Title: Esquizofrenia, Transtornos Esquizot
1Esquizofrenia, Transtornos Esquizotípicos e
Delirantes
- Nelson Goldenstein
- Laboratório de Psicopatologia e Subjetividade
IPUB/UFRJ
2-
- Os transtornos esquizofrênicos, esquizotípicos,
e delirantes são categorias sem fronteiras
definidas.
3São classificados como transtornos de origem
desconhecida.
4Alguns conceitos importantes
- Confiabilidade
- Sensibilidade
- Validade
5- O uso de critérios diagnósticos padronizados
aumentou a confiabilidade do diagnóstico
psiquiátrico. - Mas, questões relacionadas a sua validade e
sensibilidade ainda permanecem abertas.
6- Como provar que um critério, ou sistema
diagnóstico é mais válido que outro? - Como saber se um critério é mais, ou menos
sensível que outro?
7A crítica de Rosenhan Como ser são em lugares
insanos?
- Estudo crítico sobre o valor do diagnóstico
psiquiátrico, da internação e dos recursos
assistenciais da época. - Publicado na revista Science, em 1971.
8- O 1º estudo de colaboração internacional sobre a
confiabilidade do diagnóstico de esquizofrenia.
Realizado em 1972. EUA X Reino Unido. - Nos hospitais de NY se fazia diagnostico de
esquizofrenia 9 vezes mais frequentemente do que
nos hospitais de Londres. - Para tratar um esquizofrênico americano bastava
enviá-lo para a Inglaterra?
9Estudo Piloto Internacional sobre Esquizofrenia
(OMS, 1972).
- Desenvolvimento de técnicas de pesquisa de
seguimento prospectivo (follow up) de transtornos
esquizofrênicos. - Reconhecimento de um grupo nuclear de sintomas
(categoria S/CATEGO) prevalente em todas as
partes do mundo.
10- Os estudos de seguimento realizados a partir das
pesquisas da OMS revelaram - Não é possível determinar o prognóstico dos
pacientes na ocasião do primeiro surto, por mais
grave que pareça ser. - Há variações estatísticas no curso evolutivo, com
maiores índices de casos com melhor prognóstico
nos países em desenvolvimento.
11- Esquizofrenia um transtorno com evolução única e
pré determinada? Ou evolução influenciada por
fatores ambientais naturais e/ou culturais?
12Emil Kraepelin
- Autor do termo DEMENTIA PRAECOX
13Baseado na descrição de catatonia, de Kahlbaum
(1874), e na de hebefrenia de Hecker (1871),
aplicou o termo Dementia praecox àquelas doenças
que aparentemente compartilhavam o mesmo curso.
14Doutrina dos estados finais, de Kraepelin
- Início precoce em relação à idade.
- Similitude e especificidade dos estados finais
(demência).
15Eugen Bleuler
- a idéia de esquizofrenia vem de Kraepelin ...
todos os créditos em relação a identificação e
classificação se devem a ele.
16Eugen Bleuler
- Em 1911, Bleuler sugeriu a mudança do nome
Dementia praecox pelo de esquizofrenias (no
plural). - Seu objetivo era esclarecer a dinâmica
psicológica da Dementia praecox, aludindo às
idéias de Freud.
17Eugen Bleuler
- Sintomas primários manifestações obrigatórias
da doença. - A maioria dos sintomas da Dementia praecox são
manifestações secundárias, e representam um
esforço do paciente para lidar com situações
insuportáveis.
18Eugen Bleuler
- "Postulamos a presença de um processo que produz
diretamente os sintomas primários os sintomas
secundários são em parte funções psíquicas que
operam em condições alteradas, e em parte o
resultado de tentativas de adaptação, mais ou
menos exitosa, a perturbações primárias.
19Alterações Básicas, ou Fundamentais para o
diagnóstico
- Alts formais do pensamento (Associação)
- Alterações do Afeto
- Ambivalência
- Autismo
- Alterações na experiência subjetiva do Eu.
- Alterações na vontade e comportamento.
- Os 4 As de Bleuler.
20Kurt Schneider
- Schneider construiu seu sistema diagnóstico
separando as alterações vivenciais em dois tipos
de primeira e de segunda ordem ( em importância).
21Kurt Schneider
- Estes transtornos da experiência aparecem como
sendo de primeira ordem apenas por possuírem
peso diagnóstico. - Foram escolhidos sem qualquer relação com a
teoria primário secundário.
22- Os sintomas de primeira ordem receberam forte
proeminência devido a sua presumida simplicidade
e confiabilidade.
23Sintomas de primeira ordem
- Sonorização do pensamento.
- Vozes que dialogam entre si. Vozes que discutem,
ou fazem comentários depreciativos sobre as ações
do paciente.Vozes que comentam sobre as atitudes
do paciente. - Roubo de pensamento e outras vivências de
influência no pensamento.Difusão do pensamento. - Percepção delirante.
- Vivências de influência no domínio dos
sentimentos, tendências e vontade.
24Sintomas de segunda ordem
- Outros transtornos de percepção.
- Idéias delirantes.
- Perplexidade.
- Alterações do humor (depressivo ou eufórico).
- Sentimentos de empobrecimento emocional.
25- Os sintomas de primeira ordem expressam profundas
alterações na consciência de si (Eu, Self) e de
mundo. - Consciência de si e de mundo.
26(No Transcript)
27- Para os manuais de psiquiatria, o diagnóstico de
esquizofrenia se baseia principalmente nos
sintomas psicóticos, como descritos por K.
Schneider supostas manifestações de déficit
cognitivo.
28- Mas, a preocupação com a confiabilidade
diagnóstica amarrou o alcance de diferentes
métodos psicopatológicos. - Destacou apenas os fenômenos objetivos,
identificados pela observação comportamental (p.
ex., os sintomas psicóticos) e dispensou estudos
sobre a dimensão existencial e subjetiva do
adoecer esquizofrênico.
29- Embora os manuais psiquiátricos tenham dispensado
os relatos pessoais, há vivências citadas
consensualmente por diferentes autores ao longo
do século passado. São importantes relatos de
vivências subjetivas incipientes, presentes muito
precocemente, antes do adoecer psicótico.
30- Desde o início do século XX descrições clínicas
apontam para vivências anômalas do eu em relação
ao mundo. - (JANET, 1903 KRAEPELIN, 1907 BLEULER, 1911,
FREUD, 1913 BERZE, 1914 JASPERS, 1923
MINKOWSKI, 1927 CONRAD, 1957 K.SCHNEIDER, 1959
HÜBER, 1968 BLANKENBURG, 1986 KLOSTEKÖTTER,
2001).
31- Para Janet (1903),
- (...) um sentimento de estranheza exterior, de
irrealidade, de inafetividade e de perda da
direção (...) tomados por essa sensação de vazio,
experimentam uma impressão de artificialismo e
irrealidade ao redor de si. - Citée par GUIRAUD. Psychopatologie des
Délires.Congrès International de Psychiatrie.
Paris.1950. Pp 17-20. Tradução nossa.
32- 'Há alguma coisa, diga-me o que há', assim se
dirigia uma doente. - 'Eu não sei, mas há alguma coisa'.
- Os doentes sentem algo estranho, há alguma coisa
que pressentem. Tudo tem nova significação. - Sobre o humor delirante. JASPERS, 1923.
33- "A formação delirante, que presumimos ser o
produto patológico, é, na verdade, uma tentativa
de restabelecimento, um processo de reconstrução"
FREUD, 1913.
34- "Postulamos a presença de um processo que produz
diretamente os sintomas primários os sintomas
secundários são em parte funções psíquicas que
operam em condições alteradas, e em parte o
resultado de tentativas de adaptação, mais ou
menos exitosa, a pertubações primárias. E.
Bleuler, 1911.
35- O padrão existencial esquizofrênico revela a
quebra na consistência da experiência natural
(BINSWANGER, 1956).
36- Estudos mais modernos revelam que as
manifestações psicóticas (perda do juízo de
realidade, delírios, alucinações, desorganização
da linguagem) são apenas expressões parciais da
doença. Supostamente, são descompensações
psíquicas de uma problemática presente muito
antes do surto esquizofrênico agudo.
37- O período que antecede o aparecimento dos
sintomas psicóticos, e que já revela vivências
subjetivas de transformação do eu e do mundo, é
denominado FASE PRODRÔMICA. A fase prodrômica se
inicia, em média, cerca de cinco anos antes do
surto psicótico, período considerado de alta
vulnerabilidade para o adoecer.
38- De uma maneira esquemática, muitos autores chamam
os sintomas psicóticos de sintomas POSITIVOS. - Os chamados sintomas NEGATIVOS são apenas
descrições do comportamento de desligamento e de
dificuldade de interação com o ambiente. - Nenhum se refere ao relato vivencial individual.
39 The early stages of schizophrenia from first
sign of mental disorder to first admission (ABC
first episode. Hafner al. 1995).
40- Muitos autores do passado, hoje esquecidos,
mostraram como a capacidade de empatia permite o
estudo fenomenológico das vivências
esquizofrênicas. - Jaspers, Minkowski, Binswanger, Tellembach,
Conrad.
41- A capacidade empática do entrevistador permite
usar a narrativa, ou relato pessoal, para
apreender o modo como fenômenos mentais aparecem
à consciência do paciente.
42- Conduzidos pelo referencial fenomenológico,
estudos sugerem que a consciência de si mesmo, ou
consciência do Eu constitui o núcleo fenotípico
de vulnerabilidade para os transtornos do
espectro esquizofrênico.
43Modelo fenomenologico das manifestações primárias
do espectrum esquizofrênico
PERPLEXIDADE
Perda do significado Perda do senso
comum Confusão e perplexidade
1ª Pessoa instavel Perturbação do Senso de
identidade
Arco Intentional
Passivo, nível pré-linguistico da experiência
(sínteses passiva) Nível disposicional e
operativo da intencionalidade
OBJETO
SUJEITO
EASE workshop. 2006. J. Parnas.
44- A abordagem empática revela profundas alterações,
vividas de modo subjetivo, presentes anos antes
do primeiro contato com serviços psiquiátricos.
Estas alterações, embora marcantes, não são
citadas pela grande maioria dos instrumentos
psiquiátricos contemporâneos.
45- Ao contrário do que se possa pensar sobre o
chamado embotamento afetivo dos
esquizofrênicos, 74 dos casos admitidos para
internação com o diagnóstico de esquizofrenia, e
61 no período de alta hospitalar apresentam
prevalência de sintomas depressivos moderados a
severos. -
MÖLLER et. COL APUD HÄFNER, 1999
46- 2/3 dos casos apresentam depressão antes e depois
de um episódio psicótico. - 65 cometem tentativas de suicídio e/ ou auto
agressão nestes períodos. - 10 alcançam êxito letal, em geral, de forma
bizarra.
47- O esforço em recuperar uma subjetiva vivência de
senso comum, assustadoramente perdida desde os
períodos que antecedem a eclosão das
manifestações psicóticas, destaca a importância
de certas experiências prévias de vulnerabilidade
psíquica para a eclosão psicótica.
48Alterações em várias dimensões da subjetividade
- (1) perda do senso compartilhado.
- (2) perplexidade em relação ao mundo e a si
mesmo. - (3) alteração na essência do Eu, através de
profundas vivências de transformação. - Eu, nós, e o mundo.
49- A qualidade da consciência de si e do mundo se
modifica de uma maneira inexplicável para o
paciente. Dificilmente são capazes de relatar
espontaneamente. - Esta transformação subjetiva e não verbalizada
parece ser responsável por afastamento social,
vergonha, e comportamentos auto e hetero
agressivos.
50- Por outro lado, faz com que estes pacientes se
tornem pensadores, voltados para
questionamentos de aspectos da vida que
normalmente não nos detemos para refletir porque
são automáticos. - P. ex, John Nash, preocupado em encontrar o
algoritmo da relação entre as coisas.
51- É notório que com os meus problemas pessoais, eu
tenha perdido a vaidade. O mais importante é que
eu me sinto como se estivesse me subjetivando
(não sei se é a palavra correta) a perda do meu
centro, do meu eu. E a partir disso, levanto o
juízo a respeito de coisas exteriores a mim. É um
inferno, mas quero sair dele. É engraçado, que
quanto mais eu perco o meu eu, mais levanto
juízos sobre coisas externas ao sujeito. Quando
eu era normal, o Eu não questionava as coisas
externas ao sujeito, ou seja, apenas as
afirmava. (RS).
52- Sinto uma estranha porosidade entre eu e o
mundo, que me faz sentir contaminado com toda
sorte de maldições e tragédias da humanidade. Por
isso resolvi me afastar de tudo e todos. Foi a
maneira que encontrei para me proteger de ser
definitivamente esmagado e desintegrado.
53- Há tempos foi sustentada a opinião de que a
consciência é a última fortaleza do homem. Quer
dizer que de lá você pode atirar com seus canhões
para os objetos externos à fortaleza. Ou ela pode
ser implodida pelo lado de dentro, pelo mau uso
da pólvora. Acho que estou nesta situação.... .
Eu quero voltar a ser uma fortaleza com seus
canhões disparados para fora. O homem não sabe o
poder que tem nas mãos, que é a razão, a
consciência, a alma. (RS).
54- Este tipo de abordagem permite revelar como
esquizofrênicos convivem consigo mesmos, e como
reconhecem suas próprias dificuldades.
55- Esse tipo de análise parece útil inclusive no
estudo de longo prazo, revelando como fases de
estabilização podem ser o resultado de esforços
individuais em encontrar um senso pessoal,
comprometido no processo de desintegração
esquizofrênico.
56- Baixa incidência e alta prevalência.
- Prevalência 1.
- Distribuição igual entre homens e mulheres.
- Raramente se inicia antes da puberdade e depois
dos cinquenta anos.
57- Quadro clínico
-
- A) Frequentemente, personalidade pré-mórbida
esquizoide. - B) Em geral, período prodrômico de alguns anos.
- C) Quadro clínico específico de cada subtipo.
58Manifestações clínicas
- I) Alterações do pensamento
- afrouxamento dos enlaces associativos
- bloqueios e descarrilamentos
- desagregação do pensamento.
-
- II) Alterações da afetividade
- dissociação ideo-afetiva
- esmaecimento dos nexos afetivos
59- III) Alterações da vontade e da psicomotricidade
- - hipobulia e hipopragmatismo.
- - sintomas catatônicos.
- IV) Alterações da consciência do Eu
- - inserção de pensamentos.
- - difusão do pensamento.
- - roubo do pensamento.
- - vivências de influência.
- V) Delírios
- - Delirios primários (percepção delirante).
- - idéias delirantes secundárias.
- VI) Alucinações
- - auditivas verbais na terceira pessoa.
60SUBTIPOS
- Forma Paranoide.
- Forma Hebefrênica.
- Forma Catatônica.
61- Esquizofrenia paranóide
-
- - Delírios mais sistematizados.
- - Alucinações auditivas mais frequentes, embora
possam ocorrer alucinações de outras esferas
sensoriais. - - Menor comprometimento da forma do pensamento,
da afetividade e da vontade. - - Início tende a ser mais tardio.
62- Esquizofrenia hebefrênica (desorganizada)
-
- - Delírios pouco sistematizados.
- - Alucinações pouco proeminentes.
- - Comportamento desorganizado e inadequado.
- - Nexos afetivos superficiais e inadequados.
- - Maior comprometimento da vontade.
- - O início tende a ser mais precoce.
63- Esquizofrenia catatônica
-
- - rigidez muscular ceracea.
- - negativismo.
- - fenômenos em eco (ecolalia, ecopraxia)
64- Variáveis estatisticamente associadas a
prognóstico favorável - - início tardio e agudo.
- - sintomas psicóticos floridos.
- - sintomas depressivos proeminentes.
- - história familiar de distúrbio do humor.
- - boa história social, sexual e profissional
pré-mórbida. - - fatores desencadeantes óbvios.
- - estado civil casado.
- - bom ambiente familiar.
- - boa inserção social.
- - tratamento precoce.
65- Variáveis estatisticamente associadas prognóstico
desfavorável - - início precoce e insidioso.
- - sintomas de empobrecimento efetivo/volitivo.
- - comportamento retraído e autista.
- - história familiar de esquizofrenia.
- - história de trauma peri-natal.
- - história social, sexual e profissional
pré-mórbida pobre. - - estado civil solteiro, divorciado ou viúvo.
- - ambiente familiar desfavorável.
- - fraca rede de de apoio.
- - inserção social ruim.
- - demora para o início do tratamento.
66Sintomas Positivos
- Desorganização do pensamento (dissociação,
desagregação, e cisão). - Perplexidade.
- Alucinações auditivas.
- Alterações da consciência do Eu.
- Ideação delirante.
67Sintomas Negativos
- Aparente pobreza ideativa.
- Dificuldades de cognição social.
- Diminuição do desempenho social.
- Apatia, abulia.
- Retração afetiva, ou incongruência de respostas
emocionais.
68Padrões de curso evolutivo (CID X)
- Contínuo.
- Episódico com déficit progressivo.
- Episódico com déficit estável.
- Episódico remitente.
- Remissão incompleta.
- Remissão completa.
- Outros.
69(No Transcript)
70(No Transcript)
71Transtorno esquizotípico
- Comportamento excêntrico que se assemelha ao da
esquizofrenia, A categoria diagnóstica pode
comportar afeto frio ou inapropriado, anedonia,
comportamento estranho ou excêntrico, tendência
ao retraimento social, idéias paranóides ou
bizarras sem que se apresentem idéias delirantes
autênticas, ruminações obsessivas, transtornos do
curso do pensamento e perturbações das
percepções. Períodos transitórios ocasionais
quase psicóticos com ilusões intensas,
alucinações auditivas ou outras e idéias
pseudodelirantes, ocorrendo em geral sem fator
desencadeante exterior. O início do transtorno é
difícil de determinar, e sua evolução corresponde
em geral àquela de um transtorno da
personalidade. Como foi dito, trata-se de uma
convenção, mais uma categoria sem fronteira
definida.
72Transtorno esquizotípico
- Esta categoria inclui as seguintes
- borderline
- latente
- pré-psicótica
- prodrômica
- pseudoneurótica
- pseudopsicopática
- Reação esquizofrênica latente
- Transtorno esquizotípico da personalidade
73- Sem fronteiras claras, esta categoria diagnóstica
se firmou após estudos prospectivos de filhos de
pais esquizofrênicos. Estes estudos sugeriram a
existência de um núcleo fenotípico de
vulnerabilidade q, dependendo das condições de
vida, evolui para um transtorno esquizofrênico,
ou não.
74Transtornos delirantes persistentes
- Como as demais categorias diagnósticas, não tem
fronteira definida. Reúne transtornos diversos,
caracterizados essencialmente pela presença de
idéias delirantes persistentes e que não podem
ser classificados entre os transtornos orgânicos,
esquizofrênicos ou afetivos.
75Transtorno delirante persistente
- Caracterizado pela ocorrência de idéia delirante
única ou de um conjunto de idéias delirantes
aparentadas, em geral persistentes e que por
vezes permanecem durante o resto da vida. O
conteúdo da idéia ou das idéias delirantes é
muito variável. A presença de alucinações
auditivas persistentes, de sintomas
esquizofrênicos como idéias delirantes de
influência e embotamento nítido dos afetos, e
evidência clara de uma afecção cerebral, são
incompatíveis com o diagnóstico. Entretanto, a
presença de alucinações auditivas irregulares ou
transitórias, particularmente em idade avançada,
não elimina o diagnóstico, desde que não sejam
alucinações tipicamente esquizofrênicas e de que
não dominem o quadro.
76- Nestes casos, falta a sensação de não
pertencimento, de perda do senso compartilhado de
existência no mundo. Da mesma forma, não há a
sensação de transformação de si e do mundo, como
nos transtornos esquizofrênicos.
77Transtorno delirante persistente
- Inclui as seguintes categorias
- Delírio sensitivo de auto-referência.
- Estado paranóico.
- Parafrenia (tardia).
- Paranóia.
- Psicose paranóica.