998) no NBER Working Paper No. 6351
assume que - A utilidade do investidor depende do retorno
esperado e do risco . - Os investidores maximizam a sua utilidade sujeita
à linha de transformação óptima. - A solução óptima é o ponto de tangância das
curvas de indiferença do investidor a linha de
transformação e pode-se interpretar as proporções
óptimas, ?z, como a quantidade de fundos
investidos nos activos com risco. - A solução será
- Onde RRA é o coeficiente de aversão relativa ao
risco. - Quanto menor uma pessoa for avessa ao risco, mais
longe é o ponto de intersecção da linha de
transformação com a curva de indiferença do
investidor no seu ponto de tangência, i.e. ?z é
maior.
21Exemplo
22- Precisamos de calcular as co variâncias ?ij?ij?i
?j. - Substituimos os valores nas três equ (3) que
traduzem as condições de 1ª ordem. - Obtemos
- A equação resolve-se por substituição.
- Contudo, se houver um número grande de activos,
as condições de primeira ordem são resolvidas por
cálculo matricial .
23Em forma de matriz (7) fica
24- Suponha que A tem um coeficiente RRA1 então as
condições de 1ª ordem podem ser calculadas em
relação a Zi como
- Suponha que o investidor B tem menos aversão ao
risco e tem um coeficiente de RRA0.2 então as
condições de 1ª ordem podem ser calculadas em
relação a Zi como
25- Se ambos os investidores tiverem as mesmas
expectativas sobre os retornos esperados, desvios
padrão dos retornos e correlações entre os
retornos, então as mesmas condições de 1ª ordem
podem podem ser resolvidas para as mesmas
ponderações óptimas Xi.
26- O valor esperado do retorno é dado por
27- O risco esperado é dado por
28- A equação da linha de transformação que passa
pelo portfolio P é dado por
29Retorno
P
14.67
5
Risco
5.82
- Onde se localizam os portfolios A e B?
30- Os retornos esperados dos portfolios A e B são
dados por
31- O risco esperado dos portfolios A e B é dado por
32Retorno
B(-43,143)
18.81
P
14.67
7.76
A(71,29)
5
Risco
5.82
1.66
8.29
- A é menos avesso ao risco que B.
33Diversificação eficiente
- O conceito de eficiência permite estabelecer a
seguinte proposição para todo o investidor, o
portfólio de utilidade máxima que ele vai
escolher tendo em conta o princípio de
racionalidade, deverá ser um portfólio
optimamente diversificado. - Diversificando vai permitir reduzir o risco e
aumentar simultâneamente o rendimento esperado do
portfólio. - O grau de diversificação possível de obter é
função das covariancias dos activos financeiros
que constituem o porfólio. - Estudos empíricos têm mostrado que uma
diversificação com 20 activos financeiros
apresentam um resultado bastante satisfatório no
que respeita ao binómio risco versus custos de
transacção.O aumento de activos no portfólio
pouco mais irá atenuar o risco.
34Diversificação exemplo com dois activos
financeiros
- Activo A E (RA) 5 s (RA) 20
- Activo B E (RB) 15 s (RB) 40
- Que proporções de A e de B?
- Três situações
- ? AB 1
- ? AB - 1
- -1lt? ABlt1
35Diversificação exemplo com dois activos
financeiros
36Diversificação
37Teoremas dos portfolios eficientes
- Proposição 1
- Considerado c uma constante e R-c o vector
- R-c E (r1) c
- E (r2)- c
- E(rn) c
- O vector Z resolve as equações R-c Sz
- Z S-1R-c
- X x1, x2.xn
38Teoremas dos portfolios eficientes
- Proposição 1
- Xi zi / SZj
- Todos os portfolios de envelope (na fronteira)
são desta forma -
- c xi porfolio de tangência dado c
39Teoremas dos portfolios eficientes
- Proposição 2
- Se dois portfolios se encontram na fronteira
eficiente (portfolios de envelope) e dada uma
constante a o protfolio resultante - ax (1-a)y
- Também se encontra na fronteira de eficiência
40Teoremas dos portfolios eficientes
- Proposição 3
- Se um portfolio s encontra na fronteira de
eficiencia (portfolio y) então existirá sempre um
outro linearmente relacionado com este que se
encontra igualmente na fronteira de eficiência - E (rx) c ß x E(ry) c
- ß x Cov (x,y) / s2y
- c será o valor esperado d eum portfolio z cuja
covariancia com y é 0 - c E(rz)
- Cov (y,z) 0
41Dificuldades do modelo de Markowitz
- 1. Os valores dos parâmetros não serem conhecidos
- Algumas estimativas dos parâmetros
- estarem enviesadas
- O modelo requerer n valores de retorno, n
valores da variância e N. (N-1)/2 - co-variâncias.
- Para n 1000, precisamos de estimar 501 500
parâmetros
42- Todavia é a a partir do Modelo de Markowitz que
se fizeram simplificações e outros modelos
surgiram