Title: AULA 6
1AULA 6
Fernando Luiz Pellegrini Pessoa TPQBq ESCOLA
DE QUÍMICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE
JANEIRO
2Entendendo o Processo de Mistura
- As soluções são misturas homogêneas de
substâncias químicas, formadas na natureza ou em
processos industriais. Quantidades específicas de
substâncias não-reativas podem ser misturadas
diretamente para formar soluções de composição
conhecida. Cada processo de mistura, em
particular, resulta numa mudança de estado,
dependendo das condições inicial e final de
temperatura e pressão. Para facilitar o estudo
dos processos de mistura, define-se o processo
padrão de mistura como aquele que ocorre a T e P
constantes. Isto é, quantidades determinadas de
substâncias químicas puras, todas na mesma T e P,
são misturadas para formar uma solução de
composição conhecida, também a T e P. Diz-se que
as substâncias puras a T e P estão em seus
estados padrão em relação ao processo de mistura
e suas propriedades no estado padrão são
simplesmente as propriedades de substância pura
(Vi, Hi, Si, Gi, ln fi, etc.).
3Processo Padrão de Mistura
- No início quantidades conhecidas de 2
substâncias puras (n1 e n2), a T e P, estão
separadas por uma divisória
4Processo Padrão de Mistura
- Após a retirada da divisória o processo de
mistura começa e, após o tempo necessário e
suficiente, forma-se uma solução (mistura
homogênea) de composição
5Processo Padrão de Mistura
- A observação experimental desse processo de
mistura permite detectar dois fenômenos - Ocorre contração ou expansão do volume do
sistema, o que se verifica pela movimentação do
pistão (para que a pressão mantenha-se constante) - Ocorre transferência de calor entre o sistema e
suas vizinhanças
6Variação do volume no processo de mistura
- A variação do volume total do sistema é calculada
por
- ?V é a variação de volume por mol da solução,
denominada de VARIAÇÃO DO VOLUME DE MISTURA
7Variação de entalpia no processo de mistura
- O calor transferido de/para o sistema ao longo do
processo de mistura também pode ser medido e,
como o processo ocorre a P constante, esse calor
é igual à variação de entalpia do sistema.
Analogamente ao volume, tem-se que
- onde ?H é a variação de entalpia de mistura,
denominada simplesmente de CALOR DE MISTURA.
8Variação de propriedade no processo de mistura
- Generalizando-se para qualquer propriedade
intensiva da mistura M, tem-se
onde ?M é denominada VARIAÇÃO DE PROPRIEDADE DE
MISTURA
9Representação gráfica da variação de propriedade
de mistura
10Observação
- Essa figura mostra que ?M é a diferença entre a
propriedade M da solução e uma combinação linear
das propriedades dos componentes puros
(x1M1x2M2). Note também que, nos limites em que
x10 ou x11, ?M0, pois a propriedade MM2 e
MM1, respectivamente.
11Solução ideal
- O modelo de solução ideal serve como base para
descrever de forma aproximada o comportamento de
uma solução real . - O modelo de solução ideal fornece a dependência
da fugacidade dos componentes na solução com a
composição. - Considere o modelo representado pela regra de
Lewis-Randall
12Mistura de Gases Ideais
- A fugacidade de uma espécie i numa mistura de
gases ideais é dada por
- Para o gás ideal puro, a T e P, tem-se
- Logo, uma mistura de gases ideais é um caso
especial de uma solução ideal.
13Síntese das propriedades e suas relações para
uma solução ideal(M ln f, V, Z, H, CP, U ou
CV)
14Propriedades em Excesso
- Propriedade em excesso é a diferença entre o
valor de uma propriedade para uma solução real e
o valor da mesma propriedade para uma solução
ideal, nas mesmas condições de T, P e x.
15Propriedades em Excesso
16O termo ? - ?xi?i é definido como uma
propriedade de mistura e tem o símbolo ??
17Das quais pode-se deduzir que
- As propriedades de mistura foram definidas
primeiro porque ?H e ?V podem ser medidas
experimentalmente. Entretanto, as propriedades em
excesso são melhores para análise teórica
18Propriedades em Excesso
- Propriedade em excesso é a diferença entre o
valor de uma propriedade para uma solução real e
o valor da mesma propriedade para uma solução
ideal, nas mesmas condições de T, P e x.
19- As propriedades em excesso não tem significado
para espécies puras, somente para misturas
20Propriedades em Excesso
- Quando M representa as propriedades U, V, H, CP,
Cv, Z e ln f, tem-se que
- Essas equações mostram que e ME não
representam novas funções termodinâmicas, quando
M representa as propriedades U, V, H, CP, Cv, Z e
ln f.
21Energia Livre de Gibbs em Excesso
- Quando M representar G, A ou S, surgem novas
funções termodinâmicas.
22Energia Livre de Helmholtz e Entropia em Excesso
- As mesmas funções termodinâmicas referentes a G
se aplicam a A, bastando substituir G por A.
- Para entropia, tem-se as seguintes funções em
excesso
23Observação
- A correlação das propriedades das soluções usando
as funções em excesso é de grande utilidade
devido à natureza genérica de ME, que pode ser
usada para todas as propriedades consideradas. - A única diferença reside no fato de que
para todas as propriedades , com exceção de G,
A e S.
24- Definindo coeficiente de atividade
- A energia livre de Gibbs determina quais fases
são estáveis. As propriedades em excesso
determinam o coeficiente de atividade, que é
usado para calcular o equilíbrio químico e de
fases para misturas não-ideais. Pode ser mostrado
que
25- Estas equações definem o coeficiente de atividade
26A relação fundamental da propriedade em excesso é
- A equação Gibbs-Duhem para GE é
27(No Transcript)
28Relações para as propriedades em excesso
29Exemplo A equação de Margules pode ser usada
para correlacionar energia livre de Gibbs. Para
uma mistura binária a expressão de Margules fica
- Encontre ln?1 e ln?2.
- Checar .
- Verificar se a Eq. Gibbs-Duhem é satisfeita.
30(No Transcript)
31Checar
32Checar a Eq. Gibbs-Duhem
33Expressões exatas para o equilíbrio de fases
- Quais são as eqs para o EF?
34- Pode-se colocar em relação da fugacidade ?
- Agora podemos utilizar o coeficiente de
fugacidade no lugar de fugacidade,
35- Vamos levar em conta o ELV.
-
- é mais conveniente ser utilizado para a
fase vapor onde as EEs são precisas - Para fase líquida é mais convenienete utilizar os
coeficientes de fugacidade, ?i - Uma expressão exata para o ELV
36Simplificação das relações do EF
- Esta equação para ELV. É uma boa aproximação para
baixas P. Pode ser simplificada considerando que
a fugacidade do líquido puro é dado por - A fase vapor como gás ideal, que é boa
aproximação para P baixas e T menores que a
crítica). - Então
37Desvios da idealidade.
- A definição de uma solução ideal diz que as
propriedades parciais são as mesmas de um fluido
puro. Então para a solução ideal, - Ou, equivalente,
- Rearranjando, obtem-se a regra de Lewis-Randall.
A Figura é para uma solução ideal e com desvios
positivos negativos da idealidade.
38(No Transcript)
39A regra de Lewis-Randall e Lei de Henry
- A regra de Lewis-Randall é válida para xi ? 1,
mas não é precisa para xi ? 0. A Lei de Henry, é
precisa para xi ? 0, mas não é para - xi ? 1.
- A regra de Lewis-Randall e a lei de Henry não são
independentes, mas estão diretamente relacionadas
pela equação de Gibbs-Duhem. Este fato implica - Quando a lei de Henry é válida para uma espécie
em uma mistura binária, então a regra de
Lewis-Randall é válida para a outra espécie.
40(No Transcript)
41A função de Gibbs e suas principais relações
- A razão entre as fugacidades é denominada de
atividade da espécie i na solução.
42Fugacidade de Misturas Gasosas
- O critério de equilíbrio entre 2 fases ? e ?, na
mesma temperatura, é dado pela igualdade das
fugacidades de cada componente i nessas fases
- Quando uma das fases em equilíbrio é uma mistura
gasosa, tem-se que
- Para se calcular usando essa equação é
necessário conhecer o comportamento de com P,
T e yi, ou seja, .
43Fugacidade de Misturas Gasosas
- Considere a fase gasosa monocomponente
(substância pura). A T constante, tem-se que
- Para um gás ideal, essa equação se reduz a
- Subtraindo-se a segunda equação da primeira,
tem-se
- Integrando-se essa eq. do estado de gás ideal
(P0) até uma pressão qualquer P, a T constante,
chega-se a
44Fugacidade de Misturas Gasosas
- A equação anterior pode ser escrita também como
- Normalmente, as funções
são expressas na forma explítica em P, ou seja,
. Para esses casos, essa equação
pode ser modificada, passando à seguinte forma
45Fugacidade de Misturas Gasosas
- Por analogia, para o componente i numa mistura,
tem-se que
46Observação
- não é a propriedade parcial molar de P.
Trata-se apenas de uma simples derivada da função
em relação a ni.
47Observações
- As eqs. anteriores são genéricas e
relativamente simples. Porém, obter relações do
tipo e
depende de modelos que consigam descrever
adequadamente o comportamento PVT dos fluidos.
Esses modelos são as equações de estado. Porém,
não existe uma única equação de estado capaz de
calcular (correlacionar e predizer) as
propriedades volumétricas (PVT) das substâncias
puras e das suas misturas para diversas
condições. Há apenas algumas equações de estado
que são boas e úteis para uma classe limitada de
substâncias em certas condições. Essas equações
normalmente são da forma explícita na pressão.