Title: AULA DE FARMACOLOGIA Farmacocin
1AULA DE FARMACOLOGIAFarmacocinética
Universidade Federal de Goiás
UFG
Prof. MS. Farm. Hugo Campos Oliveira Santos
Goiânia, Fevereiro de 2013.
2 FARMACOLOGIA Conceito
Definição
Pharmakon
Logos
É o estudo das substâncias
que interagem com sistemas vivos por meio de
processos Químicos.
Fonte www.istockphoto.com
Farmacologia engloba o conhecimento da história,
origem, propriedades físico-químicas,
associações, efeitos bioquímicos e fisiológicos
relacionado aos medicamentos.
Fonte Katzung, 2003.
3FARMACOLOGIA DEFINIÇÕES
Droga substância química capaz de modificar a
função dos organismos vivos, com finalidades
medicamentosa ou sanitária.
Fármaco designa uma substância química conhecida
e de estrutura química definida dotada de
propriedade farmacológica.
Medicamento produto farmacêutico, tecnicamente
obtido ou elaborado, com finalidade profilática,
curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico.
Fonte Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973.
Fonte http//www.betadaily.com
4FARMACOLOGIA FASES FARMACOLÓGICAS (RESUMO)
Fase Farmacêutica
Fonte http//www.fotosearch.com/u13272187
DROGA
ORGANISMO
Fase Farmacocinética
Fase Farmacodinâmica
Vias de Administração Absorção Distribuição Biotra
nsformação Eliminação
Efeitos Fisiológicos Efeitos Bioquímicos
Mecanismo de Ação
Concentração no local do receptor
5 FASE FARMACÊUTICA Investigação Farmacológica
Fase pré-clínica
Estudos em animais
Fase clínica
Voluntários sadios (Humanos) (Dose, Avaliação,
Efeitos Adversos)
Fase I
Fase II
Dosagem mais segura e eficaz
Fase III
Triagem clínica
Eficácia terapêutica e segurança Indicação
Clínica / Regulamentação
Fonte WWW.GOOGLE.COM
Vigilância Pós-comercialização
6CONCEITOS BÁSICOS Biodisponibilidade
Corresponde à fração do fármaco administrada que
alcança a circulação sistêmica, incluindo a sua
curva de concentração e tempo na circulação
sistêmica.
Medicamento similar aquele que contém os
mesmos princípios ativos, apresenta a mesma
concentração, forma farmacêutica, via de
administração, posologia e indicação.
Identificado nome comercial ou marca.
Medicamento inovador medicamento apresentando
em sua composição ao menos um fármaco ativo que
tenha sido objeto de patente. Medicamento de
referência medicamento inovador registrado
(ANVISA) cuja eficácia, segurança e qualidade
foram comprovados cientificamente. Medicamento
genérico (intercambiável) geralmente produzido
após a expiração ou renuncia da proteção
patentária ou de outros direitos de
exclusividade, comprovada a sua eficácia,
segurança e qualidade. Designado pela (DCB) ou,
na sua ausência, pela (DCI).
Resolução n0 391 de 09/08/99
7FASE FARMACOCINÉTICA Definição
Área da Farmacologia que estuda os processos de
absorção, distribuição, biotransformação e
excreção dos fármacos, ou seja, o que o organismo
faz sobre o fármaco.
Considera o caminho que o medicamento faz no
organismo
Movimento do fármaco in vivo
Fonte http//images.veer.com
8FARMACOCINÉTICA CLÍNICA
Ajuste da terapêutica em diferentes pacientes,
tanto da resposta desejada quanto da toxicidade
em função da concentração do fármaco em seu sítio
de ação.
Forma farmacêutica
Produto Farmacêutico
Industria Farmacêutica
Liberação (Desintegração)
Dissolução (Dispersão Molecular)
Lei n0 9787/99
Biodisponibilidade Interação Fármaco / Organismo
ANVISA
Genéricos
Concentração Plasmática
Fonte http//www.fotosearch.com
9Fonte http//2.bp.blogspot.com/_rT2zKLK32oU/TBVwg
vMga6I/AAAAAAAAAWI/NwmF3We-gM0/s1600/medicamento.j
pg
CONCENTRAÇÃO TERAPÊUTICA
Concentrações de efeito mínimo eficaz (limite
mínimo) e efeito tóxico (concentração máxima
tolerada, limite máximo).
Janela Terapêutica"
IT Índice Terapêutico
Faixa de Concentração Eficácia/Toxicidade
INSUFICIENTE
Descartado erroneamente
ADEQUADO
Sítio de Ação - Receptores Dose Intervalo de
Administração
Efeito Desejável terapêutica
I.T.
EXCESSO
Toxicidade
Amitriptilina Faixa Estreita (I.T.lt 5)
10FARMACOCINÉTICA VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
VIA ORAL
Vantagem Seguro/Econômico
Desvantagem Patologias do sistema digestivo, pH
gástrico e presença de alimentos/absorção
Fonte http//www.ff.up.pt/toxicologia/monografias
11OUTRAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
Sublingual Absorção através de pequenos vasos
sangüíneos. Exemplo Nitroglicerina (Angina)
Retal Uso em quadros de vômitos, tratamento
local ou inconscientes. Evita 1ª Passagem
(Fígado) Fármacos (Veia Cava Inferior) Supositóri
os absorção irregular e irritação local.
IV Intravenosa não pode ser hemolítica,
cáustica, não coagular as albuminas, não
produzir embolia ou trombose, não conter
pirogênio. Aplicação Deve ser administrada
lentamente e com monitorização constante
IM - Intramuscular
Tópica (mucosa, pele e olho)
Intratecal
Absorção Pulmonar
Intra-arterial
Intraperitoneal
12VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Concentração - Pico
13PROCESSOS FARMACOCINÉTICOS (Resumo)
14ABSORÇÃO
Passagem da droga do seu local de aplicação até a
corrente sangüínea.
Fonte http//www.fotosearch.com/u13132187
Via de Administração, características
fisiopatológicas, idade, sexo, peso corporal e
raça do paciente.
Fatores Envolvidos da Absorção
Ligados aos Medicamentos
Ligados ao Organismo
15 Membranas Celulares (Revisão)
Dupla camada (lipídeos) com cadeias de
hidrocarboneto orientadas para dentro,
(característica hidrofóbica). As proteínas
exercem função de receptores que proporcionam
vias de sinalização elétricas ou químicas e alvos
seletivos para a ação de fármacos.
16Mecanismos de transporte através de membranas
- Transporte passivo
- Transporte ativo
- Transporte facilitado
- Pinocitose (líquidos)
- Fagocitose (sólidos)
17Transporte através de Membranas (Fármacos)
18Utilizadas por Moléculas Não-Polares Ex
Anestésicos, tranquilizantes, Antibióticos,
hormônios e sedativos.
DIFUSÃO
Difusão Simples
Difusão Facilitada Participação de molécula
transportadora (permeases), não há consumo de
energia , substância move-se de acordo com o
gradiente de concentração
Transporte Passivo/filtração (Lipossolubilidade)
Difusão Facilitada
Fonte http//farm3.static.flickr.com
19Transporte ativo células do túbulo renal, trato
biliar, barreira hematoencefálica e TGI.
Transporte Ativo
Fonte http//djalmasantos.files.wordpress.com/201
0/09/ativo.jpg
Há gasto de ATP (adenosina trifosfato) perdendo
um fosfato e virando ADP (adenosina difosfato)
Contra o Gradiente de Concentração (Bomba Na/K)
20pH dos compartimentos biológicos
Mucosa gástrica pH 1 (aproximadamente)
Mucosa intestinal pH 5
Plasma pH 7,4
A equação de Henderson-Hasselbach pode ser
empregada na previsão do comportamento
farmacocinético de fármacos
HA
H3O A-
Meio extracelular
Meio intracelular
21Constante
EQUAÇÃO DE HENDERSON-HASSELBALCH
pka
grau de dissociação (ionização)
ácido
base
mais ionizados, excreção fácil
pouco ionizada
Fármacos com caráter ácido se acumulam no
compartimento com pH mais básico e fármacos com
caráter básico se acumulam no compartimento com
pH mais ácido.
Ácido fraco, terá boa absorção num meio ácido (pH
ácido), pois, há uma ionização menor, AAS.
22Relação pH e pka
Polaridade Molecular, ionização e ph do meio ph
gt pka Ácido Forma ionizada Base Forma não-
ionizada (B) ph lt pka Ácido não ionizado
(HA) Base ionizado
23Pka Bases e Ácidos
Fontehttp//www.sistemanervoso.com/images/farma/f
ac_06.gif
24Ácido Acetil Salicílico - AAS
Ácido orgânico fraco, pKa 3,7
HASac H2O ASac- H3O
- Rapidamente absorvido no estômago.
- Eliminado na forma de saliciliato.
- Alcalinização da urina aumenta a eliminação de
salicilato.
Inibe a biossíntese das prostaglandinas !
25Anestésicos Locais
Base Fraca - pKa em torno de 8 a 9
Bloqueiam de modo reversível a condução de
impulsos ao longo dos axônios dos nervos e outras
membranas excitáveis que utilizam canais de sódio
com principal meio de geração de potenciais de
ação.
Xilocaína
26 LIPOFILIA E LATÊNCIA
Coeficiente de partição Coloca-se o fármaco num
meio com 2 fases aquosa e lipofílica agita-se e
mede-se a quantidade dissolvida.
gt Lipofilia
lt latência
Potência Capacidade da molécula interferir na
estrutura e de inibir o funcionamento dos canais
iônicos. Relacionada com a ligação (proteínas e
lipofilia) de um determinado composto.
Quanto maior for a ligação das proteínas
plasmáticas menor será a potência e menor a sua
toxicidade
Quanto maior a fração não ionizada, maior é a
facilidade de penetração gt maior potência (menor
latência).
Quanto maior for a lipofilia (coeficiente de
partição), maior será a potência (melhor
penetração).
Latência (tempo decorrido entre administração e
efeito).
27PRÓ-FÁRMACO
Introdução de novos fármacos na terapêutica
através dos processos de modificação molecular.
Latenciação transformação do fármaco em forma de
transporte inativo que, in vivo, mediante
reação química ou enzimática, libera a porção
ativa no local de ação.
Uso quimioterápicos específicos contra os
maiores desafios da Ciência na atualidade AIDS e
câncer
Fonte CHIN FERREIRA. 1999.
28INFLUÊNCIA DO PH NA ABSORÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE
DROGAS pka pH
- drogas ácidas ionizam-se pouco no estômago,
portanto são bem absorvidas. Ionizam-se quase
completamente no intestino ou no sangue,
permanecendo nesses compartimentos. - drogas básicas ionizam-se quase completamente no
estômago, não sendo bem absorvidas pela mucosa
estomacal. Ionizam-se muito pouco no intestino ou
no sangue, sendo absorvidos pela mucosa
intestinal.
29DISTRIBUIÇÃO
- Do compartimento intravascular (plasmático) para
o extravascular (intersticial). - Do plasmático para o cefalorraquidiano.
- Do plasmático para o extravascular e intracelular
cerebrais. - Do plasmático para o placentário.
- Do plasmático para o tubular renal.
- Do plasmático para o intracelular.
30Distribuição Pediátrica
- Composição Corporal
- ? água total fluido extracellular
- ? tecido adiposo músculo esquelético
- Ligação às Proteínas
- albumina, bilirrubina, ?1-ácido glicoproteína
- Ligação aos Tecidos
- Variações da composição
31DISTRIBUIÇÃO
- a droga que atinge a corrente sanguínea será
distribuída a diferentes partes do organismo, em
uma taxa que depende de vários fatores.
32VELOCIDADE DE FLUXO SANGUÍNEO
- Determina a quantidade máxima de droga que pode
ser distribuída por minuto para órgãos e tecidos
específicos, para uma dada concentração
plasmática. - Tecidos mais ou menos irrigados receberão
diferentes quantidades da droga também o tempo
de permanência das drogas nos tecidos irá variar.
33FATORES ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS
- Inicialmente, fígado, rins, cérebro e outros
órgãos com boa perfusão recebem a maior parte do
fármaco. - A liberação para músculos, a maior parte das
vísceras, pele e gordura a liberação é mais
lenta. - Essa 2ª fase de distribuição pode levar minutos
ou várias horas antes que a concentração do
fármaco nos tecido esteja em equilíbrio com o
sangue.
34FATORES ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS
- A segunda fase também envolve uma parte maior de
massa corporal que a inicial e geralmente
responde pela maior parte do fármaco distribuído. - A lipossosubilidade é um importante fator para a
difusão do fármaco. - O pH gradiente de pH entre líquido intra e
extracelular (7,0 versus 7,4). - O principal fator é a ligação do fármaco com
proteínas plasmáticas.
35FATORES ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS
- Barreira hematoencefálica ? ausência de
fenestrações e presença de tight junctions nos
capilares cerebrais. Dificulta a passagem
principalmente de substâncias hidrossolúveis,
ionizadas ou polares. Glicose, aminoácidos,
aminas, purinas e ácidos orgânicos ? transporte
ativo. - A menos que contrariamente comprovado, deve-se
pressupor que todas as drogas atravessam a
placenta e também penetram nas glândulas
mamárias.
36LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
- As principais proteínas são Albumina (ácidos) e
a1- glicoproteína ácida (bases). Fenilbutazona se
liga 95. - O grau de ligação proteica das drogas depende de
afinidade entre droga e proteínas concentração
sanguínea da droga concentração sanguínea das
proteínas.
37LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
- Contribui para as diferenças nas concentrações
das drogas em diferentes compartimentos
corporais. - A ligação à proteínas impede a ação do fármaco e
geralmente limita o transporte e o metabolismo do
mesmo. No entanto, a ligação plasmática
geralmente não limita a secreção tubular renal e
a biotransformação.
38LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
- Em baixas concentrações de fármaco, a parte
ligada é proporcional à concentração nos locais
de ligação e à constante de dissociação. - Em altas concentrações de fármaco, a parte ligada
é proporcional ao número de locais de ligação e à
concentração do fármaco.
39LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
- Portanto, a ligação plasmática é um processo
saturável e não-linear. - No entanto, para a maioria dos fármacos, a faixa
terapêutica de concentração plasmática é
limitada, de modo que a extensão das partes
ligadas e livres é relativamente constante.
40LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
- A extensão da ligação plasmática (proteínas)
também podem ser alterada por fatores
relacionados com a doença. Por exemplo a
hipoalbuminemia secundária a doença hepática
grave ou a síndrome nefrótica levam à diminuição
da ligação e o aumento da fração livre.
41LIGAÇÃO DAS DROGAS A PROTEÍNAS PLASMÁTICAS
- Do mesmo modo, as afecções que levam a uma
resposta de reação de fase aguda (câncer,
artrite, infarto do miocárdio) levam a altos
níveis de a1- glicoproteína ácida e aumento da
ligação de fármacos básicos.
42LIGAÇÃO TECIDUAL
- Muitos fármacos se acumulam nos tecidos em
contrações maiores que aquelas dos líquidos
extracelulares e do sangue. - Uma grande fração do fármaco pode estar ligado
desse modo e servir de reservatório que prolonga
a ação do fármaco. - Tecido adiposo (70 do barbitúrico tiopental 3
hs após a administração) - Ossos (tetraciclinas, substâncias tóxicas como
chumbo, rádio)
43REDISTRIBUIÇÃO
- O fármaco se redistribui para outro tecido, sendo
um fator de término da ação do mesmo. - Um bom exemplo disso é o uso intravenoso do
fármaco tiopental que alcança sua contração
máxima no cérebro em 1 minuto após sua injeção. - Redistribuição em cadáveres.
44PERMEABILIDADE CAPILAR
- As drogas atravessam as paredes capilares por
duas vias - Via Transcelular, droga atravessa a célula
endotelial por pinocitose, por difusão simples ou
transporte ativo. - Via intercelular, a travessia é feita por poros
ou canais existentes no endotélio e entre
células.
45VOLUMES REAL E APARENTE DE DISTRIBUIÇÃO
- VOLUME REAL
- Se a droga tiver capacidade de atravessar as
membranas celulares o volume real para uma pessoa
de 70Kg é de aproximadamente 43 Litros. - Plasma 3 L
- Líquido intersticial extravascular 12 L
- Líquido intracelular 28 L
46- VOLUME APARENTE DE DISTRIBUIÇÃO (Vd)
- É o volume no qual a droga teria que se
dissolver, a fim de atingir a mesma concentração
que ela se encontra no plasma. Nessa definição, a
concentração plasmática da droga é aquela
observada após a absorção e distribuição e antes
da eliminação.
47- Exemplos
- Antidepressivos Tricíclicos Vd 20 L/Kg
- Varfarina Vd 0,1 L/Kg
- Vd elevados indicam que as drogas possuem grandes
concentrações teciduais.
48- Fórmula
- Vd quantidade de fármaco no corpo
- C (concentração do fármaco)
- Exemplo
- 500µg de digoxina
- pessoa de 70Kg
- Cocntração plasmática de 0,75 ng/ml
- Vd 500 Vd 667 litros
- 0,75
49VOLUMES REAL E APARENTE DE DISTRIBUIÇÃO
- Esses volumes podem variar de indivíduo para
indivíduo de acordo com muitos fatores - Dependentes da droga
- - lipossolubilidade
- - polaridade, ionização
- - grau de ligação com proteínas plasmáticas ou
com proteínas teciduais
50VOLUMES REAL E APARENTE DE DISTRIBUIÇÃO
- Dependentes do paciente
- - idade
- - peso e tamanho corporal
- - hemodinâmica
- - concentração das proteínas plasmáticas
- - estados patológicos
- - genética
51CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DAS DROGAS
- A constância da concentração plasmática máxima
média é contingencial e reflete um estado estável
de equilíbrio dinâmico entre a dose da droga que
é administrada e a taxa da droga que é
distribuída e eliminada.
52CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DAS DROGAS
- Tendo-se conhecimento da concentração plasmática
indicada pela terapêutica, o ajuste posológico é
estabelecido de dois modos - 1- Com uma dose inicial, de ataque, seguida por
uma dose de manutenção. - 2- Com uma série de doses seguidas até que, após
quatro a seis meias-vidas da droga, se atinja a
concentração sanguínea máxima constante média da
droga em questão.
53VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DAS DROGAS
- As variações individuais são originadas nas
biotransformações, na absorção, na distribuição,
na excreção, na distribuição, na excreção, na
biodisponibilidade, na patologia renal, hapática,
tireoidiana, na cardíaca e na interação com
outras drogas.
54IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DA VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO
PLASMÁTICA DAS DROGAS
- A farmacocinética atual já dispõe de experiências
para resolver problemas dos seguintes tipos em
que a concentração plasmática da droga desempenha
papel essencial - a. determinação da posologia adequada de drogas
que possuem meia-vida curta, como a procainamida
e alprenolol (t½ 2 a 3 horas).
55IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DA VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO
PLASMÁTICA DAS DROGAS
- b. ajuste posológico de drogas cujas meias-vidas,
como a digoxina (t½ 30 a 40 horas) e a
gentamicina (t½ 2 a 3 horas), são prolongadas
pela insuficiência renal. - c. uso de dose de ataque , como se faz, por
exemplo, com a digoxina quando há necessidade de
efeito rápido, encurtando-se o tempo necessário
para alcançar a concentração plasmática constante
média nesse caso, é necessário conhecer o volume
aparente de distribuição da droga.
56IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DA VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO
PLASMÁTICA DAS DROGAS
- d. possibilidade de prever a concentração
plasmática máxima constante média após doses
repetidas. - e. a não-obediência,por parte do paciente, ao
esquema poslógico. - f. biodisponibilidade da droga.
- g. ajuste posológico de drogas usadas
profilaticamente. - h. ajuste posológico em pacientes cuja resposta
não é compatível com o quadro clínico nem com a
dose administrada.
57EQUAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA DAS DROGAS
- Css F . Dose
- Vd . Kel . T
- Css concentração plasmática máxima constante
média - F fração da dose que alcança a circulação
sistêmica (biodisponibilidade) - Kel constante de eliminação de primeira orcdem
- Vd volume aparente de distribuição
- T intervalo em horas entre doses
58ELIMINAÇÃO METABOLISMO E EXCREÇÃO
- Cinética de primeira ordem a velocidade de
remoção da droga do organismo é proporcional à
concentração plasmática da mesma. A maioria das
substâncias obedece a essa cinética. - Cinética de ordem zero algumas poucas drogas
(etanol por ex.) são eliminadas a uma velocidade
constante, não havendo influência da concentração
plasmática.
59- Outras drogas (aspirina e fenitoína) apresentam
taxa de eliminação intermediária entre as
cinéticas de ordem zero e primeira ordem. - Pequenas modificações na dose podem levar a
aumentos desproporcionais na concentração
plasmática resultando em toxicidade.
60METABOLISMO DAS DROGAS
- O metabolismo é um processo alternativo que pode
levar ao término da atividade biológica ou à sua
alteração. Em geral os xenobióticos lipofílicos
são transformados em substâncias mais polares e,
portanto passível de excreção mais fácil. - Drogas e toxinas são agentes estranhos ao
organismo.
61METABOLISMO DAS DROGAS
- Drogas podem ser metabolizadas nos pulmões,
sangue e fígado - O organismo converte as drogas em formas menos
ativas e aumenta a sua hidrossolubilidade para
melhorar a eliminação - Como por exemplo, barbitúricos lipossolúveis como
o tiopental e o pentobarbital, teriam meias-vidas
extremamente longas, não fosse seu metabolismo.
62METABOLISMO DAS DROGAS
- Por outro lado, substâncias lipofílicas, como
DDT, que são armazenadas no tecido adiposo e
protegidas dos principais órgãos envolvidos no
metabolismo de drogas, podem persistir na gordura
durante anos. - Também foram elaboradas pró-drogas
farmacologicamente inativas.
63METABOLISMO DAS DROGAS
- Fígado principal via do metabolismo das drogas
- Fígado pode também converter pró-drogas
(inativas) na sua forma ativa - Tipos de reações
- Fase I (sistema do Citocromo P450)
- Fase II
64Reações de Fase I
- Reações não-sintéticas ou catabólicas.
- Em geral as reações de fase I convertem a droga
original num metabólito mais polar, ao induzir ou
expor um grupo funcional (-OH, -NH2, -SH). Com
freqüência, esses metabólitos são inativos, ou
sua atividade é apenas modificada.
65Tipos de Reações de Fase I
- Hidrólise
- Oxidação
- Redução
- Demetilação
- Metilação
- Metabolismo da Álcool-desidrogenase
66Oxidação
- Consiste na adição de oxigênio ou de um radical
carregado negativamente, ou então na remoção de
hidrogênio ou de um radical carregado
positivamente. - Nesse processo são utilizadas duas enzimas. A
primeira é a NADPH citocromo P450 redutase e a
segunda é uma hemoproteína chamada citocromo
P450, que funciona como a oxidase terminal.
67Redução
- É o inverso da oxidação e envolve as enzimas do
citocromo P450, que então agem em direção oposta
àquela observada na oxidação. - Exemplo de droga que é reduzida cloranfenicol.
68Hidrólise
- Essa reação consiste na clivagem da molécula da
droga pela junção da água. - As amidas e polipeptídeos dão hidrolisados por
amidases e peptidases. A hidrólise ocorre no
fígado, intestino, plasma e outros tecidos - Exemplos de drogas procaína, lidocaína e
oxitocina.
69Ciclização
- Nesse caso, forma-se uma estrutura cíclica a
partir de um composto de cadeia alifática, como
observa com o proguanil (proguanil - tiazina)
70Desciclização
- Há uma abertura da estrutura em anel de moléculas
cíclicas das drogas, como é o caso dos
barbitúricos e as fenitoína.
71Reações de Fase I
- Sistema do Citocromo P450
- Localizado no retículo endoplasmático dos
hepatócitos - Através de cadeia transportadora de electrões, a
droga liga-se ao sistema CYP450 e entra em
oxidação ou redução
72METABOLISMO DAS DROGAS
- Fase 1 oxidação, redução, hidrólise.
- Adição de um grupo funcional que aumenta a
polaridade, e consequentemente, a
hidrossolubilidade diminui a absorção
73Reações de Fase II
- Grupo Polar (substância endógena) é conjugado com
a droga - Resulta no aumento da polaridade da droga
- Tipos de Reacções
- Conjugação glucoronídio
- É a reação de fase II mais importante, compostos
que possuem grupos hidroxílico ou carboxílico
conjugam-se facilmente com o ácido glicurônico,
que é um derivado da glicose. - Exemplos de drogas que sofrem essa reação
clorafenicol, Aspirina, fenacetina, morfina
metronidazol
74- Conjugação da glicina
- O reagente endógeno é a glicina Ex ácido
salicílico - Conjugação com glutation
- Nessa conjugação forma-se um mercapturato. Essa
reação serve para inativar substâncias altamente
reativas, como a quinona e derivados do
paracetamol.
75- Conjugação do sulfato
- Pode provocar a inativação de certos compostos
como o minoxidil. - Acetilação
- Os compostos que possuem radicais amínicos e
hidrazídicos são conjugados com auxílio da acetil
coenzima A. Ex sulfonamidas, isoniazida e a
hidralazina. - Metilação
- As enzimas e os fenóis podem ser metilados, como,
por exemplo, adrenalina, histamina e ácido
nicotínico.
76METABOLISMO DAS DROGAS
- Fase 2 conjugação ou síntese.
- Adição de um grupamento grande à molécula
facilita a excreção do metabólito.
77Genética e Metabolismo das Drogas
- Diferenças individuais na expressão gênica das
enzimas hepáticas resultam em diferenças
individuais na resposta a um medicamento. - Ausência de enzimas resposta exacerbada à
droga - Excesso de enzimas resistência inata.
- Outros fatores podem interferir no metabolismo
das drogas - Dieta e fatores ambientais
- Idade e sexo
78Indutores enzimáticos
- A síntese enzimática elevada como resultado da
presença de um composto exógeno é chamado de
indução. - Substâncias (inclusive algumas drogas e
alimentos) que aumentam o metabolismo de outras
drogas. - Drogas que promovem indução do seu próprio
metabolismo ? alto potencial de desenvolvimento
de dependência (ex. barbitúricos, nicotina,
etc.).
79Inibidores enzimáticos
- Quando duas drogas competem pela mesma enzima
para o metabolismo para uma ou ambas as drogas,
chamamos de inibição. - Um exemplo clinicamente importante dessa situação
são as arritmias cardíacas, ou convulsões,
produzidas pela teofilina quando essa droga é
ministrada concomitantemente com um antibiótico
macrolídeo como a eritromicina.
80- Indutores
- Etanol, omeprazol, fenibarbital, rifampicina,
tabagismo - Inibidores
- Cimetidina, eritromicina, suco de pomelo,
cetoconazol, quinidina
81- Interações de drogas
- Muitos substratos, em virtude de sua
lipofilicidade relativamente alta, são retidos
não apenas no local ativo da enzima, como também
permanecem ligados inespecificamente à membrana
lipídica do retículo endoplasmático. Neste
estado, podem induzir enzimas microssomais
dependendo dos níveis residuais da droga no local
ativo, podem também inibir competitivamente o
metabolismo de uma droga administrada
simultaneamente.
82- O fígado é o principal local de metabolismo das
drogas metabolismo de 1ª. Passagem.
83EXCREÇÃO
- CLEARENCE
- Em geral define-se o clearence sanguíneo ou
plasmático de um medicamento por um órgão como o
volume sanguíneo ou plasmático totalmente livre
da substância por unidade de tempo.
84EXCREÇÃO
- CLEARENCE TOTAL
- Clearence renal Clearence extra-renal
85EXCREÇÃO
- Urina e fezes são as vias mais comuns de
excreção - Bile, pulmões, leite e suor também são vias de
excreção.
86MECANISMO
- TUBO CONTORCIDO
- PROXIMAL- secreção ativa
- (medicamento livre e ligado)
TUBO CONTORCIDO DISTAL - GLOMÉRULO
- FILTRAÇÃO GLOMERULAR ALÇA DE HENLE
CANAL COLETOR - (medicamento livre) Reabsorção
passiva - (medicamento
lipossolúvel não ionizado) -
87MECANISMO
- A figura anterior dá uma representação da
estrutura funcional do rim o néfron. A formação
da urina se faz pela atuação de três mecanismos - filtração glomerular ao nível do glomérulo, não
permitindo a difusão de compostos de baixo peso
molecular, excluindo as proteínas, principalmente
a albumina.
88MECANISMO
- Secreção tubular permitindo a passagem direta de
substâncias de células em direção ao tubo onde se
forma a urina. - Reabsorção tubular que permite às substâncias que
tenham sido filtradas, passar novamente pelas
células e desaparecer da urina. - Então um medicamento pode ser filtrado, secretado
ou reabsorvido.
89Excreção renal
- Filtração glomerular e secreção tubular ativa. A
excreção renal de metabólitos está diretamente
relacionada à capacidade de excreção de
creatinina. - Alterações no pH ou no fluxo urinário interferem
na excreção renal das drogas.
90- Variação do pH pode aumentar, por exemplo, a
fração da droga não-ionizada, promovendo
reabsorção tubular. - O aumento do fluxo diminui o tempo de contato,
diminuindo a reabsorção tubular.
91Influência do pH Urinário
- Para os ácidos
- ?A influência a influência do pH urinário é nula
devido a substâncias de pKa igual ou inferior a
2 com efeito, encontram-se em sua totalidade na
forma ionizada seja qual for o pH e nunca são
reabsorvidas.
92Influência do pH Urinário
- ? Os compostos cujo pKa é superior a 8 (ácidos
fracos) existem essencialmente na forma não
ionizada para os valores de pH urinário e sofrem
um processo de reabsorção intenso e permanente e
induzido a um clearence renal fraco. - Obs o pH urinário é entre 4,5 e 7,5.
93Influência do pH Urinário
- ? A influência do pH surge como a mais importante
para substâncias cujo valor de pka situa-se entre
3,0 e 7,5 o clearence renal depende, portanto,
do pH devido a variações da reabsorção. - Para Bases
- ? Os compostos com pKa superior a 12,0 (bases
fortes) existem sempre na forma ionizada seja
qual for o valor do pHnão há ou há pouca
reabsorção.
94Influência do pH Urinário
- ? As bases mais fracas (pKa lt 6,0) e não polares
encontram-se sobretudo sob a forma não ionizada
para valores de pH urinário e são constantemente
reabsorvidas seu clerarence renal é fraco. - ? As bases fracas polares nunca são reabsorvidas.
95Influência do pH Urinário
- ? A influência do pH é determinante para os
compostos de pKa compreendido entre 6,0 e 12,0 a
reabsorção varia de um valor nulo a um algarismo
muito elevado, de acordo com o pH. - Enfim, os compostos cuja reabsorção varia com o
pH são igualmente sensíveis às modificações do
fluxo urinário.
96Excreção pelo trato digestivo
- Tempo de trânsito intestinal.
- Alguns metabólitos de drogas excretados na bile
são hidrolisados, liberando a droga original,
resultando em reabsorção e prolongamento do
efeito ? circulação enteroepática.
97Excreção pelo trato digestivo
- Características do composto
- A estrutura química
- A polaridade
- A massa molar
- Obs a eliminação biliar é diretamente
proporcional à polaridade de uma substância e
contém funções ionizáveis. Para ratos é possível
estabelecer uma massa molar que abaixo dela a
eliminação é impossível.
98Excreção pelo trato digestivo
- É grande a semelhança entre este mecanismo e
aquele relacionado à secreção urinária dos
medicamentos. Ele - - Necessita de um aporte energético.
- - Pode estar saturado
- - Pode induzir a fenômenos de competição.
99Excreção pelos pulmões
- Via principal de eliminação dos anestésicos
gerais. - O etanol também, mas não preferencialmente (teste
do bafômetro).
100(No Transcript)
101Eliminação Pediátrica
- Filtração Glomerular amadurece com a idade,
valores dos adultos atingidos pelos 3 anos de
idade - Recém-nascido fluxo sanguíneo renal, filtração
glomerular e função tubular diminuídas, o que
atrasa a eliminação das drogas - Aminoglicosidos, cefalosporinas, penicilinas
intervalo entre doses superior
102Princípios Farmacocinéticos
- Steady State a quantidade de droga
administrada é igual à quantidade de droga
eliminada dentro de um intervalo de doses,
resultando num plateau ou nivel sérico da droga
constante - Drogas com semi-vida curta atingem o steady
state rapidamente drogas com semi-vida longa
demoram dias a semanas a atingir o steady state
103Farmacocinética Steady State
- Semi-Vida tempo necessário para as
concentrações no plasma diminuírem em metade
(50) - 4-5 semi-vidas para atingir o steady state
104Farmacocinética Linear
- Linear a velocidade de eliminação é
proporcional à quantidade de droga presente - Aumento da dose resulta num aumento proporcional
dos níveis plasmáticos da droga
105Farmacocinética Não Linear
- Não linear a velocidade de eliminação é
constante independentemente da quantidade de
droga presente - Aumentos de dosagem aumentam a saturação dos
locais de ligação e resulta em aumento/diminuição
não-proporcionais dos níveis da droga
106Cinética Michaelis-Menten
- Segue uma cinética linear até as enzimas estarem
saturadas - Enzimas responsáveis pelo metabolismo /eliminação
tornam-se saturadas resultando em aumento não
proporcional dos níveis da droga
107Populações de Doentes Especiais
- Doença Renal metabolismo hepático igual, volume
de distribuição igual/aumentado e eliminação
prolongada ? ? intervalo doses - Doença Hepática eliminação renal igual, volume
de distribuição igual/aumentado, velocidade de
metabolismo enzimático mais lento ? ? dosagem, ?
intervalo doses
108MEIA - VIDA
- Não é um parâmetro farmacocinético primário,
pois não pode der ligado apenas a um processo
fisiológico. - Ex clearence (eliminação pelos órgãos)
- t½ 0,693 t½ 0,693 . Vd
- Kel Cl
- Kel constante de eliminação
- Vd volume de distribuição
- Cl clearence total
109Equações utilizadas na farmacocinética dose única
- Concentração plasmática a qualquer tempo após a
administração - C S. F. D (ng/ml, µg/ml, mg/ml)
- Vd
110Equações utilizadas na farmacocinética dose única
- Eliminação Clearence total (depuração
plasmática) - ClT S. F. D ClT Vd . K
- AUCT
- (ml/min, ml/min/Kg)
111Equações utilizadas na farmacocinética dose única
- Distribuição volume aparente de distribuição
- Vd S. F. D Vd ClT
- C K
- (L, L/Kg)
112Equações utilizadas na farmacocinética dose única
- Eliminação Renal
- Fel Ae Fração absoluta (µg, mg)
- Dose
- Ae (quantidade excretada) Conv. x volume
urina - ClR Fel . ClT ClNR ClT ClR
- (ml/min)
113Princípios Farmacocinéticos
- Steady State a quantidade de droga
administrada é igual à quantidade de droga
eliminada dentro de um intervalo de doses,
resultando num plateau ou nivel sérico da droga
constante - Drogas com semi-vida curta atingem o steady
state rapidamente drogas com semi-vida longa
demoram dias a semanas a atingir o steady state
114SILVA, P. Farmacologia. 6 ed. Rio de janeiro
Guanabara Koogan, 2002. KATZUNG, B.G.
Farmacologia Básica e Clínica. 9 ed. Rio de
Janeiro Guanabara Koogan, 2003 HARDMAN, j.g.,
LIMBIRD, L.E., MOLINOFF, P.R., RUDDON,
R.W., GILMAN, A.G. The Pharmacological Basis of
Therapeutics. 9 ed. New York Mc Graw Hill. 1996
Chung Man Chin, Elizabeth Igne Ferreira Quím.
Nova vol.22 n.1 São Paulo Jan./Feb. Química Nova,
1999