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Title: Demonstra


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Demonstrações Financeiras
FLEURIET
Professor Roberto César
2
O Modelo Fleuriet
No final da década de 70, com o intuito de
desenvolver métodos e sistemas gerenciais
apropriados ao ambiente brasileiro, a Fundação
Dom Cabral trouxe para o Brasil o Prof. Michel
FLEURIET, criando um convênio de parceira com o
Centre d'Enseignement Supérieur des Affaires
(CESA - França). Fleuriet conduziu um grupo de
trabalho para desenvolvimento de um método de
análise da dinâmica financeira das empresas, mais
coerente com a realidade operacional brasileira,
cuja abordagem permitiria, segundo o autor, uma
tomada rápida de decisões com a mudança do
enfoque da análise contábil tradicional,
privilegiando uma visão menos estática da empresa
conhecida como Modelo Fleuriet.
3
O Modelo Fleuriet
O modelo propõe uma nova classificação gerencial
para as contas de ativo e passivo circulante,
segundo sua natureza financeira ou operacional,
sendo essa segregação essencial para o processo
de avaliação das necessidades de capital de giro.
Segundo Fleuriet, certas contas apresentam uma
movimentação tão lenta quando analisadas
isoladamente ou em relação ao conjunto de outras
contas que, numa análise de curto prazo, podem
ser consideradas como permanentes ou não
cíclicas, enquanto outras apresentam um movimento
contínuo e cíclico, ou mesmo descontínuo e
errático. Para a operacionalização do modelo
Fleuriet torna-se necessário reclassificar o
balanço patrimonial
4
(No Transcript)
5
O Modelo Fleuriet
A partir da reclassificação do balanço
patrimonial é possível estabelecer as variáveis
empresariais que compõem o modelo Fleuriet,
conforme se segue
Variáveis empresariais dinâmicas Fórmula Significado
NCG Necessidade de capital de giro NCG ACO PCO Operacional (cíclica)
T Tesouraria T ACF PCF Financeira (errática)
CDG Capital de giro CDG AC PC Recursos para giro
Variáveis que compõem o modelo de Fleuriet.
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Com base nos saldos obtidos nos cálculos das
três variáveis - NCG, CDG e ST - Fleuriet, Kehdy
e Blanc (1978), estabelecem um quadro comparativo
de quatro situações possíveis a serem vividas
pela empresa e, que posteriormente foi
aperfeiçoado por Marques Braga (1995), conforme
se pode visualizar abaixo
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Necessidade de Capital de giro
O conceito de Necessidade de Capital de Giro,
segundo Fleuriet, decorre da necessidade de
caixa, no momento em que, no ciclo financeiro, as
saídas de caixa ocorrem antes das entradas.
Recebimento da Venda
Pagamento
Período de Contas a Pagar
N C G
NCG ACO PCO
Período de Estoque
Período de Contas a Receber
Compra
Venda
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Capital Circulante Líquido
Capital Circulante Líquido (CCL) representa a
diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo
Circulante, também denominado Capital de Giro,
constituindo-se em uma medida estática da folga
financeira de que a empresa dispõe para liquidar
seus compromissos de curto prazo.
9
Cálculo do Saldo de Tesouraria
A diferença entre o Ativo Circulante Financeiro
(ACF) e Passivo Circulante Financeiro (PCF) é
denominada de Saldo de Tesouraria (T ou
ST). Este saldo representa uma reserva
financeira da empresa para fazer frente a
eventuais expansões da necessidade de
investimento operacional em giro, principalmente
aquelas de natureza sazonal. A condição
fundamental para que a empresa esteja em
equilíbrio financeiros é que seu saldo de
tesouraria seja positivo.
T ACF PCF
ou ainda pode ser representado pelo valor
residual decorrente da diferença entre o Capital
de Giro e a Necessidade de Capital de Giro,
conforme a expressão abaixo
T CDG NCG
10
Termômetro Financeiro
Essas variáveis empresariais permitem uma
análise prospectiva da verdadeira situação
econômica-financeira das empresas, inferindo,
portanto, a real situação de liquidez das
empresas mediante a seguinte relação
TF ( T / NCG)
11
Efeito Tesoura
O acompanhamento da evolução da NCG e do CCL é
fundamental para a realização de uma adequada
avaliação da saúde financeira de uma empresa. É
comum ocorrer o desempenho desequilibrado destes
indicadores, ocasionando assim um crescimento da
atividade empresarial acima de sua capacidade de
financiamento. Este descompasso decorre da
expansão dos negócios com uma elevada aplicação
de recursos no capital de giro, ultrapassando o
nível do CCL, que pode simplesmente ser apurado
através do que denominamos Saldo de Tesouraria. T
CDG NCG
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Efeito Tesoura
Quando o Saldo de Tesouraria apurado for menor
do que zero (NEGATIVO), significará que a empresa
possui dívidas vencíveis no curto prazo,
contraídas normalmente junto a instituições
financeiras para financiar suas atividades de
capital de giro. Ocorrendo por sucessivos
exercícios um crescimento do NCG superior ao do
CCL, dizemos que ela convive com o que se
convencionou chamar de "efeito tesoura". À
medida que as necessidades de giro são
financiadas por dívidas de curto prazo, há um
aumento na diferença entre o NCG e o CCL. Em
uma situação de efeito tesoura, a empresa é
incapaz de financiar adequadamente seus
investimentos operacionais em giro, operando com
recursos de maturidade incompatível com suas
efetivas necessidades financeiras. Este
comportamento é um forte indicativo de que a
empresa está trilhando o caminho para sua
insolvência, o que exige dos gestores uma rápida
intervenção nos prazos operacionais, bem como a
renegociação do perfil de vencimento da dívida.
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Efeito Tesoura
O efeito tesoura pode ocorrer por várias razões,
destacando-se Crescimento elevado do nível de
atividade empresarial (overtrade) ou tendência do
ciclo operacional deficitário Decisões de
imobilizações sem que haja recursos próprios ou
recursos de longo prazo disponíveis Desvio de
recursos do giro para imobilizações
Sucessivos prejuízos, levando a empresa a captar
recursos de curto prazo para financiar suas
atividades Inflação etc.
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Overtrade ou Overtrading
O overtrade ocorre quando constatamos uma
situação em que a companhia esteja operando além
de sua capacidade financeira. Nesta situação,
ela não possui capital de giro suficiente para
financiar suas atividades de curto prazo, de
forma que o endividamento passa a ser o caminho
para o financiamento dos estoques e das contas a
receber, geralmente com vencimento no curto
prazo. Desta forma, quando o Ciclo Operacional
da empresa segue uma tendência deficitária, a
empresa caminha para uma situação de
overtrade. Neste momento, podemos deduzir que a
companhia entrou em um estágio pré-falimentar em
decorrência da falta de equilíbrio financeiro, em
que o volume de atividades é bastante superior ao
Capital de Giro disponível. O overtrade não é um
problema tão incomum, já que acontece
freqüentemente nos empreendimentos em fase de
implantação ou em situações de expansão de
atividades nas quais não se tenha realizado um
adequado plano de negócios no que diz respeito às
previsões de fluxo de caixa.
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Overtrade ou Overtrading
Outras situações que sinalizam a entrada da
empresa em um nível de overtrading são os
seguintes Constantes quedas nos indicadores
de liquidez Crescimento da Necessidade de
Capital de Giro Excesso de Imobilizado em
relação ao Circulante, sem uma clara
justificativa Queda acentuada nas vendas
Crescimento acentuado dos estoques em relação ao
crescimento das vendas Crescente aumento do
Ciclo Financeiro Aumento das despesas
financeiras Dificuldades para efetuar o
pagamento dos salários, impostos e despesas
fixas Permanência de itens obsoletos no ativo
imobilizado e Alto nível de devolução de
vendas.
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Fontes de Financiamento
As principais fontes de financiamento da
Necessidade de Capital de Giro são Capital
Circulante Próprio Duplicatas descontadas
Cheques descontados Empréstimos bancários de
curto prazo Empréstimos e financiamentos
bancários de longo prazo.
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Capital de Giro Próprio
O Capital de Giro Próprio (CGP), diferentemente
do Capital Circulante Líquido (CCL), representa a
capacidade da empresa em financiar seu ciclo
operacional com recursos próprios. A diferença
entre o valor total dos recursos investidos no
Ativo Permanente e Patrimônio Líquido permite
identificar o volume de carência ou folga de
Capital de Giro da empresa. Patrimônio
líquido . - Ativo Permanente .
Capital de giro próprio Estudos sobre as
variações do Capital de Giro observam que
considerando que a obtenção da variável CDG
resulta da subtração do Ativo Permanente do
Patrimônio Líquido e, portanto, podemos afirmar
que todas as operações que impliquem em aumento
das contas do Ativo Permanente, bem como as que
impliquem diminuição do Patrimônio Líquido,
reduzem o CDG. Por outro lado, todas as
operações que acarretam diminuição do Ativo
Permanente e/ou aumento do Patrimônio Líquido,
aumentam o CDG.
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Capital de Giro Próprio
A partir destas considerações, apresentam um
elenco de atividades que atuam diretamente sobre
o nível das variações descritas. Atividades que
enfraquecem o Capital de Giro (CDG)
Prejuízos Aquisição de ativo imobilizado
Aquisição de investimentos Aplicações de
recursos no ativo diferido e Distribuição de
lucros. Atividades que fortalecem o Capital de
Giro (CDG) Lucros Venda de bens do ativo
permanente Aporte de recursos de sócios para
aumento de capital
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