Title: Equil
1Equilíbrio, Arbitragem e Mercados Completos
- Caio Almeida
- calmeida_at_fgv.br
2Conteúdo da Aula
- Equilíbrio.
- Estrutura dos mercados - Mercados completos.
- Arbitragem.
- Probabilidades neutras ao risco.
- Teorema fundamental de finanças.
3Equilíbrio
- Considere uma economia de dois períodos. Suponha
que existam N ativos negociados hoje e que
vencem amanhã. Seja X (X1, ..., XN) o vetor
aleatório que representa o payoff desses N
ativos. Cada componente de X é uma v.a. cujo
valor depende de que estado da natureza ocorrerá
amanhã. Seja q o vetor preço desses ativos. - Um agente da economia possui renda inicial W0 e
uma renda contingente amanhã W (que também é
uma v.a.). - Seja z (z1, ..., zN) o portfolio de ativos
desse agente, onde zn representa o número de
unidades do ativo n negociadas por esse agente.
4Equilíbrio
- Suponha que a renda inicial W0 de um investidor i
é oriunda de uma dotação inicial de ativos z0??N.
Isto é, W0 q z0. - Considere que na nossa economia existem I
agentes. Logo o problema do investidor i pode ser
escrito como - Até agora estávamos supondo que o vetor de preços
de ativos era dado e igual a q. Na realidade, os
preços são determinados pelas forças de mercado.
Isso nos leva ao conceito de equilíbrio
5Equilíbrio
- Um equilíbrio é um vetor de preços dos ativos q e
um conjunto de portfolios z1, ..., zI tais que - zi é solução do problema do investidor i 1,
..., I. - (market clearing).
- A definição acima captura a essência das forças
de mercado (oferta e demanda) na formação dos
preços dos ativos. - Um campo muito vasto da teoria econômica consiste
em determinar quais são as condições que garantem
a existência de equilíbrio em um certo modelo.
6Equilíbrio
- Se um modelo não pode garantir a existência de
equilíbrio então ele é inconsistente em certo
sentido. - No nosso caso, se as funções de utilidades de
todos os agentes forem côncavas e crescentes
então existe equilíbrio (Não vamos demonstrar
isso! Requer o uso do Teorema de Ponto Fixo de
Kakutani!). Daqui em diante vamos supor que o
equilíbrio exista. - Observe que achar os preços de equilíbrio e os
portfolios dos agentes consiste em resolver um
sistema. Como sabemos, um sistema pode ter
solução única, não ter solução, ou ter infinitas
soluções.
7Equilíbrio
- Exemplo Considere uma economia de dois períodos
e com dois estados igualmente prováveis em t 1.
Existem dois agentes (A e B) ambos com utilidades
u(x) ln(x). O agente A tem fator de desconto ß
1/2 e o agente B tem ß 1/3. As dotações de
renda desses agentes são Para A (19/8, 1, 3) e
para B (21/8, 5, 3). Existem dois ativos
negociados em t 0. O ativo 1 é um ativo sem
risco (payoff unitário em qualquer estado da
natureza). O ativo 2 paga uma unidade no estado 1
e nada no estado 2. Ache os preços de equilíbrio.
8Equilíbrio
- Embora as condições de equilíbrio representem a
solução teórica mais completa para apreçar
ativos, na forma apresentada elas podem ser pouco
útil. - Como visto no exemplo anterior, o cálculo dos
preços de equilíbrio é muito laborioso mesmo em
uma economia bem simples. - O nosso objetivo, a partir de agora, é estudar
modos alternativos de se obter os preços dos
ativos. - Para isso é necessário estudar a estrutura dos
mercados em mais detalhes.
9Estrutura dos Mercados
- Vamos supor que a incerteza na economia é
descrita por S estados da natureza em t 1.
Portanto o payoff do ativo n caso ocorra o estado
s é Xn(s). - Logo o payoff de todos os ativos pode ser
representado por uma matriz V de dimensão S ? N. - A linha s dessa matriz representa o payoff de
todos os ativos caso ocorra o estado s da
natureza, já a coluna n representa o payoff do
ativo n em todos os estados da natureza. - Exemplo Ativo livre de risco. Nesse caso, a
coluna correspondente a esse ativo é toda formada
por 1s.
10Estrutura dos Mercados
- O retorno do ativo n é uma variável aleatória
definida pelo quociente entre a coluna n de V e o
preço desse ativo. - Exemplo Considere 3 estados da natureza e 2
ativos. O ativo 1 é livre de risco e o ativo 2
tem payoff (1, 2, 2). Quem é V? Se q1 0,8 e q2
1,25, qual é o retorno dos ativos? - Se z é um portfolio então o custo de z é qz e o
seu payoff é Vz. - Exemplo Seja V uma matriz 2 ? 2 formada por
ativos de Arrow-Debreu. Considere o portfolio z
(2, 3). Qual seu custo e seu payoff? Suponha q1
0,8 e q2 0,6. - Função básica do mercado financeiro transferir
renda entre os estados da natureza. Os
instrumentos para isso são os ativos.
11Estrutura dos Mercados
- Suponha que um investidor queira obter 4 unidades
em t 1 se ocorrer o estado 1 e uma se ocorrer o
estado 2. Qual portfolio ele deve comprar em t
0? - Exemplo V 1 01 11 1. Determine z para que o
payoff seja (1, 2, 3). - Se Y y1, ..., yk é um conjunto de vetores do
?M então o span de Y é o conjunto de todas as
combinações lineares dos vetores de Y, isto é,
12Mercados Completos
- Exemplo Sejam (1, 1, 0) e (0, 1, 0) dois vetores
do ?3. Determine o span desses vetores. Pergunta
(0, 0, 1) pertence a esse span? Qual a dimensão
desse conjunto? - O espaço coluna de uma matriz é o espaço gerado
pelas colunas dessa matriz, ou seja, é o conjunto
de todas as combinações lineares das suas
colunas, ou ainda o span das colunas da matriz. - Para a matriz V, o espaço coluna é o conjunto de
todos os vetores de ?S que podem ser escritos
como Vz, para algum z de ?N.
13Mercados Completos
- Exemplo Determine o espaço coluna das matrizes V
dos exemplos anteriores. - Repare que se a matriz V tem S linhas a dimensão
de seu espaço coluna será no máximo S. - Um mercado é dito completo se span (colunas de V)
?S. Ou seja, existe sempre um portfolio que
permite aos agentes fazer qualquer transferência
de renda entre os estados da natureza. Você pode
fazer o hedge que você quiser!
14Mercados Completos
- Observe que se o mercado é completo então N ? S.
- Exemplo Suponha uma economia constituída por 3
ativos de Arrow-Debreu. Considere um agente com a
seguinte renda no segundo período (3, 3, 0).
Determine que portfolio ele deve comprar para
homogeneizar perfeitamente a renda em t 1. - Um ativo é dito redundante se seu payoff pode ser
obtido como combinação linear dos payoffs de
outros ativos. - Exemplo Suponha V -1 1 12 1 0. O ativo 3 é
redundante? - Se existem mais ativos do que estados da natureza
(N gt S) então certamente existem ativos
redundantes.
15Mercados Completos
- Portanto se não existem ativos redundantes e o
mercado é completo então a matriz de payoff V é
quadrada, isto é, N S. - Exemplo Verifique, para as matrizes V dos
exemplos anteriores, se existem ativos
redundantes.
16Arbitragem
- Máquina de fazer dinheiro.
- Definição Uma oportunidade de arbitragem é um
portfolio z tal que pelo menos uma das condições
seguintes é satisfeita - qz ? 0 e Vz gt 0 (todas as componentes 0 pelo
menos uma estritamente positiva) - qz lt 0 e Vz ? 0 (todas as componentes 0)
- Um par (q, V) é livre de arbitragem se não existe
oportunidade de arbitragem. Nesse caso o preço q
é dito livre de arbitragem. - Exemplo V 2 10 1 e q 1 1. Existe
oportunidade arbitragem? Se sim, monte uma. - Exemplo Faça o mesmo para V 1 00 1 e q
0,8 0,7.
17Arbitragem
- E se q 0,5 0,6 com V 1 00 1 ?
- Observe que os preços de equilíbrio são
necessariamente preços de não arbitragem. Isto é,
se q é um preço de equilíbrio então q é preço de
não arbitragem. Mas não vale a volta! - Teorema Suponha que exista equilíbrio. Se dois
ativos possuem o mesmo payoff em qualquer estado
da natureza em t 1, então eles devem possuir o
mesmo custo em t 0. - Exemplo (Apreçando uma call modelo binomial).
Economia com dois ativos e dois estados da
natureza. V 1 31 1 e q 0,5 1. Qual o
preço de uma call sobre o ativo 2 com strike
igual a 2?
18Arbitragem
- Exemplo No exemplo anterior o mercado é
completo, logo qualquer novo ativo pode ser
replicado. Usando esse fato, calcule o preço de
um ativo cujo payoff é c1 no estado 1 e c2 no
estado 2.
19Neutralidade ao risco
- Definição Um vetor preços de estado para
estrutura de mercado (q, V) é um vetor ? ? ?S com
todas as componentes estritamente positivas tal
que q V?. - Exemplo Considere os dados do exemplo da call.
Existe vetor preço de estados? Se sim, qual? - Exemplo Suponha V 4,5 60 1 e q 3 2.
Existe vetor preços de estado? - Portanto, não podemos sempre garantir a
existência de um vetor preços de estado. Observe,
no entanto, que existe algo de estranho com o
mercado do exemplo anterior... - O ativo 2 domina o ativo 1, mas tem preço menor!
Temos arbitragem nesse caso!
20Neutralidade ao risco
- Já já vamos provar que a condição necessária e
suficiente para que exista um vetor preços de
estado é que não exista arbitragem. - Antes disso, vamos supor que para o par (q, V)
exista um vetor preço de estado ? (?1 , ..., ?S
). Seja D ?1 ... ?S logo o vetor ? ? /D é
um vetor de probabilidades. Para qualquer ativo
temos - Para o ativo livre de risco Xrf (1, ... , 1).
Logo, D qrf.
21Neutralidade ao risco
- Logo D é o fator de desconto pela taxa de juros
livre de risco. - Isso mostra que, caso exista um vetor de preços
de estado, o preço de qualquer ativo é o valor
esperado descontado, como relação as
probabilidades artificialmente construídas (?1 ,
..., ?S), de seu payoff. - As probabilidades (?1 , ..., ?S) são chamadas de
probabilidades neutras ao risco. A existência
dessas probabilidades facilita bastante o
problema de apreçamento. - Porém, sob que condições elas existem?
22Neutralidade ao risco
- Como visto anteriormente, probabilidades neutras
ao risco estão intimamente relacionadas com vetor
preços de estado que por sua vez dependem da não
existência de arbitragem. Antes de formalizarmos
esse ponto, vejamos um exemplo. - Resolva o problema de apreçamento da call usando
neutralidade ao risco.
23Teorema Fundamental de Finanças
- Não existe arbitragem se, e somente se, existe
um vetor preço de estados (isto é, se existem
probabilidades neutras ao risco). - A demonstração da volta é trivial (existência
do vetor preços de estado implica não
arbitragem), mas a ida requer o uso do Teorema do
Hiperplano Separador! - Vejamos uma demonstração analítica em um caso
mais simples. Considere dois ativos e dois
estados da natureza. Um dos ativos é arriscado
com retorno (u, d) onde u gt d. O segundo é um
ativo sem risco com retorno (r, r), onde r gt 0. - Não existe arbitragem se u gt r gt d.
24Teorema Fundamental de Finanças
- Usando q V?. Temos
- Que são estritamente positivos se, e somente se,
u gt r gt d. - As probabilidades neutras ao risco são
25Teorema Fundamental de Finanças
- Vejamos uma demonstração geométrica do TFF.
- Seja z um portfolio. Considere o vetor do ?S1
cuja primeira componente é o negativo do custo de
z em t 0, isto é, -qz e as seguintes são os
payoff de z em cada um dos estados da natureza em
t 1. Isto é, - (-custo de z, payoff de z em s 1, ..., payoff
de z em s S). - Exemplo se V 1 00 1, q 1 1 e z 0 1
então o vetor acima é (-1, 0, 1). - Seja M o conjunto de todos os vetores acima (faça
z percorrer todos os portfolios). Esse conjunto é
chamado de espaço de transferência de renda.
26Teorema Fundamental de Finanças
- Observe que não existe arbitragem se, e somente,
o único elemento de M com todas as componentes
não negativas é o vetor nulo. - Por outro lado, da álgebra linear, sabemos que
dois vetores são ortogonais quando a soma dos
produtos de suas coordenadas é igual a zero. Isto
é, (x1, ..., xn) e (y1, ..., yn) são ortogonais
se x1y1 ... xnyn 0. - Exemplo (1,1) e (1,-1) são ortogonais. Também o
são (1,0) e (0,1). - Da álgebra linear também sabemos que no ?2 uma
reta passando pela origem é o conjunto de vetores
múltiplos de um certo vetor fixo.
27Teorema Fundamental de Finanças
- Já no ?3, um plano passando pela origem, é o
conjunto de vetores formado pela combinação
linear de dois vetores não colineares. - Considere, primeiramente, uma economia sem
incerteza (isto é, S 1) com apenas um ativo
(ativo sem risco) cujo preço é q. Logo M z(-
q, 1). Isto é, M é uma reta passando pela
origem. - Para que não exista arbitragem devemos ter q gt 0.
Portanto, existe uma semi-reta perpendicular a M
passando pela origem situada no primeiro
quadrante. Tomando o vetor dessa semi-reta com a
primeira componente igual 1, (1, q), temos o
vetor preço de estado, que no caso é q.
28Teorema Fundamental de Finanças
M
1
q
(1, Vetor preço de estados)
1
-q
29Teorema Fundamental de Finanças
- Considere agora o caso de dois ativos e dois
estados da natureza em t 1. Suponha também que
os ativos não são redundantes. Nesse caso, o
espaço de transferência de renda M é - (-q1z1 q2z2 , X1(1)z1 X2(1)z2, X1(2)z1
X2(2)z2) - z1(-q1, X1(1) , X1(2)) z2(-q2, X2(1) ,
X2(2)) plano formado pelos vetores (-q1, X1(1)
, X1(2)) e (-q2, X2(1) , X2(2)) . - Para que não haja arbitragem, esse plano não deve
interceptar o primeiro octante. Portanto, existe
um vetor (1, ?1, ?2) com as duas últimas
componentes estritamente positivas perpendicular
a esse plano. Logo (?1, ?2) é vetor preço de
estados. - Vejamos uma ilustração geométrica.
30Teorema Fundamental de Finanças
(-q1, X1(1) , X1(2))
(1,Vetor preço de estados)
(-q2, X2(1) , X2(2))
31Mercados completos e vetor preços de estado
- Observando a figura anterior, notamos que se os
vetores (-q1, X1(1) , X1(2)) e (-q2, X2(1) ,
X2(2)) forem paralelos então eles não determinam
um plano e sim uma reta. Logo existirá mais de um
vetor perpendicular ao espaço de transferência de
renda com todas as componentes positivas. Ou
seja, as probabilidades neutras ao risco podem
não ser únicas. - O problema surge pelo fato de que existem ativos
redundantes, implicando que os mercados não são
completos. - Exemplo Suponha V 1 2 1 0 1 1 e q 0,8
0,5. Logo qualquer vetor da forma (x, 0,3 x,
0,5 2x) com 0 lt x lt 0,25 é vetor preço de
estado.
32Mercados completos e vetor preços de estado
- Claramente, a não unicidade do vetor preços de
estado no exemplo anterior está relacionada a
incompletude do mercado. - Por outro lado, se os mercados são completos e
desprezando ativos redundantes temos que, se
existe vetor preços, então esse vetor é único,
uma vez que o sistema q V? tem uma só solução
dada por ? V-1q. - Podemos então enunciar o seguinte resultado
- Suponha que não existe arbitragem e os mercados
são completos. Logo existe um único vetor preços
de estado (e portanto, as probabilidades neutras
ao risco são únicas).
33Mercados completos e Pareto eficiência
- Uma alocação de portfolios entre os agentes da
economia é dita factível se a soma das dotações
de todos os agentes ativo a ativo é igual a
dotação inicial desses ativos na economia. - Uma alocação factível é dita Pareto eficiente se
não existe outra alocação factível que melhore ao
menos um agente sem prejudicar em nada os outros.
Em outras palavras, a alocação é Pareto eficiente
quando, para melhorar alguém temos que
necessariamente que piorar outrem. - Teorema Se os mercados são completos então a
alocação de equilíbrio é Pareto eficiente. - Ou seja, os mercados funcionam!
34Importância de mercados completos
- Em finanças
- Permite transferência de rendas entre quaisquer
estados da natureza. - A probabilidade neutra ao risco, quando existe, é
única. - Em economia
- A alocação de equilíbrio é Pareto eficiente.
35Um pequeno resumo
36O que acontece em economias mais gerais?
- Em economias mais gerais tais como modelos
multiperíodos e de tempo contínuo, os resultados
anteriores, sob certas condições técnicas,
permanecem verdadeiros. - Por exemplo, para que não arbitragem seja
equivalente a neutralidade ao risco em modelos de
tempo contínuo, temos que fazer algumas
hipóteses. - Para esse curso, e também na maioria dos
trabalhos de finanças empíricas, é admitido que
essas hipóteses técnicas são verdadeiras. - Vamos ver exemplos de apreçamento em situações
multiperíodos e de tempo contínuo.
37Modelo multiperíodo
- Nesse caso existem T 1 datas t 0, 1, ..., T.
Negociações ocorrem em cada t. - Definir equilíbrio nesse caso é um pouco mais
complicado. Porém a intuição é a mesma do caso
mais simples de dois períodos Dados os preços os
agentes escolhem suas carteiras de modo a
maximizar suas utilidades. As forças de mercado
atuam sobre os preços de modo a garantir que a
oferta de ativos seja igual a demanda. - Mais complicado do que definir equilíbrio é
calcular os preços de equilíbrio. No entanto,
muitas vezes podemos fazer uso das técnicas de
não arbitragem e neutralidade ao risco.
38Modelo multiperíodo
- Um modelo multiperíodo muito interessante em
termos práticos é a árvore binomial. Nesse caso,
a evolução da economia é tal que, em cada t dado,
só podem ocorrer dois estados da natureza em t
1. Ou seja, a árvore binomial é um seqüenciamento
de economias de dois períodos. - Exemplo Considere uma ação que não paga
dividendos com preço corrente igual a R 40,00.
Ao final de cada mês o seu retorno (preço
futuro/preço a vista) será de 1,25 ou 0,80 (preço
segue um movimento binomial geométrico). A taxa
de juros é de 6 a.a. Determine o preço de uma
opção de compra européia sobre essa ação com
strike igual a R 40,00 e prazo 3 meses.
39Modelo multiperíodo
Árvore da ação
40Modelo multiperíodo
Árvore da opção
41Modelo de tempo contínuo
- Neste caso podemos imaginar que o intervalo de
tempo para o qual ocorrem mudanças no preços dos
ativos tende a zero. Isto é, as negociações são
realizadas continuamente. - Mais uma vez a definição de equilíbrio e a
matemática tornam-se imensamente complicadas. No
entanto, podemos ainda, sob certas condições,
fazer uso da teoria anterior. - Um caso famoso de apreçamento em tempo contínuo é
o modelo de Black Scholes (BS). Esse modelo
serve para apreçamento de opções de compra
européia. - BS supõem que o preço do ativo objeto segue um
movimento browniano geométrico.
42Modelo de tempo contínuo
- Isso significa que o retorno do ativo obedece a
seguinte equação - Esta indica como o preço da ação evolui ao longo
do tempo ele depende de uma componente
determinística que gera um rendimento contínuo à
taxa ?, e mais um termo estocástico que depende
do movimento browniano (W), que devido à
volatilidade constante, apresenta distribuição
normal. - Usando estratégia de não arbitragem entre o ativo
sem risco (taxa de juros igual a r) e a ação, é
possível replicar o payoff da opção. O que
implica no seguinte preço para a opção
43Modelo de tempo contínuo
- Onde K é o strike da opção, ct é seu preço, T é
a data de vencimento e N representa a
distribuição normal padrão acumulada.
44Modelo de tempo contínuo
- Esse mesmo resultado pode ser obtido usando
probabilidades neutras ao risco. No mundo neutro
ao risco, o preço do ativo obedece a seguinte
equação - Portanto o preço da opção é
- Calculando esse valor esperado chegaremos na
fórmula de BS.
45Referências e leituras adicionais
- Leroy, S. e J. Werner, 2000, Principles of
Financial Economics, Caps. 1, 3 e 5. - Duffie, D., 2001, Dynamic Asset Pricing Theory,
3rd edition. Princeton University Press, Cap. 1,
2 e 5.